Díli, 26 Abr (Lusa) - O ex-tenente timorense Gastão Salsinha, que na sexta-feira aceitou render-se às autoridades, permanence em Ermera, na região ocidental de Timor-Leste, numa casa sob controlo das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
"A situação não mudou desde sexta-feira. Demos mais um par de dias para a entrega das armas e do resto do grupo", afirmou à Agência Lusa uma fonte que acompanha as negociações.
O ex-líder dos peticionários das Forças Armadas aceitou render-se após reuniões que envolveram a Presidência da República, elementos das forças de segurança timorenses, da Igreja Católica e líderes locais.
"Salsinha não tem as armas mas não as entregou (às autoridades). Não está preso mas concordou em não abandonar a casa onde está instalado", disse hoje uma fonte internacional à Lusa.
Não foi feita nenhuma declaração oficial sobre a situação de Gastão Salsinha nem sobre a data prevista para a concretização do acordo atingido na sexta-feira numa aldeia de Ermera.
Salsinha, líder do grupo rebelde que a 11 de Fevereiro atentou contra a vida do Presidente Ramos-Horta e do primeiro-ministro Xanana Gusmão, concordou "em não deixar a casa onde se encontra, até que o resto dos seus homens se juntem a ele", disse na sexta-feira à Lusa uma fonte oficial da ONU em Timor-Leste .
"A situação é muito parecida com o que aconteceu quando Gastão Salsinha concordou em entregar-se ao Procurador-Geral da República" há cerca de dois meses, comentou aquela fonte, que salientou o papel relevante da Igreja Católica, de políticos locais e da Procuradoria-Geral da República nas negociações com o chefe rebelde.
Até quinta-feira, estavam em prisão preventiva dez elementos do grupo de Gastão Salsinha e do major Alfredo Reinado, arguidos no processo do 11 de Fevereiro.
Angelita Pires, ex-assessora legal e namorada de Alfredo Reinado, está indiciada no mesmo processo, aguardando julgamento em liberdade mas com interdição de se ausentar do país.
Continuavam a monte 13 suspeitos com mandado de captura emitido, incluindo Gastão Salsinha, que lidera o grupo de fugitivos depois da morte do major Reinado no ataque à casa do Presidente José Ramos-Horta.
A operação Halibur de captura do grupo de Salsinha tem estado concentrada no distrito de Ermera.
No seu regresso a Timor-Leste, no passado dia 17, o Presidente da República, José Ramos-Horta, tinha ordenado ao ex-tenente Gastão Salsinha para se entregar e acabar com a sua "aventura".
"Deixe-se de aventuras. A vossa aventura e irresponsabilidade ao longo de meses já custou vidas", afirmou José Ramos-Horta na conferência de imprensa que deu no aeroporto internacional Nicolau Lobato, em Díli, dirigindo-se ao líder dos fugitivos ligados aos ataques de 11 de Fevereiro.
O Presidente fez, na ocasião, uma intervenção emocionada mas dura contra Gastão Salsinha e o major Alfredo Reinado, responsáveis pelos ataques contra José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão.
José Ramos-Horta ficou gravemente ferido, o major Reinado morreu no ataque e o ex-tenente Salsinha fugiu com um grupo que agora está reduzido a cerca de 15 homens.
PRM.
Lusa/fim
domingo, abril 27, 2008
Salsinha continua em Ermera, nada mudou desde sexta-feira
Por Malai Azul 2 à(s) 02:48
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
16 comentários:
Timor-Leste
Gastão Salsinha entregou-se há 2 dias
Por Felícia Cabrita
Sol, 26/04/08
O homem que, supostamente em conivência com o major Alfredo Reinado, terá preparado o duplo atentado contra o Presidente da República e o primeiro-ministro de Timor-Leste, entregou-se anteontem às forças conjuntas. Com ele renderam-se mais três elementos: Valente (um dos elementos que terá estado na casa do PM no dia 11 de Fevereiro), José e André.
Tenete Gastão Salsinha, que desde 11 de Fevereiro terá andado a monte, vai ficar durante uma semana com a família na sua casa, a 15 quilómetros de Ermera.
