domingo, junho 11, 2006

Dos leitores

Exactamente. Por na Austrália a difamação não ser crime temos uma imprensa ao serviço de interesses com histórias fabricadas que muito jeito dá na manipulação de opinião dos cidadãos.

A imprensa australiana ainda está no patamar da pré-história no que toca aos principios éticos do jornalismo e informação. É um mero instrumento e não uma informação séria!

1 comentário:

Anónimo disse...

Costa Ribas chegou a Díli e encontrou facções Xanana e Marí à pedrada uns aos outros...

Não há paciência... Costa Ribas tem o furo da crise

"Jovens partidários do governo de Mari Alkatiri e leais ao presidente Xanana Gusmão passaram horas a apedrejarem-se mutuamente. Tem-se a ideia clara de que não há GNR nem Austrália que resolvam este problema."

tudo isto e muito mais no http://sic.sapo.pt/online/blogs/timor/ passar por lá e rir, rir, rir, muito para que ele fique satisfeito

posted by cacaubranco @ 4:40 AM 0 comments

Esta é demais, Costa Ribas, jornalista da SIC em apenas meia dúzia de dias em Timor e já fala de mudança... ares americanos?

Reparem bem nesta divagação do jornalista... impacial como o diabo não é?

"Gostaria de ver se, tendo a oportunidade de se manifestar, os apoiantes do Governo o fariam com o mesmo vigor - e atá com o caos frenético idêntico ao que saudou a aparição e discurso de Xanana aos manifestantes. Alias, é algo estranho observar a falta de apoio de rua ao primeiro-ministro por parte da FRETILIN, que há tão pouco o reelegeu - embora de votação de braço no ar - para a liderança do partido. De alguma forma, a manifestação, as palavras de ordem, as bandeiras, as pessoas a reivindicar na rua (mesmo que não se concorde) recordam-me o 25 de Abril. A revolução surpreendeu-me em jovem e ensinou-me que não se espera pelo que ser quer, exige-se."

ainda estás por cá querido? ainda... lá teremos de te oferecer um copinho de tuaka

posted by cacaubranco @ 4:36 AM 0 comments

Será que a asiática estaria interessada nele? parece-me mais do tipo "manifestantes e machos"

"A manifestação envolveu mais de 60 camiões. Saltámos de um para o outro, não só para variar as imagens mas para sentir melhor o ambiente. O Jorge estava a filmar em pé numa carrinha de caixa aberta, quando uma travagem súbita só por milagre não o deitou pela borda fora. Eu estava a segurá-lo pela cintura (pese embora a minha preferência pela fotógrafa asiática ao lado dele), e só por um triz não o larguei quando alguns manifestantes na carrinha me caíram em cima. O Dr. Balsemão está com sorte. "

o azar foi dos manifestantes que lhe caíram em cima.. coitados

posted by cacaubranco @ 4:34 AM 0 comments

Este Ribas é um querido...

"(...)a pobreza ah beira da estrada obriga-me a ponderar a infantilidade da "rixa" entre Portugal e a Austrália sobre quem é, ou devia ser, o mais influente em Timor."

este tipo não percebe um boi da história de Timor...

posted by cacaubranco @ 4:33 AM 0 comments

Costa Ribas come que ser farta em Timor...

"Almoçámos em Maubisse: fatias de carne estufada, arroz, legumes cozidos, sopa de feijão e ovos cozidos e depois aparentemente levados ao forno, com uma camada de especiarias corantes em seu redor. Uma delicia. Alias, em geral, não se come mal em Timor. Díli podia beneficiar de mais concorrência e aumentar a oferta, mas o que há satisfaz, se bem que não seja comida de fazer parar a respiração."

posted by cacaubranco @ 4:32 AM 0 comments

Ribas o verdadeiro herói nacional... da SIC

"Hoje tivemos brinde. Fomos a Maubisse, entrevistar o líder da rebelião que constituiu causa próxima desta crise timorense. Pela primeira vez, o major Alfredo Reinado afirma que - no que dele depende - não haverá guerra civil em Timor. Demos a noticia em primeira mão no Programa da Manhã."

ganda malha...

posted by cacaubranco @ 4:30 AM 0 comments

Ribas da SIC diz ainda...

