quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Fernando "La Sama" Araújo assume presidência interina e vai criar comissão internacional de investigação

Díli, 13 Fev (Lusa) - O presidente do Parlamento timorense, Fernando "La Sama" de Araújo, vai assumir nas próximas horas a presidência interina do país e ordenar a constituição de uma comissão internacional para investigar os atentados de segunda-feira.

Em declarações hoje à agência Lusa no avião que o transportou de Bali para Díli, Fernando "La Sama" de Araújo disse que pretende que a GNR faça parte dessa comissão.

"Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", acrescentou.

Fernando "La Sama" classificou também o acto do grupo de Alfredo Reinado como uma "tentativa de golpe de Estado muito grave que tem de ser investigada profundamente" e é por isso que "vai convidar especialistas internacionais" como portugueses, ingleses, indonésios e filipinos.

Independentemente da investigação, "La Sama" considerou que o "diálogo acabou" e que os rebeldes que possuem armas "têm de entregar as armas e renderem-se".

Questionado se dará ordens às forças internacionais para prender os rebeldes, Fernando "La Sama" disse apenas : "sim" porque perante o que aconteceu "não há mais diálogo, não há mais aproximações e o Estado vai dar ordens".

Constitucionalmente, Fernando "La Sama" de Araújo é o substituto legal do presidente timorense, Ramos Horta, que se encontra hospitalizado em Darwin, Austrália, na sequência do atentado de que foi alvo segunda-feira em Díli.

Uma vez que se encontrava em Portugal, numa visita a convite do seu homólogo português, Jaime Gama, Fernando "La Sama" de Araújo não pôde ser investido nas funções, tendo sido interinamente substituído por Vicente Guterres, vice-presidente do parlamento, que irá, assim, assumir o cargo de presidente interino do Parlamento Nacional.

Fernando "La Sama" considerou também que Timor-Leste, como "Nação Nova, nunca tinha pensado muito nas questões protocolares e de segurança mas que o acidente de segunda-feira vai obrigar a repensar a situação.

"Sentimos que não é necessário. O povo ainda está a sofrer e não queremos entrar na vida rígida do protocolo, mas depois do que aconteceu temos de montar um sistema para dar segurança à soberania do Estado", disse.

Sobre Alfredo Reinado, que nas presidencias de 2006 declarou o seu apoio a "La Sama", o mesmo responsável disse apenas "desconhecer" as razões que levaram o major rebelde a querer a sua vitória e explicou que "apenas uma vez no ano 2000 em Maubisse" se encontrou com Reinado.

Relativamente aos peticionários e ao envolvimento de Alfredo Reinado na defesa dos alegados direitos dos antigos militares, Fernando "La Sama" sustentou que o major "nunca fez nada nem deu qualquer contribuição, apenas clamou nas montanhas", mas quando as principais figuras do Estado o chamaram para ele conversar e encontrar uma solução para o assunto "ele não apareceu".

José Ramos Horta foi ferido a tiro segunda-feira, na sua residência em Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada quando se dirigia da sua residência para a capital.

Depois de operado no hospital militar australiano em Díli, Ramos-Horta foi transferido para o Royal Hospital de Darwin, Norte da Austrália, cujo director, Len Notaras, manifestou confiança na recuperação completa do presidente timorense.

Ramos Horta foi hoje submetido a terceira intervenção cirúrgica para retirada de alguns fragmentos de bala alojados no corpo.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o até agora presidente interino, Vicente Guterres, decretou o estado de sítio por 48 horas, tendo sido já pedido o prolongamento da situação por mais uma semana.



JCS/PRM

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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