SOBRE A CAMPANHA - PRESIDENCIAIS
Agência EFE – 26 Março 2007
Líder rebelde timorense pede voto para candidatos presidenciais
Díli - Alfredo Reinado, o ex-militar que pegou em armas no ano passado, pediu aos timorenses que votem em quatro candidatos nas eleições presidenciais de 9 de abril e que não elejam os dois candidatos com mais possibilidades, o atual primeiro-ministro, José Ramos Horta, e Francisco Guterres.
Em comunicado divulgado hoje, Reinado disse que os únicos que podem levar o país pelo caminho do progresso e da democracia são Fernando de Araújo, do Partido Democrata, Xavier do Amaral, da Associação Social Democrática Timorense, Lucia Lobato, do Partido Social Democrático, e o independente João Carrascalão.
Reinado disse que Ramos Horta e Guterres têm as mãos manchadas de sangue e que são inspirados pela repressão comunista totalitária.
Guterres é um dos líderes do Fretilin, partido de esquerda que levantou a bandeira da luta pela independência e que tem maioria no Parlamento.
O partido foi acusado de totalitária pela Igreja Católica no ano passado, quando um protesto de militares e policiais expulsos levou a uma onda de violência que deixou o país à beira da guerra civil.
A crise provocou a renúncia do então primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e sua substituição por Ramos Horta, que se apresenta como independente às eleições presidenciais.
Um dos protagonistas da crise foi Reinado, que, após liderar os protestos, foi detido por posse de armas e depois fugiu da prisão.
Após sua recomendação de voto, Reinado assegurou que não é uma ameaça para o processo eleitoral e confiou em que "Jesus Cristo e Deus fornecerão uma solução" para o país.
O ex-militar esteve prestes a ser detido no início do mês pelas forças internacionais, lideradas pela Austrália, que operam no Timor desde a crise de meados de 2006.
***
The Australian – March 26, 2007
Aussies must stay: Horta
East Timor Prime Minister Jose Ramos Horta wants Australian troops to stay in the country for up to five years to help guarantee stability.
Campaigning for the presidential election, Mr Ramos Horta called for a long-term presence for the UN and Australian security forces.
"If I am president of this country, I want the UN to stay here for five years," he said at the town of Ermera on Saturday. "I want Australian troops to stay for five years."
Defence Minister Brendan Nelson said the Government would not set artificial deadlines for the withdrawal of Australian forces.
OUTRAS NOTÍCIAS
Timor Leste: Ex-presidente Habibie testemunha sobre violência de 1999
Díli, 25 Mar (Lusa) - O ex-presidente indonésio B.J. Habibie e o bispo timorense Xímenes Belo testemunham esta semana, em Jacarta, perante a comissão que está a investigar os acontecimentos violentos de 1999 em Timor-Leste, afirmou à Lusa um dos comissários.
A segunda ronda de audiências da designada Comissão de Verdade e Amizade (KPP) começa amanhã em Jacarta, depois de uma primeira série de interrogatórios iniciada em Bali, Indonésia, a 19 de Fevereiro.
Habibie e D. Xímenes estão entre as 16 testemunhas a ser ouvidas esta semana, declarou à Lusa, a partir de Jacarta, o comissário timorense Cirilo Cristóvão.
A KPP foi criada em Agosto de 2005 para apurar responsabilidades na violência em Timor-Leste nos meses que precederam o referendo pela independência em 1999 e nas semanas após o anúncio da vitória do "sim".
A Comissão é paritária, com cinco elementos da Indonésia e outros cinco de Timor-Leste, entre os quais Cirilo Cristóvão.
Quebrando a regra de trabalho da KPP, o ex-Presidente Habibie falará em audiência fechada e nas instalações do Habibie Center, em Jacarta.
As outras audiências são públicas e decorrem num hotel da capital indonésia.
Três oficiais superiores com responsabilidades directas na Polícia indonésia em Timor-Leste em 1999 serão ouvidos pela KPP.
Trata-se dos generais indonésios Zaka Anwar, Adam Damiri e Tono Suratman.
O porta-voz das forças armadas indonésias, coronel Ahmad Yani Basuki, declarou recentemente que as TNI "concordam e apoiam" a participação de oficiais no activo ou na reserva nas investigações da KPP.
Uma coligação de organizações de direitos humanos indonésias e internacionais alertou, na semana passada, para o perigo de a KPP servir para limpar a culpa das TNI em Timor-Leste.
