05 Jun 2008 12:28:35 GMT
Source: IRIN
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DILI, 5 June 2008 (IRIN) - At night Tomas Agusto and his family lie in their tent hoping nobody will set it alight. When he was moved out of the displacement camp in April, he was given US$4,500 to rebuild his house, but he is still too scared to do so.
Agusto was moved out of the camp on the grounds of the national hospital in Dili, the capital, by the Ministry of Social Solidarity, after living there for nearly two years. In early May, his family, their tent and other possessions were trucked back to the site of his former home in Becora, a suburb of the city.
Agusto's house had been destroyed in the civil unrest that left more than 100,000 displaced throughout the country in 2006.
"We're scared," he told IRIN. "If we build our house the neighbours will just burn it down again." Agusto said he and a neighbouring family were the only easterners to have returned. Because much of the 2006 violence was triggered by hostile eastern and western factions, Agusto feels outnumbered. He told IRIN that neither he nor his neighbour would rebuild until more easterners returned.
A few weeks after he moved back, a neighbourhood leader told him to get out, saying he was not welcome there. "[The leader] said the land was his and the people who lived here before couldn't come back," Agusto said.
Land tensions
Land rights and residual tensions are a serious problem in Timor-Leste, according to Valentina Bacchin, return and reintegration officer with the International Organization for Migration (IOM). She told IRIN Agusto's problem was not uncommon.
Although the violence in 2006 was ostensibly sparked by an implosion of the police and defence forces, unknown numbers of homes were simply razed by neighbours eager to oust newer residents. Those newcomers were principally from the east.
Agusto said his family built their house in 1985 during the Indonesian occupation, when there were no land titles. He said he simply cleared some land and built a house. About 40 other families did the same thing. Every single one was destroyed.
Squatter status
Locals were quick to say their enmity was not the result of regional differences. They said eastern families were unpopular because they were squatters - even if they had lived in the same houses for a generation.
Gaspar da Silva, the neighbourhood leader in a section of Becora, recalled that up until the 1980s only one or two eastern families lived in his area. But soon after that the extended families came in from the hills and the neighbourhood was taken over by people who had no respect for local tradition, he said. Since 2006 their neighbourhood had been calmer, he added.
The government's solution to these tensions has been to hold dialogues between factions. However, Da Silva said while he took part in the talks, he did not believe in the process as it had gone nowhere.
Traditional ceremonies
Da Silva said he would accept former residents on two conditions: they could show a land title and they would participate in a "tuir adat", a traditional ceremony.
"In the ceremony we would kill a cow or a goat and get the blood and mix it with palm wine and then all drink a cup of it," he said. "Then our problems will go away … that's our tradition."
He might get his wish. After organising dialogues with limited success, Estella Gusmao, the ministry's media officer, said last month the government had begun holding traditional mediation ceremonies.
However, Gusmao added that serious disputes were better resolved by the courts. "If the people in the neighbourhood don't accept the families back, maybe they've had a problem with them in the past because they've committed crimes. These cases have to be taken to the police and then to trial because people have to follow law and order."
But Da Silva is suspicious of the law. "The law is for the important people and the smart people and that's it," he said. "We ignorant people don't understand any of it. But all of us, eastern and western Timorese alike, understand our traditional ceremonies."
Agusto has participated in two government-orchestrated dialogues, but so far no consensus has been reached. He said he would consider a traditional ceremony, but his neighbours had not suggested it.
Prime Minister Xanana Gusmao has said he would like to see the remaining displacement camps cleared by the end of the year, but progress is slow and IOM's Bacchin told IRIN she was doubtful any lasting success could be achieved in such a short time.
jw/bj/mw
segunda-feira, junho 16, 2008
Homecoming fraught with danger
Por Malai Azul 2 à(s) 04:29
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Regresso a casa cheio de perigo
05 Jun 2008 12:28:35 GMT
Fonte: IRIN
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DILI, 5 Junho 2008 (IRIN) – À noite Tomas Augusto e a sua família deitam-se na sua tenda esperando que ninguém lhes deite fogo. Quando foi mudado para fora do campo de deslocados em Abril, deram-lhe US$4,500 para reconstruir a casa, mas tem ainda demasiado medo para o fazer.
Augusto foi mudado do campo nos terrenos do hospital nacional em Dili, a capital, pelo Ministério da Solidariedade Social, depois de lá viver quase dois anos. No princípio de Maio, a tenda e outras posses dele foram transportadas para o local da sua antiga casa em Becora, um subúrbio da cidade.
