segunda-feira, agosto 21, 2006

PM Ramos-Horta desagradado com adiamento votação na ONU

Díli, 20 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, manifestou-se hoje desagradado com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste.

"Não me agrada nada, não é do interesse de Timor-Leste que haja mais adiamentos e espero que o mais tardar, no dia 25, uma decisão seja tomada", declarou Ramos-Horta à Agência Lusa em Díli.

Ao criticar o adiamento, o chefe do Governo timorense salientou que já existe um acordo sobre a força policial da futura missão, pedindo aos membros do Conselho de Segurança da ONU que se "debrucem sobre esse ponto".

"Se chegaram a um consenso sobre a força policial que se debrucem sobre esse aspecto, porque não existindo acordo sobre a força de paz, este não deve ser o motivo para adiar o acordo sobre a força policial, já que se podia deixar para um pouco mais tarde uma decisão sobre a componente militar", disse.

José Ramos-Horta defendeu também que enquanto não houver uma decisão sobre a componente da missão de paz, a "actual força deve continuar no terreno".

O primeiro-ministro timorense salientou, contudo, que é "essencial" a missão policial chegar ao terreno o mais rapidamente possível para evitar que novos incidentes continuem a ter lugar em Díli, como os ocorridos sábado, quando grupos de jovens incendiaram sete casas e apedrejaram diversos automóveis.

"Obviamente que a força policial é essencial para acabar com este tipo de acções, porque a força policial actualmente existente é limitada porque tem apenas cerca de 400 homens", explicou ao salientar que a estabilidade em Timor-Leste precisa de uma "força profissional, móvel, competente e bem equipada", quer ao nível de meios quer de homens.

Uma força policial e militar de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia encontra-se em Timor-Leste desde Maio, a pedido das autoridades timorenses, para garantir a segurança, na sequência da violência ocorrida no país, que provocou três dezenas de mortos e mais de 150 mil deslocados.

Na sexta-feira, quando se esperava uma decisão sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste, que iria substituir a UNOTIL, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adiou, por uma semana, a votação da resolução por continuar a não existir um entendimento sobre a composição e atribuições das forças internacionais em Timor-Leste.

A Austrália, que tem o apoio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, quer continuar a liderar as operações militares.

Segundo o embaixador australiano nas Nações Unidas, Robert Hill, a ONU deve apenas concentrar-se "nos papéis que pode desempenhar eficientemente" e deixar a parte militar entregue às actuais forças no terreno, lideradas pela Austrália.

Os australianos gostariam de ver a sua missão enquadrada nos termos do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite o uso da força para a manutenção da paz.

A maioria do Conselho de Segurança apoia, contudo, a proposta feita no relatório do secretário-geral, Kofi Annan, recomendando a constituição de uma força militar das Nações Unidas, de apoio a um maior contingente policial internacional.

Segundo Annan, um contingente limitado a 350 militares apoiaria uma força policial de 1.608 elementos.

O embaixador britânico junto da ONU, Emyr Jones Parry, defendeu que a constituição de uma nova força seria uma desnecessária perda de tempo, dada a presença militar australiana já existente.

Rosemary Banks, embaixadora na ONU da Nova Zelândia (outro dos países que têm tropas em Timor-Leste), alinha com a Austrália contra a internacionalização do contingente, alegando que a formação da nova polícia timorense deve ser entregue a um único país.

Portugal e a Malásia gostariam de ver as forças que presentemente estão em Timor-Leste substituídas por um contingente das Nações Unidas.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, estabelecido no ano passado, deveria terminar hoje, mas foi prorrogado por mais uma semana, até à nova votação da resolução.

JCS/MRF.

2 comentários:

Anónimo disse...

Listen Australia: we, timorese dont need your force, ´cause they look like the stupid sheeps that just go arround in our city(Dili) but never detected criminals, we dont need your force to commander in our country, you have another interested maybe cause"petroleum"!!!!
go hell Australia we dont need you...okey!!!!!!

Anónimo disse...

Aussie let my country.....
go back...and let the other to bring peace for us..,,,,don't divided us with your ambicious for our Oil....

Go back,..
goo bacckkkk.....
get out here......
getttt outttt....hereeeeeeeeee......AUSSIE!!!


LET MY COUNTRY IN PEACE!!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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