terça-feira, fevereiro 20, 2007

A semana de todas as decisões

Lisboa, 19 Fev (Lusa) - O ambiente político em Timor-Leste ficará mais claro a partir de terça-feira, quando será anunciado o candidato da Fretilin, partido no poder, à sucessão de Xanana Gusmão, nas eleições presidenciais de 09 de Abril.

Dias depois, mas ainda nesta semana, o primeiro-ministro Ramos-Horta vai quebrar o seu "tabu" e anunciar se é ou não candidato às presidenciais.

Três "históricos" da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) são os prováveis candidatos às segundas eleições presidenciais do país, sendo a escolha da Fretilin conhecida terça-feira, numa conferência de imprensa a realizar em Díli.

Trata-se do independente José Ramos-Horta, actual primeiro-ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-chefe do governo, e Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do partido e do Parlamento.

No meio de grande sigilo partidário, onde a "guerra" é aparentemente pacífica, todos eles admitiram poder candidatar-se às presidenciais, situação que se tornou mais complexa depois de um jornal australiano ter escrito que se aguarda uma "grande reviravolta" em Timor-Leste.

Segundo a edição de fim-de-semana do diário australiano The Sydney Morning Herald, Xanana Gusmão, primeiro Presidente eleito de Timor-Leste (desde Abril de 2002), poderá candidatar-se a primeiro-ministro nas eleições legislativas ainda sem data marcada mas após as presidenciais, mas à frente de um novo partido ou coligação.

O diário australiano sustenta que o novo partido poderá vir a usar a sigla que celebrizou a questão timorense durante a ocupação indonésia do antigo território português, o CNRT, o Conselho Nacional da Resistência Timorense, eventualmente com outra designação.

O objectivo, segundo o jornal, é "derrubar a Fretilin do seu pedestal como a força política dominante e acabar com a sua maioria no Parlamento", acrescentando que tudo será feito com base numa troca de cargos "coordenada" com José Ramos-Horta.

Este, segundo aquele diário, até poderia ser o candidato apoiado pela Fretilin à Presidência da República, ou como independente, caso o partido no poder opte por outra personalidade.

Mari Alkatiri, que viu recentemente arquivado um processo judicial que o tinha levado antes, em Junho de 2006, a abandonar o cargo de primeiro-ministro, já manifestou também disponibilidade para se candidatar por uma força política que, segundo o jornal australiano, não é do agrado das autoridades de Camberra.

Por seu lado, Francisco Guterres "Lu-Olo", líder do parlamento timorense, considerou recentemente à Lusa em Lisboa que tanto Ramos-Horta como Alkatiri são bons candidatos da Fretilin, mas não descartou a ideia de ser ele próprio a avançar.

Se na Fretilin as decisões estão ainda por se conhecer, outras forças políticas já avançaram com os nomes para as presidenciais, com o Partido Social Democrata (PSD), de Mário Carrascalão, a escolher Lúcia Lobato, jurista, deputada e professora universitária e ainda uma das fundadoras daquela força política.

Além do PSD, liderado pelo antigo governador de Timor durante a ocupação indonésia (1982/92) e fundador da União Democrática de Timor (UDT), o partido Kota escolheu o seu líder, Manuel Tilmann, e a Associação Social Democrata Timorense (ASDT), optou por Francisco Xavier do Amaral.

Em 1975, Xavier Amaral foi o primeiro chefe de Estado da República Democrática de Timor-Leste, declarada unilateralmente a 28 de Novembro desse ano JSD/EL.

Lusa/Fim
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6 comentários:

Anónimo disse...

desculpem lá, mas as noticias da Lusa sobre o que se passa aqui sao escritas em lisboa?
nao ha aqui um jornalista permanente da lusa?

Anónimo disse...

esta é uma notícia que incorre em erro grosseiro e que dá a Luolo declarações deturpadas em Portugal. Luolo falou de si e de Mari Alkatiri, nunca falou de Ramos Horta. Ramos Horta nunca jamais será candidato da FRETILIN. Esse golpista nunca será perdoado, nem pela história do nosso país.

Depois a LUSA ignora a primeira candidatura presidencial a ser publicamente apresentada que foi a de José Avelino do Partido Socialista de Timor e presidente do mesmo. Também Angela Freitas já oficializara a sua candidatura, sem expressão e sem hipóteses mas apresentada em nome de um partido político que só tem dois membros a senhora e o pai.

