terça-feira, outubro 02, 2007

Rethinking Timorese Identity as a Peace Building Strategy: Lorosa'e - Loromonu Conflict from Traditional Perspective

Josh Trindade (via ETAN) – Mon, 01 Oct 2007 08:34
Dear All,
The following is executive summary of Lorosa'e - Loromonu Conflict Study. If you need the full report english version, please email me at trindade.josh@gmail.com

Many Thanks,
Josh Trindade, Author

Report Title: Rethinking Timorese Identity as a Peace Building Strategy: Lorosa'e - Loromonu Conflict from Traditional Perspective

Authors: Jose 'Josh' Trindade and Bryant Castro
Implementing Agency: GTZ/IS
Funded by: European Commission Timor Leste

Executive Summary

Since 2006 East Timor, the world’s youngest nation has been faced with a crisis of internal conflict. During the course of the past year a deepening regional and social division has become tangible (and violent on a larger scale) for the first time since independence. This conflict or division was defined by animosities, distrust and eventually street fights between people considered to be either of Lorosa’e (Eastern) or Loromonu (Western) region and background. Violence erupted out of widespread perceptions that discrimination against such regional groupings permeated state institutions, particularly in the security sector. From here unrest spread and led to the large-scale displacement of parts of the population that is still ongoing.
The most significant damage caused by this crisis was to the internal relationships that had until then bound the country together. This damage still threatens relations between the institutions of governance and those that they govern, as well as interpersonal relationships. The legacy of a failure to adequately address and transform the current situation will be fear and mistrust, providing fertile ground for future conflict in East Timor and hindering the processes of nation-building often considered to have been successful up until the crisis. What has been neglected though is that - while the economic indicators were positive - less tangible processes of cultural transformation and identity politics, in particular the (non-)formation of a shared national identity, were given little consideration and effort thus far.

Meanwhile recent government-sponsored dialogue and peace-making initiatives by international actors present in East Timor have shown little impact on the sentiments and root causes underlying the eruption of violence last year. In particular, there has been little effect on countering the trend of a deepening social divide between Lorosa’e and Loromonu that is evolving into a kind of ‘ethnic polarisation’ of regional and social distinctions, which - though historically developed during colonial times and surfacing at different moments in-between - had previously not been violent on any large scale. The study set out to explore why any measures tried until now to address and resolve the conflict and transform sentiments have not worked well. Many causal factors - political, economic, and legal - have been mentioned in previous research, but one facet has remained underexplored: gaining a deeper understanding of local cultural understandings and views of the crisis as well as local ideas for processes of resolution and long-term transformation. At the core of the Lorosa’e - Loromonu conflict, respondents stated, is a fundamental discord that pinpoints some of the faultlines present in current processes of social change in East Timor since independence. Such faultlines refer to the fluidity and tension between modern-traditional; urban-rural; elder-youth; migrant-local; and not least between the world views and values at stake. For instance, much of the rural population finds that at the core of the new regional conflict is an imbalance between the physical-material and the spiritual-ancestral worlds. Hence, the study describes in detail some of the local ideas and conceptions of conflict as well as enduring, age-old structures and practices of conflict management, resolution and prevention in East Timor.

Based on the ideas of respondents in seven districts and an appraisal of two recent peace initiatives in Dili, the study then proposes the careful and considerate use of traditional Timorese concepts and practices such as Nahe Biti Bo’ot [a traditional dialogue process] and Juramentu [a blood oath to seal a settlement or agreement] in future peace processes aimed at transforming the Lorosa’e - Loromonu conflict in the long-term.