O testemunho dos oficiais indonésios "terá um grande potencial para fabricar factos e alterar as conclusões sobre crimes contra a humanidade cometidos em 1999" pelos integracionistas, alertaram as organizações, num documento divulgado em Jacarta e Banguecoque, na última sexta-feira.
O documento acusa as TNI de pretenderem garantir a impunidade dos seus oficiais ao colocá-los dentro da amnistia prevista no Memorando de Entendimento para os que derem o seu testemunho na KPP.
"Temos esperanças que os oficiais digam um pouco do que sabem à Comissão", afirmou à Lusa Cirilo Cristóvão.
"Só depois poderemos avaliar o resultado. A preocupação das organizações de direitos humanos serve para nos encorajar a fazer mais", comentou o comissário timorense.
Eurico Guterres, ex-comandante das milícias integracionistas em Díli e antigo líder juvenil do Partido Democrático Indonésio (da ex-Presidente Megawati Sukarnoputri) será também ouvido pela KPP.
A Comissão ouvirá os testemunhos de outros líderes integracionistas, como Joanico Belo, ex-comandante da milícia Saka de Baucau, e Sera Malik, chefe de uma milícia em Viqueque.
Estão ainda na agenda de audiências os ex-administradores concelhios de Lospalos e de Díli durante a ocupação indonésia, respectivamente Edmundo da Conceição Silva e Domingos Soares "Koli".
PRM-Lusa/Fim
***
Timor-Leste: Revelar verdade sobre 1999 requer coragem, afirma MNE indonésio
Lisboa, 26 Mar (Lusa) - A revelação da verdade sobre as violações aos Direitos Humanos ocorridas em 1999 requer uma "grande determinação" e uma "coragem extraordinária", afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio.
Citado pela agência noticiosa indonésia Antara, Hassan Wirajuda sublinhou que Jacarta "está empenhada" nos trabalhos da Comissão de Verdade e Amizade (KKP) e que "aprecia" os esforços desta entidade no esclarecimento dos factos e em garantir a amizade entre os dois Estados.
As afirmações de Wirajuda foram lidas pelo Director Geral para a Ásia, África e Pacífico do Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio, Primo Alui Joelianto, na abertura dos trabalhos de mais uma sessão de audições da comissão, que deverá ouvir nos próximos dias 16 testemunhas, entre elas o antigo presidente indonésio, B. J. Habibie.
Segundo o chefe da diplomacia de Jacarta, a Indonésia, desde a criação do Estado de Timor-Leste, tem-se empenhado nas relações bilaterais, tendo como princípio base a reconciliação, o que já permitiu ultrapassar "algumas memórias traumatizantes" do passado.
Tendo em conta a experiência já observada noutros países, a revelação da verdade pode, contudo, piorar as relações bilaterais se não houver bom senso e vontade política também a nível regional, acrescentou.
Segundo Wirajuda, os governos indonésio e timorense acordaram na criação da comissão abordando a questão com "prudência", facto que tem permitido ultrapassar muitos obstáculos.
"Os dois governos empenharam-se em conjunto na resolução dos problemas e estão a procurar uma solução duradoura, evitando que qualquer questão possa criar mais problemas", observou o chefe da diplomacia indonésia.
Desta forma, frisou, só através de audições transparentes todos poderão obter informações históricas importantes, tendo em conta a ajuda das testemunhas, "que também ajudam a clarificar a História.
Por seu lado, um dos membros da Comissão, Jacinto Alves, também em declarações à Antara, manifestou-se convicto de que as eleições presidenciais de 09 de Abril em Timor-Leste não vão alterar a política em relação à própria entidade que averigua os factos registados em 1999.
"Acredito que a Comissão vai continuar os seus trabalhos normalmente seja qual for o próximo presidente de Timor-Leste", referiu Jacinto Alves, sublinhando haver, da parte de Díli, argumentos para a manter em funcionamento um órgão que quer apurar a verdade e reconciliar os dois povos.
"Com base na nossa experiência do passado, a confrontação como forma de resolução de problemas não trará quaisquer benefícios para Timor-Leste. Ser amigo da Indonésia e com todos os nossos vizinhos é uma escolha mais benéfica", sustentou Jacinto Alves, lembrando que pertenceu à Comissão de Reconciliação de Timor-Leste.
"Inicialmente, as pessoas recusaram essa comissão, mas, mais tarde, os resultados foram aceites por todas as partes. Espero que aconteça o mesmo com os resultados do KKP.
