segunda-feira, abril 16, 2007

Notícias em inglês - traduzidas pela M;argarida

Agence France-Presse – Quinta-feira, Abril 12, 2007

Ramos-Horta pede recontagem dos votos em Timor-Leste

O candidato à segunda volta das presidenciais de Timor-Leste José Ramos-Horta disse na Quinta-feira que a ONU deve explicar porque é que 30 por cento dos eleitores não foram votar na primeira volta e pediu uma recontagem. "Parece que pelo menos 30 por cento dos eleitores não votaram," disse aos repórteres. "Porquê? Não sei." "Tem que haver uma investigação," disse o corrente primeiro-ministro do pequeno Estado. "Pedi uma explicação à ONU."

A corrida presidencial está agendada para ser decidida numa segunda-volta em 8 de Maio entre Ramos-Horta e Francisco Guterres da Fretilin depois de uma primeira volta apertada, realizada na Segunda-feira, não ter tido sucesso.

Foi a primeira eleição presidencial desde a independência de Timor-Leste em 2002 e foi descrita por observadores internacionais como tendo sido em geral livres, ordeiras e pacíficas.

Mas Ramos-Horta disse que era uma questão aberta porque é que mais de 150,000 pessoas não votaram entre as cerca de 520,000 registadas. "estavam intimidadas ou não apareceram simplesmente?" perguntou, acrescentando que muita gente tinha dúvidas acerca da eleição na antiga colónia Portuguesa. "Penso que devia haver uma recontagem," disse Ramos-Horta, que partilhou um prémio Nobel da Paz por ter patrocinado a causa de Timor-Leste quando esteve ocupado pela Indonésia de 1974 a 1999.

Cinco candidatos perdedores dos oito que concorreram para substituir o Presidente Xanana Gusmão pediram também a recontagem, alegando que a eleição foi minada por intimidação, , problemas com a contagem e outras questões.

"Hoje ouvi que várias caixas de votos de Dili foram encontradas a noite passada, que não tinham sido contadas," disse Ramos-Horta, referindo-se à capital de Timor-Leste.

A eleição foi organizada por oficiais locais e observadores relataram uma grande participação de Timorenses desesperados para acabar com a pobreza e o derramamento de sangue que tem assustado a pequena nação.
"Terei de avaliar eu próprio se a ONU fez aqui tudo o que devia ter feito para assistir os Timorenses a terem uma eleição correcta, ou se estiveram demasiadamente marginais – demasiado passivos a observar?" disse Ramos-Horta.

Guterres, o antigo guerrilheiro, popularmente conhecido como Lu Olo, obteve 28.79 por cento dos votos e Ramos-Horta 22.6 por cento, de acordo com números provisórios da comissão nacional de eleições.

Tropas estrangeiras têm estado nas ruas de Timor-Leste, há quase um ano depois de violência por gangs ter deixado mortas 37 pessoas e ter levado 150,000 a fugirem das suas casas em Abril e Maio de 2006.

Gusmão venceu uma votação pré-independência depois da sangrenta divisão de Timor-Leste da Indonésia em 1999 e deita olhos para o cargo mais poderoso de primeiro-ministro.

AAP - Abril 12, 2007 12:00am

'Sérias dúvidas' acerca da eleição de Timor

Por Karen Michelmore em Dili
O Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje que estava a começar a ter dúvidas sérias acerca da correcção da eleição presidencial desta semana.

Cerca de 150,000 pessoas, ou 30 por cento dos eleitores registados, não votaram, disse.

Espera-se que o Dr Ramos-Horta dispute uma segunda volta contra o candidato do maior partido, a Fretilin, Francisco "Lu Olo'' Guterres, depois de nenhum dos oito candidatos ter cecebido a maioria absoluta para vencer a primeira volta.

O Dr Ramos-Horta pediu uma maior presença da ONU e mais observadores eleitorais Australianos em Timor-Leste durante um maior período na próxima eleição.

