quarta-feira, dezembro 13, 2006

Timor-Leste - PSP envia mais 58 homens para ajudar à paz

Correio da Manhã - 13 Dezembro 2006
Luís Oliveira, Viseu

Temos consciência de que vamos correr riscos

O intendente Simões de Almeida, ex-comandante da PSP de Viseu e actual director do Departamento de Armas e Explosivos da Polícia, parte amanhã para Timor-Leste com mais 58 homens. O objectivo da força é contribuir para a manutenção da paz e ajudar na reestruturação da Polícia timorense. O grupo vai integrar a força multinacional das Nações Unidas.

Em Timor Leste, já se encontra parte do grupo de 25 polícias portugueses, que partiu há um mês para tratar dos pormenores da logística e conhecer o território. A missão decorrerá durante um ano, mas poderá ser renovada por outro.

O intendente Simões de Almeida parte “com grandes expectativas” sobre o trabalho que o contingente desenvolverá em Timor-Leste, embora reconhecendo que se trata de um país “com alguns problemas de segurança”, que vive num “ambiente volátil”. Perante este cenário, considera que as responsabilidades das autoridades “aumentam substancialmente”.

“Temos consciência de que vamos trabalhar numa cidade [Díli] que a espaços vive momentos de grande agitação, de alguma conflitualidade e até de perigosidade”, refere Simões de Almeida, intitulando a missão como de “algum risco”.

Apesar de tudo, um risco “calculado” que não o amedronta porque, como salienta, a sua ida para Timor “é um acto de liberdade”, fruto de “muita ponderação e de diálogo com a família”. “Tenho noção que se trata de um desafio muito importante a nível pessoal e profissional, que vai exigir muito de cada um de nós”, refere o ex-comandante da PSP de Viseu, também conhecido por ser um dos defensores da fusão de todas as polícias portuguesas.

Prestes a iniciar a segunda missão no estrangeiro ao serviço da PSP – a primeira foi na década de 90 como oficial de ligação na Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe –, Simões de Almeida espera que o trabalho do contingente contribua para a “manutenção de paz” e o “desenvolvimento social e político” de Timor-Leste.

“É um país jovem que precisa de aprender a progredir. Nós vamos para lá para os ajudar a crescer e a desenvolver, erradicando a violência das ruas”, adianta o oficial, acrescentando: “Estamos prontos para enfrentar qualquer situação e para dignificar não só a nossa instituição como o País”.

Além da actividade operacional, os polícias portugueses vão dar formação e apoio aos seus congéneres timorenses, nomeadamente no que diz respeito ao comando e planeamento, apoio à vítima e na investigação criminal.

O contingente da PSP é formado por oficiais de várias especialidades – trânsito, investigação, explosivos, logística e administração – e mais de metade já participou em missões internacionais. Simões de Almeida afirma que se trata de pessoal “experiente” e “operacional” que nos últimos meses “tentou perceber o contexto sócio-político” em que vai viver nos próximos 12 meses.

Além de Timor-Leste, há polícias portugueses em missões de paz também no Congo, Kosovo e Iraque.

PERFIL

Carlos Alberto Simões de Almeida é natural de Torredeita, Viseu, onde nasceu há 47 anos. Filho de um casal de agricultores bem cedo se interessou por questões relacionadas com a Segurança e também com o Direito. Licenciado em Direito e em Ciências Policiais, começou a sua carreira na PSP em Lisboa e depois foi-se aproximando de casa. Primeiro, comandou a PSP da Guarda e, depois, a de Viseu, até ao passado mês de Abril, altura em que foi nomeado director do Departamento de Armas e Explosivos da PSP. Casado e pai de duas filhas, de 16 e 21 anos, Simões de Almeida vai fazer a segunda missão no estrangeiro.

292 OPERACIONAIS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA PORTUGUESAS EM MISSÃO NO ESTRANGEIRO

São 292 os operacionais da PSP e da GNR integrados em missões internacionais: 134 agentes e oficiais da PSP estão destacados em serviços no Kosovo, Bósnia, Iraque, Congo e Serra Leoa, e 158 militares da GNR estão na Faixa de Gaza, Moçambique, Timor e, também, na República do Congo.

GNR

Uma companhia de 142 militares da GNR tem a missão de manter a segurança nas ruas de Díli, em Timor.

GOE

Catorze operacionais do Grupo de Operações Especiais da PSP estão no Iraque para segurança do corpo diplomático português em Bagdad. Em Timor, 58 elementos da mesma unidade dão formação aos polícias locais.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Sucesso!

Anónimo disse...

É MENTIRA NãO HÁ GOE's a dar formação em Timor. O que há é PSP normal.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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