terça-feira, junho 05, 2007

Timor-Leste: partidários acusam Polícia de tentar matar Xanana Gusmão

EFE - 4 Junho 2007 - 23:33

Díli - Responsáveis da campanha de Xanana Gusmão, presidente do Congresso Nacional de Reconstrução do Timor (CNRT), acusaram hoje a Polícia de tentar assassiná-lo no ataque ocorrido no domingo contra uma caravana eleitoral, no qual morreu um membro dessa legenda e outros três ficaram feridos.

Os fatos aconteceram na localidade de Viqueque, quando vários desconhecidos apedrejaram e dispararam contra a caravana eleitoral de Gusmão, causando a morte de Alfonso Guterres, um dos encarregados da segurança do CNRT.

"É uma tentativa de assassinato da Polícia local contra Gusmão. Não usavam uniformes, mas os reconhecemos como policiais do distrito de Uatulari", disse por telefone à Efe Angela Freitas, porta-voz do presidente do CNRT.

O chefe da Polícia de Viqueque, José Casimiro, declarou à Efe que a comitiva de Gusmão foi atacada com pedras lançadas por um grupo de civis, e não descartou que policiais fora de serviço fossem os autores da morte de Guterres, que estava armado no momento do incidente.

Gusmão tinha participado de um ato nessa cidade, 100 quilômetros ao sudeste de Díli, como parte da campanha eleitoral para as legislativas de 30 de junho, das quais sairá um novo Governo e o primeiro-ministro.

Em comunicado divulgado hoje, Gusmão condenou os incidentes e apelou ao país para renunciar à violência e reconstruir a nação sob os princípios da paz e da tolerância.

O Fretilin, o partido governante, também se pronunciou contra a violência eleitoral, mas pediu ao Governo e à Polícia da ONU (Unpol) uma investigação para explicar o ocorrido e a razão pela qual Guterres estava armado.

As legislativas se apresentam como um duelo entre o Fretilin, partido que liderou a luta da independência, e o de Gusmão, o primeiro presidente do Timor-Leste.

5 comentários:

Anónimo disse...

"É uma tentativa de assassinato da Polícia local contra Gusmão. Não usavam uniformes, mas foram reconhecidos como polícias do distrito de Uatulari" disse a porta-voz do presidente CNRT Ângela Freitas.

O nome Ângela Freitas fez-me vir à memória uma reportagem que tinha vista há mais de um ano (ou na BBC ou na CNN), depois dos incidentes de fins de Abril de uma fulana um tanto para o histérico a falar das mortes e das valas comuns da responsabilidade das F-FDTL e das perseguições do governo contra a oposição. Fiz uma busca no google e confirmei que não só era a mesmíssima pessoa como até descobri que a sujeita erai secretária do então PR XG e era (é?) vice-presidente de um tal PTT.

Descobri também que em princípios de Junho do ano passado nos media de Taipe e da Austrália ela acusava Mari Alkatiri de ser responsável pelo engajamento de grupos civis que atacaram membros da oposição por prepararem uma manifestação, quatro dos quais foram levados para o Hospital de Dili, e isto ainda antes do programa da Four Corners!

E que um mês antes, logo no princípio de Maio, na mesma altura em que o Alfredo desertou a moça voou para a Austrália, aflita a pedir ajuda ao Governo Australiano. Dizia ela à ABC (6 de Maio de 2005): “Penso que continua o desassossego e as pessoas continuam a refugiar-se nas montanhas porque sabem que não há garantias para a sua própria segurança,. O que tem acontecido é que precisamos de uma intervenção internacional para pôr a lei e a ordem. É a única maneira de poder ter a minha liberdade de expressão, de obter a minha liberdade de falar e não acredito que havendo esse grupo de Mari possa dar garantias de segurança. O que vai acontecer é que vão criar mais problemas, e provocar as pessoas para as dividirem e vamos regressar ao que aconteceu em 1975. Queremos viver em paz. Agora a situação é muito pior do que no referendo de 1999!”

Com isto descobri que na altura o XG teve vários megafones oficiais para a imprensa Australiana amiga. Pela boca desta Ângela partiram as mais infamantes acusações contra as F-FDTL, contra a Fretilin e contra o Mari Alkatiri que não só foram desmentidas pela ONU como pela justiça de TL.

Pelos vistos torna a acontecer o mesmo, é desta desbocada que saem estas bacoradas que até a ONU se viu obrigada a desmentir.

Anónimo disse...