Além de Habibie, que prestará declarações à porta fechada, a KKP vai ouvir esta semana em Jacarta o bispo timorense D. Ximenes Belo, além de 14 outras testemunhas.
Esta comissão, com cinco elementos de Timor-Leste e outros tantos da Indonésia, foi criada em Agosto de 2005 para apurar responsabilidades na onda de violência registada nos meses que precederam o referendo pela independência, em 1999 e nas semanas após o anúncio da vitória do "sim".
JSD-Lusa/Fim
***
Associated Press - March 26, 2007
Nobel prize winner testifies about 1999 violence in East Timor
Jakarta, Indonesia: Bishop Carlos Filipe Ximenes Belo, whose resistance to Indonesian rule in East Timor won him a Nobel prize, described Monday how Jakarta-backed militias burned down churches and killed priests after his tiny nation's independence vote.
He told the Commission on Truth and Friendship, established by both countries to hear testimony about the 1999 violence, that while he preferred to look to the future it was important not to forget the past.
"It's important to acknowledge that, as human beings and as citizens, we failed to maintain human rights, tolerance and solidarity," Belo told the panel, which has been widely criticized by rights groups as a tool to whitewash Indonesia's role in the bloodshed. "It doesn't mean that we want to open old wounds and stir up hatred," he said.
East Timor voted overwhelmingly to end nearly a quarter century of Indonesian rule in a public referendum eight years ago that triggered a burst of killing, looting and burning by Indonesian soldiers and their military proxies.
Only one person has been punished for the violence that left more than 1,000 dead, and political leaders in both nations appear reluctant to press for more trials. The United Nations has said it would consider setting up an international tribunal if justice was not done.
Belo spoke calmly and with little emotion and he described how Indonesian troops and their militia proxies killed priests, attacked churches and destroyed religious documents. On Sept. 6, 1999, they threw petrol bombs at his own home, where refugees were seeking shelter, he said.
"There was gunfire coming from all directions and then shouting," Belo told the panel, made up of five Indonesians and five East Timorese. "I saw the glass from the windows shatter and fall to the floor. I saw fire in the guest room ... the door burning."
He said he and others in the house escaped through the north entrance. "I saw by the front gate plain-clothed Indonesian troops," said Belo, who shared the 1996 Nobel Peace Prize with Prime Minister Jose Ramos-Horta. "When they saw me they just looked down."
***
Deutsche Presse-Agentur - Mar 26, 2007, 6:47 GMT
East Timor bishop describes attacks by Indonesian army, militias
Jakarta - Bishop Carlos Belo of East Timor testified Monday that Indonesian military forces and their militia proxies carried out massacres against Catholic Church personnel and civilians during and after the territory's vote for independence in 1999.
Belo, who headed the Archdiocese of Dili during the 1999 rampage, was the star witness as the Indonesia-East Timor Commission of Truth and Friendship resumed public hearings, in the Indonesian capital Jakarta.
Speaking in Portuguese, the official language of the now independent East Timor, Below calmly recalled how army-trained Timorese militias and Indonesian soldiers systematically razed the archdiocese compound, other churches, the homes of priests, and killed several clergy members in the capital Dili and two districts.
The carnage, in which at least 1,500 were killed, began just after voters in East Timor, a former Portuguese colony invaded by Indonesia in 1975, voted overwhelmingly for independence in a United Nations-run referendum on August 30, 1999.
Belo said that by September 4, 'the militias and Indonesian military had already attacked the diocese,' while priests inside were sheltering civilian refugees. 'We don't know how many people were killed.'
Belo said under questioning by the 10-member commission that gross human rights violations occurred, but urged the countries to 'forget the past and look to the future.' 'If we look back at the past, we will open up old wounds and delve back into the hatred,' Belo, a native Timorese who now lives abroad, said during his testimony.
The commission aims to establish the truth behind the violence and clarify the history of the two countries, as well as to investigate the actions of the Indonesian military as they withdrew from the territory, and those of local militia groups.
The commission has been criticized by human rights groups because it lacks the ability to prosecute senior members of the Indonesian Armed Forces for ordering military-backed militias to massacre Timorese civilians and to raze entire villages.
Several senior Indonesian army and police generals have been acquitted of any involvement in the violence in trials in Indonesia, and the Jakarta government refused to hand over any suspects to a UN-run tribunal in East Timor.
East Timor became an independent nation in 2002 after being administered by the UN for more than two years, and was scheduled to hold its second-ever presidential election on April 9.