Os seus comentários foram feitos depois de oito candidatos ontem terem pedido uma paragem imediata da contagem, dizendo que recusariam aceitar o resultado a não ser que houvesse uma recontagem pública. "É muito desconcertante, preocupante, quando as pessoas comuns .. gente pobre que confiou no processo democrático, foram desapontadas ou podem ter sido desapontadas,'' disse o Dr Ramos-Horta.

Disse que era necessária uma investigação sobre a razão de tanta gente não ter ido votar.

O Dr Ramos Horta disse que apoiava o pedido de cinco candidatos para uma recontagem.

a Fretilin hoje declarou que tinha ganho a eleição descrevendo isso como uma “vitória contra tudo e contra todos”.

A Fretilin tinha dito que continuará a manter as suas queixas acerca das irregularidades junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas agora descreve as falhas como aceitáveis numa democracia jovem.

"Não há mudanças no que detectámos durante o processo. O que queremos dizer é que a democracia em Timor-Leste é ainda jovem," disse o antigo primeiro-ministro da Fretilin Mari Alkatiri.

"Eventos como estes ... desde que não afectem o resultado final da eleição, somos capazes de tolerar."

O Sr Alkatiri disse que o resultado foi inferior às expectativas da Fretilin, mas disse que os sete outros candidatos se tinham "juntado " contra ele.

Estava confiante numa victória da Fretilin na segunda volta contra o Dr Ramos-Horta.

Reuters – Quinta-feira 12 Abril 2007 4:15:13 BST

Timoreses fazem vigília da paz no meio de disputas eleitorais


Por: Ahmad Pathoni
Dili – A comissão de eleições de Timor-Leste reunirá na Quinta-feira para discutir pedidos para uma recontagem dos votos, quando a pequena nação enfrenta uma segunda volta entre o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta e o candidato da Fretilin.

As eleições de Segunda-feira foram muito pacíficas mas um período eleitoral franco e alegações de irregularidades levantarão preocupações acerca de nova instabilidade na nação empobrecida que tem ainda profundas divisões cinco anos depois da independência.

Durante a noite dúzias de pessoas no país predominantemente católico, que já foi uma colónia Portuguesa, realizou uma vigília à luz das velas perto de uma estátua de Nossa Senhora em Dili para rezar pela paz.
Martinho Gusmão, o porta-voz da comissão eleitoral, disse que a comissão iria reunir com os candidatos para discutir as disputas sobre a votação. Mas disse que não haveria mudança de maior nos resultados. "Se houver uma mudança são será drástica. Nenhum candidato terá mais de 30 por cento."

Se ninguém tiver mais de metade dos votos, haverá uma segunda volta em 8 de Maio.

Gusmão disse que era quase certo que Ramos-Horta e o Presidente do Parlamento Francisco Guterres da Fretilin, também conhecido como "Lu'olo" o diminutivo que tinha durante os 24 anos de luta contra a governação Indonésia que se seguiu à saída de Portugal, concorreriam na segunda volta.

A contagem preliminar dos votos mostrou Guterres, cujo partido bem organizado, a Fretilin tem o seu maior apoio nas áreas rurais, com 29 por cento dos votos enquanto que Ramos-Horta, um vencedor do Nobel da paz que patrocinou uma campanha no exterior pela independência da Indonésia, teve 23 por cento. O porta-voz da comissão de eleições disse, contudo, que havia ainda disputas acerca da validade de 30 por cento dos votos.

"Devemos compreender que não estamos bem preparados para esta eleição e que as coisas estão um tanto caóticas."

Cinco candidatos, incluindo Fernando de Araujo do Partido Democrático pediram uma recontagem na Quarta-feira, alegando irregularidades alargadas.

CONTRA QUEIXAS

Ramos-Horta disse que houve muitas falhas nas eleições.

"Penso que deve haver uma outra contagem porque há alegações sérias," disse aos repórteres.
Mas disse que se não houvesse recontagem que aceitará os resultados para contribuir para a estabilidade. Acusou a polícia nalguns distritos de agir como bruta-montes para a Fretilin.

O Director da Comissão de Eleições Faustino Cardoso Gomes disse que os resultados eram esperados em 16 ou 17 de Abril.