Xanana quer ser primeiro-ministro e Ramos Horta presidente da República. Ambos estão ao serviço dos amis altos interesses australianos e americanos. Reparem que tanto um como outro buscam apoios políticos internacionais nos palcos de Camberra e dos USA.

Timor tem a força da razão e a força da libertação histórica. O garante da verdade e da liberdade dá pelo nome de FRETILIN. Nenhum outro lutou pela liberdade, pelo país como os militantes da FRETILIN.
A família Carrascalão só mudou de diapasão depois de perceber que tinha perdido poder e que a Indonésia estaria prestes a perder a sua alegada "27ª província".

O PD de Fernando Lasama é um partido que jamais honrará a Nação pois assenta numa ideologia de ocupação indonésia sendo através deles que muitas das acções de violência são patrocinadas nas ruas e nas montanhas.

Em suma, todos os que atrás referi são contra o Estado de Timor e tentam a todo o custo assumirem as riquezas natuarais de Timor para poderem reinar para sempre ricos e contentes às ordens de australianos e americanos.

Não sou da FRETILIN, mas reconheço neste partido e na sua actual liderança a verdade na construção de um país. Mari Alkatiri tinha um Governo de execpção com erros, com alguns maus ministros, mas com um programa virado para a afirmação da Soberania.

Não esquecemos que os elgios internacionais eram mais do que muitos à forma como o I Governo conduzia o país para o desenvolvimento sustentado.

Já agora dizer que no baralho dos traidores se inclui a decepcionante e arrogante Ana Pessoa, antiga mulher de Ramos Horta e hoje uma das mais evidentes combatentes de Mari Alkatiri. No entanto fá-lo na hipocrisia própria de quem não tem carácter provocado por uma personalidade marcada pela frustração.

Anónimo disse...

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURA
DE FRANCISCO GUTERRES “LU OLO”

Em Abril, têm lugar as segundas eleições presidenciais no nosso país.

Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada difícil que vai exigir de cada um de nós maior empenho para construir a Unidade Nacional e trazer a Paz e o Desenvolvimento, num Estado de Direito Democrático que estamos determinados a cimentar. Todo o povo de novo é chamado para decidir. No seu veredicto reside a chave para o futuro da República Democrática de Timor-Leste.

É no acto eleitoral onde o povo soberanamente escolherá os seus líderes.

É, assim, tempo de apresentar candidaturas à mais alta magistratura da Nação.

Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas e eu quero, desde já saudar os meus compatriotas que as apresentaram.

Ponderei a minha própria candidatura, ouvi compatriotas dos mais diversos quadrantes, tendências políticas e crenças religiosas.

Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação tive sempre o previlégio de estar ao pé do nosso Povo, para sentir a sua força e determinação em vencer. Vivi e sofri com eles. Juntos vimos tombar, um por um, os nossos heróis. Por isso, é também em nome deles que aceito ser candidato da FRETILIN. Tenho a consciência plena, que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiam. Como candidato da FRETILIN, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana.

Sou militante da FRETILIN e devo-lhe muito do que aprendi na minha vida; aprendi a valorizar a pluralidade, o diálogo e a tolerância.

Estou consciente que ao Presidente da República, como orgão unipessoal, estão acometidas competências excepcionais.

Ao Presidente da República compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social.
A Constituição confere-lhe finalmente, um conjunto de poderes de que, em circunstâncias excepcionais, fará uso para garantir a soberania e a Unidade do Estado.

Tendo em conta tudo isto, decidi candidatar-me ao cargo de Presidente da República, como candidato da FRETILIN.

Mas a minha candidatura é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense.

Sou católico convicto. Mas no domínio das convicções e liberdade religiosas, ajudarei, sempre que necessário, o diálogo entre as diferentes escolhas e opções. Combaterei com todas as minhas forças todo o tipo de extremismo ou fanatismo, vindo donde vier. Com convicção, promoverei o ecumenismo.

Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte da criação de conflitos.

Darei toda a atenção a todas as franjas da sociedade. Trabalharei com todas os Órgãos de Soberania, em particular com Governo, bem como com a sociedade civil organizada e a sociedade tradicional para promover a juventude e a mulher, aprofundar o trabalho em prol da igualdade do género, criar condições imediatas para a protecção dos idosos e da população vulnerável, devolver aos veteranos e antigos combatentes a dignidade que merecem, reconhecendo e satisfazendo-lhes a todos os direitos à habitação, aos cuidados de saúde, a um rendimento mensal condigno.

