quarta-feira, agosto 09, 2006

Empossados mais oito membros do II Governo Constitucional

Díli, 09 Ago (Lusa) - O Presidente timorense Xanana Gusmão empossou hoje em Díli mais oito membros do II Governo Constitucional, entre os quais Ana Pessoa, reconduzida na Administração Estatal, dois vice-ministros e cinco secretários de Estado do executivo liderado pelo primeiro-ministro José Ramos-Horta.

Na ocasião, Xanana Gusmão, interpretando o que disse ser o sentimento do povo, manifestou a esperança que o executivo "possa responder cabalmente às prioridades mais urgentes e necessárias para suplantar esta crise, incluindo a reactivação da Comissão dos Notáveis, que deverá iniciar as suas actividades imediatamente, no sentido de apurar a legitimidade das reclamações dos peticionários".

Xanana Gusmão referia-se à crise político-militar, desencadeada em finais de Abril, na sequência de uma manifestação patrocinada por centenas de ex-militares e que degenerou em actos de violência.

Aqueles ex-militares, subscritores de uma petição dirigida à hierarquia das forças armadas e posteriormente submetida ao chefe de Estado, alegam terem sido alvo de tratamento discriminatório, de natureza étnica, no seio da instituição.

Com a cerimónia de posse, realizada hoje no Palácio das Cinzas, Presidência da República, só ficarão por preencher dois cargos, o de vice-ministro dos Transportes e das Comunicações e o de secretário de Estado da Cultura.

Além de Ana Pessoa foram empossados Vítor Conceição Soares, como vice-ministro da Educação para o Ensino Técnico e Superior, e Isabel Ferreira, como vice-ministra da Justiça, duas estreias em governos constitucionais.

José Reis e Albano Salem foram reconduzidos nos cargos de secretário de Estado para a Coordenação da Região I (Lautém, Viqueque e Baucau) e secretário de Estado residente em Oecusse, respectivamente.

Outras estreias a nível do governo central são as de Adriano Corte-Real, secretário de Estado para a Coordenação da Região II (Manatuto, Manufahi e Ainaro), Carlos da Conceição Deus, para a Região III (Díli, Aileu e Ermera) e Lino Torrezão para a Região IV (Liquiçá, Bobonaro e Covalima).

José Ramos-Horta foi empossado, juntamente com os dois vice- primeiro-ministro, Estanislau da Silva e Rui Araújo, no passado dia 10 de Julho.

Quatro dias depois foi empossada a maior parte dos 40 membros do executivo e a 21 de Julho foram empossados o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, José Luís Guterres, e o vice-ministro do Interior, José Agostinho Sequeira "Somotxo".

José Ramos-Horta substituiu Mari Alkatiri na sequência da demissão de Alkatiri, a 26 de Junho, após um "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão e no âmbito da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.

EL.

1 comentário:

Anónimo disse...

Na “Análise dos Media Timorense e Regional (CONT) de Março 2006”, contida na “Observação e cronologia da crise de Timor-Leste em 2006 (VIII)” está escrito que o Comandante-General “Explicou que recebeu uma petição anónima em 11 de Janeiro e que o Presidente lhe escrevera para ele resolver o assunto tão depressa quanto possível”.

Eu própria já tinha reparado na incongruência de se chamar “peticionários” quando a petição original afinal era “anónima”, informação essa que obtive consultando o site da UNOTIL de 20 de Março http://www.unotil.org/UNMISETWebSite.nsf/cce478c23e97627349256f0a003ee127/dcf3acbbadb0c7c7492571370034ec82?OpenDocument

Hoje a Lusa nesta notícia fala de subscritores ( “Aqueles ex-militares subscritores, de uma petição dirigida à hierarquia das forças armadas e posteriormente submetida ao chefe de Estado).

Alguém me pode explicar como é que de facto uma petição passou de anónima a subescrita? E se sim, quando é que isso aconteceu?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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