A casa de Augusto foi destruída no desassossego civil que deixou mais de 100,000 deslocados pelo país em 2006.
"Estamos cheios de medo," contou ao IRIN. "Se construirmos a casa os vizinhos queimam-na simplesmente outra vez." Augusto disse que ele e uma família vizinha eram os únicos da parte leste que tinham voltado. Porque muita da violência de 2006 foi desencadeada por facções hostis do leste e oeste, Augusto sente-se diminuído. Contou ao IRIN que nem ele nem o vizinho reconstrituiriam anté ao regresso de mais gente do leste.
Poucas semanas depois de regressar, um líder do bairro disse-lhe para se ir embora, dizendo-lhe que não era bem vindo aqui. "[O líder] disse que a terra era sua e que as pessoas que antes viviam aqui não podiam regressar," disse Augusto.
Tensões pela terra
Direitos da terra e tensões residuais são um problema sério em Timor-Leste, de acordo com Valentina Bacchin, funcionária de regresso e reintegração na International Organization for Migration (IOM). Disse ao IRIN que o problema de Augusto não era invulgar.
Apesar da violência em 2006 ter sido abertamente desencadeada pela implosão das forças policiais e de defesa, um número desconhecido de casas tinham sido simplesmente arrasadas por vizinhos desejosos de expulsar residentes mais novos. Esses novos residentes era principalmente do Leste.
Augusto disse que a sua família construiu a casa deles em 1985 durante a ocupação Indonésia, quando não havia títulos de terras. Disse que se limitou a limpar alguma terra para construir uma casa. Cerca de outras 40 famílias fizeram a mesma coisa. Todas elas foram destruídas.
Estatuto de sem abrigo
Os residentes locais foram rápidos a dizer que a sua inimizade não era o resultado de diferenças regionais. Disseram que as famílias do leste eram impopulares porque eram sem-abrigos – mesmo se durante uma geração tinham vivido nas mesmas casas.
Gaspar da Silva, o líder do bairro numa secção de Becora, lembrou que até aos anos 1980s apenas uma ou duas famílias do leste tinham vivido na sua área. Mas pouco depois dessa data pessoas das famílias desceram das montanhas e o barro foi tomado por gente que não tinha respeito pela tradição local, disse ele. Desde 2006 que o bairro tem estado mais calmo, acrescentou.
A solução do governo para essas tensões tem sido realizar diálogos entre facções. Contudo, Da Silva disse que apesar de ter participado nas conversas, que não acreditava no processo dado que não chegara a lado nenhum.
Cerimónias Tradicionais
Da Silva disse que aceitaria antigos residentes com duas condições: podiam mostrar um registo da terra ou participariam no "tuir adat", uma cerimónia tradicional.
"Na cerimónia mataremos uma vaca ou uma cabra, tiramos o sangue e misturamos com vinho de palma e depois bebemos todos uma taça disso," disse. "Então os nossos problemas desaparecem … é essa a nossa tradição."
Ele pode ter o seu desejo. depois de organizar diálogos com sucesso limitado, Estella Gusmão, a funcionária do ministério para os media, disse que no mês passado o governo tinha começado a fazer cerimónias tradicionais de mediação.
Contudo, acrescentou Gusmão que disputas sérias resolviam-se melhor pelos tribunais. "Se as pessoas no bairro não aceitam as famílias de volta, tiveram talvez um problema com elas no passado porque cometeram crimes. Estes casos têm de ser levados à polícia e depois a julgamento porque as pessoas têm de seguir a lei e a ordem."
Mas Da Silva suspeita da lei. "A lei é para as pessoas importantes e pessoas espertas, é assim," disse ele. "Nós as pessoas ignorantes não percebemos nada disso. Mas todos nós, do leste e do oeste somos todos Timorenses, compreendemos as nossas cerimónias tradicionais."
Augusto participou em dois diálogos orquestrados pelo governo, mas até agora não se chegou a consenso. Disse que podia considerar uma cerimónia tradicional, mas que os seus vizinhos não a tinham sugerido.
O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão disse que gostaria de ver os campos restantes limpos até ao fim do ano, mas os progressos são lentos e Bacchin da IOM disse ao IRIN que tinha dúvidas que se conseguisse ter sucesso em tão curto tempo.
jw/bj/mw
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