Nota:
Os únicos candidatos presidenciais que dispõem de sítios na internet sobre a campanha que estão a realizar são Lu-Olo e João Carrascalão (o blog deste último candidato não é actualizado desde o dia 22 do corrente). Daí não ser possível recolher mais informação sobre a forma como decorrem as campanhas eleitorais dos restantes candidatos.
À excepção do candidato Ramos-Horta, a quem os jornalistas estrangeiros dedicam atenção – escrita e fotográfica - quase exclusiva, a única forma de obter informação é directamente através das candidaturas dos respectivos candidatos. Até à data, o único candidato que divulga informação com regularidade é Lu-Olo e, ocasionalmente, o candidato José Ramos-Horta, através de comunicados de imprensa.
SOBRE A CAMPANHA - PRESIDENCIAIS
Timor-Leste/Eleições: FRETILIN congratula-se com símbolos no boletim voto
Díli, 27 Mar (Lusa) - O candidato presidencial timorense Francisco Guterres "Lu Olo" disse hoje que a Fretilin, partido que o apoia, aceita "com regozijo" a decisão do Tribunal de Recurso que permite a utilização de símbolos partidários no boletim de voto. "É a decisão correcta porque eu participo nestas eleições presidenciais como candidato da Fretilin. Algumas vozes dizem por aí que a Fretilin não irá vencer as eleições mas são essas mesmas vozes que têm medo que a Fretilin use os seus símbolos", declarou Francisco Guterres "Lu Olo", durante uma conferência de imprensa em Díli.
A utilização de símbolos partidários nos boletins de voto tem sido assunto de debate durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 09 de Abril em Timor-Leste.
A questão provocou mesmo um protesto formal por parte dos restantes sete candidatos presidenciais, que questionaram a constitucionalidade da lei, aprovada recentemente pela Fretilin, que tem maioria absoluta no Parlamento. "O Tribunal de Recurso já tomou a decisão sobre a utilização de símbolos. O Parlamento fez uma lei de eleição presidencial muito recentemente e houve protestos de outros candidatos, que dizem que os concorrentes à Presidência da República devem ser independentes e que não devem usar os símbolos dos respectivos partidos políticos. Nós fomos contra", afirmou. "O presidente da República (Xanana Gusmão) submeteu essa proposta de lei ao Tribunal de Recurso. Finalmente, os juízes decidiram favoravelmente à lei do Parlamento, que autoriza os candidatos a usarem os seus símbolos", disse Francisco Guterres "Lu Olo".
Segundo o presidente da Fretilin, as acções de campanha, que começou sexta-feira passada, têm sido participadas, "com cerca de 10 mil pessoas no comício de Ossu e cerca de três mil em Liquiçá". A Fretilin pretende usar os símbolos do partido mas não aceita que os restantes candidatos venham, eventualmente, a utilizar a bandeira da República Democrática de Timor-Leste (RDTL) junto às fotografias oficiais de candidatura nos boletins de voto. "Recebemos a informação que indica que alguns candidatos querem usar a bandeira da RDTL como símbolo no boletim de voto. Rejeitamos tal intenção. Este símbolo é o símbolo de Timor-Leste, não é o símbolo de uma entidade ou de um candidato à Presidência da República", sustentou.
"Um candidato apresenta-se de duas formas: ou é independente ou apresenta-se como membro de algum partido", afirmou Francisco Guterres "Lu Olo".
Por seu lado, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, presente na conferência de imprensa, disse à Agência Lusa que a sede do partido em Liquiçá foi hoje atacada após o comício que se realizou no local, mas depois de os dirigentes do partido terem abandonado a vila, 36 quilómetros a oeste da capital timorense.
"Infelizmente não tenho informações com detalhes. Foi só informação rápida que diz que a sede foi atacada logo após a nossa saída", disse Mari Alkatiri.
Fontes policiais contactadas pela Lusa confirmaram que a coluna de veículos da Fretilin foi apedrejada e que a sede foi atacada mas, até ao momento, desconhecem quem foram os responsáveis pelo incidente. Segunda-feira, na região de Ermera, a coluna de veículos de campanha da Fretilin, em que seguiam o presidente e o secretário-geral do partido, foi interceptada por militares australianos que se encontravam na zona.
"Um carro da tropa australiana tentou ultrapassar a coluna e os nossos carros que estavam a fazer a segurança não deixaram. Entretanto, e por essa mesma razão, o australiano achou-se ofendido, deitou o jovem ao chão e apontou-lhe uma arma à cabeça. Eu assisti, não foi contado, estava a 10 metros de distância", disse Mari Alkatiri à Lusa.
O secretário-geral da Fretilin disse ainda que espera que os mesmos actos não venham a repetir-se durante a campanha eleitoral.