It remains to be seen whether the commission will find the truth behind the rampage, which was played out on live international television.
The five Indonesian commission members spent Monday's morning session questioning the accuracy of Belo's testimony. They asked whether the UN 'cheated' in running the poll, if the Catholic Church sided with the pro-independence movement, and whether the violence was only carried out by Timorese upset at the referendum result.
One commission member asked whether Belo may have set fire to his own house - while inside it - when it was surrounded by militia thugs who later razed it to the ground.
Indonesia occupied East Timor for 24 years, and as many as 200,000 civilians died during that period. Jakarta denies committing any atrocities during the occupation and has claimed the violence in 1999 was not organized by its armed forces.
The commission's first hearings were held on Bali last month, during which civilian victims testified to being attacked by Indonesian army soldiers and militias.
Important figures were scheduled to appear in front of the commission's panel, including former Indonesian president B.J Habibie, and several high-ranking military and police officers who were allegedly involved.
The panel's 10 members include legal and human rights experts, academics and religious leaders from both Indonesia and East Timor. It will submit its findings to both governments, and can recommend amnesties for perpetrators if they are found to be 'fully cooperative' with the commission.
***
Radio Australia - 26/03/2007, 21:06:36
Former East Timor bishop accuses Indonesian soldiers
A commission looking into the deadly violence in East Timor in 1999 has heard Indonesian soldiers were involved many of the incidents.
Carlos Belo, the former bishop of East Timor's capital, Dili, has testified that pro-Indonesian militia and Indonesian soldiers, in uniform or civilian dress, were part of much of the unrest.
"The establishment of these groups began to create an atmosphere of intimidation and violence across the entire territory," he said, referring to the militias.
Belo, who won the Nobel Peace Prize for his work on East Timor, said that militias and soldiers attacked a church filled with refugees, killing at least five in April 1999 in Liquica, west of Dili.
"Militia and members of the Liquica military command attacked the church," he said through a translator.
Belo said militias and soldiers rampaged when the results of the independence referendum were announced in September 1999, and that Dili's dioceses was torched the following day.
Some 1,400 people were killed during the 1999 United Nations administered vote for independence, after a majority of Timorese chose self-determination following 24 years of occupation by neighbouring Indonesia.
The Indonesian-East Timor Truth and Friendship Commission, which held its first hearing last month, aims to establish the truth about the violence.
The commission, in Jakarta, is due to hear from Indonesia's president at the time, B J Habibie, on Tuesday.
***
Timor-Leste: Novo CNRT convida Xanana Gusmão a juntar-se ao partido
Díli, 25 Mar (Lusa) - O novo CNRT convida segunda-feira o Presidente da República, Xanana Gusmão, a juntar-se ao partido e a preparar as próximas eleições legislativas, afirmaram hoje à Lusa dois elementos da comissão organizadora.
O Congresso Nacional da Reconstrução de Timor vai entregar a Xanana Gusmão uma petição com cinco mil assinaturas pedindo que o Presidente esteja na fundação do novo partido.
"Consideramos que Xanana Gusmão é o único líder carismático em Timor-Leste e o único que ainda merece a confiança de velhos e jovens", declarou hoje à Lusa Eduardo Barreto, coordenador-geral do partido emergente.
"A petição que vamos entregar fala da resistência, da Independência, dos quatro anos de vida a seguir e da crise de 2006", adiantou Eduardo Barreto.
"Não existe hoje uma liderança capaz de levar o Estado para uma situação em que haja paz e harmonia".
A constituição de um novo partido politicamente inspirado em Xanana Gusmão é um dado adquirido há várias semanas na política e na imprensa timorense.
O Presidente da República, no entanto, não fez até agora nenhum comentário ou confirmação da sua ligação ao projecto.
O novo CNRT usa a mesma sigla do Conselho Nacional da Resistência Timorense, o órgão histórico formado antes da consulta popular que escolheu pela independência em 1999.
Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, diz-se "magoado" com a coincidência de nomes e deu voz ao desagrado de várias personalidades políticas timorenses.
O uso da sigla CNRT "é muito enganador, pouco honesto e esconde atrás disso uma intenção desmedida", acusou Mari Alkatiri em entrevista à Lusa.
Duarte Nunes, secretário da Comissão Organizadora do novo CNRT, afirmou à Lusa que o nome será analisado na conferência nacional para a fundação do partido, prevista para 27 de Março em Taibessi, Díli.
