Lusa - 6 de Julho de 2007, 05:22
FRETILIN considera que CNRT está a «curto-circuitar» o veredicto popular
A Fretilin criticou hoje a aliança formada por vários partidos com vista à formação de um governo maioritário sem a força política vencedora, considerando que o CNRT está a "curto-circuitar" o veredicto popular.
Numa conferência de imprensa, o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, admitiu, contudo, que o partido está aberto a eventuais coligações com o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) se tal "contribuir para estabilizar o país".
"Numa situação normal, todos aqueles que aceitaram ir para o veredicto popular deveriam respeitá-lo. O que significa esperar que o partido mais votado tome iniciativas para ver quais as alianças que quer fazer e não curto-circuitar essa possibilidade, frustrando as expectativas do eleitorado", afirmou.
"O que se está a fazer é curto-circuitar as expectativas do eleitorado. Isso não ajuda nada à estabilidade e paz no país. Mas, ainda assim, temos muito tempo para criar um melhor clima de diálogo", acrescentou Mari Alkatiri.
A Fretilin ganhou as eleições legislativas de 30 de Junho último com maioria relativa, fixando-se nos 30 por cento, enquanto o CNRT, de Xanana Gusmão, se quedou em segundo lugar (24 por cento). Segundo o artigo 106 da Lei Eleitoral, relativo à nomeação do primeiro-ministro, cabe ao presidente da República indigitar o chefe do executivo pertencente ao partido mais votado ou pela aliança de partidos com maioria parlamentar.
"O primeiro-ministro é indigitado pelo partido mais votado ou pela aliança de partidos com maioria parlamentar e nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento Nacional", lê-se na alínea 1 do artigo.
Hoje, o CNRT e outros dois partidos e uma aliança de outros dois, assinaram um acordo de colaboração política com vista à formação de uma maioria parlamentar destinada a suportar um governo, mas sem a Fretilin.
No total, CNRT, ASDT/PSD, PD e PUN (este último optou por uma associação e não assinou o documento) obtêm um total de votos superior a 50 por cento, garantindo uma maioria parlamentar. Questionado hoje sobre se a Fretilin está disposta a aceitar negociar com o CNRT uma eventual coligação, Mari Alkatiri sublinhou que, dado que está "aberto a todos", a força política de Xanana Gusmão "é um partido como outro qualquer".
"O CNRT é um partido como qualquer outro e, se nós estamos abertos a todos os partidos, não podemos fechar as portas a nenhum. Muito menos ao que obteve o segundo lugar. Mas é bom não se personalizar os partidos. Não identificar partidos com pessoas. Porque se não complica as coisas", sustentou.
"Mas uma aliança entre a Fretilin a CNRT, por si só, chegaria à maioria absoluta. Se isso contribuir para estabilizar o país, acho que é um caminho que se tem de seguir", sustentou.
Por outro lado, o secretário-geral da Fretilin manifestou o "total apoio do partido à proposta do presidente timorense, José Ramos Horta, na procura de um clima de diálogo.
"Isso terá todo o apoio da Fretilin. Criar um clima de diálogo envolvendo todos, o que significa um respeito pelo veredicto popular", sublinhou, avisando, porém, que se não se fizer uma leitura "correcta" dos resultados da votação, poderá haver problemas.
"Se nós, líderes partidários deste pequeno país, soubermos fazer uma leitura muito atenta e correcta da mensagem que o povo nos transmitiu através do seu voto, acho que não haverá violência", disse.
"Se não soubermos fazer essa leitura, e se tentarem a todo o custo marginalizar o partido mais votado, então não se está a criar paz neste país. A paz não se deve impor com a força das armas, muito menos com as armas que vêm de fora", frisou Mari Alkatiri.
O secretário-geral da Fretilin, acompanhado na conferência de imprensa pelo líder do partido, Francisco Guterres "Lu Olo", admitiu ainda que a direcção partidária está em contactos políticos com outras forças partidárias, nomeadamente com a Coligação KOTA/PPT e com a UNDERTIM e com o Partido Democrático (PD), que assinou hoje o acordo com o CNRT.
"Ainda temos muito tempo para negociar e para haver um clima de paz", concluiu Mari Alkatiri.
Diário Digital/Lusa - 6 de Julho de 2007 18:40
Timor: Terceiro contigente da GNR parte esta madrugada
Setenta militares do terceiro contingente do Subagrupamento Bravo, da Guarda Nacional Republicana, partem esta madrugada para Timor-Leste, onde vão render os guardas que prestaram serviço neste território nos últimos seis meses, afirmou à lusa fonte da GNR.
A partida para Timor deste grupo, no total de 140 militares, será dividida em dois embarques por motivos logísticos e por operacionalidade dos elementos que estão no território com o objectivo dos militares se encontrarem.
Por embarcarem em dois grupos, «têm tempo para troca de informações e para efectuarem reconhecimentos em conjunto o que contribui para a operacionalidade e integração do terreno», afirmou à agência Lusa o responsável das Relações Públicas da GNR.
A Guarda Nacional Republicana encontra-se no território, na missão das Nações Unidas para Timor-Leste (UNMIT), com a função de ajuda e restauração da paz e ordem pública.
Os mais de 200 militares portugueses apoiam a polícia local na sua reconstituição, formação e treino.
Portugal Diário - 6 de Julho de 2007 12:11
Secretário-geral da ONU em Portugal
Ban Ki-moon deverá chegar amanhã para uma visita de três dias
O secretário-geral das Nações Unidas vai realizar uma visita de três dias a Portugal, que se inicia amanhã, refere a edição de hoje do Diário de Notícias.
Segundo o jornal, Ban Ki-moon deverá encontrar-se com José Sócrates e Jorge Sampaio. Poderá anda reunir-se com Cavaco Silva e com os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros. Kosovo, Timor, África e Médio Oriente deverão ser os temas em discussão.
A visita ao ex-Presidente da República deve-se ao facto de Jorge Sampaio ser hoje enviado do secretário-geral da ONU para a erradicação da tuberculose e alto representante da ONU para a Aliança de Civilizações (iniciativa da Espanha e da Turquia face ao choque de civilizações).
O encontro está marcado para as 9:00 de segunda-feira, na Casa do Regalo, na Tapada das Necessidades, refere o DN.
