TAPOL - 15 June 2007
by Maire Leadbeater, 234 pages, Craig Potton Publishing.
Reviewed by Paul Barber, TAPOL
The only complaint one might have with this excellent book concerns its title, which describes New Zealand as a negligent neighbour of East Timor (now known as Timor-Leste) during the invasion and brutal occupation by Indonesia.
Judging by Maire Leadbeater's highly readable account of her country's role, it is clear that New Zealand's level of culpability was far higher than negligence. Its complicity in supporting Indonesia's East Timor policy for geo-political purposes was in fact on a par with the collusion of the key western powers, Australia and the United States.
Maire Leadbeater is a seasoned campaigner (she now runs the Auckland-based Indonesia Human Rights Committee and is a prominent advocate for West Papua). Her personal recollections and experiences in the East Timor solidarity movement add considerable strength and authenticity to her chronicle, which also draws on declassified official documents, historical research and interviews with key players.
Underpinning the narrative is the moving story of East Timor's heroic resistance against oppression together with an informative overview of the history of the East Timor tragedy and the Machiavellian machinations of the international community.
The book can make depressing reading for those who believe that principle should take precedence over pragmatism on foreign policy issues such as East Timor. Leadbeater notes how she was shocked to find that 'almost every new batch of documents revealed new examples of the high-level subterfuge officials relied on as they plotted to help Indonesia deflect international criticism'.
However, there is some encouragement for activists in the discovery from official papers that 'solidarity campaigning had made more of an impact on Government officials and politicians than any of us had been aware of at the time. It is clear that Government officials were constantly gauging the strength of the solidarity movement and its impact on the public'.
The book raises the important question as to what would have happened if New Zealand had taken a different position and opposed the Indonesian invasion and occupation. Would that have had an effect on the other global players and forced Indonesia to change its plans, she asks. What counts, she suggests is 'not just the size of the country, but qualities such as a reputation for straight dealing and an ethical foreign policy. Deserved or not, New Zealand had a good name' in that respect and was a strong supporter of self-determination for Pacific Islands states. But it 'shamelessly put this "good name" to the service of Indonesia' despite the fact that it never gained anything from being conciliatory to Jakarta.
Leadbeater makes the point that New Zealand had withstood high-level pressure, including economic threats from the United States and Britain, over its anti-nuclear stand (an honourable exception to the pragmatic approach to foreign policy) so its lack of courage over East Timor was all the more regrettable.
New Zealand's complicity in Indonesia's annexation of East Timor is symbolised by its support for the Australian-led cover-up over the killings of the 'Balibo Five' newsmen in October 1975. This is now being exposed by the New South Wales inquest into the death of one of the men, Briton Brian Peters. The incident is regarded as a key moment in the invasion of East Timor since the lack of protest over the deaths by Australia, New Zealand and the UK is thought to have emboldened Indonesia to proceedwith its plans.
Cameraman Gary Cunningham was a New Zealand citizen, but Leadbeater notes that the New Zealand government, anxious to avoid harming its relations with Indonesia, shamefully concluded there was no need for it to become involved in the dispute over how the men died. The fact that Cunningham was resident in Australia and employed by an Australian news organisation was used as a convenient justification for it to turn a blind eye.
Leadbeater presents the book as her way of addressing a 'personal responsibility to expose what went wrong in the past in the interests of putting things right in the present'. She has gone a considerable way to achieving the first part of the objective, but the second part is dependent on those in power, who may not yet have learnt the lessons of the past.
In common with other western countries, New Zealand has offered no apology for 24 years of complicity with Indonesian military brutality in East Timor, it has maintained close ties with the military forces responsible for widespread violations of human rights, and done little to ensure the perpetrators of crimes against humanity are brought to justice. These failures of national, institutional and individual accountability have clearly contributed to the recent breakdown of law and order in independent Timor-Leste by sending the message that violence pays and that perpetrators can expect to enjoy impunity.
There is, suggests Leadbeater, an opportunity for New Zealand to atone in part for its past errors by making a difference on West Papua, but it must be 'prepared to put principle before the bilateral relationship with Indonesia' and 'abandon its acquiescent Indonesia-first foreign policy' if the East Timor policy debacle is not to be repeated.
quinta-feira, junho 21, 2007
Book Review - Negligent Neighbour: New Zealand's Complicity in the Invasion and Occupation of Timor-Leste
Por Malai Azul 2 à(s) 22:56
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Crítica do Livro – Vizinho Negligente: a Cumplicidade da Nova Zelândia na Invasão e Ocupação de Timor-Leste
TAPOL - 15 Junho 2007
Por Maire Leadbeater, 234 páginas, Craig Potton Publishing.
Revisto por Paul Barber, TAPOL
A única queixa que se poderia ter deste livro excelente tem a ver com o título, que descreve a Nova Zelândia como um vizinho negligente de Timor –Leste durante a invasão e ocupação brutal pela Indonésia.