Eduardo Barreto pertenceu ao Conselho Nacional da Resistência Timorense, como secretário regional em Ermera, no centro do país. É actualmente membro da Comissão de Homenagem, Supervisão e Registos responsável pelas condecorações aos antigos combatentes.
Em Novembro de 2006, Eduardo Barreto encontrou-se com Duarte Nunes e ambos concluíram "pela necessidade de um novo partido", de que Xanana Gusmão seria a referência, explicaram hoje à Lusa.
"A partir de então decidimos ir à montanha, seguindo os fios da luta e do extinto CNRT", acrescentou Duarte Nunes.
Com um terceiro elemento, dividiram o país em três regiões e percorreram o Leste, Centro e Oeste, promovendo a ideia de um novo partido, lendo a petição que será amanhã apresentada ao Presidente e reunindo assinaturas suficientes para registar legalmente o novo CNRT.
"O principal objectivo do partido é melhorar as condições do povo", explicou à Lusa Eduardo Barreto.
"Temos um plano, da base para o topo, isto é, da montanha para a cidade, porque a população da base tem sido esquecida", adiantou Duarte Nunes, que nos últimos anos tem vivido de diferentes trabalhos no sector privado.
Sobre a resposta do Presidente da República à petição do CNRT, os dois fundadores do partido são peremptórios: "Avançamos com ou sem Xanana".
A entrega da petição será feita depois de uma marcha de apoiantes do CNRT entre o Bairro Central e o Palácio das Cinzas, com delegados distritais, representantes das mulheres e membros da Comissão Nacional.
PRM-Lusa/Fim
***
Timor-Leste: O novo CNRT: "Libertada a Pátria, libertemos o Povo!"
Díli, 25 Mar (Lusa) - O lema do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor, que nasce esta semana com a figura de Xanana Gusmão como referência, é "Libertada a Pátria, libertemos o Povo!", segundo os estatutos do partido a que a Lusa teve acesso.
Centena e meia de representantes do novo CNRT entregam, segunda-feira, no Palácio das Cinzas, uma petição para que o presidente da República se junte ao partido, afirmaram hoje à Lusa dois dos fundadores do movimento.
O novo CNRT nasce "para responder às aspirações profundas de um povo que sofreu durante vinte e quatro anos e que, conquistada a independência, continua a sofrer da miséria e sem esperança no futuro", lê-se no preâmbulo dos estatutos, a que a Lusa teve acesso.
O partido pretende também "responder à necessidade de inculcar uma cultura democrática nas comunidades, uma cultura de transparência e de responsabilização nas instituições do Estado, uma cultura de justiça, credível, independente e imparcial, no sistema judicial timorense".
"Há a premente necessidade de se criar as condições políticas, para que esses anseios do povo se tornem uma realidade", diz ainda o preâmbulo.
Duarte Nunes, secretário da Comissão Organizadora do novo CNRT, afirmou à Lusa que o nome, símbolos e programa serão analisados na conferência nacional para a fundação do partido, prevista para 27 de Março em Taibessi, Díli.
A intenção imediata do CNRT é concorrer às eleições legislativas, ainda sem data marcada, adiantou o fundador do partido.
"Os primeiros quadros do partido são todos aqueles que participaram na 1ª Conferência Extraordinária para o registo do CNRT", dizem os estatutos.
Compete ao presidente, vice-presidente e secretário-geral do CNRT propor ao Conselho Nacional "os candidatos a cargos políticos no Governo".
Os estatutos abrem expressamente a possibilidade de esses cargos serem ocupados por pessoas que não sejam filiadas no CNRT.
Militantes ou não, os titulares de cargos escolhidos pelo CNRT assinarão um compromisso de honra em que assumem "os princípios e o programa do Partido" e em que fazem uma lista de bens e fontes de receita.
Os escolhidos do CNRT põem o seu cargo à disposição do partido em caso de envolvimento em práticas de corrupção ou "incapacidade na prossecução dos programas" partidários.
Os estatutos do partido prevêem a criação de estruturas de representação dos veteranos da Resistência, da juventude, das mulheres e das associações profissionais.
O CNRT tem como símbolo "o mapa do País, com uma casa tradicional na capital, traduzindo a identidade nacional e o espírito de 'Uma Pátria, Um Povo!'".
"A bandeira tem, a todo o comprimento, três faixas paralelas, sendo a central mais larga que as outras", explicam os estatutos do CNRT.