O jornal aponta que Ban Ki-moon será recebido por José Sócrates nesse mesmo dia.
A situação sobre o estatuto da região do Kosovo deverá ser tema de conversa, com Portugal na presidência da UE.
O futuro da missão da ONU em Timor-Leste também estará na agenda do sul-coreano.
A agenda de Ban Ki-moon, disponível no site das Nações Unidas, não faz menção a esta visita.
Contactado pelo PortugalDiário, o Ministério dos Negócios Estrangeiros remeteu para mais tarde a divulgação de informação detalhada sobre este tema.
Reuters – 06 Jul 2007 09:10:19 GMT
Gusmao party forms coalition for E.Timor government
(Adds Fretilin comment, background)
By Tito Belo
Dili - A party set up by former East Timor president Xanana Gusmao has lined up partners to form a coalition government in the wake of last week's parliamentary elections, party leaders said on Friday.
"We have decided to make an alliance for the stability of the country. We will work to establish terms of reference ...," Gusmao told a news conference.
Gusmao's CNRT party, which the resistance hero established this year as a vehicle to become prime minister, formed an alliance with the Association of Timorese Democrats-Social Democratic Party (ASDT-PSD) and the Democratic Party.
The coalition has a combined 51 percent of the vote and is expected to hold 37 seats in the 65-chamber parliament.
With vote counting completed in all districts, the former ruling party Fretilin headed the field with 29 percent support. CNRT was second with 24 percent.
The coalition will have to seek permission from President Jose Ramos-Horta, a close ally of Gusmao, to form a government.
"We declare that we have decided to coalesce with CNRT and ASDT/PSD to implement our programmes," Democratic Party president Fernando de Araujo told the conference.
PSD president Mario Viegas Carrascalao said the coalition was still discussing who would be named prime minister.
Both Fretilin and CNRT had ruled out forming a unity government, an idea floated by Ramos-Horta.
FRETILIN SAYS HAS RIGHT TO GOVERN
Fretilin Secretary General Mari Alkatiri said leaving his party out in the cold was "a mistake".
"We have the right to govern but we need the involvement of other parties in the cabinet," Alkatiri told a news conference. "We ask them to think about the country's progress and security."
Alkatiri told Reuters on Thursday that Fretilin, which has ruled for the past five years, was ready to form an alliance with any party, except the CNRT.
Fretilin, which led the 24-year struggle against Indonesia, remains popular, especially in the east of the country, but its candidate fared badly in the recent presidential election.
Gusmao, who ended his term as president in May, appears to have become increasingly frustrated by the pace of progress under Fretilin and the factional infighting that has been blamed for contributing to the chaos and bloodshed of 2006.
After his appointment in March as leader of CNRT, he pledged to lead the country on a new path. The role of prime minister is much more hands-on than the more ceremonial presidency.
Factional bloodshed broke out in East Timor last year, triggered by the Fretilin government's sacking of 600 rebellious soldiers. In the ensuing mayhem 37 people were killed and 150,000 driven from their homes.
Foreign troops led by Australia intervened to restore order, but sporadic violence and unrest have continued.
East Timor voted to break away from Indonesian rule in 1999 and, after a period of United Nations administration, it became independent in 2002.
The former Portuguese colony is one of the world's poorest countries, but has rich energy resources that are only starting to be developed.
Lusa - 6 de Julho de 2007, 12:48
Timor-Leste/Eleições: Aliança de oposição apresentou-se a Ramos-Horta
Díli - A aliança de oposição para "uma nova maioria" em Timor-Leste comunicou hoje ao Presidente Ramos-Horta a disponibilidade para formar governo assim que o Tribunal de Recurso validar os resultados das legislativas de 30 de Junho.
"Estamos prontos para formar governo e concordamos com o Presidente da República que a decisão tem que ser imediata" após a validação dos resultados das eleições de 30 de Junho, afirmou à agência Lusa o presidente do conselho nacional do Partido Social Democrata (PSD), Zacarias da Costa, no final da audiência com José Ramos-Horta.
A audiência deu seguimento ao anúncio da constituição da aliança, de manhã, em conferência de imprensa.
No Hotel Timor, perante uma sala cheia, estiveram Xanana Gusmão, Mário Viegas Carrascalão, Francisco Xavier do Amaral e Fernando "La Sama" de Araújo, que antes da declaração pública reuniram-se, à porta fechada, numa pequena sala do hotel.
Estes líderes representam, respectivamente, o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), o Partido Social Democrata (PSD), a Associação Social Democrática de Timor-Leste (ASDT, que concorreu às legislativas em coligação com o PSD) e o Partido Democrático.
O Partido de Unidade Nacional (PUN), de Fernanda Borges, não integra formalmente mas apoia a aliança parlamentar.
"Temos uma maioria clara para nos apresentarmos ao Presidente como alternativa viável" à Fretilin, que venceu as eleições sem maioria absoluta, com 29 por cento dos votos, acrescentou Zacarias da Costa à Lusa.
"O Parlamento deve tomar posse e começar a trabalhar de imediato. Devido à crise, prescindimos das férias", acrescentou o dirigente do PSD.
José Ramos-Horta, em declarações à imprensa, sublinhou que "estas são consultas informais" que antecedem a validação final dos resultados das eleições. "Ontem reuni com a direcção da Fretilin e amanhã vou reunir com os bispos" de Baucau e Díli, "e depois provavelmente voltarei a estar com a Fretilin", explicou o chefe de Estado.
"Na próxima semana, tomarei uma decisão" sobre a formação do IV Governo Constitucional.
"As duas possibilidades estão em aberto", adiantou o Presidente da República, que não excluiu a possibilidade de existir ainda um acordo entre a Fretilin e a aliança de oposição. Se os partidos conseguirem entender-se e ter solução que saia deles todos, o Presidente da República aceitará".
"Este é um país novo e devemos ter uma atitude pedagógica de ensinar este povo que a democracia também é alternância política", disse Zacarias da Costa, sobre o risco de o eleitorado da Fretilin não aceitar que o partido fique na oposição. "Quem governou mal deve estar na oposição. Quem não governou, deve governar, para o povo fazer a diferença nos próximos cinco anos", acrescentou o dirigente do PSD, escolhido para porta-voz da aliança parlamentar. "Será fácil explicar ao povo que quem ganha pode não governar. Não é a primeira vez que este povo vai a eleições e sabe que quem não consegue maioria para governar, fica na oposição", afirmou ainda Zacarias da Costa.
