Lusa - 12 de Novembro de 2007, 16:14
Díli- A Uma Fuko, ou Casa da Cultura, foi atribuída pelo governo timorense à União Europeia (UE), apesar de estar entregue por contrato à Caixa Geral de Depósitos (CGD), confirmou à Agência Lusa o Presidente da República.
"A Uma Fuko ficou atribuída à UE primeiro porque não conseguimos encontrar um edifício para a Comissão Europeia, da qual Portugal faz parte", declarou o chefe de Estado, em entrevista à Lusa.
A mudança de inquilino da Uma Fuko foi decidida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, confirmou José Ramos-Horta.
"O maior aliado que temos na UE é Portugal. Logo, ao atribuirmos a Uma Fuko à UE, estamos a atribuí-la a Portugal", referiu o chefe de Estado na entrevista, antes da partida para uma visita oficial de três dias a Portugal, que começa quarta-feira.
A Casa da Cultura, um edifício emblemático situado diante da baía de Díli, era a Intendência Militar na época colonial portuguesa e foi o Comando Militar durante a ocupação indonésia de Timor-Leste.
A Caixa Geral de Depósitos, a quem o Estado timorense atribuiu o espaço a longo-prazo, tem um projecto de recuperação e investimento na Casa da Cultura, incluindo espaço de exposições e espectáculos, biblioteca, cafetaria, loja multimédia e salas de formação.
"A CGD ia fazer-nos um favor enorme, porque ia investir 600 mil euros para a restauração do edifício e depois iria gerir o espaço para nós", frisou o chefe de Estado.
"Vamos encontrar outro edifício para esse fim", declarou José Ramos-Horta, justificando que a UE "é extremamente importante para Timor-Leste".
"A UE ajuda-nos a fazer o equilíbrio regional. Uma presença forte da UE através da Comissão Europeia ajuda-nos imenso nos equilíbrios que temos que fazer nesta região", explicou.
"Portugal, a França, a Espanha, os países que têm já uma presença aqui, terão um espaço nesse edifício que será atribuído à UE", ressalvou o Presidente da República.
"Em relação à CGD, não é nada problemático", garantiu José Ramos-Horta.
"Fui eu que levantei, há dois anos, a hipótese de a CGD gerir a Uma Fuko. Eles reagiram favoravelmente mas o processo demorou porque o governo anterior a mim queria só dar cinco anos de contrato à CGD", explicou o Presidente da República.
"Quando eu assumi as funções de primeiro-ministro (em 2006), mandei autorizar (o contrato) para 20 anos", acrescentou José Ramos-Horta.
"Só que o projecto nunca mais foi realizado".
Por um lado, "veio a crise" política e militar de 2006. Por outro, "ainda há um ocupante ilegal de um terreno ao lado, que praticamente impossibilitou a obra para a qual o edifício estava destinado".
O ocupante começou por instalar uma barraca e posteriormente construiu uma casa definitiva.
A Comissão Europeia, ao contrário da CGD, "não precisa desse espaço contíguo", notou José Ramos-Horta.
A perda da Uma Fuko pela CGD será discutida em Lisboa entre o Presidente timorense e o presidente da Caixa, afirmou à Lusa fonte oficial.
O Presidente da República visita Portugal a partir quarta-feira, a primeira enquanto chefe de Estado, depois de uma paragem em Singapura em visita privada.
O programa oficial da visita a Portugal é de três dias mas José Ramos-Horta estará no país até domingo, antes de viajar para Madrid, Espanha.
PRM-Lusa/fim
NOTA DE RODAPÉ:
Desculpe?...
O Governo chefiado por Ramos-Horta "entregou" este edifício à Caixa Geral de Depósitos apenas este ano e não como diz Ramos-Horta há dois anos.
E a CGD de imediato começou a sua reconstrução para a transformar num espaço cultural, biblioteca e de acesso à Internet para toda a população, com o respectivo investimento.
Além disso, achamos de muito mau gosto da parte dos responsáveis da Comissão Europeia em Timor-Leste, terem insistido junto do MNE timorense em ficar com o edifício que deixa de ser de utilização pública, um espaço cultural, principalmente numa área quase inexistente em Timor-Leste.
Mas nesta terra ninguém tem vergonha, nem palavra.
Gostaríamos de saber se realmente a CGD "concorda" com esta decisão, ou se foi pura e simplesmente despejada...
Lembramos que este edíficio, foi reconstruído pela Cooperação Portuguesa que financiou quase 10 milhões de dolares para o efeito, e posteriormente vandalizado durante a manifestação organizada pela Igreja Católica contra o Governo de Mari Alkatiri, quando os manifestantes ocuparam este espaço durante as várias semanas que duraram os protestos.
Mas João Cravinho deve achar que vai tudo bem...
quarta-feira, novembro 14, 2007
Timor-Leste: CGD perde Casa da Cultura para UE, confirma PR
Por Malai Azul 2 à(s) 06:06
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
3 comentários:
Era interessante saber como desapareceu metade da verba atribuida então. Dizem que se evaporou, mas o Virgílio Smith e C.ª terá muito que contar. Mais a mais RH interveio directamente na conclusão da obra, passando por cima dos técnicos, insistindo que a queria pronta a tempo da Independência. Então, à pressa, pintaram-na com tinta imprópria e...descascou toda. O resto, já é conhecido.
Gostaria de adiantar que a iniciativa de atribuir este edifício à UE veio totalmente do Estado timorense, tenho conhecimento que da parte da UE não existiu qqr pressão nesse sentido. Este problema é estritamente entre a CGD e o Estado.
Eu acho que XG e RH deviam dar à UE o tal edifício de 10 andares. Assim resolvia-se o problema e os "europas" até ficavam com melhor vista sobre a baía de Dili...
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