Ex-primeiro-ministro do Timor exige saída de tropas australianas

17/10 - 04:38 - EFE

Díli, 17 out (EFE).- O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri exigiu hoje a retirada das tropas australianas de seu país porque, disse, os soldados estrangeiros matam civis, interferem na política nacional e "se comportam como animais".

"Os soldados australianos se comportam como animais no Timor-Leste. Torturam nossos jovens sem razão. Não são imparciais, são parciais com o primeiro-ministro Xanana Gusmão e sua coalizão e humilham os seguidores do Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente)", declarou à Efe Alkatiri.

Para o dirigente do Fretilin, os australianos "têm que sair porque, desde que chegaram ao Timor-Leste, no ano passado, mataram oito timorenses e feriram 37", e além disso "interferiram na política nacional sem autorização do Parlamento".

"Sua presença é ilegal. Não respeitam nosso povo, nossas mulheres, nossa cultura. Peço ao Governo e ao Parlamento que examinem a presença militar da Austrália no Timor-Leste, ou os seguidores do Fretilin recorrerão aos meios sejam necessários para expulsá-la", ameaçou.

Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal enviaram tropas ao Timor-Leste a pedido de Alkatiri em maio de 2006, para ajudar as autoridades timorenses a restabelecer a ordem, após dois meses de manifestações que causaram pelo menos 30 mortes.

A força de Segurança Internacional, comandada pela Austrália, em agosto ganhou o apoio da Missão da ONU no Timor-Leste (Unmit), criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Este ano, o Timor-Leste celebrou eleições presidenciais e parlamentares.

O Fretilin não superou ainda a derrota eleitoral após haver governado o país com maioria absoluta desde sua independência, em 20 de maio de 2002.

EFE flg mf

NOTA:

"...Peço ao Governo e ao Parlamento que examinem a presença militar da Austrália no Timor-Leste, ou os seguidores do Fretilin recorrerão aos meios sejam necessários para expulsá-la", ameaçou."

Mari Alkatiri não fez nenhuma ameaça de que os seguidores da FRETILIN recorrerão aos meios que sejam necessários para expulsá-la.

A EFE devia rever a sua gravação, fazer as devidas correcções na sua peça e pedir desculpa por estar a inflamar uma situação, dizendo que Mari Alkatiri fez uma ameaça, sem qualquer base de fundamento.