"O nosso objectivo não é, pegando neste assunto, criar problemas às forças australianas, mas prevenir no sentido de isso não voltar a acontecer", disse Mari Alkatiri
PSP-Lusa/Fim
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Blog Lu-Olo ba Presidente – 25 de Março de 2007
Hoje, 25 de Março de 207, o Candidato da FRETILIN a Presidente da República, Francisco Guterres Lu Olo, visitou os Campos de Deslocados em Dili: Tibar, Aeroporto Presidente Nicolau Lobato, Jardim Colmera, Escola Primaria de Farol, Sional, Hospital Nacional Guido Valadares e Obrigado Barracks. No total, estiveram presentes cerca de 1100 pessoas.
Amanhã, a campanha continuara em Gleno, Distrito de Ermera.
Fotos da visita aos campos de deslocados em: http://www.luolobapresidente.blogspot.com/
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Blog Lu-Olo ba Presidente – 26 de Março de 2007
Militar Australiano Agride Militante da FRETILIN
Hoje, 26 de Marco de 2007, após o comício da campanha do Presidente Lu Olo, em Gleno, Distrito de Ermera, um militante da FRETILIN foi agredido por militar australiano, por não ter permitido que o carro dos militares se introduzisse no meio da caravana da comitiva da campanha, que estava de regresso a Dili.
O militar usou da forca e retirou o militante da FRETILIN do carro onde viajava, deitando-o no chão e pisando-o para obrigar que beijasse a terra. O militante resistiu, ao que o militar respondeu colocando o cano da arma na sua cabeça gritando "fuck you" I'l kill you.
Quando o segurança pessoal do Secretario Geral da FRETILIN, que é membro da PNTL, tentou intervir para acabar com o a cena humilhante que o militar estava a causar ao militante da FRETILIN, o militar virou a arma para o PNTL, de forma dasafiadora.
O militar só recuou após ordem do seu comandante.
Isto foi testemunhado pelos militantes da FRETILIN que faziam parte da caravana (incluindo o Secretário-geral da FRETILIN), os seguranças do Secretário-geral e do Presidente, e também jornalistas.
Perante tal cena a pergunta que se levanta é: "o que estão aqui a fazer os militares australianos"? Vieram para nos ajudar, como normalmente dizem? Esperemos que sim.
Fotos publicadas pelo Jornal Timor Post em: http://www.luolobapresidente.blogspot.com/
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Blog Lu-Olo ba Presidente – 27 de Março de 2007
Conferência de imprensa sobre a Campanha do candidato da FRETILIN às eleições presidenciais, Francisco Guterres Lu’Olo
Convida-se todos os órgãos de informação para participarem na conferência de imprensa sobre a campanha do candidato da FRETILIN, Lu’Olo, para as eleições presidenciais.
Local: Sede da FRETILIN, Avenida Mártires da Pátria, Comoro
Data: 27 de Março de 2007
Horas: 3.00 da tarde
Orador: Francisco Guterres Lu Olo, candidato da FRETILIN às eleições presidenciais.
Mari Alkatiri estará também presente nessa Conferência.
Contacto:
Arsénio Bano (membro do Comité Central) +670 723 0023 (Dili)
A Comissão Nacional das Eleições
Filomena de Almeida
Directora -Adjunta
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Blog Lu-Olo ba Presidente – 26 de Março de 2007, 14:26 (Dili); 06:26 (Lisboa)
Campanha em Ermera: entre 6000 e 7000 pessoas
Esta neste momento a decorrer o comício do Presidente Lu Olo, em Gleno, distrito de Ermera, onde se encontram presentes entre 6000 e 7000 pessoas.
Algumas imagens do comício, em vídeo, em: http://www.luolobapresidente.blogspot.com/
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The Yomiuri Shimbun – Mar. 27, 2007
Poll monitors to be sent to East Timor
The government has decided to dispatch an election monitoring team to East Timor for its presidential election scheduled for April 9. The policy is to be finalized at a Cabinet meeting Tuesday.
The decision is in response to a U.N. request. It will be carried out based on the U.N. Peacekeeping Activities Cooperation Law.
The monitoring team will comprise more than a dozen officials from the International Peace Cooperation Headquarters at the Cabinet Office and the Foreign Ministry. Assuming the possibility of the election leading to a runoff, the team will be active until July.
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OUTRAS NOTÍCIAS
Timor-Leste: Ximenes Belo pede para se "esquecer passado e olhar para o futuro"
Díli, 26 Mar (Lusa) - O bispo D. Ximenes Belo afirmou hoje em Jacarta que soldados indonésios estiveram envolvidos na violência em Timor-Leste após o referendo de 1999 e pediu aos dois países para "esquecer o passado e olhar para o futuro".
"Se olharmos outra vez para o passado, abriremos velhas feridas e cairemos de novo no ódio", defendeu o antigo administrador apostólico de Díli.
D. Ximenes testemunhou hoje sobre os acontecimentos de Setembro de 1999 perante a Comissão da Verdade e Amizade (KPP), criada para investigar a violência desencadeada pelas milícias pró-integracionistas.
"As milícias e soldados indonésios atacaram o edifício da Diocese de Díli, onde centenas de pessoas tinham procurado refúgio", declarou o Prémio Nobel da Paz, que foi administrador apostólico de Díli entre 1996 e 2002.
