Notícias Lusófonas
3.08.2007
A escolha do novo primeiro-ministro de Timor-Leste, a anunciar na próxima terça-feira pelo Presidente José Ramos-Horta, deverá traduzir "uma aposta na estabilidade", defendeu hoje o antigo chefe da diplomacia portuguesa António Martins da Cruz.
"Penso que o Presidente Ramos-Horta é seguramente um dos timorenses com maior experiência política e é incontornável a sua preocupação em encontrar uma solução de estabilidade", salientou Martins da Cruz, referindo-se ao impasse na escolha do futuro chefe do governo timorense.
O Presidente José Ramos-Horta adiou voltou hoje a adiar, agora para terça-feira, o anúncio sobre quem convidará para a formar o novo governo de Timor-Leste, culminando múltiplos contactos com dirigentes políticos dos partidos com assento parlamentar e dirigentes religiosos para encontrar uma solução de governação que inclua a Fretilin e a oposição.
A Fretilin venceu as legislativas de 30 de Junho passado, mas sem maioria absoluta, e os quatro maiores partidos da oposição formalizaram uma coligação pós-eleitoral, garantindo mais de metade dos assentos parlamentares.
"Timor-Leste precisa de estabilidade ao nível político e institucional e essa é a única forma de manter o equilíbrio estratégico com a Austrália e a Indonésia que, no fundo, garante a verdadeira independência política", frisou Martins da Cruz, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros no XV Governo Constitucional de Portugal, liderado por José Manuel Durão Barroso.
No mesmo sentido se pronunciou Rui Marques, Alto Comissário para a Imigração e Diálogo Cultural (ACIDI), que destacou a "capacidade negocial política" do chefe de Estado timorense.
"Creio que o Presidente Ramos-Horta não podia ter um início de mandato mais complexo, mas está a confirmar o bom senso e a capacidade negocial que era expectável no seu exercício do cargo", disse.
Segundo Rui Marques, Ramos-Horta tem nas mãos uma "situação particularmente complexa que decorre do pior resultado possível das eleições legislativas".
"Ramos-Horta tem feito bem em tentar criar uma solução de consenso muito alargado na sociedade timorense, o que demonstra a sua capacidade negocial. Este adiamento traz viva a esperança de ser possível obter um acordo, seja ele qual for", acrescentou.
Rui Marques, que em 1992 foi o principal impulsionador do malogrado projecto "Lusitânia Expresso", navio que pretendia aportar a Díli, em plena ocupação indonésia, considera que a solução que venha a ser adoptada por Ramos-Horta deverá ser apoiada pela Fretilin e pela coligação pós-eleitoral, formada pelo CNRT, PD, PSD e ASDT.
"Será grave se decisão não for do consenso das duas partes. Uma decisão política que não seja pacífica e consensual pode ter consequências graves e não dar paz a Timor-Leste", vincou.
Nesse sentido, Rui Marques considera que o que Ramos-Horta está a fazer "é fundamental".
"É tentar obter um consenso, o que vem na linha do bom senso que o caracteriza e não embarcar em simplismos, seja convidando a Fretilin, correndo o risco do novo governo chumbar no parlamento, ou a Aliança para a Maioria Parlamentar (AMP)", concluíu.
sexta-feira, agosto 03, 2007
«Escolha do Primeiro-ministro deverá traduzir aposta na estabilidade»
Por Malai Azul 2 à(s) 18:17
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
O Martins da Cruz é mesmo o exemplo acabado de estabilidade. Durou 6 meses como ministro. As pessoas gostam de se ouvir a elas próprias.
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