Liquiceira, o homem mais poderoso de Ermera, que mediou o diálogo entre os revoltosos e o governo timorense, adianta ainda ao SOL que «ele vai precisar de descansar uma semana, para pensar naquilo que vai dizer à justiça».
Só se entregará depois, mas isto é ainda secreto.
Enquanto o tenente rebelde descansa, na sua agenda de hoje consta já a visita do presidente do parlamento, Fernando Lassama.
Como tem vindo a ser hábito, todos os homens envolvidos no atentado entegam-se primeiro ao primeiro-ministro, ou a outras figuras políticas, e só depois se apresentam aos magistrados do Ministério Público e ao juiz internacional Ivo Rosa.
Uma fonte ligada à investigação disse ao SOL que se trata de «mais um atropelamento a um orgão de soberania do Estado timorense, a Justiça».
«Este tipo de actuação permite que os arguidos pensem e concertem versões», afirmou.
Timor-Leste: Homem que atirou sobre PR está com as forças conjuntas
Díli, 27 Abr (Lusa) - Marcelo Caetano, o homem que atirou sobre o Presidente da República de Timor-Leste a 11 de Fevereiro, já está sob controlo das forças conjuntas, afirmou hoje à agência Lusa o comandante da operação "Halibur".
Expresso, 16:39 | Domingo, 27 de Abr de 2008
Díli, 27 Abr (Lusa) - Marcelo Caetano, o homem que atirou sobre o Presidente da República de Timor-Leste a 11 de Fevereiro, já está sob controlo das forças conjuntas, afirmou hoje à agência Lusa o comandante da operação "Halibur".
"Marcelo Caetano entregou-se e está com Gastão Salsinha sob controlo das forças do comando conjunto", afirmou o tenente-coronel Filomeno Paixão à Lusa.
O tenente-coronel Paixão, que comanda as operações de captura do grupo do ex-tenente Gastão Salsinha, acrescentou que outros dois fugitivos se entregaram e estão à guarda do comando conjunto.
"Salsinha está em sua casa, em Lauala, Ermera (oeste) mas guardado pelas forças conjuntas. Ele diz que não se rendeu mas está connosco, lá em cima", declarou o tenente-coronel Paixão.
"Têm estado todos juntos no comando táctico da 'Halibur', em Letefoho", nas montanhas de Ermera, afirmou o tenente-coronel Paixão, que espera "para muito breve" a descida de Salsinha e dos seus homens a Díli.
"Claro que temos as armas em nosso poder, não iríamos correr esse risco", sublinhou o comandante da operação "Halibur".
A rendição de Gastão Salsinha, conforme a Lusa noticiou, foi obtida sexta-feira depois de reuniões em que participou uma delegação da Presidência da República, da Igreja e líderes locais.
Com a rendição de Gastão Salsinha, de Marcelo Caetano e dos outros dois elementos, restam em fuga seis ou sete elementos do grupo acusado de participar nos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República e o primeiro-ministro.
A continuação de Salsinha em Letefoho destina-se a conseguir a rendição do resto do grupo, explicou o tenente-coronel Paixão.
Marcelo Caetano, um antigo elemento das forças de segurança timorenses, foi identificado por José Ramos-Horta como o homem que disparou sobre ele, a cerca de vinte metros, a poucos metros da residência do Presidente da República, a leste de Díli.
José Ramos-Horta foi gravemente ferido no ataque de 11 de Fevereiro, liderado pelo major Alfredo Reinado, que morreu com um dos seus homens dentro do perímetro da residência do chefe de Estado.
PRM.
Lusa/fim
"Aventuras ja custou vidas"? Se o Ramos Horta tivesse usado a cabeca em vez de ganancia pelo poder e das jogadinhas que ele fazia com o Alkatiri, nao teria havido o massacre de 25 de Maio de 2006, muito menos a existencia de Salsinhas e crise dos deslocados. E muito conveniente arrimar as culpas para cima dos outros e lavarmos as maos, em?
Timorenses. reflictam bem e tirem as conclusoes necessarias. As FFDTL estao a ser usadas nao para o bem estar do povo mas para alcancar objectivos politicos de certos individuos que nao sao capazes de enfrentar desafios como as eleicoes antecipadas.
