sexta-feira, julho 14, 2006

Sem compromisso

Resposta da Margarida a um comentário de um leitor “...Quem foi que decidiu mandar fora 591 militares?”.

...Não quer mesmo perceber que quem se pôs fora foram os próprios e que a hierarquia castrense se limitou a sancionar essa decisão dos próprios.

...deixo o link ao site da UNOTIL onde encontrará lá esta notícia (nos relatos dos Media Nacionais de 18-20 de Março de 2006) que eu já traduzi e que aqui coloco:

“Não Compromisso na Decisão: Ruak

O Brigadeiro General das F-FDTL Taur Matan Ruak alegadamente disse aos media que não há mais compromissos no seguimento da decisão de despedir os 591 soldados mesmo que o Presidente Gusmão, Supremo Comandante das F-FDTL, discorde.

Taur disse que a decisão de não os aceitar de volta é para evitar abrir um mau precedente no futuro. “Reparem nas condições dos veteranos da guerra; muitos deles estão ainda mal. Se os admitíssemos de regresso, podiam repetir o mesmo. É melhor não os re-admitir, porque a nossa intenção é, seja quem for que se incorpore nas F-FDTL é para servir a nação e o povo. A posição nos altos cargos das F-FDTL não é adequada para quem quer enriquecer,” disse Ruak.

E sublinhou que os oficiais foram expulsos por terem saído do quartel-general da instituição e não por terem assinado a petição, acrescentando que as forças armadas são compostas por voluntários.

O brigadeiro general das F-FDTL explicou que em 11 de Janeiro recebeu uma petição anónima à qual o Presidente Gusmão por carta respondeu que o assunto devia ser resolvido tão cedo quanto possível.

De acordo com Rauk, em 2-3 de Feverero ele convocou um encontro com soldados e sargentos no quartel em Baucau para discutir a petição mas quando o assunto foi levantado alguns dos soldados disseram que era um assunto que somente o Presidente tinha competência para resolver.

O Chefe das Forças Armadas insistiu que o assunto fosse tratado no interior da instituição mas acrescentou que depois do seu regresso a Dili em 4 de Fevereiro, muitos dos membros tinham fugido do quartel de Baucau e do Centro de Treino de Metinaro para se encontrarem com o Presidente Gusmão em 8 de Fevereiro.

E acrescentou que desde então, ele fez várias propostas para os que tinham assinado a petição tais como estabelecer um batalhão ou um programa.
Ruak disse que eles recusaram cooperar com o processo de investigação e que quando foram autorizados a sair dos quartéis em 18 de Fevereiro e escalados para regressar em 20 de Fevereiro eles não regressaram.

STL relata o Brigadeiro General como tendo dito que os que foram demitidos devem evitar usar qualquer tipo de medidas para lhe porem pressão porque isso não resultará. Em vez disso, sugeriu que seria melhor que dessem ideias para uma solução.



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13 comentários:

Anónimo disse...

150,000 E Timorese still displaced: UN
The United Nations (UN) estimates there are still more than 150,000 East Timorese people who have not returned to their homes after the recent violence that engulfed the capital Dili.

Many are in displaced persons' camps set up by the UN.

The Australian-led security task force says there are some people who go back to their homes during the day but return to the camps at night because they are still nervous.

UN spokesman Bob Sullivan says work is under way to assure people it is safe to return home.

"There's been some effort by the international community, including the Australian troops of course, to begin a new system of ... providing security in the home area," he said.

"That's starting this week, on a very organised basis, so that the people who are displaced would feel comfortable and secure going home."

Inquiry 'crucial'

Meanwhile, East Timor's new Deputy Prime Minister says the United Nations (UN) Special Commission of Inquiry into Dili's recent violence will be crucial in rebuilding the country's military and police forces.

The three month inquiry will look at the most serious violence, including the killing of 10 unarmed police in May.

Estanislau Da Silva says the East Timorese Government wants help from other countries to get the police and military back on track.

"They're looking at ways how to restructure it and then of course they are seeking international advisers, particularly from Australia and other international advisers about how to restore and restart the policing activities in Dili," he said.

Anónimo disse...

Depois de ler o que o Ruak alegadamente disse, nao e dificil concluir que os soldados foram manipulados por alguem. E pena que a estrutura do Exercito Timorense fosse tao fraca, pois pelo contrario, estes 591 marmanjos estavam a cumprir uns bons meses de prisao, pois e isto que acontece em qualquer outro exercito bem estruturado. Chama-se Regulamento de Disciplina Militar.
(A proposito, fui militar Timorense em Timor de 1971 a 1975!)

