sábado, agosto 25, 2007

PRESIDENTE EXIGE PEDIDO DE DESCULPAS DO FORUM DOS EMPRESÁRIOS

Tradução da Margarida:

COMUNICADO AOS MEDIA
Dili, 24 Agosto 2007

O Presidente da República exigiu um pedido público e pessoal de desculpas do Forum dos Empresários de Timor-Leste - FETL pela declaração insultuosa publicada no jornal Diário em 20 de Agosto de 2007, e assinada pelos líderes da organização, Julio Alfaro, Oscar Lima e Frankelino Castro.

A declaração dizia que em parte a objecção do Presidente para o pedido do Sr Alfaro de dar preferência aos comerciantes locais em detrimento dos investidores estrangeiros cá, dá a impressão que “o Presidente é o Presidente dos estrangeiros em vez de ser o Presidente de Timor-Leste.”

Esta declaração é um insulto e um desrespeito para o Chefe do Estado mas também pessoal para o Dr José Ramos-Horta, que tem mais do que ninguém ajudado os comerciantes locais e tem promovido Timor-Leste aos investidores através do mundo.

O Sr Júlio Alfaro tinha pedido ao Presidente durante um encontro com empreendedores Timorenses e internacionais realizado no Memorial Hall na Quinta-feira, 16 de Agosto, que “os projectos do Estado financiados com dinheiro do governo sejam oferecidos exclusivamente a companhias Timorenses.” Escandalosamente o Sr. Alfaro, como exemplo, visou especificamente os cidadãos de um país amigo.

Assim com razão o Presidente rejeitou o apelo do Sr. Alfaro para excluir comerciantes estrangeiros de certos projectos em Timor-Leste. “Enquanto for Presidente de Timor-Leste não aceitarei qualquer tentativa de Timorenses, do governo ou do sector privado para discriminar contra estrangeiros,” disse o Presidente.

“Apelo ao Parlamento Nacional e ao Governo para nem sequer sonharem em introduzir medidas discriminatórias. O que o Sr Alafro disse é muito perigoso dado que pode levar a começar a acusar estrangeiros se perderem um contrato para um projecto. Isso aconteceu no regime de Soeharto – ele discriminou contra os Chineses, e isso aconteceu no Uganda, onde sob Idi Amin perseguiram os Indianos e expulsaram centenas de milhares do dia para a noite. Isso não acontecerá cá.”
O Presidente estava particularmente preocupado quando entre outros comentários racistas, o Sr. Júlio Alfaro disse que não queria que Timor-Leste fosse como outros países da África onde os “Indianos” se tornam ricos enquanto os locais continuam pobres.

O Presidente reagiu e disse que muitas vezes “governantes incompetentes e corruptos em África e na Ásia fazem acusações demagógicas contra grupos particulares para esconder a sua própria incompetência e má governação.”

“Quero dizer ao Sr Alfaro que se os empresários locais querem ter sucesso , o governo ajudá-los-à a serem mais profissionais, mais competitivos, mas que eles têm de trabalhar no duro. Mas discriminar contra investidores estrangeiros, absolutamente não. É completamente inaceitável,” disse o Presidente.

O Presidente urgiu a todos os investidores estrangeiros em Timor-Leste a resignarem do Forum dos Empresários de Timor-Leste – FETL. –Fim.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os empresários timorenses devem ser apoiados e protegidos e isso nada tem a ver com racismo contra estrangeiros! Se não é o Estado que agora tem recursos a apoiar e incentivar as empresas timorenses nunca Timor Leste terá um sector empresarial, ou pelo menos vai demorar muito mais tempo. Os australianos e os americanos protegem bem os seus empresários que até precisariam menos que os timorenses...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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