"Se queremos "mandar" em Díli, apresentamo-nos cedo e preparados. Se dependesse de nós, Díli ainda estaria a arder."
jornalista da SIC, duas dezenas de anos nos USA...

posted by cacaubranco @ 4:29 AM 0 comments

Costa Ribas diz da SIC diz

(...)é verdade que ainda não estamos preparados para essa missão - só sexta-feira chega o material mais importante da GNR. Só depois de o receberem e prepararem poderão começar a trabalhar em pleno Coitadinhos de nós. Chegamos a Díli com 120 soldados, semanas depois dos outros. A Austrália tem aqui 2.600 efectivos há três semanas. Não temos equipamento pesado, queremos usar carros da ONU, e sem condições, queremos mandar em Díli. É como se nos tivéssemos apresentado ao Mundial de 2006 a jogar com bolas de trapos. A GNR tem aqui boa reputação, mas o Governo não pode fragilizá-la e enviá-la para Timor sem todas as condições para fazer o figuraço de que é capaz(...)

posted by cacaubranco @ 4:28 AM 0 comments

tão giro este jornalista da sic...

As impressões de Luís Costa Ribas, enviado especial da SIC a Timor
10-06-200617:31Sábado, 10 de Junho
O 10 de Junho não foi celebrado em Timor-Leste. Um restaurante ofereceu sardinhas assadas no seu menu de hoje; o embaixador português convidou funcionários da embaixada para um almoço em sua casa. E pouco mais. O governo português decidiu suspender as celebrações em sinal de solidariedade para com quem Cavaco Silva descreveu como "o martirizado povo timorense". E de facto nao lhe falta martírio. Como vários timorenses já me disseram, Timor-Leste deve ser um país rico, porque está constantemente a destruir o que constrói e a gastar mais dinheiro para refazer o que já existia. A ironia não é gratuita. E lembram: em 1975 a guerra civil destruiu o que se fez durante a era colonial. Em 1999 destruiu-se quase tudo o que foi feito durante a ocupação indonésia. E agora, em 2006, destrói-se o que fora construido desde a independência. Mas mais do que isso destrói-se a confiança dos timorenses na viabilidade das suas vidas e do seu país, castigado com décadas de brutalidade ao longo da história -- nao esqueçamos a Segunda Guerra Mundial. Agora que os incidentes violentos diminuem em número e intensidade, há o risco de Timor cair no esquecimento induzido pela loucura do mundial de futebol. Em 2004, durante o Euro, Timor vibrou com a selecção das cinco quinas. Este ano o ambiente -- por causa da crise -- é menos festivo. Há muita gente em campos de refugiados sem acesso a televisão, e muitos sairam para as montanhas. E mesmo em Díli há muitas zonas sem electricidade. O Mundial poderá, aqui, não ser de festa.

