quinta-feira, novembro 01, 2007

Timor-Leste: Forças internacionais terminaram operações contra Reinado - comandante australiano

Lusa - 31 Outubro 2007 - 10:56

Díli - As Forças de Estabilização Internacionais (ISF) em Timor-Leste "cessaram as operações para prender Alfredo Reinado", reafirmou hoje à Agência Lusa o comandante do contingente, brigadeiro John Hutcheson.

A suspensão das operações contra o major fugitivo "respondeu a uma abordagem específica do Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta", explicou o comandante australiano.

"Regras formais sobre a detenção de Reinado foram recebidas em Julho e aplicadas desde essa altura", acrescentou o brigadeiro John Hutcheson, numa resposta detalhada a questões enviadas um dia antes pela Lusa.

O comandante das ISF, questionado sobre a carta do juiz do processo de Alfredo Reinado, "clarifica (de novo), a posição da Força em relação" ao militar em fuga.

"O comandante das ISF está em contacto estreito e permanente com o Presidente José Ramos-Horta e com o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, Atul Khare, sobre este assunto".

"Anteriores operações das ISF para prender Alfredo Reinado e os seus apoiantes mais próximos foram conduzidas a pedido da liderança timorense", sublinhou o brigadero John Hutcheson.

"As ISF continuam a sua missão em apoio do governo de Timor-Leste e da Polícia das Nações Unidas em providenciar segurança e estabilidade ao país", afirmou também o comandante do contingente australiano e neozelandês.

O juiz Ivo Rosa, que ordenou a captura de Alfredo Reinado, escreveu ao comandante das ISF explicando os fundamentos legais da obrigação da Força prender o major fugitivo, em respeito por uma decisão do tribunal.

"A detenção dos arguidos em fuga e apreensão das armas que estão na sua posse enquadra-se no âmbito das competências das ISF em Timor-Leste", escreveu o juiz internacional, em carta a que a Lusa teve acesso.

Alfredo Reinado evadiu-se de uma prisão em Díli a 30 de Agosto de 2006, com um grupo de homens que, "desde essa data, estão em fuga à acção da justiça sem que haja nos autos qualquer informação sobre o seu paradeiro", refere o juiz Ivo Rosa.

O ex-comandante da Polícia Militar timorense é acusado de crime de rebelião e de vários crimes de homicídio.

As ISF integram dois contingentes, australiano e neozelandês, com cerca de 1300 militares, vários veículos blindados de transporte de tropas e helicópteros de combate "Black Hawk" e "Iroquois".

PRM-Lusa/fim

NOTA DE RODAPÉ:

Shame on you, australian troops...

Mais uma vez os militares australianos desrespeitam os tribunais timorenses. Depois de terem aberto as portas da prisão a Reinado e fingido que o andavam a tentar capturar estes meses todos, confrontados com uma ordem do tribunal, vêm dizer que terminaram as operações de captura. As que nunca existiram.

Ou 1300 militares, vários veículos blindados de transporte de tropas e helicópteros de combate "Black Hawk" e "Iroquois", não chegavam para um punhado de bandidos?...

É claro que as tropas australianas não estam em Timor-Leste para cumprir o mandato que lhe foi dado. Mas sim para levar a cabo uma ocupação vergonhosa e criarem instabilidade, como se prova com os disparos contra refugiados.

Cobardolas...

3 comentários:

Anónimo disse...

E muito conveniente atirar culpas a torto e a direito.julgam que as tropas Australianas sao as unicas culpadas por esse travesti de capturar/parar de capturar? Voce que escreveu esse comentario nao tem a verdadeira nocao da verdade e da justica. Se e amigo de Timor, use mais da sua cabeca e nao de emocoes sem fundamentos.

Anónimo disse...

Com todo o respeito pelo Sr.Anónimo, ninguém atirou nada a ninguém. São factos, documentados pela carta do juíz Ivo Rosa e respectiva resposta do comandante australiano.

Que andam então as tropas OZ a fazer? Estão-se marimbando para os acordos internacionais. Estes são invocados apenas para explicar que foi Alkatiri que os mandou vir e "não se pode" mandá-los embora. Mas a parte citada pelo juíz Ivo Rosa, que obriga as tropas OZ a colaborarem com a Justiça timorense na manutenção da segurança e ordem pública, é perfeitamente ignorada pelo comandante australiano, pois ele próprio explica que anda às ordens da "liderança timorense" - leia-se; de Ramos Horta.

Este é que é o verdadeiro esquadrão da morte, às ordens de RH e XG, pois já causou vários mortos timorenses.

As mãos da "liderança" ficarão indelevelmente sujas de sangue, pois essa "liderança" está coligada com os assassinos do seu próprio povo.

Anónimo disse...

Obrigado pelo seu respeito senhor H correia. Eu sei que voce sabe mais do que eu em assuntos de politica. mas o que me preocupa e que infelizmente as pessoas deixam-se levar mais por suas ideologias e lealdades aos seus amigos do que a preocupacao de analizarem os factos baseados em verdades nuas e cruas.lembro-me, com certa vergonha,portugal ter levado a Australia para o Tribunal Internacional por causa do acordo entre a Indonesia e a Australia sobre o Petroleo do mar de Timor e a Australia sair vencedora. Isto so mostra que a verdade fala por si.Os Timorenses nao sao cegos.Nao e mentira que a Australia nao tem muito boa opiniao do senhor Alkatiri.Faria tudo em seu poder para o remover do seu posto. Mas dizer que o sr. Alkatiri nao contribuiu para isso com a sua arrogancia e condescendencia, ganhando assim o descontentamento do bom timorense, e chamar os timorenses de estupidos e atrasados. nao sei porque, tenho esta impressao de que voce e um portugues socialista de esquerda que quer por forca impingir as suas ideias ao timorzinho porque pensa que o pobre timorense ainda e atrasadocomo portugal deixou em 75 depis de mais de quatrocentos anos de obscurantismo politico.Digo isto com muito respeito aos Portugueses de boa vontade que querem um Timor verdadeiramente democratico sem intervencoes dos Socialistas porque ao fim e ao cabo os Socialistas e comunistas,falam de democracia mas sao neo-imperialistas e elitistas, inimigos da democracia

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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