segunda-feira, junho 05, 2006

Ministro da Defesa reuniu-se em Gleno com militares rebeldes

Díli, 05 Jun (Lusa) - O ministro da Defesa, José Ramos Horta, reuniu-se hoje de manhã com militares rebeldes para tentar encontrar vias de diálogo para a crise político-militar em Timor-Leste, disse o major Marcos Tilman à Lusa, em contacto telefónico.

"Da reunião, em que também esteve presente Sukehiro Hasegawa, represent ante especial do secretário-geral da ONU e um oficial superior australiano, saiu a decisão de fazer chegar as nossas preocupações ao brigadeiro-general Taur (Ma tan Ruak, comandante das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste) e ao presiden te Xanana Gusmão, nosso comandante supremo", acrescentou o major Tilman à Lusa.

Do lado rebelde estiveram presentes o major Alves "Tara" e os comandant es Dudu e Gil, estes dois ligados à resistência timorense contra a ocupação indo nésia.

O ex-tenente Gastão Salsinha, porta-voz dos 595 ex-militares que assina ram uma petição a denunciar actos discriminatórios no seio das F-FDTL, não estev e presente, mas o major Tilman desvalorizou a ausência, referindo que contacta " diariamente com o Salsinha".

Questionado sobre a futura realização de um encontro dos militares rebe ldes com o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, o major Tilman respondeu que "som ente depois do ministro Ramos Horta se encontrar cm o presidente Xanana".

O encontro decorreu em Gleno, no distrito de Ermera, e à chegada a comi tiva ida de Díli foi recebida com uma manifestação com cartazes e palavras de or dem contra o primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

"Abaixo Alkatiri", "Alkatiri divide o povo" e "Se Alkatiri não se demit ir, o genocídio vai continuar" foram as palavras de ordem gritadas pelos manifes tantes, disse o major Tilman à Lusa.

Ao mesmo tempo os manifestantes saudaram José Ramos Horta, a quem pedir am que aceite ser primeiro-ministro em substituição de Mari Alkatiri.

Segundo o major Tilman, o ministro Ramos Horta pediu aos manifestantes para aguardarem "com serenidade" as decisões do presidente Xanana.

A agência Lusa tentou pedir um comentário ao ministro José Ramos Horta, mas não foi possível obter um contacto telefónico.

"A manifestação esteve para se realizar hoje em Díli, mas foi adiada pa ra terça-feira, porque o ministro Ramos Horta nos veio hoje visitar", explicou.

Para terça-feira, assegurou o major Marcos Tilman, "esperamos levar ent re 800 a 1000 pessoas a Díli".

"Só civis. Nenhum de nós vai", disse, referindo-se aos majores Alfredo Reinado e Alves 'Tara' e ao ex-tenente Salsinha.
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3 comentários:

Anónimo disse...

O problema reside nas concepcoes que as pessoas tem de democracia. Os nocao tem o povo de democracia qd vem pedir que RH substitua Alkatiri como PM. Afinal com base em que regras isto pode ocorrer?
Falamos em democracia e exercemos o direito democratico mas nao temos sequer nocao do que seja a decmocracia. Eh pena!

Anónimo disse...

Aqules que não gostam de Alkatiri que montem um partido político e disputem os votos da população. Aqueles que dizem que o "genocídio" vai continuer tem que dar conta a justiça.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

Concordo com os dois leitores anteriores.
Infelizmente a pressa de ver realizados os desejos da potência do Sul é tão evidente que estimula os atropelos à democracia no mais jovem país do mundo com um ar seráfico, constragido, piedoso e paternalista que é de partir o coração. Vejam as declarações do PM australiano acerca da incapacidade governativa em Timor-Leste!
Curiosa é a coincidência da manif apontada para Dili no mesmo sentido.
Meter tanta (?) gente no "caldeiro" de Dili, particularmente, com propósitos radicais e opostos, é 1/2 passo andado para confrontações que podem degenerar em combates armados.
Lembrem-se em 1999 (ou princípios de 2000) foram parados às portas de Dili manifestantes que vinham ARMADOS. Eram os guerrilheiros acantonados em Aileu e foram parados (calculem!) pela tropa portuguesa e...pela GNR!!! curioso.
Foi evitado um banho de sangue!
Cuidem-se amigos!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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