quinta-feira, junho 14, 2007

Novas ameaças do major Reinado numa campanha calma em Timor-Leste

Público, 13.06.2007

O major em fuga Alfredo Reinado declarou que irá ele próprio apanhar os responsáveis pela violência de há um ano, em Timor-Leste, se o Governo recusar negociar com ele "imediatamente". O antigo comandante da Polícia Militar timorense, que as forças internacionais lideradas pela Austrália não conseguiram ainda deter, disse à agência Reuters que se o diálogo não se iniciar rapidamente perderá "a paciência" e descerá da montanha "para capturar os responsáveis da crise".

Há poucos dias, o Presidente da República, José Ramos-Horta, reafirmou ter pedido à Igreja católica que actuasse como mediadora no diálogo, já por diversas vezes anunciado mas nunca concretizado. "Dei oportunidade aos procuradores e aos bispos para negociarem com Alfredo Reinado, de modo a que este compareça perante a justiça, pois só se faz justiça em tribunal, não através de compromissos políticos", disse Horta a jornalistas.

A nova ameaça de Reinado coincide, no tempo, com a renovação do mandato de quatro anos do Presidente do Tribunal de Recurso, o juiz luso-timorense Cláudio Ximenes. O Tribunal de Recurso é a mais alta instância judicial do país.

A campanha eleitoral dos 16 partidos que disputam as eleições legislativas de 30 deste mês prossegue, entretanto, em ambiente geralmente calmo. Nas 150 actividades de campanha desenvolvidas pelos candidatos nos 13 distritos do país, até esta segunda-feira, as autoridades assinalaram apenas quatro incidentes violentos, o mais importante dos quais resultou na morte de um membro da segurança do presidente do CNRT e antigo chefe do Estado, Xanana Gusmão, às mãos de um elementos da Polícia Nacional, no dia 3, em Ossu, Viqueque.

Xanana Gusmão deverá chegar amanhã à cidade fronteiriça indonésia de Atamboa, a caminho do enclave do Oecussi-Ambeno, onde tem previsto um comício de campanha, segundo noticia a France Presse. Um membro local da segurança indonésia disse a esta agência que estava em preparação um encontro de Xanana com líderes das milícias anti-independência que vivem em Timor Ocidental. Estes refugiados não podem votar nas legislativas mas "podem influenciar a escolha das suas famílias", em Timor-Leste, nota a France Presse.

2 comentários:

Anónimo disse...

O que está a esperar Alfredo? disse que quer a justiça e não quer o povo sofrer, mas o que está acontecendo hoje em dia é contrário. Tu sabes, nós, o povo, queremos já e já para viver em tranquilidade. Se você é um homem de Deus, por favor vem a frente da justiça, isto é que um verdadeiro homem..........
Não só fala atrás do povo e esconde-se..........

Anónimo disse...

Isto é surrealista! Já vi voltas à Espanha em ciclismo começarem em Portugal, mas um comício político no país vizinho deve ser inédito!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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