domingo, junho 18, 2006

Não foi o major Reinado que provocou o problema" - PR Xanana


Denpasar, Indonésia, 18 Jun (Lusa) - O Presidente de Timor- Leste disse hoje em Denpasar, Indonésia, que o major Alfredo Reinado não é responsável pela crise político-militar em Timor, considerando que persistem outras questões a que importa dar atenção, segundo a Associated Press.

"Não foi o major Alfredo que provocou o problema, temos muitas outras questões em que pensar", disse Xanana Gusmão, sem pormenorizar.

O chefe de Estado timorense, que efectuou este fim-de-semana uma visita de 24 horas à ilha indonésia de Bali, para um encontro com o seu homólogo Susilo Bambang Yudhoyono, sublinhou que Reinado não é um rebelde, apesar de ter pegado em armas contra forças governamentais.

O major Alfredo Reinado abandonou a cadeia de comando das forças armadas timorenses no passado dia 03 de Maio, e juntamente cm mais 20 homens, entre militares e polícias, esteve envolvido em combates com efectivos militares leais ao governo.

A crise em Timor-Leste iniciou-se em finais de Abril, quando uma manifestação patrocinada por cerca de 600 militares demitidos pelo governo, abriu caminho a um ciclo de violência na capital, que provocou, segundo a ONU, 37 mortos e mais de 130 mil deslocados, distribuídos por campos de acolhimento e instituições ligadas à Igreja Católica.

O major Alfredo Reinado, que responsabilizou o primeiro- ministro Mari Alkatiri pela violência registada na capital, exige a demissão do chefe do governo, mas Alkatiri, que lidera o partido maioritário em Timor-Leste, a Fretilin, já afirmou que não tenciona demitir-se e que pretende manter-se à frente do executivo até às eleições legislativas, previsivelmente a serem realizadas em 2007.

A Fretilin obteve 57,37 por cento dos votos expressos nas anteriores eleições gerais, realizadas em 2001.

Na passada sexta-feira, cumprindo ordens de Xanana Gusmão, o major Reinado, e os seus homens, entregou 15 armas (12 automáticas e três pistolas, e muitas munições) aos militares australianos que o protegem em Maubisse, 70 quilómetros a sul de Dili.

Entre as vítimas dos confrontos em Timor-Leste encontram-se dois polícias que foram abatidos for forças leais ao Governo de Alkatiri e que serão enterrados na segunda-feira.

As forças internacionais que se encontram no país, incluindo um batalhão da GNR - e cuja actuação fez diminuir a violência - temem que os funerais dos polícias, no cemitério de Santa Cruz, em Díli, onde em 1991 as tropas ocupantes indonésias massacraram mais de 250 pessoas.

AS imagens do massacre de Santa Cruz chamaram a atenção da Comunidade Internacional para a questão de Timor-Leste.

EL/IG.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.