Lusa – 27 Junho 2007
O secretário-geral da Fretilin criticou hoje a actuação do chefe de Estado timorense, acusando José Ramos-Horta de actuar fora das suas competências de Presidente da República.
Em declarações aos jornalistas no final do comício de encerramento da campanha da sua força política, Mari Alkatiri comentava as declarações proferidas terça-feira por Ramos-Horta, após um comício do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, defendendo que o partido vencedor das legislativas de sábado "não pode cometer os mesmos erros (do governo) da Fretilin".
"Conheço bem o nosso Presidente, Ramos Horta. Ele pensa que é também o papel de Presidente da República estar a mandar mensagens aos partidos políticos. Claro que não é", afirmou Mari Alkatiri, recusando, porém, a palavra "interferência".
"É sempre mais fácil dizer que os erros são da Fretilin, quando vêm de pessoas que não aceitam o sistema, a democracia, o jogo democrático e os seus resultados", acrescentou.
No seu entender, a Fretilin, como vencedora com maioria absoluta das eleições legislativas para a Assembleia Constituinte (2001), "não pode ser obrigada, dentro de um processo democrático, a formar um governo de unidade nacional".
Mari Alkatiri recusou, mais uma vez, adiantar o nome que o partido, caso vença as legislativas, vai escolher para chefiar o governo. "Não há mistério nenhum. A Fretilin está a governar e não precisa de dizer como vai governar. Os outros, que não estão no governo, é que precisam de dizer como vão governar", sustentou, garantindo, porém, que não será primeiro-ministro nem participará num executivo liderado pelo seu partido.
O antigo primeiro-ministro (2002/06) afiançou que a Fretilin "tem muitas alternativas" e que vai dedicar-se mais ao partido, em particular à geração mais jovem.
"Mas não estarei no governo", insistiu, garantindo que o partido tem condições para obter nova maioria absoluta, o que "não significa que, depois, a Fretilin se feche sobre ela".
"Seremos o mais abertos possível, convidando os outros para participar na governação. Se não houver maioria absoluta, ou estaremos na oposição ou numa coligação, não há outra alternativa", garantiu.
Questionado sobre se a Fretilin vai aceitar os resultados em caso de derrota, Mari Alkatiri foi evasivo, desviando a resposta para os outros partidos.
"Acho que deve perguntar aos outros, em particular ao CNRT, se vão aceitar a derrota. Nós já demonstramos que aceitamos todos os resultados, embora tenhamos algumas reservas em relação ao processo em si", respondeu, sem especificar quais os receios.
Ainda sobre Xanana Gusmão, o secretário-geral da Fretilin lamentou que o líder do CNRT não tivesse respondido ao desafio de um debate na televisão e na rádio, considerando que a ausência de resposta do ex-chefe de Estado significa, "no mínimo, tem receio".
sexta-feira, junho 29, 2007
Mari Alkatiri critica recado de Ramos-Horta à Fretilin
Por Malai Azul 2 à(s) 16:58
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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