Sábado, 10 de Junho


^Topo
08-06-200617:32Quinta-feira, 8 de Junho Que dia... O telefone tocou pouco depois das cinco da manhã. Os australianos tinham impedido a GNR de entregar detidos num campo de detenção e apontaram-lhes as metralhadoras. Portugal, ofendido, ponderava retirar a GNR de Timor Leste - foi o meu alerta, a história era esta. No final do dia, chegou-se a conclusão de que não tinha sido bem assim; houve um incidente menor, mas certamente ninguém apontou metralhadoras à GNR e o Governo não ia retirar a Guarda de Timor. Mas isso perde-se no ruído histérico-mediático que rodeia estas histórias "calimeras". Aqui D'El Rey que os filhos de meretriz desses australianos querem correr connosco à fogachada!!! É verdade que Portugal tem um acordo com Timor que dá jurisdição à GNR sobre toda a cidade de Díli. Mas também é verdade que ainda não estamos preparados para essa missão - só sexta-feira chega o material mais importante da GNR. Só depois de o receberem e prepararem poderão começar a trabalhar em pleno Coitadinhos de nós. Chegamos a Díli com 120 soldados, semanas depois dos outros. A Austrália tem aqui 2.600 efectivos há três semanas. Não temos equipamento pesado, queremos usar carros da ONU, e sem condições, queremos mandar em Díli. É como se nos tivéssemos apresentado ao Mundial de 2006 a jogar com bolas de trapos. A GNR tem aqui boa reputação, mas o Governo não pode fragilizá-la e enviá-la para Timor sem todas as condições para fazer o figuraço de que é capaz. Ao fazê-lo, faz o jogo da Austrália. Ao fazê-lo, só de si mesmo se pode queixar. Se eu fosse soldado da GNR estaria irritado por ter sido enviado para uma missão por um governo que não me deu, desde logo, todas as condições para o sucesso inequívoco desde a primeira hora. Se queremos "mandar" em Díli, apresentamo-nos cedo e preparados. Se dependesse de nós, Díli ainda estaria a arder.

Quinta-feira, 8 de Junho


^Topo
07-06-200619:47Quarta-feira, 7 de Junho Hoje tivemos brinde. Fomos a Maubisse, entrevistar o líder da rebelião que constituiu causa próxima desta crise timorense. Pela primeira vez, o major Alfredo Reinado afirma que - no que dele depende - não haverá guerra civil em Timor. Demos a noticia em primeira mão no Programa da Manhã. A viagem foi uma tareia monumental. Mais de cinco horas, ida e volta, de centenas de curvas e contracurvas, com o corpo a ser constantemente atirado de um lado para o outro do carro, conduzido rápida e agitadamente pelo nosso motorista, o Benjamin. Não me recordo de termos andado 100 metros em linha recta, excepto dentro da vila de Maubisse e quando atravessámos Aileu. Pela estrada estreita acima e abaixo, fizemos tangentes à berma, por vezes inexistente, a crianças que caminhavam para a escola, cabritos, galinhas, cães, motorizadas, camiões e outros carros. Todos se cruzam quase uma indiferença quase total. O perigo pode não ser a sua profissão, mas é parte do seu quotidiano. É confrangedor, todavia, o estado de pobreza profunda em que se vive. A esmagadora maioria das habitações que se vêem no caminho, são barracas de madeira com telhado de zinco (tão velho que em alguns casos era ferrugento), polvilhadas de pessoas andrajosas e descalças. E muitas, muitas crianças com ar pobre e inocente. As montanhas oferecem recompensas muito próprias. Percebe-se que Reinado queira viver rodeado de verde, silêncio e nuvens, após semanas de violenta e as vezes trágica rebelião. Almoçámos em Maubisse: fatias de carne estufada, arroz, legumes cozidos, sopa de feijão e ovos cozidos e depois aparentemente levados ao forno, com uma camada de especiarias corantes em seu redor. Uma delicia. Alias, em geral, não se come mal em Timor. Díli podia beneficiar de mais concorrência e aumentar a oferta, mas o que há satisfaz, se bem que não seja comida de fazer parar a respiração. De regresso a Díli, estivemos a beira de um acidente, mas nem isso fez com que o Benjamim conduzisse mais devagar naquela estrada estupidamente íngreme e sem rails de protecção, exceptuando meia dúzia de curvas mais perto de Díli. De novo, a pobreza ah beira da estrada obriga-me a ponderar a infantilidade da "rixa" entre Portugal e a Austrália sobre quem é, ou devia ser, o mais influente em Timor.

