Díli, 09 Abr (Lusa) - O guarda-costas de Gastão Salsinha e o homem que deu armas a Alfredo Reinado em Fevereiro de 2007 renderam-se às autoridades timorenses, anunciou hoje o comando conjunto da operação "Halibur".
Ao todo, quatro elementos do grupo de Salsinha renderam-se nas últimas 48 horas às forças timorenses, anunciou o inspector Mateus Fernandes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), segundo comandante da operação "Halibur".
Três dos homens que se renderam foram apresentados no quartel-general do comando conjunto, em Díli, e um outro está a caminho da capital timorense.
As rendições foram anunciadas no dia em que a operação "Halibur" entrou numa fase de perseguição directa de Salsinha, com autorização para disparar se necessário e com o início de buscas sistemáticas a residências particulares nas áreas montanhosas onde os fugitivos se movimentam.
O ex-tenente Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas em Janeiro de 2006, é acusado de ter participado no ataque contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, a 11 de Fevereiro, pouco depois de o major Alfredo Reinado atacar a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta.
O guarda-costas de Salsinha, Januário Babo, e Quintino Espírito Santo, ambos elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste, renderam-se segunda-feira, no distrito de Ermera, "com a ajuda preciosa do pároco da paróquia de Letefoho", disse Mateus Fernandes.
Na conferência de imprensa, usaram os uniformes iguais aos que Alfredo Reinado envergava nos últimos meses e também na manhã do ataque contra José Ramos-Horta, onde o major acabou por ser morto com um dos seus homens.
Diante dos jornalistas, e vestido à civil, esteve também hoje João Martins, o elemento da PNTL que se juntou a Alfredo Reinado em Fevereiro de 2007, quando o militar fugitivo assaltou três postos da Unidade de Polícia de Fronteira junto a Maliana.
Este aliado de Alfredo Reinado rendeu-se domingo passado, no posto de polícia de Maliana.
João Martins é suspeito de ter facilitado a entrega a Alfredo Reinado das cerca de 20 espingardas HK33 roubadas dos postos de fronteira e que constituíram, nos 12 meses seguintes, o grosso do arsenal disponível do seu grupo.
Uma dessas espingardas foi também apresentada hoje na conferência de imprensa.
O inspector Mateus Fernandes afirmou que a nova fase da operação "Halibur" foi lançada hoje contra os vários pontos no distrito de Ermera por onde se espalhou o grupo de Salsinha, estimado em menos de duas dezenas de homens.
O comando conjunto pediu às Forças de Estabilização Internacionais (ISF) apoio de meios aéreos, recordando que os helicópteros australianos e neozelandeses em missão em Timor-Leste transportaram nas últimas semanas peticionários de pontos distantes do país.
O comando conjunto espera que as ISF contribuam também com os helicópteros para transportar elementos da "Halibur" em situações de urgência.
A operação contra o grupo de Salsinha cumpre uma das três opções teóricas discutidas, domingo passado, no comando conjunto, entre os oficiais da "Halibur" e os titulares políticos timorenses.
O avanço para uma opção "musculada" foi defendido como alternativa a esperar pelo regresso ao país do Presidente José Ramos-Horta "e assumir o risco de se ser novamente enganado", conforme a apresentação feita pelo comandante da "Halibur", tenente-coronel Filomeno Paixão.
Gastão Salsinha e os seus homens, conforme recordou o tenente-coronel, "já por diversas vezes prometeram entregar-se, nunca cumprindo com o prometido".
PRM
Lusa/Fim
quinta-feira, abril 10, 2008
Guarda-costas de Salsinha e ex-aliado de Reinado rendem-se às forças timorenses
Por Malai Azul 2 à(s) 00:47
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
"O avanço para uma opção "musculada" foi defendido como alternativa a esperar pelo regresso ao país do Presidente José Ramos-Horta "e assumir o risco de se ser novamente enganado"
Filomeno Paixão confirma assim que a opção "não musculada" ou do "diálogo" anteriormente tomada por XG e RH, que consistiu em não capturar Reinado, estava errada e não deve ser repetida.
Espero que sirva de lição e doravante os tribunais passem a ser respeitados.
Enviar um comentário