Díli, 25 Fev (Lusa) - Um elemento do antigo grupo do major Alfredo Reinado rendeu-se hoje à Polícia das Nações Unidas (UNPol), anunciou em Díli o chefe da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
"Um dos co-arguidos do processo (contra Alfredo Reinado) contactou-nos hoje de manhã dizendo que estava pronto para se entregar", anunciou o representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare.
O subcomissário e comandante operacional da UNPol, Hermanprit Singh, deslocou-se pessoalmente a Maubisse (oeste) para transferir o elemento que se rendeu para Díli.
"Não foi preciso usar algemas nem nenhuma coacção", explicou Atul Khare, que chefia a UNMIT.
Atul Khare não identificou o nome do elemento que se rendeu à UNPol, "por razões de segurança, porque isso não compete à UNMIT mas às entidades judiciais, e para evitar possíveis represálias sobre a família do acusado".
O elemento que hoje se rendeu é um dos 13 co-arguidos, de um grupo inicial de 17, no processo em que o major Alfredo Reinado era acusado de homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra.
Esses co-arguidos faziam parte do grupo que se evadiu do Estabelecimento Prisional de Becora, em Díli, a 30 de Agosto de 2006, e que, mais tarde, estiveram com o major Alfredo Reinado após o assalto a três esquadras de Polícia de Fronteira, em Fevereiro de 2007.
Todos, excepto um, dos 17 co-arguidos eram antigos militares das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e quase todos pertenciam à Polícia Militar, a unidade que, na altura da crise de 2006, era comandada por Alfredo Reinado.
O elemento que se rendeu hoje em Maubisse "não trazia arma", segundo Atul Khare, que afirmou também desconhecer os motivos da rendição deste elemento.
A rendição do co-arguido aconteceu no terceiro dia da operação "Halibur", lançada em conjunto pelas F-FDTL e pela Polícia Nacional (PNTL) para capturar os elementos que atacaram o Presidente da República e o primeiro-ministro, a 11 de Fevereiro.
No primeiro desses dois ataques, em que o Presidente José Ramos-Horta ficou gravemente ferido, morreu o major Alfredo Reinado.
O grupo de atacantes passou a ser liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, líder dos chamados peticionários, a quem é atribuído o ataque ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e que continua fugido.
O processo de acantonamento dos peticionários das F-FDTL, que estiveram no centro da crise de 2006, foi iniciado há duas semanas, em Aitarak Laran, Díli, e até hoje concentrou 324 elementos, segundo Atul Khare.
"Sei o número exacto porque 295 estavam no acantonamento de Aitarak Laran, mais 20 vieram escoltados pela UNPol de Same e outros nove de Ainaro", afirmou o chefe da UNMIT na conferência de imprensa.
Questionado, de novo, sobre a responsabilidade da UNPol ou das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) nos ataques de 11 de Fevereiro, Atul Khare recordou hoje que "Timor-Leste é um país soberano e as autoridades nacionais têm que actuar, quer a comunidade internacional seja ou não capaz" de actuar.
"Penso também que é bom lembrar Maio de 2006, e todos sabem o que aconteceu em Maio de 2006, e eu congratulo-me por ver pela primeira vez as F-FDTL e a PNTL numa operação conjunta. Isso dá-me esperança para o futuro", sublinhou o chefe da UNMIT.
Elementos das F-FDTL e da PNTL protagonizaram combates e incidentes violentos durante a crise política e militar de 2006.
O 1º comandante do Comando Conjunto da operação "Halibur", o tenente-coronel das F-FDTL Filomeno Paixão, anunciou hoje em conferência de imprensa que as forças conjuntas ainda não tiveram "nenhum encontro" com o grupo de Gastão Salsinha.
Filomeno Paixão informou que as forças conjuntas da F-FDTL e PNTL encontram cinco peticionários "que tinham o intuito de se apresentar em Aitarak Laran, mas tinham receio de entrar na cidade por causa dos controlos de estrada".
"Foram trazidos de boa maneira pelas nossas forças para o local de acantonamento" em Díli, acrescentou o tenente-coronel das F-FDTL.
Segundo Filomeno Paixão, "as operações foram feitas nos primeiros três dias nos arredores de Díli", desde Hera, a leste, passando por Fatuhai, a sul, até Tíbar, a oeste, no limite com Liquiçá.
"As forças não tiveram nenhum embate com o grupo GS (Gastão Salsinha)", afirmou Filomeno Paixão.
"Aproveitámos também para informar a população que não é preciso fugir porque não andamos a fazer prisões indiscriminadas", adiantou o oficial das F-FDTL, que apelou para a colaboração de todos com as autoridades.
PRM
Lusa/Fim
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Elemento do antigo grupo de Reinado rendeu-se à polícia da ONU
Por Malai Azul 2 à(s) 19:16
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
“Penso também que é bom lembrar Maio de 2006, e todos sabem o que aconteceu em Maio de 2006, e eu congratulo-me por ver pela primeira vez as F-FDTL e a PNTL numa operação conjunta. Isso dá-me esperança para o futuro", sublinhou o chefe da UNMIT.
Se se lembra tão bem de Maio de 2006 como diz, menos desculpa tem então para o comportamento de desafio e de incumprimento da decisão do tribunal que acatou e fez acatar pela UNPOL a não execução dos mandatos de captura contra quem enveredou pela violência contra os seus camaradas de armas e a população de Díli.
Shame on you Mr. Khare!
"Atul Khare recordou hoje que "Timor-Leste é um país soberano e as autoridades nacionais têm que actuar, quer a comunidade internacional seja ou não capaz""
Ora aqui está uma grande verdade e apraz-me registrar que o Sr. Khare começa a perceber que o tempo das palhaçadas acabou e que os estrangeiros presentes em Timor têm que obedecer ao Estado timorense, independentemente de fazerem muito, assim-assim, pouco ou nada.
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