O secretário-geral da Fretilin disse que tem havido uma "campanha muito bem montada contra a Fretilin" a que ligou Ramos-Horta e o Presidente que está de partida Xanana Gusmão.

"Esta campanha inclui desinformação, abuso de poder e intimidação," disse Mari Alkatiri, que foi substituído como primeiro-ministro por Ramos-Horta no ano passado depois de ter recebido muito da culpa pelo caos que emergiu em Timor no ano passado.

Uma divisão regional irrompeu em derramamento de sangue em Maio passado depois do despedimento de 600 tropas amotinadas da região oeste. Tropas estrangeiras tiveram de ser trazidas para restaurar a ordem.

"Não tenho nenhuma dúvida de que ganharemos a segunda volta," disse Alkatiri.

O chefe dos observadores da UE Javier Pomes Ruiz disse na Quarta-feira que a eleição tinha corrido na maioria bem com uma alta participação. "A opinião da missão de observação da UE em geral é que o nível de violência e de intimidação não foi suficiente para mudar a opinião de ter sido um processo pacífico e ordeiro," disse.

The Nation (Tailândia) – Quinta-feira, Abril 12, 2007 - 0:10 am

Editorial: Democracia frágil em Timor-Leste

É tempo de a Asean apoiar os esforços da democracia em Dili induzindo o jovem Estado como seu 11º membro

Não tem sido fácil para Timor-Leste, uma das mais jovens nações do mundo, manter o domínio da lei, alimentar a democracia e evitar o caminho escorregadio do estatuto não invejável de um estado falhado. Timor-Leste é um país pobre com apenas 900,000 pessoas, mas conseguiu sobreviver apesar de muitos problemas não resolvidos relacionados com a pobreza e a sua recente história traumática. As eleições presidenciais do país na Segunda-feira realizaram-se pacificamente e serviram como um exemplo para as aspirações democráticas dos Timorenses, que em 1999 votaram pela independência depois de 24 anos sob governação Indonésia.

No ano passado o país caiu no caos devido a um motim nas suas forças armadas. Milhares de deslocados fugiram das suas casas para escapar a uma explosão de violência na qual dúzias foram mortos. Para assegurar a estabilidade tropas Australianas foram estacionadas lá.

Após a primeira volta das eleições de Segunda-feira, haverá uma segunda volta com os dois mais votados – o antigo primeiro-ministro e laureado do Nobel José Ramos-Horta e Francisco Guterres, o antigo comandante da Fretilin – visto que nenhum dos oito candidatos às eleições ganhou votos suficientes para declarar a vitória. O ganhador sucederá ao carismático presidente Xanana Gusmão, que não se recandidatou e parece determinado a concorrer como candidato a primeiro-ministro em breve.

Apesar de ser difícil prever o resultado da segunda volta espera-se que o próximo presidente seja capaz de restaurar a paz e um sentido de normalidade. A disputa entre Ramos-Horta, que tem sido a voz do seu país no exterior há décadas, e Guterres, que tem muitos seguidores, será apertada. Guterres obteve 28.7 por cento dos votos enquanto Ramos-Horta segurou 22.6 por cento na primeira volta na Segunda-feira.

Timor-Leste tem um grande potencial por causa dos seus ricos recursos naturais, especialmente os seus depósitos de petróleo e de gás, que podem servir como uma fonte de vastos rendimentos para o seu desenvolvimento nacional.
O país necessita de tecnocratas dedicados que possam conduzir e gerir a economia de modo a que todos da sociedade beneficiem do dinheiro do petróleo e do gás. Desde a sua independência em 1999, e depois de três anos de administração pela ONU, Timor-Leste tem estado a lutar para sobreviver a disputas locais e desacordos entre vários grupos étnicos no interior das suas fronteiras.

O país precisa também de uma burocracia funcional para conduzir o país com eficácia e cuidar dos seus recursos naturais e utilizar adequadamente os grandes rendimentos do petróleo que receberá no futuro. A comunicação social em Timor-Leste terá também de desempenhar um papel na disseminação da informação, encorajamento à reconciliação e promoção da estabilidade numa comunidade dividida onde se falam muitas línguas diferentes.

