Lusa – 15 de Setembro de 2007, 15:15
Díli - O primeiro-ministro Xanana Gusmão afirmou hoje a sua "satisfação por uma oposição forte", no final dos três dias de debate do Programa de Governo, o qual foi aprovado no Parlamento.
No último dia de debates, o Parlamento Nacional aprovou hoje um voto de confiança ao governo e chumbou uma moção de rejeição pela Fretilin e apoiada pela coligação KOTA-PPT.
Em declarações à Lusa, Xanana Gusmão adiantou que o Orçamento Transitório até ao final de 2007 tem um valor indicativo de 110 milhões de dólares (cerca de 79,2 milhões de euros).
A partir de 2008, o ano fiscal coincidirá com o ano civil, acresentou.
"Será nesse orçamento que introduziremos algumas das coisas que a oposição disse que faltavam neste Programa", defendeu Xanana Gusmão.
Passava das 20:00 (12:00 em Lisboa) quando o chefe de Governo, ministros e deputados saíram do plenário.
"Estamos a andar no bom caminho, no sentido de aceitarmos que a democracia é assim", comentou Xanana Gusmão à Lusa.
"Estou satisfeito porque teremos uma oposição forte que vai fiscalizar-nos e bem".
"É isso que pedimos também aos nossos deputados da bancada AMP", a Aliança para Maioria Parlamentar que constituiu o IV Governo Constitucional.
Xanana Gusmão respondeu a rir quando questionado sobre as declarações do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri à imprensa indonésia, prevendo a queda do IV Governo "em dois anos no máximo".
"É assim que nós falamos uns com os outros", comentou o primeiro-ministro.
"A mim ele diz-me: 'não duras uma semana!'. São declarações políticas", acrescentou Xanana Gusmão.
"Aprecio imenso que ele tenha vindo hoje aqui. A presença dele foi significativa para mim", afirmou Xanana Gusmão, sobre Mari Alkatiri.
Assim que o presidente do Parlamento, Fernando "La Sama" de Araújo, deu por encerrada a discussão do Programa de Governo, Xanana Gusmão atravessou a sala para cumprimentar Mari Alkatiri.
O secretário-geral da Fretilin, que regressou hoje da Indonésia, não pôde participar no debate mas assistiu como convidado à sessão da tarde.
A seu lado esteve o presidente do partido e ex-presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu Olo".
Do lado de fora da porta por onde os ministros e deputados saem do plenário, Xanana Gusmão recebeu a indicação de "irregularidades de estrutura" da parte da ex-ministra da Administração Estatal, Ana Pessoa.
"Não sou constitucionalista. Ainda lhe perguntei se podia corrigir mas disse-me que não. Então já está".
Sobre as duas bancadas que não deram o seu voto de confiança, Xanana Gusmão considerou que "votaram contra por determinadas questões que apresentaram. Temos que aceitar que é assim".
Enquanto respondia, Xanana Gusmão cumprimentou com boa disposição alguns dos rostos mais conhecidos da Fretilin, como o chefe da bancada, Aniceto Guterres, que, durante três dias, o tratou sempre por "primeiro-ministro 'de facto'".
"Aniceto!", interpelou Xanana Gusmão. "Sempre amigos!"
PRM-Lusa/fim
quinta-feira, setembro 20, 2007
Timor-Leste: PM Xanana Gusmão "satisfeito com oposição forte"
Por Malai Azul 2 à(s) 02:17
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Xanana e um cinico, cobarde e oportunista....
""Será nesse orçamento que introduziremos algumas das coisas que a oposição disse que faltavam neste Programa", defendeu Xanana Gusmão."
Xanana confunde programa de Governo com Orçamento. O primeiro é feito para toda a legislatura - cinco anos - e não vai mudando consoante os ventos ou as marés. Já o segundo é feito anualmente, com a particularidade de o período inicial de governação até Dezembro ser regulado por um Orçamento de transição relativo ao hiato entre os dois anos fiscais.
Portanto, se Xanana queria introduzir alterações no programa, deveria tê-lo feito antes do respectivo debate no PN. Mas por esta amostra pode-se prever o que será a governação "X": cada Orçamento, cada programa? Não creio. Só se for costume no estado de Victoria...
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