Timor-Leste: Chefe missão ONU prevê coligações pós-eleitorais
Diário Digital / Lusa
04-06-2007 18:45:00

O chefe da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) afirmou hoje que deverá ser necessária uma coligação pós-eleitoral após o sufrágio de 30 de Junho no país, dada a improbabilidade de uma maioria clara de um partido.
«Para mim é claro que, com 14 partidos políticos na disputa [das eleições parlamentares], as possibilidades de formar um governo de coligação têm de ser examinadas muito cautelosamente», afirmou hoje Atul Khare, numa conferência de imprensa em Nova Iorque, citado pela agência de informação das Nações Unidas.
«Parece praticamente descartado que qualquer partido político tenha uma maioria clara», adiantou o mesmo responsável, que salientou ainda a necessidade de fortalecer os sectores da Justiça, Governo e Segurança, tendo em conta o papel futuro do exército e da polícia.
«Acreditamos que o novo governo, os novos líderes, estejam numa posição de fazer face a estes desafios, com o apoio das Nações Unidas, tal como têm sido nos últimos anos», disse Atul Khare.
Para o responsável da UNMIT, o acordo recentemente assinado entre as diferentes forças políticas, em que se comprometem a aceitar os resultados e a seguir um código de conduta na campanha, vai facilitar o processo eleitoral.
O acordo, disse Khare, «é um bom augúrio para o desenvolvimento de uma democracia liberal e genuinamente multipartidária em Timor-Leste».
O responsável afirmou que as eleições parlamentares deverão correr de forma pacífica, tal como as presidenciais, das quais fez um balanço positivo.
As duas voltas da eleição presidencial, afirmou, «correram muito melhor do que qualquer um de nós poderia ter esperado».
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=279542

Anónimo disse...

Ramos-Horta em Jacarta com estudantes e fronteiras na agenda
Diário Digital / Lusa
04-06-2007 17:33:00

José Ramos-Horta chegou esta segunda-feira a Jacarta, Indonésia, para a sua primeira visita ao estrangeiro como Presidente da República timorense, com a delimitação das fronteiras terrestres e a situação dos estudantes na agenda de encontros bilaterais.
O Presidente da República de Timor-Leste, que chegou a Jacarta cerca das 16:30 (09:00 em Lisboa), foi directamente para o Cemitério dos Heróis de Kalibata, onde estão sepultados aqueles que receberam uma das condecorações nacionais da República - incluindo os militares indonésios mortos durante a ocupação de Timor-Leste.
O cemitério foi inicialmente construído em 1953.
José Ramos-Horta encontrou-se depois com a comunidade timorense na capital indonésia, oportunidade para contactar e ouvir alguns dos muitos estudantes timorenses em Jacarta.
Há actualmente 1646 estudantes timorenses na Indonésia, sobretudo nas áreas de Engenharia, Economia e Agronomia, segundo o adido de Educação da embaixada de Timor-Leste em Jacarta, Paulino Henrique Ribeiro.
Na terça-feira, José Ramos-Horta abordará no encontro bilateral com as autoridades indonésias, a simplificação da concessão de vistos e a atribuição de bolsas aos estudantes timorenses, explicou o adido de Educação timorense.
Não existe nenhum programa específico de bolsas para timorenses na Indonésia, desde que terminou em 2005 o apoio concedido durante cinco anos pela Fundação Calouste Gulbenkian a 150 estudantes, explicou Paulino Henrique Ribeiro à Lusa.
«Os estudantes sobrevivem pelos seus próprios meios», acrescentou o adido, sublinhando que a primeira despesa é com o visto indonésio.
O visto ordinário para seis meses na Indonésia custa cerca de 250 dólares e a renovação, com a obtenção de uma autorização de residência pelo ministério da Educação indonésio, custa mais o equivalente a 60 dólares, uma soma avultada para o rendimento médio das famílias timorenses.
Outro assunto nas discussões bilaterais durante a visita oficial de José Ramos-Horta é a delimitação das fronteiras terrestres, um processo negocial e de trabalho técnico, iniciado ainda antes da independência de Timor-Leste, em 2002.
«Falta apenas chegar a acordo sobre um por cento das fronteiras terrestres com a Indonésia», declarou à Lusa o principal negociador timorense, Arcanjo Leite, director nacional da Administração do Território.
«Existem condições para que durante esta visita terminemos a questão do ponto de vista político, para depois definir no terreno», no âmbito da subcomissão técnica de delimitação e regulação de fronteiras.
As negociações da definição das fronteiras terrestres entre Timor-Leste e a Indonésia estiveram paradas quase um ano, em parte devido à crise política e militar de 2006, explicou Arcanjo Leite.
Em Dezembro de 2005, delegações dos dois países encontraram-se em Surabaia, Indonésia. No seguimento dessa reunião, um outro encontro bilateral devia ter acontecido em Díli, mas nunca chegou a realizar-se.
Nessa altura, havia desacordo sobre quatro por cento da extensão das fronteiras comuns e a reunião de Surabaia permitiu um acordo político sobre três por cento.
«Tecnicamente, no entanto, não se fez nada mesmo quanto à parte que foi resolvida politicamente», explicou Arcanjo Leite.
«Politicamente não há desacordo, há apenas diferenças de interpretação da aplicação dos tratados de 1904 e de 1915» entre Portugal e a Holanda, as antigas potências coloniais das duas partes da ilha de Timor.
Um dos últimos pontos de discórdia na delimitação fronteiriça entre os dois países é no enclave timorense de Oécussi, onde a Indonésia disputa o ilhéu de Fatu Sinai («Pedra Sinai», traduzindo à letra da língua tétum), a que os indonésios chamam Batek.
«É um rochedo do tamanho de um campo de futebol, desabitado mas onde desde sempre as populações baiqueno de Oécussi realizam todos os anos cerimónias tradicionais em Fatu Sinai», explicou Arcanjo Leite.
O ilhéu fica muito perto da costa, num ponto do litoral de Oécussi entre dois braços de uma ribeira que faz a fronteira entre Indonésia e o enclave. Na altura da assinatura do tratado sobre a fronteira de Oécussi, em 1915, existia apenas uma ribeira.
Outra vertente da fixação das fronteiras é a sua marcação, com novecentos pilares ao longo de toda a extensão da fronteira principal e no enclave de Oécussi. Em 2005, foram colocados cinquenta marcos, afirmou Arcanjo Leite. O resto está por colocar, o que em muitas áreas não é tarefa fácil.
A delimitação da fronteira terrestre tem também consequências com a posterior definição da fronteira marítima, um assunto sensível porque, como acontece com a Austrália, envolve o acesso e a partilha de recursos do Mar de Timor.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=279530