Table of Contents

Executive Summary

Abbreviations
Acknowledgements
1. Introduction
1.1 Objectives
1.2 Approach, Methodology and Format
1.3 Structure
1.4 Limitations of Study
2. Background and Context
2.1 The 2006 Crisis - a Lorosa’e- Loromonu conflict?
2.2 Historical and Political Roots to the Lorosa’e – Loromonu Conflict
2.2.1 A Historical View of Lorosa’e and Loromonu
2.2.2 The Politics of Lorosa’e – Loromonu
3. ‘Modern’ and Traditional Understandings of the Crisis
3.1 ‘Modern’ Perspectives on the Causes of the Crisis
3.2 Traditional Perspectives on the Causes of the Crisis
4. Traditional Concepts and Community Structures in East Timor
4.1 The Uma Lulik and Relationships
4.2 Leadership: Liurai, Dato and Lia Nain
4.3 Sasan Lulik
5. Traditional Practices of Conflict Management in East Timor
5.1 Nahe Biti and Juramentu : Two Timorese Grassroots Mechanisms
5.2 Nahe Biti Bo’ot and Juramentu
6. Impact, value and limitations of traditional conflict management
6.1. A Variety of Voices
6.1.1 Internally Displaced Persons (IDPs)
6.1.2 Political Leaders
6.1.3 East Timorese Intellectuals
6.1.4 Traditional Leaders
6.1.5 Youth
6.1.6 Church
6.1.7 Views on the role of Uma Lulik in resolving the Lorosa’e-Loromonu conflict
6.2 Limitations of Traditional Conflict Mechanisms
6.2.1 Urbanisation and Migration
6.2.2 Limited (National) Political Legitimacy
6.2.3 Limited effects on urban youth - generation gap
6.2.4 Contesting spiritual institutions
6.2.5 ‘Divisive’ Variations in Lisan [traditional] Practice
6.2.6 Re-enforcing gender and age inequalities?
7. Rapid Appraisal of Lisan in Recent Peace Initiatives
7.1 Simu Malu Rapid Appraisal of Lisan Implementation
7.2 Low-Level National Dialogue Rapid Appraisal of Lisan Implementation
8. Using Traditional Mechanisms to build peace among Lorosa’e and Loromonu
8.1 Short-Term Strategy to address the Lorosa’e - Loromonu Conflict
8.1.1 A National Nahe Biti Bo’ot
8.1.2 A National Juramentu (Blood Oath)
8.2 Foundations for a Long-Term Strategy to prevent future conflict
8.2.1 The Process of National Uma Lulik Construction
8.2.2 Creating National Sasan Lulik
9. Conclusion
Annex 1: The Proposal
Annex2: Glossary of Terms
Annex 3: Interview Questions
Annex 4: Participants Compositions
Annex 5: Participants List
Annex 6. Selected Photos

Bibliography

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Repensando a identidade Timorense como uma Estratégia de Construção de Paz: Conflito Lorosa'e - Loromonu da Perspectiva Tradicional
Josh Trindade (via ETAN) – Segunda-feira, 01 Out 2007 08:34

Caros amigos,
Segue-se o resumo do Estudo do Conflito Lorosa'e - Loromonu. Se precisar do relatório completo na versão inglesa, por favor mande-me um email para trindade.josh@gmail.com

Muito Obrigado,
Josh Trindade, Autor

Título do relatório: Repensando a Identidade Timorense como uma Estratégia de Construção da Paz: Conflito Lorosa'e - Loromonu da Perspectiva Tradicional

Autores: José 'Josh' Trindade e Bryant Castro
Agência Implementadora: GTZ/IS
Financiado pela Comissão Europeia de Timor-Leste

Resumo

Desde 2006, Timor-Leste, a mais jovem nação do mundo tem enfrentado uma crise de conflito interno. Durante o decurso do ano passado uma divisão profunda regional e social tornou-se tangível (e violenta numa escala maior) pela primeira vez desde a independência. Este conflito ou divisão foi definido por animosidades, desconfiança e eventualmente lutas de ruas entre pessoas consideradas serem ou da região ou de passado do Lorosa’e (do Leste) ou do Loromonu (do Oeste). Irrompeu a violência da percepção espalhada que a discriminação contra tais agrupamentos regionais penetravam as instituições do Estado, particularmente no sector da segurança. Daqui se espalhou o desassossego que levou a deslocalizações de partes da população que está ainda em curso.
O prejuízo mais significativo causado por esta crise foi nas relações internas que até então tinham unido o país. Este prejuízo ameaça ainda as relações entre as instituições da governação e quem eles governam, bem como as relações interperssoais. A herança de um falhanço para responder de modo adequado e para transformar a situação corrente será o medo e a desconfiança, o que dará terreno fértil para conflitos futuros em Timor-Leste e prejudicará os processos de construção da nação muitas vezes considerados um sucesso até à crise. O que porém tem sido negligenciado é que - apesar de os indicadores económicos serem positivos – foi dada pouca consideração e esforços pelo menos até agora a processos menos tangíveis de transformação cultural e de políticas de identidade, em particular a (não-)formação de uma identidade nacional partilhada.

