segunda-feira, junho 05, 2006

PM saúda chegada da GNR, esperançado melhoria condições segurança

Díli, 04 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, saudou hoje a chegada a Timor-Leste do contingente de 120 efectivos da GNR, que aterrou de manhã, hora local, em Baucau, manifestando-se convicto de que a situação de segurança na capital vai melhorar significativamente.

"Tem havido cada vez melhor coordenação no capítulo da segurança e a chegada da GNR vai consolidar esta situação ainda mais, permitindo mais estabilidade", afirmou, em declarações à Agência Lusa na sede da Fretilin, partido do governo, que hoje reúne o seu Comité Central.
Questionado sobre a pretensão da Austrália de comandar as forças da GNR, Mari Alkatiri explicou que Camberra defende que, à semelhança de outras operações idênticas, seria necessário "haver um comando único".
"Eles baseiam-se na sua experiência de outras situações, mas há outras formas de coordenação que podem ser positivas", afirmou, contextualizando a tese portuguesa de comandos distintos entre as tropas australianas e a GNR.
O governante comentou igualmente as declarações de hoje do chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, que numa entrevista em Camberra admitiu que a crise em Timor-Leste se poderia agravar significativamente se o primeiro-ministro timorense fosse obrigado a demitir-se.

"O partido do primeiro-ministro, a Fretilin, tem uma clara maioria no Parlamento", disse ao canal australiano Seven Network.
"Se fosse, de alguma forma, obrigado a demitir-se e, especialmente por forças exteriores, estimo que isso destabilizaria ainda mais o país", considerou.
Para Alkatiri estas declarações sugerem que o governo australiano está a começar a "reconhecer a realidade", relembrando que ele próprio já tinha explicado o possível impacto da sua demissão na estabilidade política do país, em especial uma eventual reacção de militantes da Fretilin.
Durante a crise das últimas semanas, o governo australiano questionou directamente a governação timorense, numa altura em que a imprensa do país ecoava fortes críticas ao governo liderado por Mari Alkatiri.

Num outro sinal de algum ajustamento na política australiana, e depois de críticas sobre a falta de segurança australiana ao próprio primeiro-ministro, Mari Alkatiri viajou hoje acompanhado por uma equipa de soldados armados.

A própria sede do Comité Central da Fretilin, no bairro de Comoro, na zona ocidental de Díli, é hoje um dos locais mais seguros de Díli, com oito tanques dentro e fora do complexo.

Usando detectores de metais, soldados australianos revistam detalhadamente todos os que entram no local, incluindo membros do governo e deputados.
Nos últimos meses, Timor-Leste tem vivido os seus piores momentos de tensão, instabilidade e violência desde que se tornou independente, há quatro anos, na sequência da eclosão de uma crise político-militar que tem sido marcada por divisões no seio das Forças Armadas e da Polícia Nacional, e elevada tensão política.

Pelo menos 21 pessoas morreram e mais de 120 outras ficaram feridas na sequência dos confrontos marcados pela destruição de propriedade pública e privada e pelo saque de casas e edifícios públicos.
ASP.
Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Não há bela sem senão... ó Malai Azul, quem manda nisto és tu, e toda as honras te sejam prestadas, mas até parece que estás chegar de fóra...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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