sexta-feira, agosto 17, 2007

Gareth Evans tem de pedir desculpas ao Povo de Timor-Leste

Jornal Nacional Semanário - 12 de Agosto de 2007

A sociedade civil de Timor-Leste, liderada pela Aliança para o Tribunal Internacional , promoveu na sexta-feira (3/8) uma manifestação contra o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Gareth Evans, em frente do restaurante “Díli Beach” (Campo Alor). O objectivo foi o de exigir ao ex-governante australiano um pedido formal de desculpas ao povo de Timor-Leste, por ter assinado um acordo com o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, Ali Alatas, sobre as negociações do Mar de Timor, em Dezembro de 1989.

Segundo os manifestantes, Gareth Evans fez a sua primeira visita a Timor-Leste depois da restauração da independência da nação. Portanto ele deve reconhecer que contribuiu para causar o sofrimento do povo de Timor-Leste durante a ocupação indonésia ao longo de 24 anos e o que ele deveria ter feito era ter pedido desculpas ao povo antes de colocar os pés neste país:
«Digamos que a visita de Gareth Evans não é oportuna, porque Timor-Leste está a enfrentar uma situação política menos estável. Isto só demonstra que a Austrália continua a pressionar Timor-Leste, como aconteceu no passado», afirmam os manifestantes.

O comunicado explica que, olhando para o passado, quando aconteceu o massacre de Santa Cruz, Gareth Evans (na altura, Ministro dos Negócios Estrangeiros australiano) tentou declarar perante a comunidade internacional que esse massacre não era normal mas que não tinha sido uma decisão política do Estado Indonésio de então. Isso demonstra claramente que Gareth Evans contribuiu ainda para esconder a verdade e a violência que aconteceram em Timor-Leste.

Enquanto Gareth Evans esteve na oposição, adoptou algumas políticas contra a ocupação indonésia em Timor-Leste e proibiu o fornecimento de material de segurança à Indonésia; Mas, quando subiu ao poder, mudou de política e declarou que não havia violações de direitos humanos em Timor-Leste. Deste modo, o Partido Trabalhista mudou a sua posição política em relação a Timor-Leste, continuando as negociações do “Timor Gap”. E foi assim que, em Dezembro de 1989, Gareth Evans assinou o acordo do “Timor Gap” com o seu homólogo indonésio, Ali Alatas.

O tal acordo deu oportunidade à Austrália e à Indonésia para roubarem o petróleo do Mar de Timor, ao mesmo tempo que a Indonésia continuava com a ocupação ilegal de Timor-Leste, causando a morte de cerca de 250 mil habitantes.

Gareth Evans continuou a afastar-se da justiça em Timor-Leste. Num momento em que o povo desta nação enfrenta uma situação política e de segurança menos estável, vem visitar Timor-Leste como se nunca tivesse cometido algum erro contra este povo: «Portanto, mais vez exigimos que reconheça os seus erros ou as suas manobras políticas quando estava no poder e peça desculpas ao povo de Timor-Leste».

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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