quarta-feira, dezembro 13, 2006

Chissano em missão do Clube Madrid para ajudar na estabilização

Maputo, 12 Dez (Lusa) - O ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano foi indicado pelo Clube de Madrid, que agrupa vários antigos líderes mundiais, para ajudar na normalização da situação política em Timor-Leste, disse hoje à Lusa fonte próxima do antigo chefe de Estado.

Segundo a mesma fonte, que pediu para não ser identificada, Chissano vai seguir em breve para Díli para se juntar aos esforços da comunidade internacional de promover a estabilidade política em Timor-Leste, independente desde 2002.

"O Clube de Madrid já enviou antes várias missões a Timor-Leste e desta vez entendeu que o Presidente Chissano também pode auxiliar no diálogo para a tranquilidade política no país", sublinhou a mesma fonte à Lusa.

Chissano devia ter-se deslocado a Díli no dia 30 de Novembro, no âmbito da missão que lhe foi confiada pelo Clube de Madrid, mas tal não aconteceu devido ao seu envolvimento nos processos de paz da República Democrática do Congo e do Uganda.

Na semana passada, Chissano foi nomeado pelo secretário-geral das Naçõe s Unidas, Kofi Annan, para seu enviado especial no processo de paz do Uganda, que se encontra num impasse por os rebeldes ugandeses condicionaram um acordo à retirada dos mandados judiciais do Tribunal Penal Internacional contra os seus líderes por alegados crimes contra a humanidade.

Mas alguns jornais de Maputo atribuem o atraso da missão de Chissano em Timor-Leste a um alegado mal-estar criado em Díli por declarações feitas em Maputo pelo antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri, durante a sua recente visita a Moçambique.

Em entrevista a diversos órgãos de comunicação social em Maputo, entre os quais a Lusa, Alkatiri manifestou-se "profundamente decepcionado" com a actuação do Presidente timorense, Xanana Gusmão, no processo que conduziu à sua demissão do cargo de primeiro-ministro.

Críticos de Alkatiri em Timor-Leste têm acusado o ex-primeiro-ministro timorense e líder da FRETILIN, que passou mais de 20 anos no exílio em Moçambique, de ser muito próximo da liderança da FRELIMO, partido no poder em Maputo e que foi liderado por Joaquim Chissano durante cerca de 18 anos.

O facto de Alkatiri ter vivido em Moçambique, um país que durante quase 20 anos foi governado pelo regime monopartidário da FRELIMO, tem sido usado nomeadamente para o acusar de comportamento autocrático na governação e na gestão do conflito que eclodiu em Timor-Leste em Abril deste ano.

Em entrevista à Lusa em Maputo a 23 de Novembro, Mari Alkatiri defendeu -se dessas acusações e classificou como "puro oportunismo" a ligação entre o seu perfil e a experiência de monopartidarismo em Moçambique.

"A associação que se faz entre o suposto grupo de Maputo e as causas do conflito timorense é puro oportunismo. Moçambique foi um exemplo de engajamento no apoio à causa timorense, ajudando quando ninguém ou poucos acreditavam nos propósitos do povo de Timor-Leste", afirmou na altura Alkatiri.

O Clube de Madrid é uma organização independente integrada por antigos chefes de Estado ou de Governo de países democráticos, que focaliza as suas actividades na promoção da democracia e da responsabilidade política, através da experiência dos seus membros.

A participação do Clube de Madrid no processo de estabilização política em Timor-Leste é feita com apoio da Comissão Europeia.

PMA/EL-Lusa/Fim
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3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns Timor Leste. Joaquim Chissano é um ex-presidente com muita categoria e amigo de Timor. Saimbam os timorenses valer-se da ajuda que ele pode dar!

Anónimo disse...

A minha alma está parva! Então agora querem que seja o Chissano a deitar a luva ao Alfredo e sus muchachos? Pois que parece-me são os que impedem a normalização da situação ewm Timor-Leste, nesta altura.

Anónimo disse...

Os Timorenses de boa vontade, os que olham para a frente e pelo futuro do seu Pais, dao Boas Vindas ao Presidente Joaquim Chissano; quanto aos timorenses golpistas e aos que ruminam com o seu passado, nao sei!
Bem Vindo CHISSANO!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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