DN - 11.06.2006
Albano Matos
O Governo português está a fazer uma corrida contra-relógio no sentido de angariar apoios para as suas propostas de solução do conflito em Timor-Leste. O Conselho de Segurança das Nações Unidas começa na terça-feira a debater a situação e o ministro português dos Negócios Estrangeiros tentará, já amanhã, no Luxemburgo, sensibilizar os seus homólogos europeus.
A reunião no grão-ducado destina-se a preparar a cimeira europeia de 15 e 16, mas Freitas do Amaral aproveitará a ocasião para tentar obter o apoio da União de modo a conseguir maior envolvimento das Nações Unidas no processo de pacificação e reconciliação em Timor-Leste.
A missão do ministro português visa, em especial, a posição a tomar pelos cinco Estados membros com assento no Conselho de Segurança: Reino Unido e França (membros permanentes), e Dinamarca, Eslovénia e Grécia (eleitos por dois anos).
Em discussão no Conselho de Segurança estará essencialmente o grau de envolvimento das Nações Unidas. De acordo com um documento confidencial australiano (ontem revelado pelo DN), o Governo de Camberra entende que a construção do Estado timorense falhou e que as autoridades de Díli não estão em condições de recuperar o controlo da situação. Por isso, defendem que a ONU deveria liderar politicamente o processo nesta fase. Isso incluiria, por exemplo, a substituição do aparelho judicial timorense, recorrendo a juízes e advogados estrangeiros, além da possibilidade de colocar um oficial estrangeiro a comandar a polícia timorense.
Numa fase prévia, a da estabilização do território, a Austrália defende que as forças envolvidas deveriam manter-se sob controlo do contingente internacional já presente em Timor (o que significa o comando de Camberra), colocando de fora as Nações Unidas.
Em oposição, Portugal defende a criação de uma força de capacetes azuis, sob comando directo da ONU.
Uma das interrogações fulcrais neste momento respeita à posição que adoptará o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense. Ramos-Horta vai participar na reunião de terça-feira e as autoridades portuguesas admitem que ele se incline para as posições australianas.
O Conselho de Segurança vai debater um relatório do secretário- geral, Kofi Annan, sobre a futura presença da ONU em Timor-Leste, em substituição da actual missão, cujo mandato, entretanto prolongado por um mês, termina no dia 20.
O texto de Kofi Annan tomará como base o relatório elaborado pelo enviado especial, Ian Martin - que já chefiara a missão da ONU encarregada da preparação do referendo que conduziu à independência do território, em Agosto de 1999 -, e deve propor um aumento da presença das Nações Unidas, em polícias e militares.
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domingo, junho 11, 2006
Portugal mobiliza apoios para missão da ONU
Por Malai Azul 2 à(s) 14:57
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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