sexta-feira, agosto 24, 2007

Os amigos de Alex em campanha porta-a-porta?

Timor Lorosae Nação – 23 de Agosto de 2007
por: Gonçalo Tilman Gusmão

“Independência? Mas que independência?”

Os tão falados e refalados rumores - que assolam as sociedades confusas, mal informadas, e analfabetas - crescem como cogumelos mesmo que não se faça quase nada para isso, mas em Timor há quem faça uma força danada para que os rumores passem a verdades de pleno direito, a informação fidedigna e inquestionável.

Muitos o sabem e por isso todo o cuidado é pouco.

Não é sensato ouvir um rumor e não procurar saber sobre a verdade, sobre se na realidade corresponde à notícia de boca em boca que circula por este país.

Não é menos verdade que há rumores que passam a notícia de jornal e passam a verdade não o sendo. Estou a lembrar-me do caso de estupros relatados pelo padre Basílio Maria Ximenes e que não passaram de uma grande mentira que o bispo de Baucau aproveitou e encheu cabeçalhos de jornais e aberturas em rádios e televisões.

Um dos últimos rumores a correr por Timor-Leste, principalmente na região leste e que já chegou a Díli, dá-nos conta do impensável em relação aos militares australianos que supostamente estão cá para garantir a nossa segurança e um curso normal do caminho que empreendemos para a democracia. Mais ainda mais é de esperar desses militares quando sabemos que a ONU, a Unmit, Atul Khare, estão de mãos dadas com eles exactamente para nos darem o apoio necessário na construção do país, livre, independente e democrático – pelo menos é isso que dizem. Pois é, mas o impensável está a acontecer, sendo inútil pôr dúvidas sobre a veracidade de factos narrados pelos habitantes de pelo menos uma dúzia de localidades do leste de Timor. São eles que indignados questionam: "Independência? Mas que independência?"

“ENTÃO É DA FRETILIN E O GOVERNO É CNRT? TEM É DE APOIAR O GOVERNO!”

Assim, com expressões como as deste subtítulo, militares australianos calcorreiam em serviço de porta-a-porta, acompanhados por timorenses interpretes e esporadicamente por um ou outro elemento da PNLT – “que ficam um pouco distanciados” – fazendo a propaganda favorável a Alexandre Gusmão, ao CNRT xananista - “muitos não percebem que o CNRT de que falam é o de Xanana e não o que era de todos” – bem como propagandeando a coligação pós-eleitoral AMP. As abordagens já estão a decorrer há mais de uma semana pelo que é narrado e confirmado em Laga, Cai-Rui, Laleia, Venilale, Vikeke, Watulari e Kelikai, entre outros e são perfeitamente coincidentes. .

Não há dúvidas de quem compõe os grupos porta-a-porta, confirmando-se as nacionalidades mas faltando as identidades…

O que não falta são as certezas sobre a existência de “Amigos de Alex” dispostos a violar regras básicas num país que nos pertence por direito reconhecido pela comunidade internacional após décadas de lutas e milhares de martirizados.

O que falta é capacidade de comando ou vergonha na cara deste novo comandante das tropas australianas, John Hutcheson, brigadeiro vindo do Salomão, do Presidente da República, José Ramos Horta, a partir da denúncia dos factos que parecem terem passado despercebidos à Fretilin… pelo menos até agora.

O assédio organizado verifica-se há quase duas semanas segundo várias declarações coincidentes, muitos de nós sabemos e porque é que o PR disto nada sabe, nada faz… Será por também ser Amigo de Alex?

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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