domingo, fevereiro 24, 2008

Cavaco satisfeito com recuperação de Ramos-Horta, quer responsáveis por atentados julgados

Boticas, Vila Real, 23 Fev (Lusa) - O Presidente da República congratulou-se hoje com a recuperação de Ramos-Horta e disse esperar que Timor-Leste consiga julgar, “no respeito pela lei”, os responsáveis pela tentativa de “decapitação das instituições democráticas” do país.

Aníbal Cavaco Silva, que falava durante a visita que hoje está a fazer aos concelhos de Ribeira de Pena e Boticas, no distrito de Vila Real, respondia às declarações do Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que se encontra internado em Darwin, na Austrália, depois de ter sido baleado num atentado a 11 de Fevereiro.

Nas declarações que fez para a agência Lusa, através de um familiar, Ramos-Horta afirmou-se "sensibilizado com o povo português" e "preocupado com o povo timorense" e disse querer "saber tudo" sobre o atentado de que foi vítima.

Na sua primeira declaração à imprensa após o ataque de 11 de Fevereiro, em que foi atingido a tiro, José Ramos-Horta comunicou a intenção de "saber tudo a fundo sobre o que se passou, levando a investigação até ao fim".

José Ramos-Horta declarou à Lusa, através do seu cunhado João Carrascalão, a partir do Hospital Real de Darwin, Austrália, que está "muito sensibilizado e agradecido com o povo português e muito preocupado com o povo timorense".

O chefe de Estado timorense agradece, em especial, ao Presidente Cavaco Silva, "pela condenação enérgica e imediata dos ataques e pelo apoio manifestado".

Em Boticas, Cavaco Silva manifestou-se contente com as palavras de Ramos-Horta: “Estou muito satisfeito por ele estar a recuperar e estar a recuperar bem. Isso é o mais importante”, afirmou.

“O que eu mais desejo é que o presidente Ramos Horta regresse rapidamente para junto do seu povo”, acrescentou.

Nas declarações que fez, Cavaco Silva considerou que a política de diálogo de Ramos-Horta não resultou e disse esperar que os responsáveis pelos atentados sejam julgados.

“Tivemos ali um ataque sério às instituições democráticas de Timor. Espero bem que as autoridades timorenses consigam agora julgar, como deve ser e no respeito pela lei, aqueles que tentaram assassinar, segundo a informação disponível, quer o Presidente, quer o primeiro-ministro”, afirmou, apontando que os atentados foram perpetrados “numa altura que o presidente da assembleia nacional de Timor estava ausente em Lisboa”.

“Como que parecia uma certa decapitação das instituições democráticas”, disse.

Cavaco Silva disse, também, que Ramos-Horta é um homem que acreditou no diálogo, mas constata-se que este não resultou.

“[Ramos-Horta] foi um homem que sempre acreditou no diálogo”, disse Cavaco Silva, lembrando uma “longa conversa” que tiveram em Lisboa, em que o agora Presidente timorense mostrou convicção de que os problemas fossem resolvidos pelo diálogo

“Ele apostava, acima de tudo, no diálogo na persuasão, mas afinal não resultou”, constatou Cavaco Silva.

Nas declarações que enviou através do seu cunhado, Ramos-Horta afirma-se de “muito bom humor” e manda informar o seu homólogo português que receberia com agrado em Darwin "alguns pastéis de Belém e um bom vinho do Porto".

Em Boticas, Cavaco Silva registou o pedido e prometeu rapidez.

“Gostaria de lhe fazer chegar rapidamente [pastéis de Belém e vinho do Porto]”, disse o chefe de Estado português.

“Talvez quando for uma próxima missão da GNR se possam enviar”, acrescentou, notando, porém, com humor, que dado a viagem ser longa, os pastéis de nata deverão chegar já frios.

PRM/PLI/RSF.
Lusa/Fim

2 comentários:

Anónimo disse...

Essa dos pastéis de Belém significa que o katuas Ramos Horta já está em plena recuperação.

Boas notícias.

Anónimo disse...

Quem nao conhece o Ramos Horta que o compre. Alguma vez o Horta sabe o que e dialogo e persuacao? O Cavaco e Silva, como muitos outros lideres,ainda e ingenuo em certas materias.Quando o Cavaco e Silva e esses outros lideres forem mais mature e discernentes entao poderao ajudar Timor a encontrar uma solucao.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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