Quarta-feira, 7 de Junho


^Topo
06-06-200617:33Terça-feira, 6 de Junho O repórter de imagem da SIC que veio comigo a Timor, Jorge Ramalho, adoeceu. Não é grave mas é mau por duas razões: ele sente-se mal e eu não tenho quem faça as imagens :) Pouco solidário, muito calculista - não é? Solidária foi a Companhia de Intervenção Rápida da GNR. Fomos lá e o seu médico deu uma consulta de urgência ao Jorge e alguns medicamentos após o que ele foi dormir, pois estávamos à espera de uma manifestação. O descanso durou pouco, mas a reportagem fez-se. A manifestação envolveu mais de 60 camiões. Saltámos de um para o outro, não só para variar as imagens mas para sentir melhor o ambiente. O Jorge estava a filmar em pé numa carrinha de caixa aberta, quando uma travagem súbita só por milagre não o deitou pela borda fora. Eu estava a segurá-lo pela cintura (pese embora a minha preferência pela fotógrafa asiática ao lado dele), e só por um triz não o larguei quando alguns manifestantes na carrinha me caíram em cima. O Dr. Balsemão está com sorte. Não caímos, e portanto não vamos exigir nenhuma indemnização :) A manifestação teve muita energia. Um grupo de "loro monu" que não gosta do primeiro-ministro Alkatiri exigia a sua demissão. Alkatiri é "loro sae". Já agora, "loro monu" quer dizer sol poente (Oeste), e "loro sae" sol nascente (Leste). Gostaria de ver se, tendo a oportunidade de se manifestar, os apoiantes do Governo o fariam com o mesmo vigor - e atá com o caos frenético idêntico ao que saudou a aparição e discurso de Xanana aos manifestantes. Alias, é algo estranho observar a falta de apoio de rua ao primeiro-ministro por parte da FRETILIN, que há tão pouco o reelegeu - embora de votação de braço no ar - para a liderança do partido. De alguma forma, a manifestação, as palavras de ordem, as bandeiras, as pessoas a reivindicar na rua (mesmo que não se concorde) recordam-me o 25 de Abril. A revolução surpreendeu-me em jovem e ensinou-me que não se espera pelo que ser quer, exige-se.

Terça-feira, 6 de Junho


^Topo
05-06-200621:50Segunda-feira, 5 de Junho O "jet lag" começou a ceder ligeiramente. Ontem, por exemplo, foi brutal!!... Cheguei de uma viagem a Baucau, a três horas de Díli, e sentei-me na cama às duas da tarde, a pensar numa breve sesta de 20 minutos para combater os olhos que se me cerravam como portas de ferro. Afinal, há três dias que não dormia decentemente. Mas a sesta de 20 minutos transformou-se num sono de duas horas e meia!!! Esta diferença horária tem mesmo algo de "Lost in Translation"... Lá acabamos o trabalho para o Primeiro Jornal, preparámos o Jornal da Noite e jantámos num restaurante na praia, frequentado pelo ministro da Defesa, Ramos Horta, e por professores... e professoras... portugueses e a sua escolta dos GOE. Esta manhã, os GOE tiveram um susto. Estavam à procura de freiras carmelitas que tinham pedido ajuda, quando foram encurralados num beco, com um carro a arder, e apedrejados. Mas com tiros para o ar, afastaram rapidamente os atacantes. A agitação espalhou-se pela manhã. Jovens partidários do governo de Mari Alkatiri e leais ao presidente Xanana Gusmão passaram horas a apedrejarem-se mutuamente. Tem-se a ideia clara de que não há GNR nem Austrália que resolvam este problema. Trata-se de uma questão interna timorense que tem que ser resolvida num processo político interno de reconciliação. Se isso não acontecer, este estado de moléstia vai perdurar e comprometer a estabilidade no país, a longo prazo. O que teve início com manifestações de 600 desmobilizados das Forças Armadas - liderados pelo major Alfredo Reinado - canhestramente atirados para o desemprego, degenerou numa crise de inspiração regionalista. Os pro Alkatiri são "loro sae" da zona ocidental do pais. Os "loro muno" do leste, apoiam Xanana. Timor pode parecer demasiado pequeno e frágil para este tipo de divisões, mas, presentemente, são o génio que saiu da garrafa e precisa de ser contido. Os "loro muno" não gostam do chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, general Taur Matan Ruak, mas o novo ministro da Defesa, Ramos Horta (aliado de Xanana), mantêm o general a seu lado, num importante gesto de reconciliação. Outros, de ambas as partes, são necessários. Timor-Leste pode parecer calmo, mas, na realidade, está a ferver em lume brando.