Finalmente, a Asean deve fazer tudo o que puder para abraçar Timor-Leste agora. Apesar de Dili ter sido convidada para se juntar ao grupo como observador há vários anos atrás e ter assinado o Tratado de Amizade e Cooperação, o país ainda está longe de se tornar um membro.

Na verdade é tempo de a Asean promover Timor-Leste a seu 11º membro.

Não há nenhuma necessidade de esperar mais para incluir o país. No fim de contas, a Asean não esperou que a junta militar em Burma desse lugar à democracia antes de admitir esse país no grupo em 1997. Timor-Leste é um país democrático e a Asean devia dar-lhe assistência e apoio organizativo. Programas em curso da Asean com os seus parceiros de diálogo ajudarão Timor-Leste a ultrapassar os seus problemas correntes.

É verdade que Timor-Leste tem laços melhores e mais apertados com o Forum do Pacífico do Sul, de que é parceiro desde que declarou a independência. Contudo, como membro da Asean, Timor-Leste sentir-se-á mais em casa quando a sua geração mais jovem e os burocratas estiverem mais familiarizados com a cultura do Sudeste Asiático do que com qualquer outra. Ainda mais, Timor-Leste podiam ainda ser uma ponte entre a Ásia do Sudeste e as nações do Pacífico.

A Asean não se importaria com um tal arranjo. Na verdade um tal arranjo beneficiaria os membros da Asean, que podiam utilizar a rede extensiva de contactos de Timor-Leste no Pacífico e na Europa.

Post Courier – Quinta-feira 12 Abril , 2007

Fretlin à frente

Dili: A Fretilin pareceu tomar a dianteira na corrida presidencial de Timor-Leste, com mais de metade dos votos contados, disse ontem um grupo local de observadores.

O KOMEG, o maior grupo Timorense de observação das eleições a monitorizar as eleições disse que o candidato da Fretilin, Francisco Guterres “Lu Olo” tinha 102,424 votos, de um total de 374,458 votos contados.

Mais de metade de um milhão de Timorenses foram votar na Segunda-feira para escolherem um novo presidente.
Oito candidatos estão a tentar substituir o combatente da independência Xanana Gusmão como presidente da pequena nação.

O KOMEG disse que parece que o Primeiro-Ministro José Ramos Horta está em Segundo lugar com 80,171 votos e em terceiro o candidato do Partido Democrático Fernando “La Sama” de Araujo com 68,723 votos.

Contudo, o KOMEG disse que a contagem estava ainda em curso e que os resultados eram preliminares.

O KOMEG disse que obteve os seus resultados pela monitorização dos progressos em centros de voto espalhados por Timor-Leste. A contagem está a fazer-se devagar em todos os distritos, e espera-se que a comissão nacional de eleições anuncie mais resultados oficiais formais mais tarde.

Com nenhum dos candidates provavelmente a não obter a maioria absoluta requerida para vencer uma segunda volta das eleições é esperada realizar-se no próximo mês.

A comissão nacional eleitoral (CNE) mais tarde emitiu resultados que punham o Dr Ramos Horta à frente com um pequeno avanço depois de 70 por cento dos votos estarem contados.

ABC – Quinta-feira, Abril 12, 2007. 2:24pm (AEST)

Ramos Horta pede à ONU para aumentar o escrutínio das eleições
Por: Anne Barker

O Primeiro-Ministro e candidato presidencial de Timor-Leste José Ramos Horta pediu uma mais forte missão da ONU para supervisionar a segunda volta das eleições no próximo mês.
A maioria dos oito candidatos presidenciais alegaram irregularidades sérias ou intimidação dos eleitores na votação de Segunda-feira.

Cinco candidatos menores acusaram a Fretilin de intimidar eleitores a apoiar o seu candidato, e estão a exigir uma recontagem dos votos.

O Dr Ramos Horta pediu à ONU para aumentar a presença da sua polícia antes da segunda volta no próximo mês para minimizar a possibilidade de fraude.

