segunda-feira, junho 04, 2007

Polícia mata com três tiros segurança civil de Xanana


Jornal de Notícias, 04/06/07
Orlando Castro

Um "segurança civil" da campanha do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) foi ontem morto por um polícia à civil durante um comício de Xanana Gusmão em Viqueque, região onde - no dizer de uma fonte próxima do ex-presidente da República - a Fretilin "põe e dispõe". José Manuel Fernandes, assessor de "Lu Olo", cabeça-de-lista da Fretilin, garante que o seu partido "nada tem a ver com o incidente" (que causou mais três feridos), lembrando, contudo, que "o segurança empunhava à revelia da lei uma arma automática e ameaçava os populares que se manifestavam contra o CNRT".

O segurança, Afonso Kudelai, de Ossú, "foi morto à queima-roupa por um elemento não-uniformizado e fora de serviço da Polícia Nacional de Timor-Leste" (PNTL), declarou à Lusa uma fonte oficial da missão das Nações Unidas (UNMIT).

José Manuel Fernandes explica que, "mesmo não estando fardado, qualquer polícia está sempre de serviço", acrescentando que "a postura agressiva e ameaçadora do segurança, que ilegalmente transportava uma arma automática, fazia antever uma acção bem mais violenta e sangrenta se o agente da Polícia não tivesse feito o que fez".

"A Fretilin lamenta o que sucedeu, apela à paz, quer um inquérito ao que se passou e alerta para o empolamento que o CNRT vai fazer do incidente", afirma o assessor de "Lu Olo", acusando o CNRT "de acções provocatórias e intimidatórias contra os timorenses que são simpatizantes da Fretilin".

Queixa contra a Polícia

"O polícia acertou primeiro numa perna e depois deu três tiros na cabeça do segurança", relatou Germano da Silva, um dos organizadores da campanha do CNRT em Viqueque, acrescentando que a hostilidade era tão grande (a caravana de Xanana Gusmão já tinha sido atacada na véspera perto de Uatulari) que a comitiva anulou todo o programa previsto e retrocedeu para Baucau, apelando às forças internacionais para ajudarem a repor o clima de tranquilidade.

"A situação é muito tensa e explosiva, apesar da presença da Polícia das Nações Unidas e de tropas australianas" das Forças de Estabilização Internacionais, descreveu um dos assessores de campanha de Xanana Gusmão que o acompanhou nesta acção eleitoral a Viqueque.

Fonte do CNRT recorda que, durante a segunda volta das eleições presidenciais, José Ramos-Horta pedira ao Governo, liderado pela Fretilin, que substituísse o comandante da Polícia em Viqueque, bem como um dos seseus agentes, "alegando que eles não estavam ao serviço do país mas da Fretilin".

José Manuel Fernandes confirma que "o candidato Ramos-Horta fez esse pedido", mas salienta que "as substituições no Comando da Polícia não se podem fazer de um dia para o outro, para além de ser necessário haver matéria que justifique a alteração".

Sobre se o polícia que Ramos-Horta queria ver substituído era o mesmo que disparou sobre o segurança, o assessor de "Lu Olo" diz que "a Fretilin não tem ainda elementos concretos sobre o caso", mas "admite que possa tratar-se da mesma pessoa".

3 comentários:

Anónimo disse...

Ache interessante esta analise feita por Peter Bonaventur pois coincide com ponto de vista daqueles que imparcialmente acompanham a situacao em Timor-Leste:



INCIDENTE DE VIQUEQUE
A CONTRA-INFORMAÇÃO AO SERVIÇO DO CNRT
timor-lorosae-nacao @ 02:07
por: Peter Bonaventur



“SEGURANÇAS” DO CNRT

SERVEM PARA PROVOCAR DESACATOS!

A campanha eleitoral já leva uma semana em movimento e ainda faltam mais três, contabilizando-se até agora duas mortes provocadas por excessos que tendenciosamente são identificados com a Fretilin. Disso são responsáveis os correspondentes das agências de notícias internacionais assim como todo o esquema montado pela contra-informação australiana que funciona a partir da sua base instalada na embaixada em Díli.

