H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Memorando de Entendimento para a Formação da Alian...":
"A vontade popular em Timor-Leste, expressa em sufrágio ditrecto e universal concedeu aos partidos ASDT/PSD, CNRT e PD um total de votos correspondentes à maioria absoluta no Parlamento Nacional."
Isto não corresponde à verdade.
"A vontade popular" náo concedeu a esses partidos um "total de votos correspondentes à maioria absoluta", pela simples razão de que essa "aliança" não se submeteu a votos. O que aconteceu foi o "CNRT" ter tido uma minoria, a ASDT/PSD outra minoria e o PD outra minoria. Não é por juntarmos três minorias que teremos uma maioria absoluta e poderemos dizer que ela reflecte a “vontade popular”, sem ela ter sido referendada pelo voto popular.
Como disse o colega Justino, esta "maioria" não resulta nem de voto secreto nem de "open secret", nem de foti liman, nem de nada, a não ser os votos de três cidadãos: Xanana, Mário Carrascalão e Lasama. A isto chama-se "democracia representativa"...
"Cada membro do Parlamento Nacional pertencente a AMP assinará uma declaração de lealdade e obediência à AMP que o obriga a uma estricta disciplina de voto no Parlamento Nacional"
Para quem deu asilo político aos "mudansas", coitadinhos, por estes não terem podido exprimir a sua liberdade de pensamento na Fretilin e para quem malhou tanto no CCF, em discursos e artigos no jornal, este artigo é uma absoluta contradição, ou a aplicação da máxima "faz o que eu digo, não faças o que eu faço". E se os "mudansas" que fugiram para oo "CNRT" tornarem a mudar de ideias? Afinal esta AMP também não os deixa ter liberdade de pensamento e de voto?
"Os partidos [...] observarão sempre e enquanto durar a AMP o princípio do equilíbrio de poderes"
O que significa e como é regulado esse "equilíbrio de poderes"? Mistério.
"O Governo da AMP poderá incluir membros independentes ou de outros partidos que não integrem a AMP, desde que esses candidatos assinem um compromisso de lealdade ao Chefe do Governo"
Afinal, o tão apregoado "Governo de unidade nacional" resume-se a um Governo inclusivo, em que todo o elemento vindo de fora tem que se submeter à vontade do "Chefe de Governo" (que pertence a um determinado partido). Mas não era disto que acusavam Mari Alkatiri? Onde está afinal a "unidade nacional"?
Esta "Aliança da Maioria Parlamentar", com uma Presidência, um Conselho da Presidência, uma Comissão Executiva Permanente, um Secretariado de Apoio à Presidência, um Secretariado de Apoio à Comissão Permanente, um Conselho de Jurisdição, um Grupo Técnico Especializado e Comissões Mistas em todos os distritos, sub-distritos, sucos e knuas (é obra!), constituindo um autêntico Governo e Administração paralelos, mais parece uma "Aliança da Burocracia Parlamentar".
E quem vai financiar tudo isso? Eis um aspecto importantíssimo que não está explicado no "memorando"...
Como se pode garantir estabilidade a um Governo destes, se o próprio "memorando" prevê que:
"3. A AMP poderá dissolver-se nas seguintes situações:
[...]
b) por acordo dos Presidentes dos partidos co-signatários deste memorando;
c) ou quando os termos deste memorando forem deliberadamente violados por um dos seus co-signatários [...]"?
Ou seja, esta "aliança" será “estável” enquanto durar...
quinta-feira, julho 12, 2007
Alguns comentários ao "memorando"
Por Malai Azul 2 à(s) 15:24
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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