quarta-feira, maio 21, 2008

Primeiro-Ministro Xanana diz aos peticionários envolvidos no caso de Fatuahi e no atentado 11 de Fevereiro que seria melhor optarem pela vida civil

JN Semanario - Primeiro-Ministro Xanana diz aos peticionários envolvidos no caso de Fatuahi e no atentado 11 de Fevereiro

O Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, pediu aos peticionários que estiveram envolvidos no caso de Fatuahi (23 de Maio de 2006) e no atentado de 11 de Fevereiro de 2008 para optarem por regressar à vida civil.
Xanana Gusmão referiu-se a esta questão na cerimónia de diálogo com os peticionários, segunda-feira (12/5) no Ginásio de Díli.

Afirmou que os envolvidos nestes casos seria melhor não regressarem à vida militar porque nesta os militares devem ser profissionais.

Xanana salientou que dos mais de 600 peticionários que preencheram formulários, 356 decidiram regressar à vida civil, enquanto 339 optaram por participar no recrutamento para as F-FDTL. Três membros não apresentaram as suas opções.

Após o recrutamento, os membros que eram sargentos voltarão aos seus postos como sargentos, os oficiais como oficiais e os soldados regressam como soldados.

«Não é bem uma formalidade, mas não pode ser uma formalidade, um membro deve participar no recrutamento. O que o Governo anterior não conseguiu fazer este Governo pode fazer. Desde o início, os peticionários não concordaram com as opções, fiquei arrependido quando todos vós não concordáveis mas quando alguns como representantes não concordavam arrependia-me ainda mais.
Como militar profissional deve-se saber o que é um profissional, alguns membros foram formar em Caicoli, toda a manhã, uma Força profissional não pode sair do quartel desesperadamente.

Como Chefe do Governo desejo resolver os vossos problemas, se hoje se quiserem ouvir uns aos outros. Os deslocados gritaram-me que enquanto o problema do Alfredo e dos peticionários não forem resolvidos não abandonarão os campos», Xanana explicou.

«Alguns peticionários chegaram a Caicoli e pediram-me autorização para saírem das Forças, eu respondi que não, mas no fim saíram». Digamos que anteriormente o Presidente da República fazia um serviço ilegal e legal porque o anterior Governo suspendeu a Lei Orgânica.

«No princípio ouvíamos comentários de que as F-FDTL eram de Xanana e a Polícia era do Rogério Lobato e alguns veteranos vieram pedir-me a confirmação disso a mim e eu respondi que não.

No questionário há perguntas como a de se desejam trabalhar no País ou no exterior, a questão não é levar-vos para fora do País mas procurarmos meios de dar atenção a esse assunto criando condições necessárias. Se não quiserem trabalhar no exterior muitos jovens o desejarão», disse Xanana.

Xanana explicou ainda que a Coreia assinou um acordo na sexta-feira, pois necessitará de 500 pessoas para trabalhar lá. Macau precisará de 100 pessoas para trabalhar lá, a Austrália precisará de trabalhadores com o modelo “rolling”.
«Não é uma maneira de expulsar-vos do País mas é uma maneira de criar mecanismos, se vocês não quiserem ir, muitos jovens o desejarão. Este é um esforço do Governo para vos criar campo de trabalho», salientou Xanana.
Caso pretendam trabalhar na Coreia, devem aprender a língua coreana, se desejam trabalhar em Macau devem também aprender a língua macaense e na Austrália devem aprender inglês.

Para quem não for trabalhar no exterior, receberá também atenção, mas segundo os dados, os membros que optaram pelo processo de recrutamento, um, dois ou três membros não sabem escrever. Neste caso digo francamente que estes membros não podem optar por este processo. Os que apenas acabaram o ensino primário também não serão necessários, seria melhor não perderem tempo. O Governo procurará outros meios para vos dar atenção.
JNSemanário.



Resultado dos questionários

339 peticionários optam por voltar às F-FDTL e 356 à vida civil
O Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, pede aos peticionários que estiveram envolvidos no caso de Fatuahi, a 23 de Maio de 2006, e no atentado de 11 de Fevereiro de 2008, que seria melhor optarem por regressar à vida civil.
Xanana Gusmão referiu-se a esta questão no diálogo com os peticionários, segunda-feira (12/5), no Ginásio de Díli.

O PM Xanana afirmou que face aos 356 membros que decidiram regressar à vida civil, isso significa que um soldado, ao fazer o cálculo do seu salário ao fim de três anos, obterá 3,600.00 USD. A isso, o Governo adicionará 1,500.00 USD, pelo que um soldado irá obter, no final, 4,560.00 USD, um Cabo calculará o seu salário adicionando 1,500.00 USD, para obter 4,920.00, 1 Furriel, 5,006.00, um Segundo Sargento 5,208.00, um Primeiro Sargento 5,080.00, um Sargento Ajudante 5,982.00, um Alferes 6,252.00, um Tenente 6,296.00, um Capitão 6,874.00 e um Major 7,260.00 USD.

«O caso dos peticionários é um caso complexo que é necessário resolver mas antes disso fui insultado como “traidor”», disse Xanana, acrescentando que «devem ter consciência para com o Estado e este País, mas porque, como timorenses, falávamos suavemente uns aos outros, aconteceu o atentado de 11 de Fevereiro. Se não acontecesse o atentado, muitos de vós estaríeis lá fora». Portanto Xanana disse-lhes que os dados registados de 709 membros em Aitaraklaran são reconhecidos por todo o mundo.

Xanana disse ainda que o problema de 2006 e de 2008 não é igual porque este Governo não era o Governo que governava em 2006.

«Os problemas não foram anteriormente resolvidos porque nos encontros falávamos uma coisa e na prática acontecia outra, porque alguns líderes que representam o povo não são consistentes. Neste momento todos gritam pelos direitos mas esquecem-se das suas responsabilidades, uma instituição militar não é uma universidade, na qual, quando um estudante não tem dinheiro, deixa os estudos e regressa a eles quando tiver dinheiro. Dantes falámos dos 511.

Portanto venham todos mostrar-se como filhos do povo. Devem respeitar o Estado e não participar nos actos negativos contra o Estado. Os que saíram antes de 2006, 115 membros, estão também aqui. Eram faltosos que foram expulsos mas agora estão aqui», concluiu.

JNSemanário.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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