Diz que monitores independentes das eleições devem observar toda a campanha e não apenas a votação.

O Dr Ramos Horta concorrerá contra o candidate da Fretilin Francisco Guterres, ou Lu Olo, no princípio de Maio.

The Jakarta Post – Quinta-feira Abril 12, 2007

Ramos-Horta, Guterres enfrentam segunda volta na eleição

Abdul Khalik, The Jakarta Post, Dili

Com o fim da contagem dos votos em todos os 13 distritos em Timor-Leste na Quarta-feira, foram Francisco Guterres Lu `Olo da Fretilin e o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta que ficaram à frente.
Agora vão-se enfrentar numa segunda volta em 8 de Maio dado que nenhum candidato conseguiu ter mais de 50 por cento na primeira volta.

A Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste (CNE) anunciou que em 357,766 votos válidos, Guterres da Fretilin obteve 103,013, ou 28.79 por cento, seguido por Ramos-Horta com 80,851 votos ou 22.60 por cento e por Fernando de Araujo Lasama do Partido Democrático com 66,261 votos ou 18.52 por cento.

Francisco Xavier do Amaral e a única mulher candidata, Lúcia Maria Lobato, estão em quarto e quinto lugar com 12.82 por cento e 9.24 por cento respectivamente, enquanto os três outros candidatos tiveram cada um menos de 5 por cento dos votos.

"Pelas quarto horas da tarde, encerrámos oficialmente a contagem ao nível dos distritos, e concluímos que Francisco Guterres é o vencedor, seguido por José Ramos-Horta em, segundo lugar," disse o porta-voz da CNE Martinho da Silva Gusmão numa conferência de imprensa aqui na Quarta-feira.
Gusmão não deu números finais sobre a participação total de eleitores e dos votos inválidos, mas disse que havendo um total de eleitores com direito a voto de 522,933, a percentagem de votos válidos foi de 68.42 por cento.

Disse que a partir de Quinta-feira a CNE começará a contagem nacional para verificar o resultado da contagem a nível dos distritos e que dará os números completos e finais nos próximos dias.
"Contudo, há pouca possibilidade de uma mudança significativa. É de todo provável que Lu `Olo e Ramos-Horta avancem para a segunda volta," disse Gusmão.

Entretanto cinco outros candidatos - Lasama, do Amaral, Lúcia Lobato, Avelino Coelho e Manuel Tilman – pediram à CNE para parar a contagem dos votos até as caixas de votos estarem guardados num local e (depois) prosseguirem a contagem na presença dos oito candidatos porque encontraram muitas irregularidades durante os processos da votação e da contagem.

"Temos factos de fraude e de irregularidades. Não aceitaremos os resultados da contagem da CNE a não ser que sigam as nossas exigências. Se a CNE prosseguir com o processo corrente então contestaremos os resultados da eleição em tribunal," disse Lasama numa conferência de imprensa.

Contudo, a Missão de Observação da UE para as eleições de Timor-Leste, a maior de observação estrangeira nas eleições, anunciou que não encontrou nenhuma irregularidade que minasse seriamente a credibilidade das eleições.

"Os Timorenses expressaram a sua escolha democrática em eleições pacíficas e abertas. Conduzidas por Timorenses pela primeira vez, o desafio (que têm) à frente é reforçar as instituições nacionais," disse o chefe da missão de observação da UE Javier Pomes Ruiz numa conferência de imprensa sobre a avaliação preliminar das eleições.

Pouco depois nessa tarde, Ramos-Horta expressou confiança que ganhará a segunda volta ao candidate da Fretilin.

"Não só terei votos dos apoiantes de todos os outros candidatos, posso também obter o apoio de membros moderados da Fretilin," disse aos repórteres.

Harold Moucho, conselheiro politico de Guterres estava também confiante que Guterres vencerá a segunda volta.