Sítio sobre a agricultura em Timor Leste: www.timor-agricola.blogspot.com.
É mais um albúm com fotos do mundo rural timor.
Augusto Lança
Timor-Leste: Ramos-Horta perdoa a Salsinha «como cristão»
José Ramos-Horta disse hoje a Gastão Salsinha e ao homem que disparou sobre ele, Marcelo Caetano, que lhes perdoa «como cristão» mas que têm de enfrentar a justiça.
«Em relação até à pessoa que tentou assassinar-me, perdoo como cristão, como ser humano. Como chefe de Estado (disse-lhe que) ele tem que enfrentar a justiça», declarou José Ramos-Horta no Palácio do Governo.
O Presidente da República saía de um encontro em que se dirigiu ao ex-tenente Gastão Salsinha e ao restante grupo de 14 fugitivos que, às 12:30 (04:30 em Lisboa), chegaram ao Palácio do Governo sob fortes medidas de segurança.
«Não tenho ódio«, acrescentou José Ramos-Horta.
No Palácio do Governo, o chefe de Estado dirigiu-se a Gastão Salsinha, acusado de liderar o ataque contra o primeiro-ministro, e ao grupo de homens que agora se renderam às autoridades.
Entre eles estava Marcelo Caetano, identificado por José Ramos-Horta como aquele que disparou sobre ele a 11 de Fevereiro.
Nem Salsinha nem Caetano responderam ao Presidente da República, que falou sentado e calmamente e explicou que, judicialmente, o grupo tem direito à presunção da inocência até se provar a sua responsabilidade pelos acontecimentos de 11 de Fevereiro.
«Eu disse apenas que a justiça tem que ser feita e têm que ser eles próprios a ir a tribunal e explicar o porquê da sua acção no 11 de Fevereiro, mas também quem lhes deu as armas, uniformes, dinheiro, meios de comunicação, telefones, ao longo desses meses todos», explicou o Presidente da República.
O grupo de Gastão Salsinha chegou a Díli numa coluna de dezena e meia de viaturas, envolvendo as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), unidades especiais da Polícia Nacional, o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e a sua segurança pessoal, a GNR e as Forças de Estabilização Internacional (ISF).
Diário Digital / Lusa
29-04-2008 6:15:00
Marcelo Caetano e Salsinha são aguardados hoje na cidade de Díli
Público, 29.04.2008
O chefe dos rebeldes timorenses, o ex-tenente Gastão Salsinha, e o ho-
mem que no dia 11 de Fevereiro disparou contra o Presidente José Ramos-Horta, Marcelo Caetano, bem como outros elementos do mesmo grupo, deverão chegar hoje a Díli e entregar-se ao vice-ministro José Luís Guterres, anunciou ontem o tenente--coronel Filomeno Paixão, que dirige o grupo que tem andado no encalço dos fugitivos, no distrito de Ermera, a ocidente da capital.
Enquanto isto, o primeiro-ministro Xanana Gusmão iniciou uma visita oficial de cinco dias à Indonésia. Será recebido pelo Presidente Susilo Bambang Yudhoyono e pelos comandantes das Forças Armadas e da polícia. Quatro dos suspeitos da acção de Fevereiro foram precisamente detidos em território indonésio.
Xanana defende que o futuro das
relações entre Timor-Leste e a antiga potência ocupante "deverá ser construído em torno de uma parceria forte, que promova a paz e a segurança e que conduza a novas oportunidades de prosperidade, de liberdade, de justiça, de tolerância e de democracia".
Recebidos no Palácio do Governo
Rebeldes timorenses renderam-se a Ramos-Horta
29.04.2008 - 09h25 PÚBLICO
O antigo tenente Gastão Salsinha, líder dos rebeldes timorenses, rendeu-se hoje de manhã em Timor-Leste (madrugada em Portugal), apresentando-se fardado, junto com outros 14 homens, no Palácio do Governo.
O grupo de 15 rebeldes foi recebido por várias personalidades entre as quais o Presidente da República, alvo de um atentado a 11 de Fevereiro, organizado e concretizado por estes militares, que dispararam sobre ele e no mesmo dia atacaram a coluna de viaturas onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que saiu ileso.
