Díli, 27 Fev (Lusa) - Elementos das Forças Armadas timorenses retiraram hoje à Polícia das Nações Unidas (UNPol) um elemento do grupo de Alfredo Reinado que se tinha rendido, afirmou uma fonte da missão internacional à Agência Lusa.
O elemento, que pertencia ao grupo do major fugitivo Alfredo Reinado desde o início de 2007, rendeu-se à UNPol no enclave de Oécussi, na parte oeste da ilha de Timor, e foi transportado hoje de manhã para Díli, num helicóptero ao serviço da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).
Esse elemento pertencia às Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), como a maior parte dos homens que estiveram com Alfredo Reinado desde a sua saída de Díli, em 2006, e que eram co-arguidos no processo por homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra.
"Depois de o helicóptero aterrar no aeroporto (internacional), em Comoro, uma viatura das Forças Armadas entrou lá dentro e, de armas apontadas aos elementos da UNPol, levou o elemento que se tinha rendido a nós", contou à Lusa a mesma fonte internacional.
No helicóptero das Nações Unidas, na companhia do elemento que se rendeu à UNPol, viajava também o secretário de Estado da Região Autónoma de Oécussi, Jorge Teme, membro do IV Governo Constitucional.
O incidente foi confirmado à Lusa por oficiais da UNPol, que acrescentaram que a retirada do elemento do grupo de Alfredo Reinado "envolveu 14 elementos das F-FDTL" e foi "considerada muito grave" na UNMIT.
Questionada pela Lusa sobre o incidente, uma fonte oficial da UNMIT respondeu apenas que a missão internacional "tem conhecimento da operação e está ainda em discussões com o Governo sobre o assunto".
A Lusa procurou saber junto das F-FDTL a razão da intervenção no aeroporto de Comoro.
"Nós só queremos dizer que, quando as coisas são fáceis, não dificultem, e quando as coisas são difíceis, fazem-nas fáceis", respondeu o tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante do Comando Conjunto da operação "Halibur".
O tenente-coronel das F-FDTL falava na conferência de imprensa diária do Comando Conjunto sobre o andamento das operações de captura do antigo grupo de Alfredo Reinado, agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.
O major Reinado liderou a 11 de Fevereiro o ataque à residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, acabando por morrer baleado, além de um outro elemento do seu grupo.
José Ramos-Horta foi gravemente atingido a tiro e continua em convalescença, mas fora de perigo, no Hospital Real de Darwin, Austrália.
Pouco depois do ataque contra o chefe de Estado, um outro ataque, liderado por Gastão Salsinha, teve como alvo a coluna onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.
A rendição de hoje em Oécussi é a segunda, no espaço de 48 horas, de um elemento do grupo mais próximo de Alfredo Reinado, depois de um ex-elemento da Polícia Militar se ter entregue à UNPol em Maubisse, segunda-feira.
Este antigo companheiro de unidade, de fuga e co-arguido de Alfredo Reinado está, desde terça-feira, no acantonamento dos chamados peticionários das F-FDTL, em Aitarak Laran, Díli, "por decisão judicial, depois de ter sido interrogado durante seis horas, segunda-feira", contou o próprio, hoje, à Lusa.
PRM
Lusa/Fim
NOTA DE RODAPÉ:
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
F-FDTL retiram elemento de grupo de Reinado à polícia da ONU
ESTÁ TUDO DOIDO?!
OU AS FDTL SEGUEM OS PASSOS DA UN, E TAMBÉM IGNORAM OS TRIBUNAIS?
GENERAL MATAN RUAK, HÁ UMA LEI A CUMPRIR.
E ESTA PASSA POR EXECUTAR OS MANDADOS DE CAPTURA E ENTREGAR OS DETIDOS AO TRIBUNAL.
E foi interrogado por quem durante seis horas em vez de prestar declarações ao Juiz?!
Por Malai Azul 2 à(s) 22:37
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
Sobre executar os mandados de captura e entregar os detidos ao tribunal, o texto da Lusa está explicito ao dizer que o fulano tal está acantonado por decisão judicial.
Timor pelos vistos continua na mesma... até um próximo atentado, quem sabe?
A única decisão judicial que existe é a do tribunal, o respectivo mandado de captura.
Essa "ordem judicial" ou desordem, neste caso é ilegal, não tem qualquer valor jurídico.
Não há ordens judiciais que se sobreponham às dos tribunais...
E claro que os incompetentes da UNMIT deviam sabê-lo...
Alo Dili
Sim HÁ UMA LEI A CUMPRIR e EXECUTAR OS MANDADOS DE CAPTURA E ENTREGAR OS DETIDOS AO TRIBUNAL.Entregar a quem? a Procurador Geral o Longuinhos e um Sindicato Criminal em Timor fomentado por Xanana e Horta.Foram eles criaram os peticionarios, foram eles que mandaram o Alfredo atacar as FDTL no Fatuai.Foram eles que criaram os gangs em Dili. Foram eles que iniciaram o ataque de Tacitolo.Fomentaram a crise todo.Xanana esta com as maos entre as pernas APROVA E EXECUTA AS OPERACOES das FDTL.E um facto consumado.
Adeus
De aikurus
Os detidos sobre os quais pendem os mandados de captura devem ser apresentados a um Juiz, não a Longuinhos Monteiro que é Procurador-Geral da República.
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