"A faixa superior é da cor azul, simbolizando os valores morais, éticos e humanos que devem orientar a sociedade timorense".
"A faixa central é da cor branca, simbolizando os princípios democráticos de tolerância política, de reconciliação e de unidade nacional, como fundamentais para uma paz duradoura no país".
"A faixa inferior é da cor verde, simbolizando a esperança por uma vida sempre melhor, a produtividade do cidadão, num meio-ambiente que deve ser protegido".
"Na faixa central, de cor branca, realçada por duas linhas douradas, estará escrita, em letras grandes e em cor amarela de ouro, a sigla CNRT".
PRM-Lusa/Fim
***
Timor Leste: Xanana vai integrar um novo partido após mandato presidencial
(Serviço também disponível em áudio, através do serviço da Lusa Rádio) Díli, 26 Mar (Lusa) -
Xanana Gusmão disse hoje em Díli que vai integrar o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), que se apresentará às eleições legislativas deste ano, mas só depois de terminado o mandato como Presidente da República, a 19 de Maio.
"Vieram com uma petição para eu aceitar fazer parte do partido que eles vão criar. Em princípio, enquanto Presidente, ainda não posso. Mas vou deixar de o ser em breve. Depois de deixar de ser Presidente, vou juntar-me a eles para tentar dar uma nova direcção ao país e ao povo", disse Xanana Gusmão durante a entrega de uma petição daquele partido, no Palácio das Cinzas, em Díli. O actual chefe de Estado recebeu hoje 6.500 assinaturas de peticionários que apelam ao actual Presidente para que se junte ao CNRT, que será quarta-feira formalizado como partido político e que vai concorrer às legislativas de 2007, ainda sem data marcada.
"Se tudo estiver preparado, eles vão criar um partido e vou juntar-me depois de sair (do cargo) de Presidente", disse Xanana Gusmão à Agência Lusa, no final de uma cerimónia que juntou cerca de uma centena de pessoas no jardim do Palácio das Cinzas, acto que se prolongou durante hora e meia e que incluiu danças tradicionais timorenses.
Xanana Gusmão, ao lado de Mau Honu, antigo comandante das Forças Armadas de Libertação de Timor-Leste (FALINTIL), aceitou as caixas com a petição e as fotocópias dos documentos de identidade de cada um dos 6.500 signatários. De acordo com Eduardo Barreto, coordenador do CNRT, a entrega das petições foi a primeira fase para a criação do novo partido que prepara para terça-feira a conferência nacional.
"Vamos fazer uma reunião nacional para aprovar o nosso estatuto, programa político, bandeira e hino e, depois disto tudo, vamos registar o partido no Tribunal, na quarta-feira", disse Eduardo Barreto, em declarações à Lusa.
Segundo o mesmo coordenador, o congresso nacional do partido vai realizar-se durante o mês de Abril e, em Maio, Xanana Gusmão vai tomar posse como líder do CNRT.
"Depois de tudo aprovado, o Presidente Xanana, que termina o mandato a 19 de Maio, vai liderar, como candidato, o nosso partido", adiantou Eduardo Barreto. Os estatutos do CNRT, a que Lusa teve acesso, e que têm como lema, "Libertada a Pátria, Libertemos o Povo!", referem que o partido pretende "responder às aspirações profundas de um povo que sofreu durante 24 anos e que, conquistada a independência, continua a sofrer da miséria e sem esperança no futuro".
No preâmbulo dos estatutos lê-se que o partido tem como objectivo "responder à necessidade de inculcar uma cultura democrática nas comunidades, uma cultura de transparência e de responsabilização nas instituições do Estado e uma cultura de justiça, credível, independente e imparcial no sistema judicial timorense". O documento refere igualmente que "os primeiros quadros do partido são todos aqueles que participam na 1ª Conferência Extraordinária para o registo do CNRT" e que compete ao presidente, vice-presidente e secretário-geral do partido propor ao Conselho Nacional "os candidatos a cargos políticos no Governo". Os estatutos abrem expressamente a possibilidade de esses cargos serem ocupados por pessoas que não sejam filiados no CNRT.
Os titulares de cargos escolhidos pelo CNRT vão assinar um compromisso de honra, em que assumem "os princípios e o programa do partido" e em que fazem uma lista de bens e de fontes de receita.
Os estatutos do CNRT prevêem também a criação de estruturas de representação dos veteranos da Resistência, da Juventude, das mulheres e das associações profissionais.