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, admitiu hoje que o partido está aberto a eventuais coligações com o CNRT se tal "contribuir para estabilizar o país".
Mari Alkatiri adiantou, no entanto, que "o que se está a fazer é curto-circuitar as expectativas do eleitorado. Isso não ajuda nada à estabilidade e paz no país. Mas, ainda assim, temos muito tempo para criar um melhor clima de diálogo".
À mesma hora a que decorria a audiência da aliança com o Presidente da República, líderes dos sete partidos sem assento parlamentar reuniam-se no Hotel Timor para discutirem "a criação de um grupo de pressão, de uma plataforma comum de intervenção", explicou à Lusa um dos dirigentes envolvidos.
PRM/JSD-Lusa/fim
Expresso - Sexta-feira, 06 Julho 07 - 12:21
Eleições em Timor: Xanana coliga-se contra Fretilin
Cristina Pombo
O presidente do CNRT disse hoje que irá avançar com uma coligação maioritária contra o partido que venceu as eleições de sábado, mas recusa-se a esclarecer se será o próximo primeiro-ministro de Timor-Leste.
“Decidimos coligar-nos para formar um novo governo e aceitámos o apelo para assumirmos a responsabilidade da governação” referiu hoje o presidente do CNRT, Xanana Gusmão, ao formalizar a coligação de maioria parlamentar, da qual ficou excluída a Fretilin, partido que venceu as eleições de 30 de Junho.
A aliança, que obteve o apoio da ASDT/PSD de Xavier do Amaral, de Mário Carrascalão, do Partido Democrático de Fernando de La Sama e da Undertim de Cornélio da Gama, representará a maioria parlamentar, mas não inclui o partido que venceu as eleições do passado sábado, com 29% dos votos.
Xanana Gusmão não quis esclarecer se irá ocupar o lugar de primeiro-ministro, caso a proposta seja aceite pelo Presidente Ramos Horta.
Diário de Notícias – Sexta, 6 de Julho de 2007
Cinco partidos formam governo e remetem Fretilin para oposição
Armando Rafael
CNRT, PSD/ASDT, PD, Undertim e PUN, que em conjunto elegeram 42 dos 65 deputados timorenses, formaram ontem uma aliança parlamentar, e vão oferecer-se hoje para substituir a Fretilin no Governo do país.
A revelação foi feita por Mário Carrascalão, que lidera a coligação PSD/ASDT, e surge horas depois de Mari Alkatiri ter reivindicado a vitória da Fretilin nas legislativas, apesar de o seu partido só ter conseguido eleger 21 deputados. Muito longe, portanto, da maioria absoluta alcançada em 2001.
"Visto em termos aritméticos é um mau resultado", reconheceu o ex-primeiro-ministro em declarações à Lusa. "Mas visto em termos políticos é um óptimo resultado", frisou, rejeitando, de imediato, qualquer coligação com o CNRT, o partido criado por Xanana Gusmão, como já tinha sido várias vezes sugerido pelo Presidente Ramos-Horta.
"Um cenário de coligação com o CNRT seria matar a democracia", declarou, aludindo ao facto de Xanana Gusmão se ter posicionado sempre como alternativa à Fretilin.
"Não abdicamos da vitória", repetiu Alkatiri, realçando o facto do CNRT ter ficado em segundo lugar, atrás da Fretilin, com 18 deputados.
Horas depois, e com Xanana Gusmão remetido ao silêncio, surgia a resposta de Mário Carrascalão: "A Fretilin pode ir para a oposição."
Sem precisar quem é que esta aliança vai indicar para primeiro-ministro ("ainda não há nenhum nome escolhido"), Mário Carrascalão garantiu que CNRT, PSD/ASDT e PD, contam já com a adesão da Undertim, liderada pelo ex-guerrilheiro Cornélio Gama (L7) e o apoio do PUN, fundado pela antiga ministra das Finanças Fernanda Borges. "Podemos garantir a estabilidade que a Fretilin não pode", avançou Mário Carrascalão.
Diário de Notícias – Sexta, 6 de Julho de 2007
Opinião: Estou A Ficar Farto De Um Certo Timor
Ferreira Fernandes
Aquele terrível resumo dos Balcãs, terra de pouca Geografia com demasiada História, ajuda-me a inventar uma variante para Timor: terra pequena com notícias a mais. Depois do clímax que levou à saída da Indonésia, esperava-se que o país acalmasse a sua ânsia de títulos em jornais.
Mas tem sido o que se vê, crises e crises que me anestesiaram. Já não sei em que ponto estão as relações de Xanana com a Fretilin - e, se querem que vos diga, não quero saber. Então, Timor deixa-me indiferente? Falso. Quero é que me dê notícias reais de pessoas reais. Falem-me do "herói nacional" Miguel Nogueira e do "Prémio Nobel" Adriano Ferreira, não tão famosos como os renomados herói nacional e Prémio Nobel locais, mas mais úteis.
Ontem, uma notícia da Lusa junta Nogueira e Ferreira às palavras "plantar" e "sementes". E estas não são metáfora de discurso, são mesmo plantar e sementes. Coisa que não dá títulos em jornais, é certo, mas dá café. Isso, de Timor, compro. Vá, trabalhem e calem-se.
Correio da Manhã – Sexta-feira, 6 de Julho de 2007
3.º contingente do subagrupamento Bravo da GNR parte no dia 9 - Enquanto pudermos suportaremos Timor
Os 140 militares da GNR que partem no dia 9 para Timor-Leste vão enfrentar tempos conturbados e “acrescidos obstáculos”, pois a ida destes guardas coincide com a formação da Assembleia Legislativa e com o novo governo, eleito a 30 de Junho, lembrou ontem o comandante-geral da GNR, general Mourato Nunes, na cerimónia de despedida dos 140 guardas.
Celebrada no Comando do Regimento de Infantaria, em Santa Bárbara, Lisboa, a cerimónia foi presidida pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que, questionado sobre até quando o Governo irá manter esta missão de paz em Timor, sublinhou que “enquanto pudermos suportaremos este esforço”, pois Timor é “um país amigo, um país irmão” de Portugal.
