tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post6085076136576512584..comments2024-03-24T18:22:40.376+09:00Comments on Timor Online - Em directo de Timor-Leste: Homecoming fraught with dangerUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post-22007570886732053192008-06-17T03:46:00.000+09:002008-06-17T03:46:00.000+09:00Tradução:Regresso a casa cheio de perigo 05 Jun 20...Tradução:<BR/>Regresso a casa cheio de perigo <BR/>05 Jun 2008 12:28:35 GMT<BR/><BR/>Fonte: IRIN<BR/>A Reuters e o AlertNet não são responsáveis pelo conteúdo deste artigo ou por qualquer site externo de internet. As opiniões expressas são apenas do autor.<BR/><BR/><BR/>DILI, 5 Junho 2008 (IRIN) – À noite Tomas Augusto e a sua família deitam-se na sua tenda esperando que ninguém lhes deite fogo. Quando foi mudado para fora do campo de deslocados em Abril, deram-lhe US$4,500 para reconstruir a casa, mas tem ainda demasiado medo para o fazer.<BR/><BR/>Augusto foi mudado do campo nos terrenos do hospital nacional em Dili, a capital, pelo Ministério da Solidariedade Social, depois de lá viver quase dois anos. No princípio de Maio, a tenda e outras posses dele foram transportadas para o local da sua antiga casa em Becora, um subúrbio da cidade.<BR/><BR/>A casa de Augusto foi destruída no desassossego civil que deixou mais de 100,000 deslocados pelo país em 2006.<BR/><BR/>"Estamos cheios de medo," contou ao IRIN. "Se construirmos a casa os vizinhos queimam-na simplesmente outra vez." Augusto disse que ele e uma família vizinha eram os únicos da parte leste que tinham voltado. Porque muita da violência de 2006 foi desencadeada por facções hostis do leste e oeste, Augusto sente-se diminuído. Contou ao IRIN que nem ele nem o vizinho reconstrituiriam anté ao regresso de mais gente do leste.<BR/><BR/>Poucas semanas depois de regressar, um líder do bairro disse-lhe para se ir embora, dizendo-lhe que não era bem vindo aqui. "[O líder] disse que a terra era sua e que as pessoas que antes viviam aqui não podiam regressar," disse Augusto.<BR/><BR/>Tensões pela terra<BR/><BR/>Direitos da terra e tensões residuais são um problema sério em Timor-Leste, de acordo com Valentina Bacchin, funcionária de regresso e reintegração na International Organization for Migration (IOM). Disse ao IRIN que o problema de Augusto não era invulgar.<BR/><BR/>Apesar da violência em 2006 ter sido abertamente desencadeada pela implosão das forças policiais e de defesa, um número desconhecido de casas tinham sido simplesmente arrasadas por vizinhos desejosos de expulsar residentes mais novos. Esses novos residentes era principalmente do Leste.<BR/><BR/>Augusto disse que a sua família construiu a casa deles em 1985 durante a ocupação Indonésia, quando não havia títulos de terras. Disse que se limitou a limpar alguma terra para construir uma casa. Cerca de outras 40 famílias fizeram a mesma coisa. Todas elas foram destruídas.<BR/><BR/>Estatuto de sem abrigo<BR/><BR/>Os residentes locais foram rápidos a dizer que a sua inimizade não era o resultado de diferenças regionais. Disseram que as famílias do leste eram impopulares porque eram sem-abrigos – mesmo se durante uma geração tinham vivido nas mesmas casas.<BR/><BR/>Gaspar da Silva, o líder do bairro numa secção de Becora, lembrou que até aos anos 1980s apenas uma ou duas famílias do leste tinham vivido na sua área. Mas pouco depois dessa data pessoas das famílias desceram das montanhas e o barro foi tomado por gente que não tinha respeito pela tradição local, disse ele. Desde 2006 que o bairro tem estado mais calmo, acrescentou.<BR/><BR/>A solução do governo para essas tensões tem sido realizar diálogos entre facções. Contudo, Da Silva disse que apesar de ter participado nas conversas, que não acreditava no processo dado que não chegara a lado nenhum.<BR/><BR/>Cerimónias Tradicionais<BR/><BR/>Da Silva disse que aceitaria antigos residentes com duas condições: podiam mostrar um registo da terra ou participariam no "tuir adat", uma cerimónia tradicional.<BR/><BR/>"Na cerimónia mataremos uma vaca ou uma cabra, tiramos o sangue e misturamos com vinho de palma e depois bebemos todos uma taça disso," disse. "Então os nossos problemas desaparecem … é essa a nossa tradição."<BR/><BR/>Ele pode ter o seu desejo. depois de organizar diálogos com sucesso limitado, Estella Gusmão, a funcionária do ministério para os media, disse que no mês passado o governo tinha começado a fazer cerimónias tradicionais de mediação.<BR/><BR/>Contudo, acrescentou Gusmão que disputas sérias resolviam-se melhor pelos tribunais. "Se as pessoas no bairro não aceitam as famílias de volta, tiveram talvez um problema com elas no passado porque cometeram crimes. Estes casos têm de ser levados à polícia e depois a julgamento porque as pessoas têm de seguir a lei e a ordem."<BR/><BR/>Mas Da Silva suspeita da lei. "A lei é para as pessoas importantes e pessoas espertas, é assim," disse ele. "Nós as pessoas ignorantes não percebemos nada disso. Mas todos nós, do leste e do oeste somos todos Timorenses, compreendemos as nossas cerimónias tradicionais."<BR/><BR/>Augusto participou em dois diálogos orquestrados pelo governo, mas até agora não se chegou a consenso. Disse que podia considerar uma cerimónia tradicional, mas que os seus vizinhos não a tinham sugerido.<BR/><BR/>O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão disse que gostaria de ver os campos restantes limpos até ao fim do ano, mas os progressos são lentos e Bacchin da IOM disse ao IRIN que tinha dúvidas que se conseguisse ter sucesso em tão curto tempo.<BR/><BR/>jw/bj/mwAnonymousnoreply@blogger.com