Anónimo disse...

Díli, 14 Jul (Lusa) - O II governo constitucional de Timor-Leste tomou hoj e posse em Díli e terá 40 elementos, dos quais sete mulheres, e como novidade qu atro novos ministros.

O governo, dirigido por José Ramos-Horta, foi hoje empossado pelo Presiden te da República de Timor-Leste, Xanana Gusmão.

Além de José Luís Guterres, na pasta dos Negócios Estrangeiros, surgem no novo governo os ministros Inácio Moreira, nos Transportes e Comunicações, Rosáli a Corte-Real, na Educação e Cultura, e José Teixeira, como ministro dos Recursos Naturais, Minerais e Política Energética.

Os vice-primeiros-ministros Estanislau da Silva e Rui Araújo acumulam as p astas da Floresta e Pescas e Saúde, respectivamente.

O primeiro-ministro, José Ramos-Horta optou por reconduzir grande parte do executivo do I governo constitucional, chefiado por Mari Alkatiri, que se demit iu no final do mês passado na sequência de uma crise político-militar que se arr astava desde Abril.


Num comunicado de imprensa, o gabinete do primeiro-ministro salienta que o executivo "reflecte o talento e capacidades que já existem a nível ministerial, bem como a necessidade de manter no seu cargo ministros que já conhecem bem as suas pastas".

Referindo-se ao tempo que medeia entre a posse de hoje e as eleições de 20 07, Ramos-Hora acrescenta: "nove meses são um período muito curto para pôr em pr ática o plano de acção do meu governo, e assim sendo, quantas menos alterações m elhor".

"Estou seguro de que os novos ministros trarão novas competências para est e governo. Em conjunto com os seus colegas mais experientes são essenciais para a regeneração da administração e para a prossecução dos meus objectivos para Tim or-leste nos domínios da segurança nacional, desenvolvimento económico e estabil idade social", diz o comunicado.

O primeiro-ministro, José Ramos-Horta, e os dois vice-primeiros-ministros, Estanislau da Silva e Rui Araújo, foram empossados na passada segunda-feira. EL/FP.

Anónimo disse...

Que chatisse, este Governo e o Governo do FRETILIN menos o Ramos Horta e Rui Araujo. Porque nao disolve o Parlamento Presidente. Este e um grande ridiculo. Entao agora esperammos para as eleicoes.

Anónimo disse...

sim houve uma certa logica mas nao houve sabedoria na decisao. evitar um mau precedente?

Espero que nao pensem que uma crise deste tamanho seja uma alternativa melhor a esse mau precedente que queriam evitar.
Ora qualquer pessoa podia ver que devido ao grande numero de soldados envolvidos o assunto nao ia desaparecer silenciosamente especialmente quando tomamos em consideracao a natureza das queixas dos peticionarios.
Acredito que Taur Matan Ruak hoje ja nao pensa que o despedimento desses soldados foi a melhor solucao para o problema. Mas isso e o que os ingleses chamam "benefit of hindsight"

Anónimo disse...

Mau Seran: Para todos os efeitos legais a decisao de Taur estava correcta. O problema e que essa questao tinha outras dimensoes politicas e sociais que deviam ser da mais alta consideracao como o PR dizia ser. Paciencia, nao vale a pena chorar pelo azeite entornado.
Nesta questao o PR tinha uma visao mais pragmatica e realistica do problema. Enfim fica na historia.

Anónimo disse...

"Nesta questao o PR tinha uma visao mais pragmatica e realistica do problema"

....mas nao reagiu de acordo com tal visao, pelo contrario, remeteu para as devidas autoriaddes e cadeia de comando, mas sem entrar em dialogo com as mesmas... é tudo uma questao de perspectiva, meus caros.

Anónimo disse...

Tanto disparate! O Presidente Xanana não interviu mais activamente na questao porque não o deixaram. Marginalizaram-no a partida e continuaram a fazê-lo mesmo durante todo o período da crise.

Ainda não nos esquecemos a recusa de Taur Matan Ruak ao pedido de Xanana para, juntamente com ele, falarem com os peticionarios. Acabou por mandar o Lere Anan no seu lugar.

Também ainda não esquecemos de terem impedido acesso ao Presidente quando ele-se deslocou a Tasitolo para averiguar o que se tinha passado. Tropas das F-FDTL impediram o caminho do seu Comandante Supremo.