Rui Pereira e Mourato Nunes, nos discursos que proferiram, frisaram o “excelente trabalho” que os militares da GNR têm desenvolvido em Timor, sublinhando o agrado da população timorense para com a presença da GNR naquele país.
Os 140 militares que partem para Timor-Leste vão render 143 guardas dos 220 que compõem o efectivo ali estacionado. Os 143 militares regressam nos dias 11 e 13.
O novo contingente (o 3.º do Subagrupamento Bravo) é composto por três pelotões de operações, um pelotão de serviços e uma secção de operações especiais.
EFE – 6 de Julho de 2007 - 02:33
Xanana Gusmão propõe Governo de coalizão no Timor sem Fretilin
Díli - O ex-presidente timorense Xanana Gusmão propôs hoje a formação de um Governo de coalizão de quatro partidos, deixando de fora o Fretilin, o mais votado nas eleições legislativas do fim de semana.
Gusmão disse à imprensa que enviará a proposta ao presidente do país, José Ramos Horta, seu sucessor na Chefia do Estado.
A iniciativa excluirá do Governo o partido Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que se declarou ontem vencedor das eleições e anunciou o começo de negociações para governar numa coalizão.
Segundo a apuração preliminar, o Fretilin conseguiu cerca de 30% dos votos. Apesar da vitória, a percentagem é insuficiente para o partido governar sozinho. Já o Executivo de coalizão que Gusmão propõe gozaria de maioria no Parlamento de 65 cadeiras.
Os resultados representam um duro golpe para Gusmão, um herói da resistência contra a ocupação indonésia e líder do Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT). O seu partido ficou em segundo lugar, com cerca de 23% dos votos.
Ramos Horta voltou a insistir ontem na fórmula de uma grande coalizão governamental para acabar com as divisões e os confrontos que mantêm a instabilidade política no país desde meados do ano passado.
AFP - 6 de Julho de 2007 - 00:43
Timor Leste: Xanana Gusmão forma coalizão contra Fretilin
Os partidos minoritários, liderados pela formação do herói da independência Xanana Gusmão, anunciaram nesta sexta-feira a criação de uma coalizão para governar Timor Leste, após as eleições legislativas.
A decisão impede que a Fretilin, partido majoritário no Parlamento, assuma o governo de Timor Leste.
O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor Leste, de Xanana Gusmão, se aliou à Associação dos Democratas Timorenses, ao Partido Social democrata e ao Partido Democrata.
"Esperamos que esta aliança seja capaz de garantir uma maioria forte e duradoura", disseram os partidos em uma entrevista coletiva.
AAP - July 06, 2007 04:39pm
Xanana Gusmao claims he has the right to govern
By Karen Michelmore in Dili
East Timor's former president Xanana Gusmao says his new party CNRT has enough support to form a coalition government and lead the fledgling nation for the next five years.
The coalition is a combination of of three political groupings including Gusmao's National Congress of East Timor's Reconstruction (CNRT), ASDT-PSD and the Democratic Party (PD).
Today, it was nutting out the details of its plan for government, including who would fill they key post of prime minister.
The parties said they were ready to govern together, and unseat the powerful ruling party Fretilin.
"We have decided to come together and launch a coalition for the formation of the new government," the parties told a packed media conference in Dili.
"This coalition will constitute the majority in the Parliament.
"We have accepted the call to take the responsibility of the governance of this country."
But whether the coalition does indeed form East Timor's new government remains to be seen.
It must first seek the approval of the President Jose Ramos Horta, and could face a potential legal challenge from Fretilin – which won more votes than any other single party in the election.
Fretilin is yet to announce whether it would try to form its own minority government, or move into opposition.
None of East Timor's 14 political groupings secured enough votes to win last weekend's election outright, and parties have been scrambling to form coalitions to gain the majority to rule.
Mr Gusmao hoped political leaders could "show goodwill" to ensure the country's stability.
"I believe that all the parties are committed to stability of the country," he said. "Fretilin won, we didn't say it didnt', but we hope that the party itself can consider that it has got to have a simple majority for the sake of the stability in this (country)."
Almost half a million East Timorese voted in last weekend's largely peaceful parliamentary elections, although security remains tight amid fears of renewed violence once the new government is formally announced.
Independent election monitoring group Somet said that, based on official figures, it believed Fretilin would gain 21 seats of the 65-seat Parliament – with 37 likely to go to the new coalition.
Three smaller parties would likely share the remaining seven seats.
International Crisis Group analyst Sophia Cason said the future government would likely remain unclear for at least a week, until a formal election result is announced.
"There is still about 10,000 invalid votes to be checked by the CNE (election commission), it might give one extra seat to one of the parties," Ms Cason said.
"If Fretilin still tries to form a coalition that might change the balance.
"I don't think the president Jose Ramos Horta can actually ask any party to form a government until the official results are out, that might take a few days."
She said there was also a "very real risk" the new coalition could fracture in time, depending on how ministerial positions are handed out, and the different policies and priorities of the three political groups.
"I think its going to be a challenge for the leaders in that government to keep all the coalition parties happy," she said.
Associated Press - Jul 5, 1:42 PM EDT
East Timor May Be Becoming Failed State
By Anthony Deutsch, Associated Press Writer
Dili, East Timor - East Timor's people have turned out in high numbers for three rounds of elections, but the show of democracy cannot mask mounting challenges facing Asia's newest nation five years after independence.
Increasingly dependent on the international community for food and safety, divided politically and with an economy in tatters, East Timor may be on the path to becoming a failed state, analysts warn.
Campaigning for parliamentary elections last weekend and two earlier rounds of voting for president were mostly peaceful but divisive, driving the country's political leaders further apart when reconciliation was needed, election advisers and political observers say.
The ruling Fretilin party won the most votes, but fell short of the majority needed to form a government and appoint a prime minister, making a coalition government a necessity.
Fretilin will try to form an alliance with other parties, but most analysts say it has been politically isolated since violence erupted last year. They predict a coalition led by the rival party of independence hero Xanana Gusmao, which came in second place.
East Timor descended into fear and lawlessness last year when clashes between security forces morphed into widespread gang warfare, looting and arson in the seaside capital, Dili. At least 37 people were killed and 155,000 driven from their homes.
