terça-feira, outubro 23, 2007

Timorenses, que mais nos irá acontecer?

Blog Timor Lorosae Nação - Domingo, 21 de Outubro de 2007
Ana Loro Metan

O Jaco é um ilhéu que é reserva natural e que até pelos portugueses, que nos colonizaram, foi sempre devidamente preservado, os próprios indonésios acabaram por o deixar incólume.

A soberba australiana considerou por bem dar inicio à sua destruição. Vai daí, o comando australiano deu luz verde para que as suas tropas pomposas, ISF, fossem exercitar-se para aquele santuário da natureza. Tropas neozelandesas, sob o comando de Hutcheson, serviram-se do Jaco para brincar aos índios e cowboys.

Patente ficou a insensibilidade dos que nos estão a ocupar o país sob a capa de cordeiros mas com atitudes de ferozes lobos.

Se por agora é assim, futuramente pior será!

Quando a tristeza invade os portugueses, cantam o fado. Há mesmo um fado cantado assim, um fado antigo, da minha meninice e que o meu pai comprou na Kota, que era o único sítio onde podíamos comprar aqueles ep's e lp's - discos de vinilo.

Quando a tristeza invade os timorenses, melhor será irmos para o Ramelau e trautear a ladainha do mesmo nome.

Verdadinha, é que nota-se a tristeza de muitos nós espelhada nos olhos. Tristeza cujas causas são equações mal contidas sobre o futuro do nosso país. Sobre para onde irão levar o nosso Timor. Sobre a confiança depositada em homens que talvez não a mereçam. Em indivíduos indignos que esquecem que neste pequeno país tudo se sabe com muito mais rapidez de que noutro país qualquer.

A novela diária em Dili e um pouco por todo o Timor celular - como diz uma professora brasileira minha amiga - anda ao rubro por causa de uma conversa em que os intervenientes são figuras de destaque das nossas elites.

Imaginem Longuinhos Monteiro posto a nu e a comprovar aquilo que muitos sempre afirmaram: Longuinhos golpista.

Por arrasto, Longuinhos traz Xanana a reboque, mais Agio Pereira, mais Leandro Isaac, mais Alfredo Reinado, e outros, e outros... e Horta!

Porque não Horta? Quem nos garante que Horta não está metido em tudo isto?

Os rumores, aquilo a que chamaram rumores e que Xanana desmentia está a comprovar-se corresponder à realidade.

Então Xanana é mesmo responsável moral por dezenas de mortes e destruições! E Horta? Porque não Horta?

Os rumores têm vindo a comprovar corresponderem à realidade. Abençoados rumores, que vão desmascarando estes personagens de elite que não têm um pingo de vergonha e são capazes de prosseguir no exercício de cargos que lhes foram confiados por vontade soberana dos eleitores - no caso de Horta, porque no de Xanana... nada disso!

Que se demitam! Que tenham vergonha na cara! Que se vão!

Jaco é para destruir, timorense para levar porrada, mulher para abusar!

O empertigado brigadeiro Hutcheson, comandante de tropas muito mal educadas, racistas e que nos deixam a sensação de estarem a ocupar o nosso país, parece que vai na senda dos governantes e presidente timorenses optando pela mentira e omissão.

Omite aquilo que se passou com as tais bombas que estavam a preparar nas suas instalações junto à embaixada - nem a UNMIT se dignou explicar abertamente a situação.

Se bem que seja compreensivo que não é para qualquer um dar explicação de umas bombitas que "estávamos a preparar para dar uma festa".

Athul Kahre demonstra estar a ser um senhor muito vergonhoso, comprometido...

Hutcheson, o boçal militar mentiroso das tropas ocupantes. veio a terreiro mentir e defender por via da mentira militares que comanda e que comprovadamente nos espancam, assassinam e violam - há casos calados de violações!

A realidade quotidiana timorense está a ficar insustentável e em vez de percebermos que temos um governo e um presidente que nos defendem, deparamos com um governo e um presidente subservientes perante uma potência estrangeira vizinha que cada vez mais vem demonstrando estar a ocupar o nosso país.

Compreende-se que elites políticas despojadas de dignidade, como se está a comprovar, tenham dificuldade em fazer-se ouvir perante os seus amos, mas será que eles se importam que estejamos a ser desrespeitados?

2 comentários:

Anónimo disse...

É muito triste e muito grave, Ana Loro Metan se o que diz no seu relato se confirma!Apelo - à distância de 18 mil km- a quem de direito, para se deixar de "tanta diplomacia" e "paninhos quentes" e porem esses "aussis" a mexer daí para fora! Bolas! Que raio de (DES)GOVERNO é que tem Timor? Para que serviram tantos anos de luta e sofrimento se agora são os próprios timorenses que estão a infligir o sofrimento não actuando como devem??? Será que não aprenderam nada???
Fítun Taci

Anónimo disse...

Ai os velhos discos e livros da "SOTA" (o K é gralha certamente)...

A hipocrisia desses senhores kiwis (que cada vez se parecem mais com os seus amos OZ) é ainda maior, se nos lembrarmos que no país deles qualquer pessoa pode ser multada em largas centenas de dólares se pescar um peixe ou uma vieira que tenha nem que seja meio centímetro a mais do que o limite legal, ou exceder em escassos gramas a quota de pesca para determinadas espécies. Isto para não falar das multas pesadíssimas a quem introduzir no país algo tão grave como uma simples maçã oferecida a bordo do próprio avião que traga um passageiro da Austrália para a Nova Zelândia.

E são representantes de um país tão neurótico e obssessivo com a defesa do ambiente que violam grosseiramente a integridade de um espaço natural protegido há várias gerações, em país alheio. Tão ou mais grave do que isto é a ofensa às tradições timorenses, que consideram esse lugar sagrado.

Mais do que agressões físicas, este é o tipo de agressão que dói mais ao timorense. Porque o atinge bem mais fundo, na sua dignidade como pessoa e como povo, na essência do seu ser.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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