quinta-feira, agosto 30, 2007

Priorities, whose priorities?

Living Timorously - Tuesday, 28 August 2007


There are many words in East Timor's political lexicon that are used, or rather, misused, as a way of stifling criticism or suppressing debate. One such word is 'time' as in "these things can only be improved over time", meaning that "we don't care". Yes, time is important, but it should be used for preparation, not procrastination. Things that need time, should take time, but things that don't, shouldn't. What East Timor needs is not time, but money and people with skills.

Another is the word 'priority'. When some people say "it's not a priority" or "we have other priorities", or just abruptly change the subject, they mean "it doesn't matter to me, so it shouldn't matter to you" or "yes, I know, it should have been done ages ago, but I'm too proud to let you do it". It's the classic 'dog in the manger' attitude.

So, what are East Timor's priorities? By the looks of things, some politicians have a very warped sense of what these are or should be. Recently, the government published Força 2020, which set out the country's defence policy in the next decade or so. It's 148 pages long, and goes into great detail, even raising the issue of space forces on page 24, although it says that this should be developed in the next Strategic Blueprint, covering the years 2050 to 2075. Phew!

By contrast, the document published at independence, with the title Our National Vision, is only 48 pages long, very general, and with the benefit of hindsight, makes depressing reading. What about health and education? Or transport and communications? Aren't they priorities too? Why haven't they been given the same priority as defence, if not greater priority?

Let's examine a few things that should be priorities. The government should ensure that every district capital outside of Dili, if not every subdistrict, has a post office, which should also provide banking services. Each of them should also be served by a national bus service (which should also carry the mail and newspapers) ideally including Oecussi, although land access via Indonesia is problematic. Even if people can't afford newspapers or magazines, they should be able to read them in each district capital's public library, which should also be an internet cafe and a fax bureau. All should have transmitters that can relay national television and radio services (now available via satellite) as well as wireless broadband internet. Of course, a regular electricity supply for those wouldn't go amiss, not to mention water treatment.

Perhaps priority should be given to removing the word 'priority' from people's vocabulary, along with ridiculous pieces of jargon and management drivel like 'capacity building' - what's wrong with words like 'education' or 'training'?

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Prioridades, prioridades de quem?
Living Timorously - Terça-feira, 28 Agosto 2007


Há muitas palavras no léxico político de Timor-Leste que são usadas, ou melhor, mal usadas como maneira de sufocar as críticas ou de suprimir o debate. Uma dessas palavras é 'tempo' como em "essas coisas apenas podem ser melhoradas com o tempo", o que significa "estamos-nos a marimbar". Sim, tempo é importante, mas devia ser usado para preparação, não para demoras. Coisas que precisam de tempo, devem ter tempo, mas coisas que não precisam não devem demorar. Do que Timor-Leste precisa não é de tempo, mas de dinheiro e de gente com capacidades.

Uma outra é a palavra 'prioridade'. Quando algumas pessoas dizem "não é uma prioridade" ou "temos outras prioridades", ou apenas abruptamente mudam de assunto, eles querem dizer "não ligo a isso, também não devias ligar " ou "sim, eu sei, isso devia ter sido feito há muito tempo, mas fico feliz por te deixar isso paras fazeres". É a atitude clássica do 'cão na manjedoura' .

Assim, quais são as prioridades de Timor-Leste? Pela amostra das coisas, alguns políticos têm um sentimento muito torcido do que são ou devem ser. Recentemente, o governo publicou Força 2020, que definiu a política de defesa do país na próxima década, mais ou menos. Tem 148 páginas, e entra em grande detalhe, levantando mesmo a questão de forças no espaço na página 24, apesar de dizer que isso deve ser desenvolvido no próximo Plano Estratégico, que cobrirá os anos 2050 até 2075. Phew!

Em contraste, o documento publicado na independência, com o título A Nossa Visão Nacional, tem apenas 48 páginas, é muito geral, e com o benefício da observação do passado, torna-se uma leitura deprimente. Que tal acerca da saúde e da educação? Ou dos transportes e comunicações? Não são também prioridades? Porque é que não se lhes deu a mesma prioridade que à defesa , ou mesmo uma prioridade maior ?

Examinemos algumas coisas que deviam ser prioridades. O governo devia assegurar que cada capital de distrito fora de Dili, se não cada subdistrito, tenha um posto do correio, que devia também prestar serviços bancários. Cada um deles devia ser ainda servido por um serviço nacional rodoviário (que também deviam transportar o correio e os jornais) idealmente incluindo Oecussi, apesar de ser problemático o acesso por terra via Indonésia. Mesmo se as pessoas não puderem comprar jornais ou revistas, deviam ter a possibilidade de os poderem ler na biblioteca pública de cada capital de distrito, que também devia ter um café de internet e um escritório com fax. Todas deviam ter transmissores que pudessem transmitir serviços nacionais de rádio e de televisão (agora disponíveis via satélite) bem como internete sem fios de banda larga. Obviamente que não devia faltar o fornecimento regular de electricidade, para nem mencionar o tratamento da água .

Talvez que se devesse dar prioridade a remover a palavra 'prioridade' do vocabulário das pessoas, juntamente com peças ridículas de jargão e baboseiras administrativas como 'construção de capacidades' – o que é que têm de errado palavras como 'educação' ou 'treino?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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