domingo, agosto 06, 2006

Um conto e um ponto mais...


Do Timor um blog do Publico.pt:

Cada dia que passa, aumentam as provocações, os incidentes, os espancamentos, os apedrejamentos. Apesar das forças internacionais.
Em quase todas as zonas onde persistem os problemas, a maior parte das vezes não se vêem, mas estando por perto, deixam-se estar sentados, de braços cruzados, a observar a cena. Como aconteceu hoje de manhã, em Comoro quando, lá do alto dos tanques de guerra, os da força malaia assistiam impávidos os apedrejamentos entre os jovens do bairro situado do lado de cima da rua contra outros jovens refugiados no campo junto ao aeroporto.

Idêntica postura é a dos australianos. Aliás, a Austrália anunciou já o início da redução do número das suas tropas - mas, só o faz porque a situação da segurança no país está a evoluir favoravelmente -, o que vai de encontro às declarações do subsecretário de Estado norte-americano. Em clara e perfeita sintonia reconhece-se que a situação no terreno exige essencialmente operações da polícia.

De fora, ficam os “Bravos” da GNR. Actuam quando é preciso e têm fama de maus, mas impõem respeito.

Coincidência ou talvez não, há por aí entre a população umas histórias sobre a parcialidade da força portuguesa. Dizem então uns que “os da GNR nunca prendem ninguém de Lorosae, só os do Loromonu, coisa que não fazem os australianos que actuam de forma isenta”. Quando se pergunta “como é que eles, os da GNR, reconhecem uns e outros?”, a resposta vem rápida, “é que há três timorenses integrados na força”.

Quem conta a história fá-lo muito a medo e consciente de que “não viu, mas também já ouviu falar”, dando razão à velha questão do ponto aumentado ao conto e do segredo recontado, repetido, tudo em murmúrio muito sussurrado, contribuindo para a dimensão multiplicada do rumor.

Não sei porquê, fiquei desconfiada. Podendo também ser acusada de facciosismo, está a parecer-me que também há por aí quem esteja interessado em que a GNR não fique em Timor-Leste… E já agora, e ainda que mal pareça, fica a pergunta: a GNR é uma força policial, não é?

Angela Carrascalão Sábado, Agosto 05, 2006
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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