Lusa Brasil (adaptado por Blogue Timor Loro Sae Nação) – 7 Julho 2007
Alkatiri declarou à lusa que a Fretilin admite coligar-se com o CNRT se isso “contribuir para estabilizar o país”, afirmando que a formação da frente alternativa “não ajuda nada à estabilidade e paz no país”.
A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), que venceu as eleições legislativas no último sábado com 29% dos votos válidos, criticou a aliança oposicionista formada por partidos derrotados na disputa. Para a legenda vitoriosa, a proposta de governo "alternativo" é uma espécie de "curto-circuito" em relação à vontade popular. As críticas dirigem-se principalmente ao Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), do ex-presidente Xanana Gusmão, principal adversário dos situacionistas e que obteve 24% dos votos.
Em entrevista colectiva nesta sexta-feira, o secretário-geral da Fretilin, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, admitiu, no entanto, eventuais coligações com o CNRT se isso significar que irá “contribuir para estabilizar o país”. “Numa situação normal, todos aqueles que aceitaram ir para o veredicto popular deveriam respeitá-lo. O que significa esperar que o partido mais votado tome iniciativas para ver quais as alianças que quer fazer e não curto-circuitar essa possibilidade, frustrando as expectativas do eleitorado”, afirmou Alkatiri. Para o líder da Fretilin, a formação da frente alternativa "não ajuda nada à estabilidade e paz no país". "Mas, ainda assim, temos muito tempo para criar um melhor clima de diálogo.”
NOMEAÇÕES
Segundo o artigo 106 da Lei Eleitoral, relativo à nomeação do primeiro-ministro, cabe ao presidente da República indicar o chefe do executivo pertencente ao partido mais votado ou pela aliança de partidos com maioria parlamentar. "O primeiro-ministro é indigitado [indicado] pelo partido mais votado ou pela aliança de partidos com maioria parlamentar e nomeado pelo presidente da República, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento nacional", informa o artigo.
ALIANÇA
Entretanto, o CNRT, outros dois partidos e uma aliança de outros dois, assinaram um acordo de colaboração política para a formação de uma maioria parlamentar destinada a dar suporte a um governo, mas sem a Fretilin. No total, CNRT, ASDT/PSD, PD e PUN (este último optou por uma associação e não assinou o documento) obtêm um total de votos superior a 50%, garantindo uma maioria parlamentar.
Questionado pela Agência Lusa sobre se a Fretilin está disposta a aceitar negociar com o CNRT uma eventual coligação, Alkatiri disse que, dado que está “aberto a todos”, a força política de Xanana Gusmão “é um partido como outro qualquer”. “O CNRT é um partido como qualquer outro e, se nós estamos abertos a todos os partidos, não podemos fechar as portas a nenhum. Muito menos ao que obteve o segundo lugar. Mas é bom não se personalizar os partidos. Não identificar partidos com pessoas. Porque se não complica as coisas”, afirmou. “Mas uma aliança entre a Fretilin a CNRT, por si só, chegaria à maioria absoluta. Se isso contribuir para estabilizar o país, acho que é um caminho que se tem de seguir”, disse Alkatiri.
O secretário-geral da Fretilin manifestou o “total apoio do partido à proposta do presidente timorense, José Ramos Horta, na procura de um clima de diálogo". “Isso terá todo o apoio da Fretilin. Criar um clima de diálogo envolvendo todos, o que significa um respeito pelo veredicto popular”, disse, ressaltando a importância de se fazer uma correcta leitura do resultado das urnas. “Se nós, líderes partidários deste pequeno país, soubermos fazer uma leitura muito atenta e correcta da mensagem que o povo nos transmitiu através do seu voto, acho que não haverá violência. Se não soubermos fazer essa leitura, e se tentarem a todo o custo marginalizar o partido mais votado, então não se está a criar paz neste país. A paz não se deve impor com a força das armas, muito menos com as armas que vêm de fora”, afirmou Alkatiri.
O líder da Fretilin, acompanhado na conferência de imprensa pelo actual presidente do Parlamento, Francisco Guterres “Lu Olo”, disse ainda que a direcção partidária está em contacto com outras forças partidárias, principalmente com a coligação Kota/PPT, com a Undertim e com o Partido Democrático (PD), que assinou hoje o acordo com o CNRT. “Ainda temos muito tempo para negociar e para haver um clima de paz.”
segunda-feira, julho 09, 2007
Fretilin Critica Frente De Oposicionistas
Por Malai Azul 2 à(s) 12:09
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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