Segunda-feira, 5 de Junho


^Topo
04-06-200618:08
Domingo, 4 de JunhoPomo-nos a caminho às 4:00. Eu dormi pouco, mas o Jorge Ramalho dormiu ainda menos -- esteve horas às voltas com o computador e antena de satélite que utilizamos para mandar serviço para a SIC, em Lisboa. Parece que agora as arrelias técnicas estão controladas. Não encontramos a tal caravana junto à embaixada. Perguntamos ao nosso motorista -- Benjamin -- se a estrada é segura. Ele encolhe os ombros e diz pensar que sim. Fazemo-nos ao breu da noite e ao asfalto sozinhos. Foi uma excelente decisão. Pelo caminho, vi a Via Láctea como não via desde que -- há anos -- no Sul de Angola contemplara o céu sem o importúnio das luzes da cidade. Uma vez mais o escuro da noite fez de bom pano de fundo para corpos celestes que não estamos habituados a ver. Foi um espectáulo deslumbrante ver a Via Láctea em todo o seu explendor cósmico. A estrada para Baucau -- são quase três horas de viagem -- é irmã gémea das da Madeira ou São Tomé: estreita, íngreme, arrepiante quando percorrida num jeep conduzido pelo Benjamin a generosa velocidade. Ah, aqui não há polícia para nos mandar parar, nem radares escondidos à beira da estrada. Mas há barreiras levantadas pelos militares neo-zelandeses. No escuro total da noite, as traseiras do blindado saltam-nos literalmente para cima. De pé, à nossa frente, um soldado faz "alto" e Benjamin ataca a borracha. O carro imobiliza-se excassivamenmte perto do soldado, que não perde a calma. Pergunto-me se é assim que de vez em quando, morrem pessoas nas barreiras de estrada dos americanos no Iraque. Passamos três barreiras. Uma quarta, do exértico timorente, está deserta; mas -- não vá o diabe tecê-las -- passamos devagar. Outra marca da noite foi a estação espacial internacional, solidamente brilhante e visível no horizonte, a Nordeste -- ou assim parecia. As outras marcas da noite foram as cabras e cabritos que dormiam pela estrada a cada meia dúzia de quilómetros e não mostravam grande pressa em dispersar à aproximação da viatura. Cestos e molhos de lenha ficam nas bancas de venda durante a noite -- sinal de que não há receio de roubo. Chegamos ao aeroporto ao romper do dia, antes do avião da GNR. Três dezenas de populares estão junto à pista. Quando o avião toca a pista centenas de pessoas aplaudem, gritam "Portugal, Portugal" e agitam bandeiras dos dois países. Saem 120 soldados da GNR e formam. Saudam o comandante, capitão Gonçalo Carvalho, e o embaixador português, João Ramos Pinto. Mais tarde, durante uma visita surpresa do Ministro da Defesa, José Ramos Horta e do chefe do estado maior das forças armadas, general Taur Matan Ruak, os guarda-costas australianos voltaram ao papel de assessores de Imprensa embirrentos. Um deles, quanto eu entrevistava Ramos Horta, tentou empurrar o Ramalho pelo estômago, que lhe disse. "tire daí a mão". A mão ficou à frente, mas sem contacto. O regresso a Díli foi deslumbrante. As praias espectaculares, as vistas luminosamente luxuriantes de montanha, areia branca e mar, as baías recônditas -- cenário perfeito para uma indústria de turismo saudável, como há em, Bali ou ilhas vizinhas. Falta o investimento. Falta, agora, a segurança. Mas Timor Leste promete.

Domingo, 4 de Junho


^Topo
18:05
Sábado, 3 de JunhoÀ primeira vista Díli parece estar nas mãos do exército australiano. São eles que patrulham as ruas e as encerram em caso de perigo; são eles, e às vezes os neo-zelandeses, que montam barricadas para inspecção de carros e seus ocupantes ao longo das estradas que rodeiam a capital. São eles, como vimos este sábado na tomada de posse de 27 juízes e procuradores timorenses, que guardam o presidente Xanana Gusmão e o primeiro ministro, Mari Alkatiri. Aliás, os guarda costas, agora, também são assessores de Imprensa, quando adiantando-se aos próprios, nos avisaram que o primeiro minstro não falava aos jornalistas. Falou. Não sou dos que passa a vida a dizer mal dos australianos. A bem ou a mal, estando perto ou não, eles puseram as suas tropas no terreno quando Díli estava a ferro e fogo -- e são os únicos realmente visíveis nas ruas a mostrar que a lei e a ordem têm uma cara. Portugal chega com a situação táctica parcialmente pré definida por quem chegou primeiro. Mas os australianos deviam perceber a diferença entre ajudar e mandar insolentemente. Talvez o problema não seja só deles. Os guarda costas do estágio da selecção nacional de futebol, em Évora, não isolaram o perímetro e puseram os jornalistas portugueses na rua só para garantir a segurança de um secretario de estado, de importância aparente e subitamente ampliada, que foi visitar os jogadores? Num calor tropical de 35 graus, instalamo-nos no Hotel Timor, frente ao porto de Díli, também ele tomado pela Austrália. Um barco de guerra está lá atracado. Os seus camiões e blindados preenchem a maioria do espaço do cais. Os seus soldados - estes bem dispostos - montam guarda. Depois de uma noite em Bali sem pregar olho gostaria de dormim bem. Mas não pode ser. Amanhã chegam os 120 soldados da GNR a Baucau pelas 7:00 da manhã. Para lá estarmos a horas temos que acordar às 3:00... Tencionavamos sair mais cedo mas soubemos que, de manhã cedo, havia uma caravana automóvel com escolta dos GOE, a sair da embaixada portuguesa.

Sábado, 3 de Junho


^Topo
02-06-200623:05Sexta-feira, 2 de Junho Cheguei a Bali, na Indonésia, acompanhado pelo repórter de imagem Jorge Ramalho. Somos ambos veteranos, mas esta vai ser a nossa primeira visita a Timor-Leste. A missão da GNR e os problemas internos do jovem pais deverão manter-nos ocupados durante algum tempo.Amanhã, Sábado, vamos daqui para Díli, com pouca vontade. Quem, no seu juízo perfeito, quer deixar Bali e ir trabalhar? Enfim, isto do jornalismo não é sé glamour.A chegada a Bali foi uma boa surpresa. Entra-se e atravessa-se o seu aeroporto melhor do que o aeroporto da Portela. Num ápice as malas estavam cá fora. Rápido, eficaz e sem fumadores.A viagem foi longa. Depois de um voo Lisboa-Frankfurt, foram mais 12 da cidade alemã para Singapura e outras duas de Singapura para Bali, após três horas de espera.O voo para Singapura teve uma surpresa pouco simpática: um grupo de jovens turistas portugueses (homens de 20 e poucos anos) cuja presença se tornou impossível de ignorar. Deve ser um defeito cultural que eu não entendo - mas por que razão tantos portugueses se anunciam ao Mundo, ademais indiferente à sua presença, através de falatório semi gritado? A quem será preciso anunciar que "ficamos 18 dias em Bali" ou perguntar em voz exageradamente alta se "place of emission" quer dizer "local de emissão", do passaporte e outras coisas igualmente prosaicas e desinteressantes para o foro público?O Boing 777 da Singapore Airlines tinha talvez mais de 200 pessoas a bordo, mas só a presença dos portugueses foi estridentemente óbvia. Em todo o caso, receio que a gritaria em Timor-Leste seja um pouco pior e mais incómoda.Ate lá, desfrutamos preciosos e poucos minutos de calma tropical em Bali - calma rodeada de algum receio, já que esta Meca do turismo conheceu também a tragédia do terrorismo e nunca se sabe...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.