A julgar pela descrição de Maire Leadbeater altamente legível do papel do seu país, fica claro que o nível de culpabilidade da Nova Zelândia foi muito superior a negligência. A sua cumplicidade no apoio à política da Indonésia em Timor-Leste por razões geo-políticas esteve de facto a par com a conivência dos poderes ocidentais chave, a Austrália e os Estados Unidos.
Maire Leadbeater é uma activista madura (agora lidera o Comité dos Direitos Humanos na Indonésia com base em Aucklande é uma defensora proeminente da Papua do Oeste). As suas recolhas pessoais e experiências no movimento de solidariedade com Timor-Leste acrescentam força e autenticidade considerável á sua crónica, que se baseia ainda em documentos oficiais desclassificados, investigação histórica e entrevistas com figuras chave.
Underpinning a narrativa é a história comovente da resistência heróica de Timor-Leste contra a opressão juntamente com uma informação geral da história da tragédia de Timor-Leste e das maquinações Maquiavélicas da comunidade internacional.
A leitura do livro pode tornar-se deprimente para os que acreditam que os princípios devem preceder o pragmatismo mas questões de política externa tal como Timor-Leste. Leadbeater anota como ficou chocada ao descobrir que quase em cada novo conjunto de documentos se revelavam novos exemplos dos subterfúgios em que entidades oficiais de alto-nível se apoiavam quando conspiravam para ajudar a Indonésia a driblar as críticas internacionais'.
Contudo, para os activistas há algum encorajamento na descoberta em documentos oficiais que 'campanhas de solidariedade tinham feito mais impacto nas entidades do Governo e em políticos do que cada um de nós tinha imaginado na altura. Está claro que funcionários do Governo estavam constantemente a avaliar a força do movimento de solidariedade e o seu impacto no público'.
O livro levanta a importante questão do que teria acontecido se a Nova Zelândia tivesse tomado uma posição diferente e se se tivesse oposto à invasão e ocupação Indonésia. Teria isso tido um efeito nos outros parceiros globais e forçado a Indonésia a mudar os seus planos, pergunta. O que conta, sugere não é apenas o tamanho do país, mas qualidades tais como a reputação em lidar a direito e com ética nas questões de política estrangeira. Merecido ou não, a Nova Zelândia tinha uma boa reputação em relação a isso e foi uma forte apoiante para a auto-determinação dos Estados das Ilhas do Pacífico. Mas 'vergonhosamente pôs a sua "boa reputação" ao serviço da Indonésia' apesar do facto de nunca ter ganho nada por ser conciliatória com Jacarta.
Leadbeater faz o ponto de a Nova Zelândia ter resistido a pressões de alto-nível, incluindo ameaças económicas dos USA e da Grá-Bretanha devido à sua postura anti-nuclear (uma excepção honrosa à abordagem pragmática da política estrangeira) por isso a sua falta de coragem em relação a Timor-Leste é ainda mais lamentável.
A cumplicidade da Nova Zelândia com a anexação da Indonésia é simbolizada com o seu apoio ao encobrimento liderado pelos Australianos dos 'Cinco de Balibo', os jornalistas assassinados em Outubro de 1975. Isto está a ser exposto agora no inquérito judicial de New South Wales à morte de um dos homens, o Britânico Brian Peters. O incidente é visto como um momento chave na invasão de Timor-Leste visto que a falta de protesto sobre as mortes pela Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido é encarado como um apoio à Indonésia para prosseguir os seus planos.
O operador de câmara Gary Cunningham era um cidadão da Nova Zelândia, mas Leadbeater anota que o governo da Nova Zelândia, ansioso para evitar prejudicar as suas relações com a Indonésia, vergonhosamente concluiu que não havia qualquer necessidade para se envolver na disputa sobre como é que os homens morreram. O facto de Cunningham ser um residente na Austrália e empregado numa organização de notícias Australiana foi usado como uma desculpa conveniente para olhar para o lado.
Leadbeater apresenta o livro como a sua maneira de responder a 'responsabilidade pessoal de expor o que houve de errado no passado no interesse de endireitar as coisas no presente'. Fez um longo caminho para alcançar a primeira parte do objectivo, mas a segunda parte depende dos que estão no poder, que podem não ter ainda aprendido as lições do passado.
Em comum com outros países do Ocidente, a Nova Zelândia não pediu desculpas por 24 anos de cumplicidade com a brutalidade dos militares Indonésios em Timor-Leste, tem mantido laços apertados com as forças militares responsáveis por violações alargadas de direitos humanos e tem feito pouco para assegurar que os perpetradores de crimes contra a humanidade sejam levados à justiça. Esses falhanços de responsabilização nacional, institucional e individual têm contribuído claramente para a recente quebra da lei e da ordem no independente Timor-Leste ao passar a mensagem de que a violência vale a pena e de que os perpetradores podem esperar gozar impunidade.
Há, sugere Leadbeater, uma oportunidade para a Nova Zelândia se redimir em parte dos seus erros do passado, se fizer a diferença na Papua do Oeste, mas deve estar 'preparada para pôr os princípios antes das suas relações bi-laterais com a Indonésia' e 'abandonar a sua política estrangeira de Indonésia em primeiro lugar' se não é para se repetir a política desastrada de Timor-Leste.
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