Não haveria punição também em qualquer outro país para tão grave desrespeito a hierarquia militar? Qual seria a punição para esse tipo de acção noutro país?

Mas apesar de grave nunca se ouviu o Xanana ou outro qualquer pronunciar-se sobre qualquer possível punição.
Mas compreende-se que Taur não e má pessoa, estava era em má companhia coisa que ele próprio revelou quando disse que o grande erro tinha sido a tentativa da Fretilin de submeter a si as F-FDTL. Foi ou não foi isso que Taur disse?

Não venham agora culpar o Presidente por não ter feito o suficiente quando eles fizeram tudo para minimizar a sua importância e campo de acção. As patéticas declarações públicas de Alkatiri durante a crise de que tinha muito boas relações com Xanana so servem para mostrar o cinismo das pessoas envolvidas mesmo nas caras de todo os que por interesse acompanharam o desenrolar da crise. Quem e que ele pensava que podia enganar com tais declarações? certamenta não as pessoas que estavam atentas a situação.

Não venham com histórias da carochinha e meter culpas em quem não as tem.
Tenham vergonha na cara!

Xanana nunca vendeu timor e nunca o fará. O certo e que ele já não esta disposto a testemunhar impavido os abusos e excessos do governo da Fretilin cometidos contra o povo pelo qual ele defendeu pondo a sua própria vida em perigo por muitos anos. Sim, é verdade que não foi o único a faze-lo mas também o fez o que não pode ser dito dos "grandes"politicos da diaspora em moçambique.

Até a data a Fretilin ainda tem que resolver a questão dos 200 e tal massacrados pela Fretilin muitos deles quadros da própria Fretilin. Alkatiri declarou que o processo estava em andamento e anos depois ainda não se ouviu qualquer resolução. Como é que a Fretilin se propunha a resolver os problemas do país quando nem conseguiram lidar com esse crime de forma seria? Como Xanana disse era uma mera questão de pedirem desculpas, o que ele prório faria, e limpar os nomes daqueles que foram considerados traidores por simplesmente não comungarem da ideologia marxista do partido. Ainda hoje os seus familiares vivem em vergonha do estigma a eles atribuido.

As alegações contra o Rogerio e Alkatiri tornam-se tão mais fáceis de acreditar perante estes facto históricos.

Que as verdades sejam ditas o Mari Alkatiri o núcleo duro da Fretilin desenvolveram os seus melhores esforços desde a partida para marginalizarem o Xanana fizeram no então e fizeram-no agora durante o início da crise.
Ainda não nos esquecemos da apetência de Mari Alkatiri em ir à praia durante as eleições presidencies. Certo que era esse o seu direito mas foi tão revelador. E para quem viveu a situação durante o período de campanha das presidenciais ao pode negar os esforços envidados pelos duros da Fretilin para minimizar Xanana.
Não é verdade que proibiram os quadros da Fretilin em se envolverem publicamente com os candidatos a presidencia. Não foia deputada Mariana ameaçada de acção disciplinar quando por vontade própria e convicção decidiu apoiar publicamente Xanana para presidente?

Não! Ainda não nos esquecemos dessas manobras todas!

Anónimo disse...

Noutro pais, nao seria uma accao dessas considerada uma rebeliao das tropas contra o seu comandante supremo?

Anónimo disse...

Anónimo das 0:44:04 PM: Óbviamente!

Anónimo disse...

Ainda bem que a margarida concorda que a postura que as F-FDTL adoptaram perante o seu Comandante Supremo, o Presidente Xanana Gusmao foi uma rebeliao militar.

E qual deveria ser entao a accao disciplinar a ser tomada relativamente a essa rebeliao?

Anónimo disse...

Anónimo das 1:19:22 AM: As F-FDTL cumpriram a 100% o preceito constitucional: “As FALINTIL-FDTL são apartidárias e devem obediência, nos termos da Constituição e das leis, aos órgãos de soberania competentes, sendo-lhes vedada qualquer intervenção política. (nº 3 do Artigo Artigo 146.º da Constituição da RDTL). Meta de vez na cabeça que as F-FDTL não são uma coutada do PR.

E quanto à “acção disciplinar” a que alude lembro-lhe só que “Compete aos tribunais militares julgar em primeira instância os crimes de natureza militar” ( Artigo 130.º da Constituição da RDTL).

Anónimo disse...

Ora nao havendo tribunal militar em Timor-Leste ninguem e julgado na e mesmo? De nenhum dos lados.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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