The country's troubles are rooted in a complex mix of rivalry between the dominant political personalities - one-time allies against the Indonesian occupation - and prejudices festering from Indonesia's brutal 24-year hold on the former Portuguese colony.
Low-level gang fighting continues between two broad factions: those from the country's east - said to be hard-line supporters or veterans of the independence fight - and westerners accused of having a poor record in the separatist movement.
The 2007 "failed states index," compiled by the independent Washington-based Fund for Peace and published in the latest edition of Foreign Policy magazine, ranked East Timor 20th in the "alert" category, behind Sudan, Iraq, Somalia and Zimbabwe, among others.
The rankings are based on 12 social, economic, political and military indicators measured in 177 countries.
East Timor's lowest score was in state legitimacy, largely due to the unclear circumstances behind Prime Minister Mari Alkatiri's resignation last year under pressure from political opponents. Alkatiri, who is the Fretilin party leader, insists his unseating was a coup.
"The pressures facing East Timor are particularly destabilizing because it is such a new country without established institutions," said Joelle Burbank, a Fund for Peace research associate. "Government legitimacy in a new country is particularly important, making East Timor's poor score in this category that much more destabilizing."
Indonesia's troops unleashed a scorched-earth campaign after the country voted to break free from Jakarta's rule in 1999 in a U.N-sponsored ballot, destroying as much as 70 percent of the infrastructure. Thousands more homes and businesses were burned last year.
Despite sizable offshore oil and gas reserves, around half of East Timor's work force is unemployed and 40 percent of the population lives in poverty. Aid agencies warned last month that nearly 200,000 people - a fifth of the population - face severe food shortages.
"There are no jobs. Besides, there is still no guarantee that we are safe on our way to work," said Xisto Carlos, 24, who was two semesters away from graduating in computer science when his home was torched.
Like tens of thousands of others, he is too afraid to return home and has spent more than a year in a dirty, crowded camp, living on aid rations of water, beans, rice and cooking oil.
"We can't say the past five years have been good years for us," he said.
Nearly 3,000 foreign peacekeepers restored order after gunbattles between loyalist troops and rebel soldiers left scores dead. A special U.N. commission recommended more than 100 people be investigated for involvement in the violence, but virtually none has faced justice.
East Timor's leaders and the United Nations say foreign troops will be needed for years.
"The major problem is security, state authority," said Alkatiri, the Fretilin leader. "People need to feel again this state has its own authority. It's own power to deal with the problems."
He dismisses talk of a failed state as premature.
"This is a transitional period, from the full destruction of the country, to the reconstruction. You can only really talk of a failed country after 20 or 30 years of independent government, not after four or five years," Alkatiri said.
The United Nations, which administered East Timor until it became an independent state in 2002, was winding down its mission when the unrest flared.
By May 2007, it had ratcheted its staff back up to more than 2,800, including 1,600 police officers from 39 countries and increased its annual budget for East Timor by 80 percent.
Much of the future depends on the ability of the resistance-era foes to work together, experts say.
"If not, I fear for our stability and the possibility that we will become a failed state," said Julio Tomas Pinto, a professor of political science at East Timor's La Paz University.
- Associated Press reporter Zakki Hakim in Dili contributed to this report.
The Canberra Times - Friday, 6 July 2007
Division in Timor needs to be healed
Michael Leach
With the national vote count for parliamentary elections close to final, East Timor is heading towards a new coalition government, led by former president Xanana Gusmao's CNRT (National Congress of the Timorese Reconstruction).
However, ruling party Fretilin has received a small swing on its presidential candidate's vote, and is set to remain the largest single party in Parliament, with close to one-third of the seats.
Fretilin leads CNRT by 29 per cent to 24 per cent. CNRT's strong showing in Dili accounted for the improvement in its early vote figures.
Running third is a coalition of two Western-based social democratic parties with 16 per cent. Though yet to formally commit, this grouping has previously indicated they will form a coalition with CNRT, and will likely be backed by some smaller parties to form a working parliamentary majority.
While President Jose Ramos Horta will follow the general convention of approaching the largest party in the Parliament first, Fretilin is not expected to be able to form government, which requires a party or coalition to command a majority in the 65-seat Parliament.
This result will see Fretilin out of office, but waiting in the wings should new coalitions prove unstable.
Fretilin won the 2001 elections with 57 per cent of the vote, and dominated district elections in 2005. However, this election signals the end of its domination of post-independence politics, and the emergence of a genuine multi-party system in East Timor.
It also suggests that the ruling party's handling of last year's crisis is at the root of its decline.
The rise of CNRT has also hit the more established opposition parties, with the much-fancied Democratic Party (PD) vote down to 12 per cent, despite a strong performance by leader Fernando "Lasama" de Araujo in the first presidential poll. A poorly organised parliamentary campaign did not help its chances in a strongly competitive environment of 14 parties.
Despite reports of minor irregularities, the election has been declared free and fair by all international observer groups. This is the threshold point for legitimacy, and while all parties are pledging to respect the outcome, many locals are justifiably nervous about the period after the declaration of results.
Once results are cleared, the opposition parties will enter a period of horse-trading to form a governing majority of 33, with ministerial positions at stake.
While Gusmao is favoured to take the position of prime minister, negotiations within the new coalition could yet see social democratic party leader Mario Carrascalao, a former governor of the province of East Timor during the Indonesian occupation, take the key role.
Whatever the outcome of these negotiations, the emergence of a multi-party democracy is a welcome sign for East Timorese political culture. While this development is to be celebrated, there are warning signs that a new coalition could prove fragile in the long term.
Though he has committed to a supporting CNRT, Carrascalao has publicly attacked it for harbouring political "opportunists", including figures expelled from Fretilin, and even some former supporters of integration with Indonesia.
The smaller party PD, which will also be critical to coalition stability, contains a minority faction that is supportive of Fretilin. While the dominant grouping is pro-CNRT, many feel aggrieved at the late entry of Gusmao, which seriously harmed their electoral performance.
Another problem is the continuation of regional bloc voting. Fretilin won the eastern districts, while CNRT swept the central districts around Dili and the western districts generally favoured other opposition parties. Healing these regional political divides will be a big challenge.