O CNRT tem como símbolo "o mapa do país, com uma casa tradicional na capital, traduzindo a identidade nacional e o espírito de "Uma Pátria, Um Povo"", disse à Lusa Duarte Nunes, secretário da Comissão Organizadora do novo CNRT, que explicou que a bandeira do partido tem três cores.
"A faixa superior é da cor azul, simbolizando os valores morais, éticos e humanos que devem orientar a sociedade timorense. A faixa central é da cor branca, simbolizando os princípios democráticos de tolerância política, de reconciliação e de unidade nacional. A faixa inferior é da cor verde, simbolizando a esperança por uma vida sempre melhor, a produtividade do cidadão, num meio ambiente que deve ser protegido".
PSP/PRM-Lusa/Fim
***
Radio Australia - 26/03/2007, 21:06:37
East Timor's president to lead new party
East Timor's President Xanana Gusmao has agreed to lead a new political party.
President Gusmao will assume the post after his mandate as east Timor's first president ends in May.
East Timor is due to go to the polls to elect its second president on April 9.
The new political party is called the Congress for the National Reconstruction of East Timor (CNRT).
It shares the historically significant acronym with one of East Timor's first resistance movements, the National Council of Timor Resistance.
East Timor's Prime Minister, Jose Ramos Horta, has stepped aside from his position to launch his campaign for the country's presidential election.
Dr Ramos Horta says that if he is elected, he will make East Timor's accession to the Association of Southeast Asian Nations (ASEAN) a priority.
He says East Timor deservers a share of the trading block, which represents close to $US1,000 billion.
The Prime Minister says he believes joining ASEAN will greatly benefit East Timor and he hopes to achieve that within five years.
***
Timor-Leste: Reinado não se entrega e quer "continuar a respirar"
Pedro Sousa Pereira, da Agência Lusa Díli, 25 Mar (Lusa) - O major Reinado, num contacto telefónico estabelecido hoje a partir do local onde se encontra escondido o deputado Leandro Isaac, no sul do país, disse à agência Lusa que não se vai entregar e que quer "continuar a respirar".
Alfredo Reinado, o militar fugido à Justiça, evadido da cadeia de Díli em Agosto de 2006 e que se encontra na posse ilegal de armamento militar, recusou dizer onde se encontra mas afirmou que está em "permanente contacto com Leandro Isaac".
O membro do Parlamento disse à Lusa, no local onde se encontra escondido, que vai resignar ao cargo de deputado e acrescentou que o major Reinado formou um novo grupo.
"Tatoros, que quer dizer formiga preta. Formiga preta, porque incómoda", explicou.
Leandro Isaac, 53 anos, encontrava-se com o grupo de Alfredo Reinado quando as tropas australianas cercaram a vila de Same no dia 27 de Fevereiro.
"Os australianos usaram todos os meios e cercaram a vila de Same, inclusivamente fecharam a água potável e houve confrontos. A população respondeu e os helicópteros assaltaram o posto de Same. Eu estava com a juventude. O assalto foi nesse domingo de madrugada, eu estava com a juventude e a primeira coisa que os australianos fizeram foi perguntar por mim", disse Leandro Isaac quando se referiu ao cerco de 27 de Fevereiro.
Desde esse dia, Leandro Isaac diz que vive escondido no interior e que conta com o apoio das populações da região de Same, de onde é natural.
"A vida no mato é a vida no mato, é diferente da vida na cidade. Como folhas e raízes, tudo o que tiver para resistir", acrescentou Leandro Isaac.
Leandro Isaac repetiu igualmente críticas sobre a presença, em Timor-Leste, dos militares australianos das Forças Internacionais de Estabilização.
"A força australiana, que dizem internacional, está aqui a convite do Governo, do Estado de Timor, está aqui através de um acordo que eu como deputado desconheço", afirmou.
O deputado não foi até ao momento acusado formalmente pela Procuradoria Geral da República, apesar da Comissão Especial Independente de Inquérito para Timor-Leste estabelecer "algum envolvimento no acontecimento" ocorrido no dia 24 de Maio de 2006 na casa do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, em Díli, em que morreu um membro da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e ficaram feridos dois soldados das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL).
Segundo disse, apenas tentou defender-se, que não matou ou feriu ninguém, e que manteve a arma que tirou a um polícia "apenas" durante dois dias.