"Há mais de 90,000 votos inválidos, e acreditamos que nos pertencem. Estamos também certos que parte dos apoiantes de base de Amaral e Tilman votarão por nós. Fica por ver se os apoiantes de Lasama votarão por nós mas essa gente não vai querer perder pela segunda vez por isso escolherão o mais forte," disse ao The Jakarta Post.

ABC – Transcrção do Programa AM – Quarta-feira, 12 Abril, 2007 - 09:35

Segunda volta nas presidenciais de Timor quando candidatos ameaçam com uma acção nos tribunais
Repórter: Anne Barker

TONY EASTLEY: Estão a ser levantadas dúvidas acerca da correcção da eleição Presidencial em Timor-Leste com queixas de manipulação dos votos e de intimidação dos eleitores.

As acusações vieram de cinco dos oito candidatos.

A Comissão Eleitoral diz que não investigará até receber uma queixa formal.
Neste estágio da contagem o candidate da Fretilin, Francisco Lu Olo Guterres, está claramente à frente. De Dili, Anne Barker repola.

ANNE BARKER: Todos os cinco candidatos dos cinco partidos mais pequenos de Timor escreveram à Comissão Nacional Eleitoral exigindo uma recontagem de todos os votos senão iriam contestar no Tribunal o resultado final.

CANDIDATO: Não estamos satisfeitos com este processo e queremos que tragam para Dili todas as caixas de votos e que os recontem, na Capital.

ANNE BARKER: Não são os únicos que alegam irregularidades no processo eleitoral.
Observadores da União Europeia dizem que também testemunharam intimidação em quatro estações de votos e práticas irregulares durante a contagem.

Um observador Australiano diz ter ficado alarmado por perto de um quarto de todos os votos terem sido considerados inválidos. Damien Kingsbury da Deakin University diz que tem de haver uma recontagem.

DAMIEN KINGSBURY: O problema não tem que ver com os votos, o problema é do processo de contagem.

Ontem à noite tínhamos observadores a contar, a observar a contagem, e o número dos votos inválidos parecia ser muito pequeno, na casa dos dois por cento e hoje isso subiu para cerca de um quarto e isso puramente não é explicável.

Vale também a pena realçar que numa contagem provisória de 70 por cento, Lu Olo, o candidate da Fretilin tinha cerca de 23 por cento dos votos e que quando os últimos 30 por cento foram contados ele subiu para 29 por cento e isso estatisticamente parece ser altamente invulgar, altamente irregular.

ANNE BARKER: Mas isso não é por causa dos votos que vieram hoje terem incluido os dessas cidades onde a Fretilin tem a sua base de apoio mais forte em Vlatal (fonético) e Vlatem (fonético).

DAMIEN KINGSBURY: Bem, que vieram das estações de voto mais remotas de certeza, mas o mesmo aconteceu igualmente doutros locais do país onde Lu Olo é popular e impopular, geralmente não se espera uma tão significativa mudança nas intenções dos eleitores, dado que 70 por cento dos votos já estavam contados.

ANNE BARKER: Por isso acredita que houve algum tipo de manipulação dos votos nessas duas cidades?

DAMIEN KINGSBURY: Não sei se foi nessas duas cidades mesmo, penso que o que precisamos de fazer é uma recontagem em Dili, com escrutinadores independentes, não escrutinadores partidários, mas escrutinadores independentes, a participar e talvez não permitir a participação da Comissão Eleitoral porque tem havido preocupações com o facto de alguns membros da Comissão Eleitoral serem de facto membros nomeados pela Fretilin.

ANNE BARKER: Está a dizer que a contagem não foi supervisionada adequadamente ou que alguns dos que contaram são corruptos?

DAMIEN KINGSBURY: Parece que alguns dos que contaram foram influenciados pela sua própria filiação partidária.

ANNE BARKER: Assim acredita que se Lu Olo se tornar Presidente de Timor-Leste, que o conseguiu ilegalmente?

DAMIEN KINGSBURY: Bem, com base nos números de momento ele ainda só teve 29 por cento dos votos e tem que ir a uma segunda volta. Isso significa que 71 por cento do voto é não-Fretilin e por isso a sua possibilidade de se tornar Presidente é ainda muito magra, mas dito isto, penso que candidates como Fernando Lasama de Araujo terão preocupações reais sobre isto porque a 70 por cento da contagem ele estava à beira de ultrapassar José Ramos Horta, e agora está bastante atrás, e penso que ele terá razões reais para estar preocupado.

TONY EASTLEY: Damian Kingsbury da Deakin University. Este relato foi de Anne Barker em Dili.

ABC – Transcrição do Programa PM – Quarta-feira, 11 Abril , 2007 18:24

Eleições em Timor-Leste: pedidos de recontagem

Repórter: Anne Barker

MARK COLVIN: Houve desenvolvimentos dramáticos na eleição presidencial em Timor-Leste, incluindo queixas de sérias irregularidades na votação e pedidos de uma recontagem.
Vários candidatos escreveram uma carta à Comissão Nacional de Eleições em Dili alegando intimidação aos eleitores. Anne Barker, nossa correspondente em Dili, junta-se agora a nós.
(para Anne Barker) Anne exactamente o que é que aconteceu nestas últimas horas?

ANNE BARKER: Bem Mark, tem sido muito dramático, como disseste.

Só soubemos disto hoje à noite, quando cinco dos candidatos, como disseste, escreveram uma carta onde fazem alegações sérias de fraude e intimidação durante a campanha eleitoral. Em particular, acusaram a Fretilin de terem criado terror e intimidação nos centros de voto. Dizem que houve demasiados boletins emitidos e distribuidos. Dizem que houve discrepâncias sérias entre o número de eleitores e o número de votos que foram recolhidos. Dizem que houve um alargamento não autorizado da votação sem a adequada presença de observadores e autoridades a testemunhar.

E estão a exigir que todos os votos sejam trazidos para Dili e recontados em público, com todos os oito candidatos presentes. Senão irão ao Supremo Tribunal e lançarão um desafio.

MARK COLVIN: Para sermos claros, todas essas acusações são contra a Fretilin.

ANNE BARKER: Certo.

Quero dizer, há também uma acusação de intervenção, e esta é uma citação, "intervenção por membros de Governo em várias estações de votação." Mas quando dizem membros de Governo penso que querem dizer membros da Fretilin, porque é o partido no governo, mesmo apesar de o candidato independente José Ramos Horta ser o Primeiro-Ministro num período interino.

MARK COLVIN: E é José Ramos Horta um dos queixosos?

ANNE BARKER: Bem, ele não estava na conferência de imprensa com os cinco candidatos que fizeram esta queixa, mas de certeza que ele não assinou esta carta.

Mas noutra conferência de imprensa hoje ele fez certas alegações. Disse que certos brutamontes da cidade do leste de Viqueque tinham ameaçado os seus próprios membros, e penso que deu a impressão de que se referia aos membros de lá.

Disse que houve erros no modo como certos eleitores tinham entrado na base de dados, ou no sistema de contagem informática. De modo que ele próprio alegou algumas descrepâncias. Mas não foi tão longe como a fazer alegações sérias como outros fizeram.

MARK COLVIN: Há observadores eleitorais independentes que podem confirmar ou negar que estas coisas podem ter acontecido?

ANNE BARKER: Há. Há cerca de 250 observadores internacionais e mais de um milhar de observadores locais. Agora, estas alegações foram feitas tão tarde hoje que não tivemos uma oportunidade para as verificarmos.

A Comissão Nacional de Eleições acabou de dar outra conferência de imprensa onde disseram que ainda não sabiam da queixa e que teriam de a apresentar por escrito para ser tomada a sério, mas que se isso for feito a apreciarão e que há todas as possibilidades que haverá uma recontagem. Por isso teremos de esperar para ver o que acontecerá.
MARK COLVIN: Então uma recontagem parece extremamente provável, mas entretanto, o que é que esta muito questionável contagem mostra?

ANNE BARKER: Bem, nesta altura acabámos de ouvir que os últimos... os últimos números oficiais da comissão eleitoral mostram que o candidato da Fretilin Francisco Guterres, ou "Lu-Olo", está de facto à frente nesta contagem. Tem cerca de 29 por cento do voto nacional.
José Ramos Horta está em segundo lugar com 22 por cento e o terceiro candidato, Fernando de Araújo, está atrás com cerca de 18 por cento.

Agora, parece que os únicos votos que falta contra são na sua maioria os votos inválidos. Mas haverá uma outra recontagem a nível nacional , porque a que foi feita é somente a nível do distrito, e se essa for confirmada, essa contagem, então haverá uma segunda volta entre os que estão à frente no próximo mês.

MARK COLVIN: Mas ao mesmo tempo houve uma grande reviravolta ontem à noite realmente, não houve, quando parecia que o candidato da Fretilin vinha bastante mal atrás. Agora a Fretilin dirá obviamente que isso aconteceu porque os votos do leste, onde tem mais força, foram os últimos a entrar, mas os acusadores dirão que isso apoia o seu caso.

ANNE BARKER: Sim, tens razão.

Quero dizer a diferença hoje é que tivemos muitos votos que vieram das cidades do leste, particularmente Baucau e Lautem que são duas praças fortes da Fretilin no leste do país.

Agora é... o partido diz que têm gente muito boa a fazer campanha lá, bons organizadores e que é por causa disso que a sua votação deu um salto hoje.

Mas há luz das alegações que ouvimos esta tarde, temos que perguntar se haverá algo mais sinistro por detrás disso...

MARK COLVIN: Certo...

ANNE BARKER: ...mas com certeza ainda ninguém sabe ao certo.

MARK COLVIN: Obrigado, Anne.

Anne Barker, o nosso correspondente em Dili.

NZPA – Quinta-feira, 12 Abril 2007

Timor dominou nas conversas de Clark em Portugal

As recentes eleições em Timor-Leste foi o tema dominante das conversações entre a Primeira-Ministra Helen Clark e o seu colega Português José Sócrates.

A Srª Clark conversou com o Sr Sócrates na noite antes de uma viagem a Espanha para visitar a equipa de Nova Zelândia à Taça América e promover laços de negócios e comércio.

Portugal, juntamente com a Nova Zelândia e a Austrália, participa numa força mandatada pela ONU em Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa.

A jovem inquieta nação acabou de realizar a primeira volta das eleições presidenciais que parecem ir resultar numa segunda volta entre o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta e o Presidente do Parlamento e da Fretilin, Francisco Guterres.

Uma divisão regional irrompeu em derramamento de sangue em Maio passado depois do despedimento de 600 soldados amotinados do oeste do país. Tiveram que ir para lá tropas estrangeiras para repor a ordem.

A Srª Clark disse hoje em Portugal, que tem mais de 300 elementos em Timor-Leste, que se mantém comprometida no país enquanto o apoio estrangeira for necessário e bem-vindo.

"Como nós eles querem ver o envolvimento internacional a continuar," disse ao NZPA.

Mas a presença da força estrangeira pode depender do resultado da eleição presidencial e do Governo que sair das próximas eleições.

É possível que um futuro líder ou Governo possa revogar o convite das tropas permanecerem no país.

"Não podemos desvalorizar isso e penso que há ainda muita água para passer debaixo da ponte em Timor."

Disse que a questão de Timor-Leste era seguida com muita atenção em Portugal.
Têm-se levantado receios que se a Fretlin ganhar as eleições que possa mostrar uma maior hostilidade às forças estrangeiras.

A Srª Clark disse que também tinha discutido com o Sr Sócrates as relações da Nova Zelândia com a Europa, visto que Portugal assumirá a presidência rotativa da União Europeia (UE) em 1 de Julho.
A Nova Zelândia tem interesse em assinar um acordo sobre ciência com a UE bem como acordos sobre o vinho e serviço aéreo.

A Srª Clark disse que Portugal encarava favoravelmente uma proposta da Nova Zelândia para um esquema de férias de trabalho entre os dois países.

Será possível com tal acordo que jovens Neo-zelandeses trabalhem em Portugal até um ano, e que seja assinado dentro de um ano, disse.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.