Despite these challenges, East Timor has substantial oil revenues to fund development projects, and with two key historical figures in Ramos Horta and Xanana Gusmao at the helm, prospects for a stable future look reasonable.
It is also true that East Timor's recent travails are common to post-conflict societies, and that political violence has generally been less pervasive than in some comparable developing nations.
With UN figures privately expressing doubts that another major international intervention would be supported, all East Timorese will be hoping this election signals a turning point to a stable, multi-party democracy.
Michael Leach is a research fellow at Deakin University, and was an international observer for the Victorian Local Government Association in the parliamentary elections.
segunda-feira, julho 09, 2007
Notícias
Por Malai Azul 2 à(s) 11:50
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Tradução:
Notícias
Reuters – 06 Jul 2007 09:10:19 GMT
Partido de Gusmão forma coligação para governo de Timor-Leste
(Adds Fretilin comment, background)
Por Tito Belo
Dili – Um partido organizado pelo antigo presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão juntou parceiros para formar um governo de coligação após as eleição legislativas da semana passada, disseram líderes partidários na Sexta-feira.
"Decidimos fazer uma aliança para a estabilidade do país. Trabalharemos para estabelecer termos de referência ...," disse Gusmão numa conferência de imprensa.
O CNRT o partido de Gusmão, que o herói da resistência fundou este ano como um veículo para se tornar primeiro-ministro, formou uma aliança com a Associação Social Democrata Timorense-Partido Social Democrático (ASDT-PSD) e o Partido Democrático.
A coligação tem combinada 51 por cento dos votos e espera-se que tenha 37 lugares num parlamento de 65 lugares.
Com a contagem dos votos completa em todos os distritos, o antigo partido do governo Fretilin ficou à frente com 29 por cento de apoio. O CNRT ficou em Segundo lugar com 24 por cento.
A coligação terá de procurar a autorização do Presidente José Ramos-Horta, um aliado próximo de Gusmão, para formar governo.
"Declaramos que decidimos coligarmo-nos com o CNRT e o ASDT/PSD para implementar os nossos programas," disse na conferência o presidente do Partido Democrático Fernando de Araújo.
O presidente do PSD Mário Viegas Carrascalão disse que a coligação ainda está a discutir quem será indicado para primeiro-ministro.
Ambos a Fretilin e o CNRT descartaram formar um governo de unidade, uma ideia sugerida por Ramos-Horta.
FRETILIN DIZ QUE TEM O DIREITO DE GOVERNAR
O Secretário-Geral da Fretilin Mari Alkatiri disse que deixar o seu partido de fora era "um erro".
"Temos o direito de governar mas precisamos de envolver outros partidos no gabinete," disse Alkatiri numa conferência de imprensa. "Pedimos que pensem no progresso e segurança do país."
Alkatiri disse à Reuters na Quinta-feira que a Fretilin, que tem governado nos últimos cinco anos, estava pronta para formar uma aliança com qualquer partido, excepto o CNRT.
A Fretilin, que liderou a luta de 24 anos contra a Indonésia, mantém-se popular, especialmente no leste do país, mas o seu candidato teve mau resultado na recente eleição presidencial.
Gusmão, que terminou em Maio o seu mandato de presidente, parece ter-se tornado crescentemente frustrado pelo ritmo do progresso sob a Fretilin e pelas lutas fraccionais que foram culpadas de contribuir para o caos e derramamento de sangue de 2006.
Depois da sua nomeação em Março como líder do CNRT, prometeu liderar o país numa nova via. O papel de primeiro-ministro é muito mais executivo do que a presidência mais cerimonial.
Derramamento de sangue fraccional rebentou em Timor-Leste no ano passado, desencadeado pelo despedimento pelo governo da Fretilin de 600 soldados amotinados. Na balbúrdia que se seguiu foram mortas 37 pessoas e 150,000 fugiram das suas casas.
Tropas estrangeiras lideradas pela Austrália intervieram para restaurar a ordem, mas violência esporádica e desassossego têm continuado.
Timor-Leste votou para sair da governação Indonésia em 1999 e, depois de um período de administração pela ONU, tornou-se independente em 2002.
A antiga colónia Portuguesa é um dos países mais pobres do mundo, mas tem ricos recursos de energia que apenas se estão a começar a desenvolver.
Xanana Gusmão afirma que tem o direito de governar
Por Karen Michelmore em Dili
O antigo presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão diz que o seu novo partido CNRT tem apoio suficiente para formar uma coligação de governo e liderar a jovem nação nos próximos cinco anos.
A coligação é uma combinação de três agrupamentos políticos incluindo o CNRT de Gusmão, ASDT-PSD e o PD.
Hoje, estavam a fazer os detalhes dos seus planos para o governo, incluindo quem teria o posto chave de primeiro-ministro.
Os partidos disseram que estavam prontos para governar juntos, e desalojar o poderoso partido do governo, a Fretilin.
"Decidimos juntarmo-nos e lançar uma coligação para a formação do novo governo," disseram os partidos numa conferência de imprensa em Dili.
"Esta coligação terá a maioria no Parlamento.
"Aceitamos a chamada para tomar a responsabilidade da governação deste país."
Mas falta ver se a coligação vai na verdade formar o novo governo de Timor-Leste.
Primeiro tem de ter a aprovação do Presidente José Ramos Horta, e pode enfrentar um desafio legal potencial legal da – que ganhou mais votos do que qualquer outro partido nas eleições.
A Fretilin ainda não anunciou se tentará formar o seu próprio governo minoritário ou se passará para a oposição.
Nenhum dos 14 agrupamentos políticos de Timor-Leste assegurou os votos suficientes para ter uma maioria absoluta nas eleições do fim-de-semana passado, e os partidos têm-se movimentado para formar coligações para obterem a maioria para governar.
O Sr Gusmão esperava que líderes políticos pudessem "mostrar boa vontade " para assegurar a estabilidade do país.
"Acredito que todos os partidos estão comprometidos com a estabilidade do país," disse. "A Fretilin venceu, não dizemos que não venceu', mas esperamos que o próprio partido possa considerar que tem de ter uma maioria simples a bem da estabilidade neste (país)."
Votaram quase meio milhão de Timorenses na eleição do fim-de-semana largamente pacífica, apesar da segurança se manter apertada no meio de receios de violência renovada logo que o novo governo seja anunciado formalmente.
O grupo de monitorização eleitoral Somet disse que com base nos números oficiais, acredita que a Fretilin obterá 21 lugares do Parlamento de 65 lugares – com 37 provavelmente a irem para a nova coligação.
Três pequenos partidos partilharão os restantes sete lugares.
A analista do International Crisis Group Sophia Cason disse que o futuro governo permanecerá provavelmente sem se conhecer pelo menos durante uma semana, até ser anunciado formalmente o resultado das eleições.
"Ainda há cerca de 10,000 votos inválidos para serem verificados pela CNE (comissão de eleições), isso pode dar um mandato extra a um dos partidos," disse a Srª Cason.
"Se a Fretilin ainda tentar formar uma coligação isso pode mudar as coisas.
"Não penso que o presidente José Ramos Horta possa de facto pedir a qualquer partido para formar governo enquanto não estiverem cá fora os resultados oficiais, o que pode demorar alguns dias."
Disse também que há um "risco muito real " de a nova coligação se poder desfazer com o tempo, dependente de quantas pastas ministeriais possa entregar e dos programas e prioridades diferentes dos três grupos políticos.
"Penso que vai ser um desafio para os líderes nesse governo manterem todos os partidos da coligação felizes," disse.
Associated Press - Jul 5, 1:42 PM EDT
Timor-Leste pode estar a tornar-se um Estado falhado
Por Anthony Deutsch, Escritor da Associated Press
Dili, Timor-Leste – O povo de Timor-Leste participou em número elevado nas três voltas das eleições, mas a mostra de democracia mascara desafios crescentes que o país mais novo da Ásia enfrenta cinco anos depois da independência.
Crescentemente dependente da comunidade internacional para alimentação e segurança, dividida politicamente e com a sua economia em farrapos, Timor-Leste pode estar na via de tornar-se um Estado falhado, avisam analistas.
A campanha para as eleições legislativas do último fim-de-semana e as duas voltas anteriores para presidente foram na maioria pacíficas mas divisórias, pondo ainda mais distantes os líderes políticos quando era necessária a reconciliação, dizem conselheiros e observadores políticos.
A Fretilin, o partido do governo ganhou mais votos, mas falhou na maioria necessária para formar governo e nomear um novo primeiro-ministro, tornando necessário um governo de coligação.
A Fretilin tentará formar uma aliança com outros partidos, mas a maioria dos analistas dizem que tem estado politicamente isolada desde que irrompeu a violência no ano passado. Prevêem uma coligação liderada pelo partido rival do herói da independência Xanana Gusmão, que ficou em segundo lugar.
Timor-Leste caiu no medo e ficou sem lei nem ordem no ano passado quando confrontos entre forças de segurança se transformaram em guerra alargada de gangs, pilhagens e fogos postos na capital à beira-mar, Dili. Pelo menos morreram 37 pessoas e 155,000 fugiram das suas casas.
Os problemas do país têm raízes numa mistura complexa de rivalidades entre as personalidades políticas dominantes – há tempos aliados contra a ocupação Indonésia – e preconceitos que vêem dos 24 anos da brutal ocupação Indonésia na antiga colónia Portuguesa.
Continua a luta de gangs de baixo nível entre duas grandes facções: uma do leste do país – tidos como apoiantes de linha dura ou veteranos da luta da independência – e do oeste acusados de terem uma história pobre no movimento separatista.
O "índice dos Estados falhados," de 2007 compilado pelo Fundo para a Paz de Washington e publicado pela última edição do magazine Foreign Policy, classificou Timor-Leste no 20º lugar na categoria de "alerta", atrás do Sudão, Iraque, Somália e Zimbabwe, enre outros.
As classificações têm por base 12 indicadores sociais, económicos, politicos e militares medidos em 177 países.
A classificação mais baixa de Timor-Leste foi na legitimidade do estado, largamente devido às circunstâncias obscuras por detrás da resignação do Primeiro-Ministro Mari Alkatiri no ano passado sob pressão de opositores políticos. Alkatiri, que é o líder da Fretilin, insiste que o seu derrube foi um golpe.
"As pressões que Timor-Leste está a enfrentar são particularmente desestabilizadoras por ser um país tão novo sem instituições estabelecidas," disse Joelle Burbank, uma investigadora associada do Fundo para a Paz. "A legitimidade do Governo é particularmente importante num país novo, o que torna uma baixa classificação de Timor-Leste nesta categoria muito mais desestabilizador."
As tropas da Indonésia lançaram uma campanha de terra queimada depois de o país ter votado para se libertar da governação de Jacarta em 1999 numa votação patrocinada pela ONU, destruindo 70 por cento das infra-estruturas. Mais milhares de casas e de negócios foram queimados no ano passado.
Apesar de ter grandes quantidades em reservas de gás e de petróleo offshore, cerca de metade da força de trabalho de Timor-Leste está desempregada e 40 por cento da população vive abaixo do nível de pobreza. Agências de ajuda avisaram o mês passado que perto de 200,000 pessoas – um quinto da população – enfrenta carências alimentares sérias.
"Não há empregos. Além disso, não há também garantias de estarmos seguros a caminho do trabalho," disse Xisto Carlos, 24 anos, a quem faltava dois semestres para se formar em ciências de computadores quando incendiaram a sua casa.
Como dezenas de milhares de outros, tem demasiado receio de regressar a casa e vive há mais de um ano num campo sujo, superpovoado, vivendo de rações de ajuda de água, feijões, arroz e óleo para cozinhar.
"Não podemos dizer que os últimos cinco anos foram bons para nós," disse.
Perto de 3,000 tropas estrangeiras restauraram a ordem depois de tiroteios entre tropas leais e soldados amotinados que deixaram algumas mortes. Uma comissão especial da ONU recomendou que mais de 100 pessoas fossem investigadas pelo seu envolvimento na violência, mas virtualmente nenhuma enfrentou a justiça.
Líderes de Timor-Leste e da ONU dizem que as tropas estrangeiras serão necessárias durante anos.
"O maior problema é a segurança, a autoridade do Estado," disse Alkatiri, o líder da Fretilin. "As pessoas precisam de sentir outra vez que o Estado tem a sua autoridade própria. O seu próprio poder para lidar com os problemas."
Descartou a conversa de Estado falhado como prematuro.
"Este é um período de transição, da destruição completa do país para a reconstrução. Só se pode de facto falar de um país falhado depois de 20 ou 30 anos de governação independente, não depois de quatro ou cinco anos," disse Alkatiri.
A ONU, que administrou Timor-Leste até se tornar um Estado independente em 2002, estava a terminar a sua missão quando apareceu o desassossego.
Em Maio de 2007, tinha trazido o seu pessoal de volta para mais de 2,800, incluindo 1,600 oficiais de polícia de 39 países e aumentado o seu orçamento para anual para Timor-Leste em 80 por cento.
Muito do futuro depende da capacidade dos adversários da era da resistência em trabalharem juntos, dizem peritos.
"Se não, receio pela nossa estabilidade e pela possibilidade de nos tornarmos um Estado falhado," disse Júlio Tomas Pinto, um professor de ciência política da Universidade da Paz de Timor-Leste.
- O repórter da Associated Press Zakki Hakim em Dili contribuiu para este relato.
The Canberra Times – Sexta-feira, 6 Julho 2007
Divisões em Timor-Leste têm de ser curadas
Michael Leach
Com a contagem nacional dos votos das eleições legislativas perto do fim, Timor-Leste caminha para um governo de coligação, liderado pelo CNRT do antigo presidente Xanana Gusmão.
Contudo a Fretilin, o partido do governo recebeu um pequeno impulso dos votos do seu candidato presidencial, e está previsto que se mantenha o maior partido particular no Parlamento, com perto de um terço dos lugares.
A Fretilin vai à frente do CNRT por 29 por cento para 24 por cento. A forte votação do CNRT em Dili levou à melhoria dos primeiros números.
Em terceiro lugar vai uma coligação de dois partidos sociais democratas com base no Oeste com 16 por cento. Apesar de não se comprometerem ainda, este agrupamento anteriormente indicou que formaria uma coligação com o CNRT, e será provavelmente apoiado por alguns partidos mais pequenos para formar uma maioria parlamentar de trabalho.
Enquanto o Presidente José Ramos Horta seguir a convenção geral de abordar primeiro o maior partido no Parlamento, não se espera que a Fretilin seja capaz de formar governo, que requer um partido ou uma coligação que obtenha uma maioria no Parlamento de 65 lugares.
Este resultado levará a Fretilin para fora do executivo, mas ficando à espera caso a nova coligação se prove instável.
A Fretilin ganhou as eleições de 2001 com 57 por cento dos votos, e dominou as eleições nos distritos em 2005. Contudo, esta eleição assinala o fim do seu domínio na política pós -independência, e a emergência de um sistema genuíno multi-partidário em Timor-Leste.
Sugere ainda que a gestão pelo partido do governo da crise do ano passado está na raiz do seu declínio.
O aparecimento do CNRT atingiu também o partido da oposição mais estabelecido, com a votação no muito mimado Partido Democrático (PD) a baixar para os 12 por cento, apesar da actuação forte do líder Fernando "Lasama" de Araujo na primeira volta das presidenciais. Uma campanha das legislativas pobremente organizada não ajudou as suas possibilidades num ambiente fortemente competitivo de 14 partidos.
Apesar de relatos de irregularidades menores, a eleição foi declarada livre e correcta por todos os grupos de observadores internacionais. Este é o percentual ponto mínimo para legitimidade, e conquanto todos os partidos prometam respeitar o resultado, muita gente está nervosa justificadamente com o período depois da declaração dos resultados.
Logo que se saiba os resultados, os partidos da oposição entrarão num período de negociações para formar uma maioria de 33 lugares para governar, com as pastas ministeriais em jogo.
Enquanto Gusmão é favorecido para ocupar o cargo de primeiro-ministro, as negociações no seio da nova coligação podem ainda ver o líder do PSD Mário Carrascalão, um antigo governador da província de Timor-Leste durante a ocupação da Indonésia, apanhar o papel chave.
Seja qual for o resultado dessas negociações, a emergência de uma democracia multi-partidária é um sinal bem vindo para a cultura política Timorense. Conquanto este desenvolvimento deve ser celebrado, há sinais de aviso de que a nova coligação se possa mostrar frágil a longo prazo.
Apesar de se comprometer a apoiar o CNRT, Carrascalão tem-no atacado publicamente por abrigar "oportunistas", políticos incluindo figuras expulsas da Fretilin, e mesmo antigos apoiantes da integração com a Indonésia.
O partido mais pequeno PD, que será também crítico para a estabilidade da coligação, contém uma facção minoritária que apoia a Fretilin. Enquanto o agrupamento dominante é pró-CNRT, muitos sentem-se prejudicados pela entrada tarde de Gusmão, que prejudicou seriamente a sua actuação eleitoral.
Um outro problema é a continuação da votação regional em bloco. A Fretilin ganhou os distritos do leste, enquanto a CNRT conquistou os distritos centrais à volta de Dili e os distritos do oeste em geral favoreceram outros partidos da oposição. Curar essas divisões regionais será um grande desafio.
Apesar desses desafios, Timor-Leste tem substanciais rendimentos do petróleo para financiar projectos de desenvolvimento, e com duas figuras chave históricas no comando Ramos Horta e Xanana Gusmão, as perspectivas para um futuro estável parecem razoáveis.
É ainda verdade que os problemas recentes em Timor-Leste são comuns em sociedades pós -conflitos, e que a violência política tem sido geralmente menos penetrante que nalgumas nações em vias de desenvolvimento comparáveis.
Com pessoas da ONU a expressarem em privado dúvidas que uma outra missão internacional maior seja apoiada, todos os Timorenses desejarão que estas eleições assinalem um ponto de viragem para uma democracia estável, multipartidária.
Michael Leach é um investigador na Deakin University, e foi um observador internacional para a Associação do Governo Local de Victoria às eleições legislativas.
"Fretilin won the eastern districts"
Este senhor anda um bocado distraído. A Fretilin também ganhou em Cova Lima, que não fica propriamente no Leste.
Noutros distritos, como o Oe-Cussi e especialmente Manufahi, não ficou muito longe do partido mais votado (7% e 1%, respectivamente).
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