De tudo aquilo que tenho visto, ouvido e lido sei que só uma ínfima parte corresponde à realidade e que tudo é montado e exposto de forma a fazer entender subliminarmente que os culpados são os fretilins e a Fretilin. Em abono do que realmente se tem passado referirei aqui aquilo de que tenho a certeza e não mais, ficando ao critério dos que me lerem as conclusões que melhor aprouverem retirar.

Nas caravanas do CNRT que têm percorrido o país existe uma minoria de profissionais provocadores, certamente a cobrarem muito bem, misturados com inocentes e bem intencionados militantes que legitimamente apoiam aquilo em que acreditam e emprestam um colorido que acaba por arrastar por simpatia muitas outras pessoas para assistirem aos comícios. O problema não está nessa maioria de apoiantes mas sim na minoria a que chamam “seguranças”.

Exactamente esses “seguranças” foram quem iniciaram em Baucau e em Como as hostilidades que deram origem a várias cenas de apedrejamentos e consequentes feridos. A prová-lo estão os feridos que são apoiantes da Fretilin. Os correspondentes da comunicação social não disseram isso, mas deram a entender exactamente o contrário nos seus despachos rápidos, sincopados e inexactos.

Em Baucau aconteceu exactamente o mesmo, com a diferença de que houve uma forte reacção dos apoiantes da Fretilin, que em determinada altura não souberam suportar mais as provocações.

O lançamento da granada de proveniência indonésia em Díli quase que fala por si. Essas granadas estavam na posse de ex-elementos das milícias, em 1999, que actualmente pertencem ao CNRT. Desconhece-se a identidade de quem lançou a granada mas foi sintomático que o seu lançamento ocorresse nas imediações de instalações da Fretilin e terem atingido, ferido e morto indivíduos que até nem pertenciam ao CNRT. A comunicação social nada disto fez perceber, antes pelo contrário. Uma vez mais, tendenciosamente, as notícias postas a circular interna e externamente tiveram por objectivo culpabilizar a Fretilin.

Por último, hoje, em Viqueque voltou a acontecer o impensável. Se tal ocorreu foi por evidentes atitudes ostensivamente provocantes dos “seguranças” do CNRT, que desrespeitaram e ameaçaram seriamente o agente da polícia à paisana, que se identificou para tentar contê-los.

As circunstâncias criadas para que estes acontecimentos tenham ocorrido apanharam de surpresa tudo e todos, menos os seus mentores, porque não eram esperados actos tão violentos com tiros e granadas, o que significa que elementos estranhos ao eleitorado timorense estão a provocar estas situações para que depressa se caminhe para o descalabro e vitimação de Xanana e do CNRT, com a vantagem de empurrar para a Fretilin as culpas e descredibilização.

Os métodos são muito antigos mas resultam quase sempre. Principalmente quando existem correspondentes de agências internacionais bajulando aquele que consideram vir a ser o vencedor eleitoral, assim como outros que quase não saem dos hotéis, - jogando, petiscando, beberricando e fazendo uma ou outra orgia – à espera que as notícias lhes sejam levadas por “informadores”, para fazerem o seu despacho diário. Não são todos assim, mas são muitos, ficando todos nós a perder pelas informações deficientes, incorrectas ou tendenciosas que veiculam e correm mundo enganando-nos.

Anónimo disse...

Nao se fala tamben dum militante da fretilin morto esfaqueado em ermera por um membro dos peticionarios? Gritaram sobre justica e verdade mas no fim Rogerio foi preso e Alfredo anda a solta no mato a desafiar a autoridade do estado e fazer propaganda politicas velhas sobre o fantasma de comunismo em Timor! Que Desgraca este pais!


Nouro lado os xananistas agora continuam a fazer propaganda, acusando os membros da fretilin de quererem desestabilizar o pais. E' uma pura mentira e propaganda dos facistas do CNRT e os xananistas mentirosos!

Anónimo disse...

E já agora quanto ao Germano da Silva, o tal organizador da campanha do CNRT em Viqueque e que se apressou a espalhar para tudo quanto era media que «O polícia acertou primeiro numa perna e depois deu três tiros na cabeça do segurança», tem alguma relação de parentesco com o porta-voz da CNE o Martinho Germano da Silva Gusmão?
E desafio todos a irem ao google , escreverem “Germano da Silva Timor” e verão que TODAS as notícias sobre este incidente citavam o tal Germano da Silva.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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