Timor Leste, 25 Mar (Lusa) - Leandro Isaac, escondido no sul do Timor Leste, disse hoje à agência Lusa que não vai entregar-se às Forças Internacionais de Estabilização e que tenciona resignar ao cargo de deputado independente no Parlamento.
"Eu já estou fora. Estou disposto a resignar-me de deputado porque não tenho moral para estar sentado dentro daquele edifício quando este meu próprio povo que eu represento se encontra nesta situação, e pior que tudo, é o próprio Parlamento que representa este povo a fazer uma resolução para reforçar as actividades militares australianas", afirmou Leandro Isaac.
O deputado independente acrescentou que, apesar de esperar mudanças após as presidenciais de 09 de Abril, não tenciona entregar-se às Forças Internacionais de Estabilização.
"Não me entrego aos australianos, só cadáver. Eu espero que este processo de eleições presidenciais e só depois disso é que espero uma mudança", disse Leandro Isaac, deputado independente e que apoia o major Alfredo Reinado, o militar fugido à Justiça, evadido de uma cadeia de Díli em Agosto de 2006 e que se encontra em posse ilegal de armamento militar, num local que Leandro Isaac não quis revelar.
"Está muito longe de mim", disse Leandro Isaac, que se escondeu nas montanhas do sul do país há precisamente três semanas, na sequência do cerco que as Forças Internacionais de Estabilização montaram na vila de Same.
Na encosta de uma montanha, Leandro Isaac, acompanhado de um grupo de homens munidos de catanas e vestido com uma camisa de camuflado militar disse ainda à agência Lusa que está disposto a enfrentar a Justiça.
"Venha quem vier, façam essa Justiça que eu estou pronto", afirmou.
Leandro Isaac admite, no entanto, que a intervenção da Igreja timorense pode ser uma solução para o problema.
"A Igreja está a dar tudo por tudo para reactivar o diálogo e chegar a um acordo mútuo. Para chegar à justiça e à paz, neste país", mas segundo Leandro Isaac, até ao momento não foram estabelecidos quaisquer contactos.
Leandro Isaac, deputado independente que se encontrava com o grupo de Alfredo Reinado quando tropas australianas cercaram a vila de Same no dia 27 de Fevereiro, não foi até ao momento acusado formalmente pela Procuradoria-Geral da República.
No entanto, a Comissão Especial Independente de Inquérito para Timor Leste estabelece "algum envolvimento no acontecimento" ocorrido no dia 24 de Maio de 2006 na casa do brigadeiro general Taur Matan Ruak, em Díli, em que morreu um membro da Polícia Nacional de Timor Leste e ficaram feridos dois soldados das Forças de Defesa de Timor Leste.
PSP-Lusa/Fim
quarta-feira, março 28, 2007
Leandro Isaac admite resignar ao cargo de deputado
Por Malai Azul 2 à(s) 21:05
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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