"Foi apenas por 48 horas, quando eles dispararam sobre nós. Na altura estava um polícia ao lado que não utilizava a arma como devia ser e eu retirei-lhe a arma e usei-a. Mas quem é que eu matei? Só se foi uma bala perdida", disse.
Leandro Isaac, 53 anos, nasceu em Same, foi soldado do Exército Português e aderiu à União Democrática Timorense em Agosto de 1975. Foi membro do parlamento da então 27ª província indonésia. Preso em 1981 e 1992 por actividades ligadas à rede clandestina foi nomeado coordenador do Concelho Nacional da Resistência Timorense em 1999.
Membro fundador do Partido Social Democrata foi eleito como deputado da Assembleia Nacional em 2002, mas afastou-se daquele partido, tendo desde 2003 o estatuto de independente.
Lusa/Fim
***
ABC TV - Foreign Correspondent – 13 March 2007
Alfredo Reinado - Man on the Run
Apesar de o programa ter sido emitido no dia 13 de Março, só hoje foi colocado on line o vídeo integral:
http://www.abc.net.au/foreign/broadband.htm
A transcrição do programa ainda não foi colocada online.
***
Primeiro de Janeiro – 26 de Março de 2007
Isaac vai resignar ao cargo
Deputado independente não tenciona entregar-se, pelo menos até às eleições presidenciais
Leandro Isaac, escondido no Sul de Timor Leste, disse que não vai entregar-se às Forças Internacionais de Estabilização. E acrescentou que tenciona renunciar ao cargo de deputado independente no Parlamento.
“Eu já estou fora. Estou disposto a resignar-me de deputado porque não tenho moral para estar sentado dentro daquele edifício quando este meu próprio povo que eu represento se encontra nesta situação, e pior que tudo, é o próprio Parlamento que representa este povo a fazer uma resolução para reforçar as actividades militares australianas”, afirmou ontem Leandro Isaac à Agência Lusa.
O deputado independente acrescentou que, apesar de esperar mudanças após as presidenciais do próximo dia 9 de Abril, não tenciona entregar-se às Forças Internacionais de Estabilização.
“Eu espero por este processo de eleições presidenciais e só depois disso é que espero uma mudança”, disse o parlamentar que apoia o major Alfredo Reinado, o militar fugido à Justiça, evadido de uma cadeia de Díli em Agosto de 2006 e que se encontra em posse ilegal de armamento militar, num local que Leandro Isaac não quis revelar.
Leandro Isaac, que se escondeu nas montanhas do sul do país há precisamente três semanas, na sequência do cerco das Forças Internacionais de Estabilização à vila de Same, disse que está disposto a enfrentar a Justiça e admitiu que a intervenção da Igreja timorense pode ser uma solução para o problema.
***
Correio da Manhã – Segunda-feira, 26 de Março de 2007
Deputado fugitivo recusa entregar-se
O deputado independente Leandro Isaac, que está escondido no Sul de Timor-Leste, disse que não se entrega às Forças Internacionais de Estabilização e está disposto a resignar ao seu cargo no Parlamento.
Numa entrevista à Lusa, no local onde se encontra escondido, Leandro Isaac admite que a intervenção da Igreja pode ser uma solução para reactivar o diálogo e chegar a um acordo com as autoridades do país.
“Eu já estou fora. Estou disposto a resignar ao mandato de deputado porque não tenho moral para estar sentado dentro daquele edifício quando este povo que represento se encontra nesta situação, e pior que tudo, é o próprio Parlamento que representa este povo a fazer uma resolução para reforçar as actividades militares australianas”, afirmou Leandro Isaac.
Entretanto, num contacto telefónico estabelecido a partir do local onde Isaac se encontra escondido, o major Alfredo Reinaldo, parco em palavras, disse apenas à Lusa que não se vai entregar e que quer “continuar a respirar”, acrescentando que está em “permanente contacto com Leandro Isaac”.
Recorde-se que Reinado, igualmente fugido à Justiça, está na posse ilegal de armamento militar. Isaac, por seu lado, acrescentou ainda que Reinado formou um novo grupo intitulado ‘Tatoros’, que quer dizer ‘formiga preta’. “Formiga preta, porque incómoda”, explicou.
Isaac, acompanhado de homens munidos de catanas e vestido com uma camisa de camuflado militar, disse ainda que está disposto a enfrentar a Justiça. “Venha quem vier, façam essa Justiça que eu estou pronto”, afirmou.
quarta-feira, março 28, 2007
Notícias - 26 de Março de 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 21:27
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário