quinta-feira, novembro 15, 2007

Carta ao Director do jornal "Público"

Senhor Director do Público
Agradecia a publicação desta minha carta no seu jornal:

“O actual Governo fez mais em nove meses do que o anterior em cinco anos” é o enganador ante-título do artigo de Rui Graça Feijó publicado na edição de hoje, 14 de Novembro no Público.

Enganador a vários títulos: primeiro porque o actual Governo está no poder há uns meros três meses, depois porque o “anterior” governo esteve cerca de um ano no poder e antes desse esteve o I Governo Constitucional durante quatro anos. E quer este Governo (o de Xanana) quer o anterior (o do Ramos Horta) nada consta terem feito de palpável pois nem sequer foram capazes de resolver o problema da população deslocada pela violência de Maio de 2006.

E se este é o primeiro erro de Rui Graça Feijó não é contudo o único. Pelo contrário. Diz ele que Ramos Horta deixa “um país que foi capaz de se reorganizar democraticamente para combater a crise e as raízes”.

Ora em despacho emitido em Dili, em 9 de Novembro de 2007, diz o Juiz de Direito do Tribunal do Distrito de Díli, Ivo Nelson de Caires Batista Rosa, que “verifica-se uma manifesta interferência no poder Judicial por parte doutro órgão de soberania do Estado, ou seja, o Senhor Presidente da República (…) e um total incumprimento, por parte das Forças Australianas, do acordo celebrado com Timor-Leste, bem como um manifesto desrespeito, por parte da UNPOL, das decisões judiciais.

A decisão ilegal emanada do Senhor Presidente da República, a atitude revelada, quer pelas forças australianas, quer pela UNPOL, com a complacência da Nações Unidas, coloca em causa a independência do poder judicial, contribuem para o não regular funcionamento das instituições democráticas e comprometem a implementação de um Estado de Direito de Democrático em Timor-Leste.”

(http://timor-online.blogspot.com/2007/11/para-que-no-hajam-ainda-dvidas.html)

Penso que este veredicto é o maior desmentido das afirmações de Rui Graça Feijó que no seu afã de propagandear as virtudes democráticas do actual e anterior Presidente da República de Timor Leste lançou mão dum parecer de Pedro Bacelar de Vasconcelos, esquecendo-se porém de informar os leitores do Público que ambos – Rui Graça Feijó e Pedro Bacelar de Vasconcelos - foram assessores do então PR de Timor-Leste Xanana Gusmão até meados de 2006.

Margarida.

(texto do e-mail enviado há algumas horas ao Director do Público)

3 comentários:

Anónimo disse...

APELO

VAMOS FAZER DEZEMBRO O MES DE EMPREGO.

A TODOS OS EMPRESARIOS EM TIMOR, TIMORENSES OU ESTRANGEIROS, GOSTARIA QUE TOMASSEM A INICIATIVA DE EMPREGAREM UM TIMORENSE POR DIA POR EMPRESARIO.

ACHO UMA BOA IDEIA. ESTOU A FICAR FARTO DE LAMURIAS E PARLAPIE BARATO.

UM ABRACO

MAU DICK

Anónimo disse...

Excelente desafio, este do colega Mau Dick.

Já várias vezes pensei nisso: sensibilizar os empresários para empregarem timorenses.

Isto poderia ser feito também em Portugal, que assim poderia ser uma alternativa aos tradicionais destinos da emigração timorense - Grã-Bretanha e Irlanda.

Anónimo disse...

Excelente carta, Margarida.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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