Anónimo disse...

Xanana ainda em Baucau
Jornal de Notícias, 05/06/07

Xanana Gusmão vai continuar a campanha eleitoral no distrito de Baucau, apesar dos incidentes violentos de domingo de que resultou a morte de um elemento da comitiva, disse à Lusa, um responsável da candidatura.

José Luís Guterres, um dos 14 elementos da Fretilin-Mudança que integram as listas do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), liderado pelo ex-presidente da República, disse que Xanana continua a campanha "a bem da democracia". Após os incidentes, em Viqueque, no centro leste do país, a caravana de Xanana retirou-se por precaução para Baucau.

Um segurança da campanha do CNRT, Afonso Kudelai, de Ossú, "foi morto à queima-roupa por um elemento não uniformizado e fora de serviço da Polícia Nacional de Timor-Leste" (PNTL), disse uma fonte oficial da missão das Nações Unidas. "O polícia acertou primeiro numa perna e depois deu três tiros na cabeça do segurança", relatou, poucos minutos após o incidente, Germano da Silva, um dos organizadores da campanha do CNRT em Viqueque.

Antes de fazer qualquer comentário, a candidatura de Xanana quer que seja investigado porque é que um polícia da esquadra de Uatulari se encontrava em Viqueque, sede do distrito, sem requisição e armado, disse José Luís Guterres. A Fretilin, adversária do CNRT nesta campanha para as legislativas, exige, por seu turno, saber porque é que o segurança de Xanana se encontrava armado.

A campanha eleitoral para as legislativas de 30 de Junho teve início a 29 de Maio e tanto o CNRT como o partido maioritário FRETILIN escolheram os distritos do leste do país para os primeiros dias de comícios. A FRETILIN tem uma forte implantação no distrito de Viqueque, onde Francisco Guterres "Lu Olo" obteve a 9 de Maio mais do dobro dos votos de Ramos-Horta, que venceu as eleições presidenciais.

Ontem, o presidente da República lamentou a "falta de disciplina" da polícia timorense. Para Ramos-Horta, a polícia "falhou na sua missão de proteger e garantir a segurança da população". "Vários membros da PNTL estão envolvidos em actos criminosos. Podemos, assim, constatar que a indisciplina é ainda muito grande dentro da corporação. Mas não haverá impunidade", avisou o novo chefe de Estado timorense.

A reforma das forças de segurança em Timor-Leste é considerada "vital" para o futuro do país, sobretudo depois dos confrontos e do clima de intimidação que, desde Maio de 2006, têm assolado o jovem Estado, que acedeu à independência há cinco anos.

http://jn.sapo.pt/2007/06/05/mundo/xanana_ainda_baucau.html

Anónimo disse...

Excelente trabalho de investigação arquivística da Margarida.

Se há coisa que nunca faltou a essa Ângela Freitas é "liberdade de expressão".

Por esta amostra se vê o tipo de gente que rodeia Xanana...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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