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, disse a Gastão Salsinha e ao homem que disparou sobre si, Marcelo Caetano, que, como cristão, os perdoa, mas que, “como chefe de Estado”, é obrigado a fazer com que tenham de “enfrentar a justiça”.
O ex-tenente Gastão Salsinha e o restante grupo de 14 fugitivos chegaram ao Palácio do Governo sob fortes medidas de segurança, às 12h30 (4h30 em Lisboa).
Salsinha entregou-se e vai a tribunal
Público, 30.04.2008
O antigo tenente Gastão Salsinha e mais de uma dezena dos seus homens entregaram-se ontem no Palácio do Governo, em Díli. O Presidente timorense, José Ramos-Horta, disse que pessoalmente, "como cristão", até lhes perdoava a rebelião, mas que em termos institucionais terão de comparecer perante a justiça.
Salsinha, do qual se diz que a 11 de Fevereiro comandou um ataque gorado ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, Marcelo Caetano, que nessa mesma data deixou Ramos-Horta gravemente ferido, e dez outros elementos que se encontravam refugiados no distrito de Ermera apareceram na capital uniformizados e no meio de grandes medidas de segurança.
"Têm de a ir a tribunal explicar o porquê da sua acção e quem é que lhes deu as armas, os uniformes, o dinheiro e os meios de comunicação", disse o chefe de Estado, que se encontrava acompanhado pelo presidente do Parlamento, Fernando Lasama de Araújo, pelo vice-primeiro-ministro José Luís Guterres e pelo representante local das Nações Unidas, Atul Khare. Mas só amanhã é que todo o grupo será entregue ao procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, segundo afirmou em conferência de imprensa o tenente-coronel Calixto dos Santos Coliati, oficial das Forças de Defesa de Timor-Leste.
Entretanto, em Jacarta, onde se encontra numa visita oficial de cinco dias, Xanana conferenciava com o Presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, e pedia-lhe compreensão para o "estado de espírito" de Ramos-Horta.
Em causa está ter dito encontrarem-se em território indonésio alguns dos implicados no atentado que lhe ia custando a vida, levantando assim suspeições sobre a antiga potência ocupante: "Alguns elementos timorenses de nacionalidade australiana fugiram para a Austrália. Outros timorenses implicados nos crimes de 11 de Fevereiro fugiram para a Indonésia".
Por seu turno, a Austrália anunciou esta semana que vai retirar os 200 militares adicionais que tinha enviado para Timor-Leste no seguimento dos ataques de Fevereiro, justificando essa decisão com a "melhoria da situação de segurança", nas últimas semanas. Após esta retirada, ficam no país cerca de 750 militares australianos, com os quais colaboram 150 neozelandeses, na chamada Força Internacional de Estabilização. J.H.
Perdão pessoal de Horta não evitará julgamento
Gastão Salsinha rendeu-se e vai agora enfrentar a Justiça
JN, 30, 04/08
Ramos-Horta disse a Gastão Salsinha e ao homem que disparou sobre ele, Marcelo Caetano, que lhes perdoa "como cristão" mas que têm de enfrentar a justiça própria de um Estado de Direito como é Timor-Leste.
"Em relação até à pessoa que tentou assassinar-me, perdoo como cristão, como ser humano", disse José Ramos-Horta, acrescentando, todavia, que "como chefe de Estado tem de os levar a enfrentar a Justiça".
No Palácio do Governo, o chefe de Estado dirigiu-se a Gastão Salsinha e ao restante grupo de 14 fugitivos, mas nenhum deles respondeu ao presidente.
"Eu disse apenas que a justiça tem de ser feita e têm de ser eles próprios a ir a tribunal e explicar o porquê da sua acção no 11 de Fevereiro, mas também quem lhes deu as armas, uniformes, dinheiro, meios de comunicação, telefones, ao longo desses meses todos", explicou o presidente da República.
O grupo de Gastão Salsinha chegou a Díli numa coluna de dezena e meia de viaturas, envolvendo as Falintil - Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), unidades especiais da Polícia Nacional, o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e a sua segurança pessoal, a GNR e as Forças de Estabilização Internacional (ISF).
Também o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), Atul Khare, afirmou que "a justiça é essencial para a reconciliação" e que o grupo de Gastão Salsinha tem de explicar-se em tribunal.
"Todos têm de se submeter à justiça e depois ver-se-á o que se poderá fazer para promover a reconciliação", declarou Atul Khare, no final da cerimónia formal de rendição do ex-tenente Gastão Salsinha.
Por outro lado, o filho do presidente, Loro Horta, mostrou-se preocupado com o que chama de "circo" da segurança pessoal do chefe de Estado.
"Todos continuam a levar as coisas na brincadeira e parece que nada foi aprendido mesmo depois de o meu pai levar três tiros", afirmou Loro Horta.
Editorial
DN, 30/04/08
A rendição de Gastão Salsinha e do seu reduzido grupo de seguidores fecha um ciclo de crise em Timor-Leste aberto com a deserção de 600 militares das forças armadas na Primavera de 2006. O actual acantonamento desses elementos em Díli e a apresentação à Justiça dos autores do atentado contra a vida do presidente Ramos-Horta e da emboscada à caravana em que seguia o primeiro-ministro Xanana Gusmão criam as condições para que se apure com seriedade tudo o que tem vindo a abalar o jovem país.
Díli fervilha com as mais desencontradas versões sobre as mãos ocultas que foram manipulando a cena política, provocaram a queda do primeiro- -ministro Mari Alkatiri antes do fim do seu mandato e facilitaram a subida dos dois alvos da acção directa de 11 de Fevereiro último. Para serenar os espíritos, Timor-Leste precisa de saber a verdade e, apoiando-se nela, construir o seu caminho de desenvolvimento e de luta contra a pobreza, com justiça.
Depois da esponja passada em Jakarta sobre a onda de terror de 1999 das milícias, manter impunes os actos fora da lei dos últimos dois anos equivale a abrir as portas ao descrédito do Estado de direito em Timor-Leste.|
Gastão Salsinha rendeu-se e vai ser levado a tribunal
DN, 30/04/08
ABEL COELHO DE MORAIS
O último dirigente dos revoltosos timorenses, que se encontrava ainda a monte, o ex-tenente Gastão Salsinha, entregou-se ontem em Ermera com outros 12 rebeldes, tendo sido transportados para Díli onde vão ser interrogados nas próximas horas.
Protegido por forte dispositivo de segurança, que integrava elementos da GNR e do exército australiano, o grupo foi recebido ao final da manhã no Palácio do Governo pelo Presidente Ramos-Horta e pelo vice-primeiro-ministro José Luís Guterres. Estavam ainda presentes o representante da ONU no território, Atul Khare, e o presidente do Parlamento, Fernando Araújo.
Ramos-Horta prometeu na ocasião que "a justiça será feita sem intervenção política". Depois, apertou mãos com Salsinha e também com o revoltoso que o terá alvejado, um ex-militar chamado Marcelo Caetano.
Recorde-se que o militar revoltoso, cuja rendição foi dada como iminente várias vezes, garantira há cerca de um mês que se entregaria após o regresso do Presidente timorense ao território.
Ao início da tarde, os 13 revoltosos, que envergavam uniformes com as insígnias das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL), estiveram presentes na conferência de imprensa do oficial das FDTL, tenente-coronel Calixto Coliati, que comandou a operação em Ermera. Estava-lhes todavia vedado fazer declarações assim como os jornalistas não lhes podiam colocar perguntas.
O tenente-coronel Coliati sublinhou que o grupo de Salsinha se "rendeu à justiça" e irá agora ser julgado. Segundo apurou a Lusa, cada um dos elementos do grupo vai ser interrogado em separado até amanhã, sendo então transferidos para a tutela da justiça timo- rense.
O representante da ONU no território emitiu um comunicado em que elogia a "maneira tranquila" como a crise foi gerida nos últimos meses. Atul Khare sublinhou a importância da "entrega pacífica" do último grupo de revoltosos e a necessidade da sua conduta ser avaliada pela justiça, destacando depois a importância de se estudarem as formas de "promover a reconciliação".
De facto, apesar do desenlace pacífico da longa crise que se vive em Timor-Leste o território atravessa uma situação de instabilidade social, económica e de deficiente funcionamento das instituições. Um aspecto ontem salientado por Loro Horta, filho do Presidente timorense e analista em questões de segurança e relações internacionais. Numa entrevista à Lusa, deu como exemplo a situação na área da segurança do país, que considerou dependente de uma lógica de senhores da guerra.| Com agências
hoje é 1 de Maio! Esperemos que até domingo o blog se movimente, porque nesse dia...é dia da Mãe!
Fítun Taci
Ataques em Timor-Leste
Salsinha em prisão preventiva
Decretada prisão preventiva para o ex-líder dos peticionários das Forças Armadas timorenses e outros cinco elementos do grupo por envolvimento nos ataques contra o Presidente e o primeiro-ministro de Timor-Leste.
Expresso, 10:07 | Quinta-feira, 1 de Maio de 2008
O Tribunal Distrital de Díli decretou hoje a prisão preventiva do ex-tenente Gastão Salsinha e cinco elementos do seu grupo por envolvimento nos ataques de 11 de Fevereiro, contra o Presidente e o primeiro-ministro de Timor-Leste.
O ex-líder dos peticionários das Forças Armadas timorenses e os outros cinco suspeitos foram constituídos arguidos quarta-feira ao final do dia, tendo regressado hoje ao tribunal para concluir o primeiro interrogatório.
Nenhum dos arguidos quis prestar declarações em tribunal.
Os seis arguidos ouviram nas instalações do Tribunal de Recurso (o Tribunal Distrital está em obras) os factos que justificam que o Ministério Público tenha pedido a sua prisão preventiva.
Os factos são relativos aos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, nos quais o chefe de Estado ficou gravemente ferido.
Gastão Salsinha, que após os ataques de 11 de Fevereiro se pôs em fuga com um grupo de cerca de 30 elementos, rendeu-se às autoridades a 25 de Abril, e foi transferido para Díli segunda-feira, sob fortes medidas de segurança.
Inicialmente sob custódia do comando conjunto da operação "Halibur", de captura dos fugitivos, sete dos 12 elementos que desceram de Ermera (oeste) com Gastão Salsinha foram postos em liberdade e não tiveram que ser presentes ao juiz, uma vez que não existia sobre eles nenhum mandado de captura.
Lusa
Timor:Cerveja e «karaoke» para Salsinha no comando conjunto
A rendição de Gastão Salsinha foi celebrada terça-feira à noite, no comando conjunto em Díli, Timor-Leste, com uma festa que juntou os captores e os capturados da operação «Halibur» em torno de muita cerveja e muita música.
O ex-tenente Gastão Salsinha, principal arguido no processo em curso sobre os ataques ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, jantou terça-feira no comando conjunto, no Bairro do Farol, numa mesa de oficiais da operação «Halibur».
Salsinha e os seus homens estiveram na festa até cerca das 22:30 (hora local), afirmaram à agência Lusa vários participantes do convívio.
«Houve muita cerveja, muita música e karaoke», afirmou um elemento das forças que, durante quase três meses, perseguiram os fugitivos do 11 de Fevereiro pelos distritos ocidentais do país.
«Divertiram-se todos», resumiu à Lusa o comandante da «Halibur», tenente-coronel Filomeno Paixão.
Durante o jantar com oficiais do comando conjunto, militares e polícias timorenses confraternizaram e abraçaram os 13 fugitivos.
No exterior do salão de conferências onde funciona o comando da «Halibur», houve música até tarde, com elementos das forças de segurança cantando em «karaoke» e dançando.
«A festa podia ouvir-se em minha casa», afirmou à Lusa o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin.
Mari Alkatiri vive a cerca de duzentos metros do comando conjunto da «Halibur».
Gastão Salsinha foi entregue às autoridades judiciais no dia seguinte, quarta-feira, para o primeiro interrogatório no âmbito do processo relativo aos ataques de 11 de Fevereiro.
Salsinha e cinco elementos do seu grupo estão desde hoje em prisão preventiva.
Diário Digital / Lusa
01-05-2008 13:30:00
Timor-Leste
Salsinha recusa prestar declarações ao juiz
Sol, 01/05/08
Por Felícia Cabrita
O tenente Gastão Salsinha e outros quatro rebeldes timorenses foram hoje levados a tribunal, ao juiz de instrução criminal Ivo Rosa, que acompanha o inquérito criminal ao atentado de 11 de Fevereiro (em que morreu o major Alfredo Reinado e em que foi gravemente ferido o Presidente José Ramos-Horta)
Nem Salsinha, nem nenhum dos seus homens (Alarik, Gilberto Mota, Joanino e José Espelho) quiseram prestar declarações ao juiz Ivo Rosa, um magistrado português em comissão de serviço no território.
O juiz marcou para amanhã o anúncio de uma decisão quanto à situação dos rebeldes face ao inquérito, bem como as medidas de coacção que poderá fixar.
Os rebeldes entregaram-se há uma semana às autoridades timorenses. Ontem, foram recebidos pelo Presidente, Ramos-Horta, que lhes deu o seu «perdão», salientando que o problema agora é com a Justiça.
Vários arguidos no inquérito em curso sobre os acontecimentos de 11 de Fevereiro acusaram Salsinha de ter estado nesse dia em casa do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
Salsinha já declarou que apenas se limitou a conversar com os seguranças do primeiro-ministro, que já conhecia.
Mas os registos detalhados do seu telemóvel indicam que, na noite do atentado, Salsinha fez sucessivos e prolongados telefonemas.
Gastão Salsinha fica preso e diz que ainda é militar
Antes de ter sido preso, Salsinha festejou rendição com captores
JN, 02/05/08
O ex-tenente Gastão Salsinha, principal arguido no processo dos ataques de 11 de Fevereiro, afirmou ontem à saída do Tribunal de Recurso, em Díli, que pretende regressar às Forças Armadas de Timor-Leste. "Durante dois anos, eu sempre me mantive como militar. Depois disso, só o juiz é que pode resolver se eu sou civil ou militar. Neste momento, ainda sou militar. É a minha profissão", afirmou Salsinha aos jornalistas. Na véspera, o ex-fugitivo tinha participado numa festa de arromba com os seus captores. Gastão Salsinha foi colocado ontem em prisão preventiva pelo juiz internacional Ivo Rosa, do Tribunal Distrital de Díli, responsável pelo processo relativo ao duplo ataque de 11 de Fevereiro contra o presidente da República, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão. Ivo Rosa realizou quarta-feira e ontem, nas instalações do Tribunal de Recurso (o Tribunal Distrital encontra-se em obras), o primeiro interrogatório judicial a Gastão Salsinha e a cinco dos homens que estiveram com ele fugidos durante quase três meses. "A razão de me apresentar aqui é a minha própria declaração", explicou Gastão Salsinha aos jornalistas, no final do interrogatório, falando sempre em língua tétum. "Bem ou mal, estou pronto para enfrentar a justiça", acrescentou o ex-líder dos peticionários das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL). "No mês de Março, cheguei a acordo com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e com o presidente da República interino, Fernando 'La Sama' de Araújo, para me entregar quando o presidente José Ramos-Horta chegasse da Austrália", explicou Gastão Salsinha. "Entreguei-me ao presidente Ramos-Horta, não me entreguei ao comando conjunto", sublinhou o ex-oficial. Mas a verdade é que, na véspera, a rendição de Gastão Salsinha foi celebrada, no comando conjunto em Díli, com uma festa que juntou os captores e os capturados da operação "Halibur" em torno de muita cerveja e muita música. Salsinha jantou terça-feira no comando conjunto, no Bairro do Farol, numa mesa de oficiais da operação "Halibur". Ele e os seus homens estiveram na festa até cerca das 22.30 (hora local), afirmaram à agência Lusa vários participantes do convívio. "Houve muita cerveja, muita música e karaoke", afirmou um elemento das forças que, durante quase três meses, perseguiram os fugitivos do 11 de Fevereiro pelos distritos ocidentais do país. "Divertiram-se todos", resumiu à Lusa o comandante da "Halibur", tenente-coronel Filomeno Paixão.
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