"Depois de dispararem sem descanso, as milícias e os soldados entraram no edifício principal", contou o bispo timorense, que testemunhou em português perante os dez elementos da KPP. "Os sacerdotes foram arrastados para fora. O complexo da diocese foi incendiado, incluindo toda a biblioteca, arquivos e documentos históricos", acrescentou D. Ximenes.
O ataque à Diocese de Díli aconteceu a 05 de Setembro de 1999 e no dia seguinte o alvo foi a residência de D. Ximenes. "Não sabemos quantas pessoas morreram", declarou o bispo.
Os cinco comissários indonésios da KPP examinaram o testemunho do bispo, ao ponto de um deles lhe perguntar se poderia ter sido ele próprio a pegar fogo ao edifício da Diocese de Díli estando lá dentro.
Depois de escapar ao incêndio, D. Ximenes refugiou-se em Baucau, para onde foi transportado por um helicóptero da polícia indonésia, antes de sair para a Austrália.
D. Ximenes contou que outras igrejas por todo o país foram atacadas por milícias integracionistas.
Um dos comissários argumentou que as milícias eram católicos que sentiam que a Igreja não era neutral e apoiava a via da independência, ao que D. Ximenes Belo retorquiu que professa a não-violência.
Dos 18 acusados na Indonésia de envolvimento nos acontecimentos de 1999, apenas um foi condenado e os outros foram sendo absolvidos em diferentes instâncias.
A única condenação é a do ex-comandante de todas as milícias integracionistas de Díli, Eurico Guterres, que testemunha também esta semana perante a KPP.
Três generais com conhecimento directo da situação em Timor-Leste em 1999, além do ex-Presidente indonésio B.J. Habibie, estão também na lista de testemunhas que a KPP pretende ouvir nesta segunda semana de audiências.
A primeira ronda da Comissão decorreu em Fevereiro em Bali, Indonésia.
PRM-Lusa/Fim
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Timor-Leste: Habibie "cooperante" em audiência sobre violência de 1999
Lisboa, 27 Mar (Lusa) - O antigo presidente indonésio B. J. Habibie deu hoje, em Jacarta, o seu testemunho sobre a violência registada em 1999 em Timor-Leste, mas as suas declarações à Comissão da Verdade e Amizade (KKP) não foram divulgadas publicamente.
Segundo o presidente da KKP, Benyamin Mangkoedilaga, o ex- chefe de Estado indonésio foi "cooperante" e que respondeu às cinco questões que lhe foram colocadas "sem tentar esconder certas coisas", que não especificou.
"Habibie foi cooperante. Respondeu a todas as questões sem tentar esconder certas coisas", disse o presidente da Comissão, criada em Agosto de 2005 para apurar responsabilidade na onda de violência registada nos meses que precederam o referendo de independência, em 1999, e nas semanas após o anúncio da vitória do "sim".
Mangkoedilaga, citado pela rádio independente indonésia Elshinta logo após o final da audiência, não adiantou mais pormenores sobre a audição a Habibie, indicando, porém, que irá apresentá-los, "mais tarde", numa conferência de imprensa.
Antes de Habibie, a Comissão, que iniciou segunda-feira a segunda ronda de audiências, ouviu o bispo timorense D. Ximenes Belo, que disse que os soldados indonésios estiveram envolvidos, juntamente com milícias, na violência registada em 1999, embora tenha pedido aos dois países para "esquecer o passado e olhar para o futuro".
"Se olharmos para o passado, abriremos velhas feridas e cairemos de novo no ódio", defendeu o antigo administrador apostólico de Díli. "As milícias e soldados indonésios atacaram o edifício da Diocese de Díli, onde centenas de pessoas tinham procurado refúgio", declarou o Prémio Nobel da Paz, que chefiou a administração apostólica de Díli entre 1996 e 2002.
O ataque à Diocese de Díli, que foi incendiada e provocou um número indeterminado de mortos, ocorreu a 05 de Setembro de 1999 e, no dia seguinte, o alvo foi a residência do próprio D. Ximenes Belo.
Dos 18 acusados na Indonésia de envolvimento nos acontecimentos de 1999, apenas um foi condenado e os outros 17 foram sendo absolvidos em diferentes instâncias. O único sentenciado foi o ex-comandante de todas as milícias integracionistas de Díli, Eurico Guterres, que testemunhará também ao longo desta semana perante a Comissão.
Três generais com conhecimento directo da situação em Timor- Leste em 1999, além do ex-presidente Habibie, estão também na lista de testemunhas que a Comissão pretende ouvir n esta segunda fase de audiências.
A primeira sessão da Comissão decorreu em Fevereiro último em Bali, também na Indonésia.
JSD/PRM-Lusa/Fim
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The Jakarta Post (web site) - Tuesday, March 27, 2007
Habibie testifies about post-vote violence in East Timor
Jakarta: Former President B.J. Habibie Tuesday gave testimony about violence in East Timor after a majority of East Timorese voted for independence from Indonesia in 1999.
