sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Alkatiri inocentado: Que tal agora quanto à tentativa de golpe Australiano?

(Tradução da Margarida)
The Guardian 14 Fevereiro, 2007

Uma audição judicial Timorense contra o antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, deixou cair as acusações. Não encontraram nenhuma evidência de que ele esteve envolvido, ou que conhecesse a alegada entrega de armas a civis por altura dos distúrbios em Timor-Leste em Maio passado.

Estas alegações foram gritadas dos telhados das casas pelos media Australianos e pela ABC num programa especial da Four Corners que fez estas acusações obscenas e ajudou a campanha para forçar a resignação de Mari Alkatiri o que era o objectivo do governo Australiano. A repórter da ABC Liz Jackson recebeu um Prémio Walkley por esta peça de adulterações e mentiras.

Mari Alkatiri tinha cometido o pecado imperdoável de forçar Alexander Downer a fazer concessões substanciais sobre os campos de petróleo da costa sul de Timor-Lestee teve de ser removido do poder.

Depois das acusações contra ele terem sido arquivadas, Mari Alkatiri tem ameaçado processar por difamação os media Australianos e exige a Ramos Horta agora Primeiro-Ministro e a Xanana Gusmão Presidente de Timor-Leste para pedirem desculpa. Eles tinham usado as alegações da ABC para pressionarem Alkatiri a resignar.

Mais uma vez houve manifestações contra Mari Altakiri depois de terem sido arquivadas as acusações contra ele. Os manifestantes pediram que fossem despedidos os funcionários judiciais que chegaram à conclusão que não havia nenhuma acusação válida contra Alkatiri.

Continua a campanha dos círculos políticos reaccionários em Timor-Leste e na Austrália. Estão agora a concentrar-se nas eleições presidenciais e parlamentares que se devem realizar em meados deste ano. A eleição presidencial está prevista realizar-se em 9 de Abril 9 e seguir-se-á a eleição parlamentar.

Na eleição anterior a Fretilin ganhou a maioria dos lugares e é certo que um dos objectivos dos governos da Austrália e da Nova Zelândia e de Horta e Gusmão é derrotar a Fretilin e pôr no poder representantes de outras forças políticas e um governo que adopte políticas mais ao gosto dos governos da Austrália e da Nova Zelândia.

Xanana Gusmão tem repetidamente afirmado que não concorrerá outra vez ao cargo de Presidente enquanto que Ramos Horta anunciou que concorrerá desde que mais nenhum outro candidato se perfile contra ele. A sua postura tresanda a chantagem política.

A Austrália continua a manter cerca de 800 tropas e a Nova Zelândia umas 120 em Timor-Leste e estes dois governos recusaram pôr as suas tropas sob comando da ONU. É também certo que há forças especiais a operar para agências de informações Australianas em Timor-Leste. A ONU tem um número considerável de polícias na sua missão de manutenção da paz.

Os governos Australianos e da Nova Zelândia têm ainda outra arma letal na pessoa do major Alfredo Reinado que esteve no centro dos distúrbios o ano passado. Foi preso e tem uma acusação de homicídio pendurada sob a sua cabeça. Contudo saltou da prisão debaixo do nariz das tropas Australianas. Desde então oficiais Australianos têm tido discussões com Reinado e não fizeram qualquer tentativa para o deter apesar de terem a obrigação de o fazer.

Uma notícia no The Australian da semana passada dizia que um relatório apresentado ao Conselho de Segurança da ONU com a data de 1 de Fevereiro, anotava que Alfredo Reinado representava um risco para eleições livres e justas enquanto permanecesse ao largo. O relatório dizia que várias tentativas envolvendo Ramos Horta, a ONU e militares de Timor-Leste tinham falhado em convencer o major Reinado a entregar-se.

Em contraste os governos Australiano e da Nova Zelândia não fizeram qualquer segredo do seu desejo de ver Alkatari preso, acusado e atirado para a cadeia.

Reinado tendo recebido treino na academia militar de Canberra tem família e conexões militares na Austrália. É claro que o governo Australiano quer mantê-lo nas montanhas fora de Dili pronto para causar novos distúrbios para perturbar as eleições caso pareça que Fretilin ainda conserva um apoio maioritário entre o povo de Timor-Leste.
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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