Lisboa, 07 Mai (Lusa) - A presença portuguesa na Ásia é o tema da principal exposição do Museu do Oriente, que abre ao público sexta-feira e na qual assumem particular relevo peças de arte namban consideradas raras.
É o caso de um capacete namban fabricado em camadas de papel e laca, com o interior dourado e com um emblema familiar.
De todas as peças que formam a colecção de arte japonesa da Fundação Oriente (que criou o museu) é "aquela que assume um carácter mais particular", refere o catálogo da exposição sobre esta peça, considerada "um símbolo" do encontro entre ocidentais e japoneses.
Esta é também uma das peças favoritas do presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, que hoje acompanhou os jornalistas numa visita guiada ao Museu.
"As peças namban são das mais relevantes nesta colecção", afirmou por sua vez Fernando Baptista Pereira, comissário desta exposição de carácter permanente.
Duas colunas hindus que vieram do Forte de São Julião da Barra surgem logo à entrada.
"Pertenceram outrora a um templo da cidade ou do território de Goa e no fundo estão aqui para representar a cultura milenar que existia quando os portugueses chegaram à Índia", explicou Fernando Baptista Pereira.
"Os Lusíadas" (numa edição de 1584) e "Peregrinação" (edição do século XVIII) são duas obras que podem também ser vistas logo a seguir, no início da exposição, lembrando as viagens e as façanhas dos portugueses.
Estão lá porque são as duas obras máximas da literatura portuguesa relativa ao Oriente e ficarão no Museu cerca de três meses porque não podem estar expostas muito tempo.
"Uma espelha uma visão épica, a outra a visão aventureira. As duas completam-se e só as duas provam aquilo que realmente os portugueses foram no Oriente - soldados, aventureiros, missionários, comerciantes, um pouco de tudo", referiu o comissário.
Os biombos também têm um papel de destaque na exposição, incluindo exemplares de arte namban e chineses, com pinturas sobre a chegada e a presença de portugueses e ocidentais ao Oriente.
Dois sofisticados escritórios em laca e madrepérola e oratórios figuram igualmente entre as peças de arte namban.
Um pagode oferecido pela cidade de Macau à rainha D. Maria quando a família real se encontrava no Brasil também pode ser visto no Museu, onde pontua igualmente uma colecção de pratos de porcelana brasonada.
Uma segunda parte desta exposição é dedicada ao tema do Coleccionismo de Arte Oriental, constituído igualmente por peças da Fundação, a que se juntam acervos provenientes do Museu Nacional Machado de Castro, de Coimbra, com os legados do poeta Camilo Pessanha e do escritor Manuel Teixeira Gomes.
Da notável colecção de 600 frascos de rapé deste último, o Museu vai expor uma selecção de 120.
"Estas colecções estavam no Museu Machado de Castro e o Estado português depositou-as por 15 anos no Museu do Oriente", explicou Baptista Pereira, sublinhando que estavam na posse do Estado "há mais de 80 anos mas nunca tinham sido devidamente expostas nem estudadas"
O coleccionador Joe Berardo também emprestou quatro peças orientais ao Museu.
Num outro piso do edifício da Doca de Alcântara recuperado para a instalação deste museu pode ser vista a exposição "Deuses da Ásia", feita a partir das peças da colecção de um chinês de Hong Kong, Kwok On.
A colecção Kwok On tem no total cerca de 13 mil peças de arte popular asiática que serão expostas por ciclos.
Actualmente, a exposição "Deuses da Ásia" reúne 650 peças de países como a Índia, Vietname, China, Nepal, incluindo pinturas, trajes para rituais e festas, altares e diversos objectos utilizados em festivais, num colorido que contrasta com a sobriedade da exposição sobre a presença portuguesa na Ásia.
A mesma colecção Kown On deu origem a uma terceira mostra - "Máscaras da Ásia" - instalada no espaço destinado a exposições temporárias.
Além das exposições, este museu, que funcionará como um centro cultural, vai apresentar uma programação que aposta principalmente no cinema e na música.
Para a inauguração do Museu, a Fundação Oriente encomendou um espectáculo concebido pelo pianista Mário Laginha, que convidou instrumentistas asiáticos para o acompanharem (o guitarrista vietnamita Nguyen Lê, o tablista indiano Parbou Edhouard e o percussionista japonês Joji Hirota).
"Trimurti" é o título do espectáculo que será apresentado durante quatro dias no auditório do Museu (de sexta-feira a segunda-feira).
A Carris vai ter uma carreira de autocarros que passa à porta do Museu do Oriente, anunciou Carlos Monjardino.
O Museu do Oriente tem ainda uma loja que vende, numa primeira fase, "artesanato de qualidade" de quatro países representados nas exposições - Índia, Tailândia, China e Japão.
EO.
Lusa/Fim
quinta-feira, maio 08, 2008
Museu do Oriente: Presença portuguesa na Ásia em destaque
Por Malai Azul 2 à(s) 01:18
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Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
ACORDO e PLATAFORMA POLITICA ASDT/FRETILIN ja esta no
http://www.fretilin-rdtl.blogspot.com
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Portugal celebra o passado na Ásia porque não tem nada para contribuir ao seu futuro. Que tipíco.
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