Chairman of the Commission on Truth and Friendship (KKP) Benyamin Mangkoedilaga said that Habibie answered all five questions during the questioning by commission members in the Habibie Center building.
"Mr. Habibie is cooperative. He answered all questions without trying to cover certain things," said Benyamin as reported by Elshinta news radio after the questioning.
He, however, refused to go into detail, saying that he would gave a press conference about the questioning later.
The commission was established by both Indonesia and East Timor to hear testimonies from a number of figures like former foreign minister Ali Alatas and East Timorese Bishop Carlos Filipe Ximenes Belo.
East Timor or Timor Leste voted overwhelmingly to end nearly a quarter century of Indonesian rule in a public referendum eight years ago that triggered a burst of killing, looting and burning.
Only one person has been punished for the violence that left more than 1,000 dead, and political leaders in both nations appear reluctant to press for more trials. The United Nations has said it would consider setting up an international tribunal if justice was not done.
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Catholic Telecommunications - 27 Mar 2007
Indonesian militia razed Dili church, Timor Bishop recalls
Testifying at the Indonesia-East Timor Truth Commission, former Dili Bishop Carlos Belo said that Indonesian forces and their militia allies had systematically razed the diocese's compound as well as other churches, killing several clergy and an unknown number of others.
Deutsche Presse Argentur reports that Bishop Belo, who headed the Archdiocese of Dili during the 1999 rampage, was the star witness as the Indonesia-East Timor Commission of Truth and Friendship resumed public hearings in the Indonesian capital Jakarta.
Speaking in Portuguese, the official language of the now independent East Timor, Bishop Belo calmly recalled how army-trained Timorese militias and Indonesian soldiers systematically carried out the destruction and killings in Dili and two districts.
The carnage, in which at least 1,500 were killed, began just after voters in East Timor, a former Portuguese colony invaded by Indonesia in 1975, voted overwhelmingly for independence in a United Nations-run referendum on 30 August 1999.
Bishop Belo said that by 4 September, "the militias and Indonesian military had already attacked the diocese", while priests inside were sheltering civilian refugees. "We don't know how many people were killed."
The bishop said under questioning by the 10-member commission that gross human rights violations occurred, but urged the countries to "forget the past and look to the future".
"If we look back at the past, we will open up old wounds and delve back into the hatred," Bishop Belo, a native Timorese who now lives abroad, said during his testimony.
The commission aims to establish the truth behind the violence and clarify the history of the two countries, as well as to investigate the actions of the Indonesian military as they withdrew from the territory, and those of local militia groups.
The five Indonesian commission members spent Monday's morning session questioning the accuracy of Bishop Belo's testimony. They asked whether the UN "cheated" in running the poll, if the Catholic Church sided with the pro-independence movement, and whether the violence was only carried out by Timorese upset at the referendum result.
One commission member asked whether Bishop Belo may have set fire to his own house - while inside it - when it was surrounded by militia thugs who later razed it to the ground.
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Rádio Vaticano – 26/03/2007 19.47
Dom Ximenes Belo Acusa Indonésia e Aliados
Díli - O administrador apostólico emérito de Díli, Dom Carlos Filipe Ximenes Belo, assegurou hoje, diante da Comissão de Verdade e Amizade, que os soldados indonésios e seus aliados paramilitares locais queimaram igrejas e assassinaram sacerdotes, depois que Timor-Leste votou a favor da independência, no referendo de autodeterminação realizado em Setembro de 1999.
Em suas declarações à comissão instituída pelos dois países - Indonésia e Timor-Leste - para determinar os fatos de 1999, Dom Ximenes Belo, Prêmio Nobel da Paz-1996, por sua resistência à ocupação indonésia, afirmou que, embora prefira olhar para o futuro, não se pode esquecer o passado.
"É importante reconhecer, como pessoas humanas e como cidadãos, que não fomos capazes de proteger os direitos humanos, a tolerância e a solidariedade" afirmou Dom Ximenes Belo à comissão, composta por cinco indonésios e cinco timorenses, e que foi duramente criticada pelas organizações de direitos humanos, por pretender relativizar o papel da Indonésia nos massacres. "Isso não significa que queiramos reabrir velhas feridas ou atiçar o ódio" - acrescentou o bispo.
Dom Ximenes Belo explicou como as tropas indonésias e seus aliados paramilitares assassinaram sacerdotes, atacaram igrejas e queimaram documentos religiosos. No dia 6 de Setembro de 1999, os militares lançaram coquetéis "molotov" contra sua própria casa, onde havia acolhido refugiados - explicou.
Até este momento, apenas uma pessoa foi condenada pelos conflitos que eclodiram após o referendo de oito anos atrás, nos quais morreram aproximadamente mil pessoas. Os soldados e seus aliados paramilitares foram acusados de numerosos homicídios, saques e incêndios.
A classe política dos dois países mostrou-se pouco decidida a resolver o assunto e as Nações Unidas sugeriram inclusive, a eventual criação de um tribunal internacional para julgar os fatos e processar os responsáveis. (MZ)
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Diário de Notícias – Terça, 27 de Março de 2007
Xanana Gusmão anuncia adesão ao partido CNRT
Armando Rafael
O Presidente de Timor-Leste confirmou ontem em público aquilo que já todos sabiam em Díli: mal termine o seu mandato no Palácio das Cinzas, Xanana Gusmão vai aderir ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o novo partido que deverá ser amanhã formalmente constituído. Ainda a tempo de poder concorrer às eleições legislativas que deverão ser marcadas para Julho, caso sejam respeitados os prazos previstos na lei.
Estas revelações foram feitas momentos depois de o Presidente timorense ter recebido uma petição assinada pelos promotores do CNRT, entre os quais Mau Hunu, o antigo comandante das Forças Armadas de Libertação de Timor-Leste (Falintil). "Se tudo estiver preparado", explicou Xanana, citado pela Lusa, "eles vão criar um partido e eu vou juntar-me [a eles] depois de sair [do cargo] de Presidente".
Minutos antes, Xanana Gusmão tinha recebido já uma petição, contendo 6500 assinaturas, pedindo-lhe que aderisse ao CNRT. O que foi aceite pelo antigo comandante da resistência militar timorense à invasão indonésia, que decidiu não se recandidatar à Presidência da República, optando por apoiar Ramos-Horta nas eleições marcadas para o próximo dia 9 de Abril. Só depois destas eleições, onde o primeiro-ministro partilha o favoritismo com Francisco Guterres (Lu-Olo), o candidato apoiado pela Fretilin, é que Xanana irá assumir a liderança do CNRT. O que, segundo Eduardo Barreto, que coordena provisoriamente o novo partido, não deverá suceder antes de meados de Maio.
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Correio da Manhã - Terça-feira, 27 de Março de 2007
Quando terminar o seu mandato de presidente de Timor-Leste - Xanana Gusmão integra novo partido político
Carlos Menezes
O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou ontem em Díli que vai integrar o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), que se apresentará às eleições legislativas de Junho próximo, mas só depois de terminado o seu actual mandato.
Foto: Xanana Gusmão já está em campanha eleitoral
“Trouxeram-me uma petição para eu aceitar fazer parte do partido que vão criar. Enquanto presidente, ainda não posso. Mas vou deixar de o ser em breve. Depois vou juntar-me a eles para tentar dar uma nova direcção ao país e ao povo”, afirmou Xanana. O coordenador do CNRT, Eduardo Barreto, explicou que o novo partido vai realizar um congresso em Abril e só depois Xanana tomará posse como líder.
Com Timor a preparar-se para o acto eleitoral, mantém-se a tensão em vários locais do país. Ontem, o Subagrupamento Bravo da GNR participou numa operação de detenção de um indivíduo envolvido nos massacres de Maio de 2006 e deteve um outro suspeito no mercado de Díli.
A violência continua de facto a marcar o quotidiano de Timor, apesar dos apelos à reconciliação, nomeadamente por parte do antigo bispo de Díli, D. Ximenes Belo, que apelou aos timorenses para esquecerem o passado e concentrarem-se no futuro.
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Público – Terça-feira, 27 de Março de 2007
Timor-Leste: Xanana Gusmão adere a novo partido
O Presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão, confirmou ontem que vai prosseguir a sua vida política num novo partido agora em formação e que se designará Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor (CNRT).
"Quando deixar de ser Presidente, junto-me a vós no novo partido", disse Xanana, ao receber uma delegação de uma centena de pessoas que lhe foram pedir para assumir a liderança do grupo, noticiaram a AFP e a Lusa.
A criação do CNRT suscitou grande polémica em Díli, por retomar o acrónimo do velho Conselho Nacional da Resistência Timorense.
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Correio da Manhã (Maputo, Moçambique) - 27 de Março de 2007
Mari Alkatiri Considera o Acto Uma Atitude “Oportunista”
Xanana confirmou que tem um novo partido
Jorge Heitor e Redacção
O Presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão, de 60 anos, confirmou que vai prosseguir a sua vida política num novo partido agora em formação e que se designará Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor (CNRT).
“Uma vez que deixo de ser Presidente, junto-me a vós no novo partido”, disse esta segunda-feira Xanana, ao receber uma delegação de uma centena de pessoas que lhe foram pedir para assumir a liderança do grupo.
A criação do CNRT suscitou grande polémica em Díli, por retomar o acrónimo do velho Conselho Nacional da Resistência Timorense, que reunia todos os que estavam contra a ocupação indonésia e desejavam a independência.
É oportunismo
“Trata-se de uma tentativa oportunista”, considerou num comunicado o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, secretário-geral da FRETILIN, partido cujo presidente, Francisco Guterres, “Lu-Olo”, concorre actualmente à suprema magistratura, numas eleições cuja primeira volta é a nove de Abril.
Nas presidenciais, Xanana apoia o independente José Ramos-Horta, que no ano passado substituiu Alkatiri à frente do Governo. E só nas legislativas, alguns meses depois, é que o CNRT deverá testar a sua força, frente à FRETILIN, a frente histórica que o ainda Chefe de Estado liderou de 1978 a 1988, tendo-se depois distanciado dela.
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Xinhua - March 27, 2007 - 07:50
Gusmao becomes president of Timor-Leste National Reconstruction Congress
President of Timor-Leste Kay Rala Xanana Gusmao agreed to become president of Timor-Leste National Reconstruction Congress, after members of the new political party made petition on Monday, according to media reports reaching here.
The ceremony was held at the presidential residence in Dili, capital of Timor-Leste, with over 200 representatives of the newly born party from all over the 13 counties in the country.
Gusmao said he hoped that the parties and politicians of Timor- Leste will win back support and trust from people to reconstruct the country better.
Although the party hasn't been registered with the judiciary department formally, it has collected 6,250 signatures of supporters.
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Timor-Leste/Eleições: Reinado apela ao voto contra Fretilin e contra Ramos-Horta
Díli, 27 Mar (Lusa) - O major Alfredo Reinado, antigo chefe da Polícia Militar timorense em fuga, apelou ao voto contra a Fretilin e contra José Ramos-Horta numa carta enviada a um jornal timorense e a que a Agência Lusa teve hoje acesso.
Na carta enviada ao "Timor Post", datada de 21 de Março último, Alfredo Reinado apela ao voto na coligação PD-PSD-ASDT, três partidos da oposição que considerou "de maior confiança".
O Partido Democrático (PD), o Partido Social-Democrata (PSD) e a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT) criaram no mês passado uma coligação com vista à formação de um governo após as eleições legislativas, que ainda não têm data marcada.
Mário Viegas Carrascalão, presidente do PSD e um dos dirigentes da coligação, afirmou hoje à Lusa que nenhum dos três partidos teve contacto com Alfredo Reinado.
"Não comentamos a carta de Alfredo Reinado, mas posso garantir que não temos nenhum contacto com ele", declarou Mário Viegas Carrascalão no regresso de uma acção de campanha em Ermera da candidata presidencial Lúcia Lobato.
"Se a coligação ganhar as legislativas, teremos uma justiça justa, não uma justiça tendenciosa", adiantou o líder do PSD, aludindo à operação de captura do major fugitivo.
Alfredo Reinado, figura central da crise de Abril e Maio de 2006, evadiu-se da prisão de Becora, Díli, a 30 de Agosto desse ano.
A 03 deste mês, em Same, sul de Timor-Leste, as tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) lançaram uma operação para a captura do ex-comandante da Polícia Militar, que continua fugido.
"O mais correcto no caso Reinado seria voltar à estaca zero e fazer investigações a sério", considerou Mário Viegas Carrascalão.
Para as eleições presidenciais de 09 de Abril, Alfredo Reinado propõe o voto contra Francisco Guterres "Lu Olo" e contra o primeiro-ministro, José Ramos-Horta.
A primeira sugestão de voto de Alfredo Reinado vai para Fernando Araújo "Lasama", "homem de paz e de origens humildes", considerando que "a Justiça ganharia" com a sua vitória.
Já com Francisco Xavier do Amaral, que Reinado considera um "pai da Nação" que "sempre lutou pelos direitos de todos os timorenses", "a Liberdade ganharia".
Na "irmã Lúcia Lobato, uma intelectual e mulher corajosa", Alfredo Reinado vê uma oportunidade para a "Igualdade e Bondade".
"Last but not the least", escreve Reinado nesta carta de três páginas redigida em inglês, o "compatriota" João Carrascalão é apresentado como "homem de grande experiência política". Neste caso, o major sublinha que "a Sabedoria ganharia".
"Se me perguntarem se eu sou neutral nesta selecção, responder-vos-ei NÄO", diz Alfredo Reinado na sua carta.
"Não posso ser imparcial, ainda que a minha condição de militar devesse obrigar-me! Já não acredito mais nos nossos líderes actuais, e é com grande pena e tristeza que os vejo, sem vergonha ou preocupação, candidatar-se de novo a cargos públicos do Estado", acrescenta Reinado.
Na carta de três páginas, Alfredo Reinado exorta os eleitores a procurarem "pessoas limpas, sem sangue nas mãos, sem culpa nas suas mentes, ou vergonha nos seus actos".
Alfredo Reinado apresenta-se a si mesmo como um combatente pela "justiça e liberdade" e o único capaz de trazer "uma verdadeira democracia e liberdade para viver sem se estar sob a pesada repressão de ditadores de esquerda e comunistas".
PRM-Lusa/Fim
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The Age (Melbourne) - Tuesday, March 27, 2007
Reinado sends voting advice from East Timor hideaway
by Lindsay Murdoch, Darwin
Fugitive rebel leader Alfredo Reinado has again humiliated Australian troops hunting him in East Timor's mountains, this time releasing a letter telling his supporters how they should vote in presidential elections.
In the letter, Reinado urged his supporters not to vote for Prime Minister Jose Ramos Horta, saying his government had failed since he took charge amid violent upheaval last June.
Reinado, the former head of East Timor's military police who has been hunted since a botched attack on his base by Australian soldiers on March 4, also told his supporters not to back former guerilla fighter Francisco Guterres, the candidate of the ruling party Fretilin. He said Mr Guterres had failed as president of East Timor's Parliament.
Australian troops have been unable to find the swaggering rebel in the country's central mountains, despite the fact he has met several media groups, including a team from ABC's Foreign Correspondent program.
United Nations officials have warned that Reinado, a cult hero to many Timorese, poses a serious threat to the presidential elections set for April 9. But in the letter given to a journalist from the Timor Post newspaper last weekend, 39-year-old Reinado said he had no intention of disrupting the election.
Eight candidates have nominated to replace President Xanana Gusmao, who plans to nominate for the more powerful prime ministership at general elections midyear.
Reinado said he looked forward to dealing with the new president.
Last month Mr Gusmao ordered that Reinado be hunted down after he and a group of heavily armed men raided a police border post and seized high-powered weapons.
Reinado, who fired the first shots in violence that plunged East Timor into crisis, has been on the run since he led a mass escape from Dili's main jail last August. He is wanted on charges of murder and rebellion.
The election will be the first since East Timor achieved independence in 2002. Mr Ramos Horta, the most high-profile candidate, has promised to liberalise investment laws, boost ties with Australia and Indonesia and improve the lives of the country's mostly impoverished people.
quarta-feira, março 28, 2007
Notícias - 27 de Março de 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 21:48
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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Notícias - 27 de Março de 2007
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The Yomiuri Shimbun – Março 27, 2007
Monitores eleitorais vão ser enviados para Timor-Leste
O governo decidiu despachar uma equipa de monitorização para as eleições presidenciais em Timor-Leste agendadas para 9 de Abril. A questão será finalizada numa reunião do Gabinete hoje.
A decisão é uma resposta a um pedido da ONU. Será desenvolvida de acordo com a Lei das Actividades de Cooperação de Manutenção da Paz da ONU.
A equipa de monitorização é composta por mais de uma dúzia de funcionários do Quartel-Geral da Cooperação Internacional para a Paz do Escritório do Gabinete e do Ministério dos Estrangeiros. Assumindo a possibilidade de a eleição levar a um seguimento, a equipa estará activa até Julho.
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The Jakarta Post (web site) - Terça-feira, Março 27, 2007
Habibie testemunha acerca da violência pós-votação em Timor-Leste
Jacarta: O antigo Presidente B.J. Habibie na Terça-feira testemunhou sobre a violência em Timor-Leste depois da maioria dos Timorenses terem votado pela independência da Indonésia em 1999.
O Presidente da Comissão da Verdade e Amizade (KKP) Benyamin Mangkoedilaga disse que Habibie respondeu a todas as cinco perguntas durante o interrogatório feito por membros da Comissão no edifício do Centro Habibie.
"O Sr. Habibie cooperou. Respondeu a todas as perguntas sem tentar tapar certas coisas," disse Benyamin conforme foi relatado pela rádio de notícias Elshinta depois do interrogatório.
Contudo, recusou-se a entrar em detalhes, dizendo que daria uma conferência de imprensa acerca do interrogatório mais tarde.
A comissão foi estabelecida por ambos, Indonésia e Timor-Leste para ouvir testemunhos de algumas figuras como o antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas e o bispo Timorense Carlos Filipe Ximenes Belo.
Timor-Leste votou preponderantemente para acabar um quase quarto de século de governação Indonésia num referendo público há oito anos que desencadeou uma explosão de mortes, pilhagens e fogos-postos.
Só uma pessoa foi punida pela violência que deixou mais de 1,000 mortos, e líderes políticos de ambas as nações parecem relutantes em pressionar para mais julgamentos. A ONU disse que podia considerar a montagem de um tribunal internacional se não fosse feita justiça.
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Catholic Telecommunications - 27 Mar 2007
Milícias Indonésias arrasaram igrejas, lembra o bispo de Timor
Testemunhando na Comissão Indonésia-Timor-Leste da Verdade, o antigo bispo de Dili Carlos Belo disse que as forças Indonésias e as milícias suas aliadas tinham arrasado sistematicamente o complexo da diocese bem como outras igrejas, matando vários clérigos e um número desconhecido de outros.
A Deutsche Presse Argentur relata que o bispo Belo, que liderou a Arquidiocese de Dili durante a fúria de 1999, foi a testemunha estrela quando a Comissão da Verdade Indonésia-Timor-Leste recomeçou as audições públicas na capital Indonésia Jacarta.
Falando em Português, a língua oficial do agora independente Timor-Leste, o bispo Belo lembrou calmamente como milícias Timorenses treinadas pelas forças militares praticaram sistematicamente a destruição e as mortes em Dili e em dois distritos.