Entretanto os recentes diálogos patrocinados pelo governo e as iniciativas de construção da paz por actores internacionais presentes em Timor-Leste tiveram pouco impacto nos sentimentos e na raíz das causas subjacentes à irrupção da violência no ano passado, têm tido pouco efeito para contrariar a tendência do aprofundamento das divisões sociais entre os Lorosa’e e os Loromonu que se está a evoluir para uma espécie de 'polarização étnica' de diferenças regionais e sociais, que -apesar de se desenvolverem historicamente durante os tempos coloniais e de virem à superfície em momentos diferentes entre eles – anteriormente não tinham sido violentos em nenhuma grande escala. O estudo foi montado para explorar porque é que nenhuma medida tentada até agora para responder e resolver os conflitos e transformar os sentimentos não deu bom resultado. Muitos factores causais factors - políticos, económicos, e legais – foram mencionados em pesquisas anteriores, mas há uma faceta que ainda não foi explorada: ter um conhecimento maior das opiniões e entendimentos culturais locais da crise bem como as ideias locais acerca dos processos de resolução e de transformação a longo prazo. No centro do conflito Lorosa’e - Loromonu, os que responderam afirmaram haver um desacordo fundamental que aponta algumas das linhas de fractura presentes em processos correntes de mudança social em Timor-Leste desde a independência. Tais linhas de fractura referem-se à fluidez e tensão entre moderno-tradicional; urbano-rural; idosos-juventude; migrante-local; e não menos entre visões do mundo e valores em jogo. Por exemplo, muita da população rural acha que no centro do novo conflito regional está um desiquilíbrio entre os mundos físico-material e espiritual-ancestral. Por isso, o estudo descreve em detalhe algumas das ideias e concepções locais do conflito , bem como duradouras, antigas estruturas e práticas de gestão, resolução e prevenção de conflitos em Timor-Leste.

Com base nas ideias dos que responderam em sete distritos e no louvor de duas recentes iniciativas de paz em Dili, o estudo propõe depois o uso cuidadoso e considerado de conceitos e práticas tradicionais Timorenses como o Nahe Biti Bo’ot [um processo de diálogo tradicional] e Juramentu [uma jura de sangue para selar uma resolução ou acordo] em processos futuros de paz que visem transformar a longo prazo o conflito Lorosa’e - Loromonu.

Índice

Sumário

Abreviaturas
Agradecimentos
1. Introdução
1.1 Objectivos
1.2 Abordagem, Metodologia e Formato
1.3 Estrutura
1.4 Limitações do Estudo
2. Pano de fundo e Contexto
2.1 A Crise de 2006 - um conflito Lorosa’e- Loromonu?
2.2 Raízes Historicas e Politicas do Conflito Lorosa’e – Loromonu
2.2.1 Uma visão historica do Lorosa’e e Loromonu
2.2.2 As políticas de Lorosa’e – Loromonu
3. Compreensão ‘Moderna’ e Tradicional da Crise
3.1 Perspectivas ‘Modernas’ sobre as Causas da Crise
3.2 Perspectivas Traditionais das Causas da Crise
4. Conceitos Tradicionais e Estruturas Comunitárias em Timor-Leste
4.1 A Uma Lulik e Relações
4.2 Liderança: Liurai, Dato e Lia Nain
4.3 Sasan Lulik
5. Práticas Tradicionais e Gestão de Conflitos em Timor-Leste
5.1 Nahe Biti e Juramentu : Dois Mecanismos Timorenses de base
5.2 Nahe Biti Bo’ot e Juramentu
6. Impacto, valor e limites de gestão tradicional de conflitos
6.1. Uma Variedade de vozes
6.1.1 Deslocados
6.1.2 Lideres Politicos
6.1.3 Intelectuais Timorenses
6.1.4 Líderes Tradicionais
6.1.5 Juventude
6.1.6 Igreja
6.1.7 Opiniões do papel de Uma Lulik na resolução do conflito Lorosa’e-Loromonu
6.2 Limites dos Mecanismos Tradicionais de Conflito
6.2.1 Urbanização e Migração
6.2.2 Limitada Legitimidade Política (Nacional)
6.2.3 Limitados efeitos nos jovens urbanos – fosso de gerações
6.2.4 Contestar instituições espirituais
6.2.5 Variações ‘Divisivas’ em Práticas Lisan [tradicionais]
6.2.6 Re-forçar desigualdades de género e idade?
7. Louvor Rápido do Lisan em Iniciativas Recentes de Paz
7.1 Simu Malu Louvou Rápido de Implementação do Lisan
7.2 Diálogo Nacional de Baixo Nível Louvor Rápido da Implementação do Lisan
8. Usando Mecanismos Tradicionais para construir a paz entre Lorosa’e e Loromonu
8.1 Estratégia de Curto Prazo para Responder ao Conflito Lorosa’e - Loromonu
8.1.1 Uma Nahe Biti Bo’ot Nacional
8.1.2 Um Juramentu Nacional (Jura de Sangue)
8.2 Fundações para uma Estratégia a Longo Prazo para prevenir conflitos no futuro
8.2.1 O Processo da Construção Nacional Uma Lulik
8.2.2 Criar Sasan Lulik Nacional
9. Conclusão
Anexo 1: A Proposta
Anexo 2: Glossário de Termos
Anexo 3: Perguntas das Entrevistas
Anexo 4: Composição dos Participantes
Anexo 5: Lista dos Participantes
Anexo 6. Fotos Escolhidas

Bibliografia

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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