A carnificina, na qual pelo menos 1,500 foram mortos, começou imediatamente depois dos eleitores em Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa invadida pela Indonésia em 1975, ter votado predominantemente pela independência num referendo conduzido pela ONU em 30 de Agosto de 1999.
O bispo Belo disse que em 4 de Setembro, "as milícias e os militares Indonésios já tinham atacado a diocese", quando padres lá dentro abrigavam refugiados civis. "Não sabemos quantas pessoas eles mataram."
O bispo disse no interrogatório feito pela comissão de 10 membros que ocorreram grandes violações de direitos humanas, mas pediu aos países para "esquecerem o passado e olharem para o futuro".
"Se olharmos para o passado, abriremos velhas feridas e recuamos no ódio," disse o bispo Belo, um Timorense que vive agora no estrangeiro, no seu testemunho.
A comissão quer estabelecer a verdade por detrás da violência e clarificar a história dos dois países, bem como investigar as acções dos militares Indonésios quando se retiraram do território e as dos grupos de milícias locais.
Os cinco membros Indonésios da comissão passaram a sessão da manhã de Segunda-feira a questionar a exactidão do testemunho do bispo Belo. Perguntaram se a ONU tinha "feito batota" na condução da votação, se a igreja católica si tinha posto ao lado dos movimentos pró-independência e se a violência foi unicamente praticada por Timorense zangados com o resultado do referendo.
Um membro da comissão perguntou se o bispo Belo podia ter começado o fogo na sua própria casa - quando estava lá dentro - quando foi cercado por bruta-montes das milícias que mais tarde a arrasaram até aos alicerces.
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Xinhua - Março 27, 2007 - 07:50
Gusmão torna-se presidente do Congresso da Reconstrução Nacional de Timor-Leste
O Presidente de Timor-Leste Kay Rala Xanana Gusmão concordou em tornar-se o presidente do Congresso da Reconstrução Nacional de Timor-Leste, depois de membros do novo partido político lhe terem entregue uma petição na Segunda-feira, de acordo com relatos dos media.
A cerimónia teve lugar na residência presidencial em Dili, capital de Timor-Leste, com mais de 200 representantes de todos os 13 distritos do país, do partido acabado de nascer.
Gusmão disse que esperava que os partidos e os políticos de Timor-Leste ganhassem apoio e confiança do povo para reconstruirem melhor o país.
Apesar de o partido não ter sido ainda registado formalmente no departamento judiciário, recolheu 6,250 assinaturas de apoiantes.
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The Age (Melbourne) - Tuesday, March 27, 2007
Reinado envia conselho eleitoral do seu esconderijo de Timor-Leste
Por: Lindsay Murdoch, Darwin
O líder amotinado foragido Alfredo Reinado humilhou outra vez as tropas Australianas que o perseguem nas montanhas de Timor-Leste, emitindo desta vez uma carta onde diz aos seus apoiantes como devem votar nas eleições presidenciais.
Na carta, Reinado pede aos apoiantes para não votarem no Primeiro-Ministro José Ramos Horta, dizendo que o seu governo tinha falhado desde que ele assumiu a responsabilidade no meio da explosão violenta de Junho passado.
Reinado, o antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste que está a ser procurado desde um assalto frustado à sua base por soldados Australianos em 4 de Março, disse ainda aos seus apoiantes para não apoiarem o antigo combatente da resistência Francisco Guterres, o candidato do partido no poder, a Fretilin. Disse que o Sr Guterres tinha falhado como presidente do Parlamento de Timor-Leste.
As tropas Australianas têm sido incapazes de encontrar o foragido amotinado nas montanhas do centro do país, apesar do facto de se ter encontrado com vários grupos dos media, incluindo uma equipa do programa da ABC, Correspondente Estrangeiro.
Funcionários da ONU avisaram que Reinado, um herói de culto para muitos Timorenses, representa uma séria ameaça para as eleições presidenciais marcadas para 9 de Abril. Mas na carta dada a um jornalista do jornal Timor Post no último fim-de-semana, o Reinado de 39 anos de idade disse que não tinha nenhuma intenção de perturbar as eleições.
Há oito candidatos nomeados para substituírem o Presidente Xanana Gusmão, que planeia ser nomeado para o cargo mais poderoso de primeiro-ministro nas eleições gerais em meados do ano.
Reinado disse que aguarda lidar com o novo presidente.
No mês passado o Sr Gusmão ordenou que Reinado fosse procurado depois de ele e de um grupo pesadamente armado terem assaltado um posto da polícia da fronteira e roubado armas de alta potência.
Reinado, que disparou os primeiros tiros na violência que levou a crise a Timor-Leste, tem andado foragido desde que liderou uma fuga da prisão principal de Dili em Agosto passado. É procurado por acusações de homicídio e de rebelião.
As eleições serão as primeiras desde que Timor-Leste alcançou a independência em 2002. O Sr Ramos Horta, o candidato de perfil mais alto, prometeu liberalizar leis de investimento, reforçar os laços com a Austrália e a Indonésia e melhorar as vidas das pessoas mais empobrecidas do país.
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