Reforçarei, na relação com outros Órgãos de Soberania, a solidariedade e não o conflito institucional.

No domínio das nossas relações com outros países, e tendo em consideração este mundo global, promoverei, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania, a diplomacia a favor da conquista e promoção de amizade e cooperação mutuamente vantajosas com todos os países do Mundo. Pontenciarei todas as mais valias que Timor-Leste tem para promover a Paz na região e no Mundo. Tomarei iniciativas no sentido de se estabelecerem acordos com os nossos vizinhos, em particular a Indonésia e a Austrália, em áreas de interesse comum, com destaque para a segurança e defesa regional e global.
Como Presidente da República e, exercendo estritamente as competências atribuídas pela Constituição e pelas Leis, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania e respeitando as competências exclusivas de cada um, contribuirei para o reforço das Instituições multilaterais, regionais e internacionais de que somos membros.

Dedicarei com particular atenção muito do meu tempo à CPLP e ao reforço desta nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A nossa adesão à ASEAN constituirá uma das minhas prioridades. Darei todo apoio ao Governo para o encontro de uma fórmula para o reforço das nossas relações com os países do Fôrum do Pacífico.
A nossa política de uma só China deverá ser defendida como um valor inalienável do nosso Estado Democrático e de Direito. Como Presidente pautarei a minha conduta sempre neste sentido.

Com os nossos vizinhos mais próximos, a Indonésia e a Austrália, devemos reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação e procurar resolver de uma forma amigável todas as nossas diferenças.

Timor-Leste, com a sua situação geo-política previlegiada, beneficiando da geografia que o liga à Ásia e a Oceania, e da História e Cultura que o ligam a outros Continentes como a América, a África e a Europa, deverá ser sempre um palco de entendimento entre povos, um entreposto de valores universais e de encontro de culturas.

Como Presidente da República exercerei com determinação a minha magistratura de influência no sentido de tornar esta vocação uma realidade.

Assim, e nesta hora decisiva, apelo aos meus concidadãos, a todos os camaradas de luta, especialmente aos antigos combatentes, aos membros das organizações clandestinas, aos jovens, às buiberes e mauberes, aos intelectuais, aos empresários, às organizações da sociedade civil e instituições centenárias da sociedade tradicional, à Igreja Católica e a todas as confissões religiosas no nosso país a que se empenhem e ajudem a tornar a minha candidatura, numa candidatura verdadeiramente nacional. Jamais confundirei as minhas funções de Presidente da FRETILIN com as do Presidente da República. Sou um
filho do povo humilde. Continuarei a curvar-me perante este povo humilde e serei sempre seu servidor.

Apelo a todos para valorizarmos as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa identidade. Só assim estaremos em condições de responder aos grandes desafios que se nos colocam.

Serei Presidente de todos e para todos.
Um Presidente para o reforço da Paz e da Estabilidade.
Um Presidente para a Reafirmação da Soberania do Estado e da Autoridade dos seus Órgãos e Instituições.
Um Presidente para contribuir no aumento da capacidade da Justiça e do Sistema Judiciário.
Um Presidente para trabalhar no reforço e unidade das instituições da Defesa e da Segurança.
Um Presidente defensor dos direitos e liberdades dos cidadãos e da igualdade do género.
Um Presidente para garantir a segurança a cada cidadão.
Um Presidente para defender boas relações com todos os países do Mundo.

Dili, 20 de Fevereiro de 2007

Francisco Guterres (Lu’ Olo)

Anónimo disse...

Timor-Leste: «Lu´Olo» é candidato presidencial da Fretilin

O presidente do Parlamento timorense, Francisco Guterres «Lu´Olo», anunciou hoje a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de Abril pelo partido Fretilin.
«Lu´Olo» é o presidente do partido maioritário timorense e anunciou a candidatura à chefia de Estado ladeado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, sob o slogan «Serei Presidente de todos e para todos».
O primeiro-ministro José Ramos-Horta, instado a comentar a falta de apoio da Fretilin à sua eventual candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido maioritário não apoiou Xanana Gusmão, «que veio a ganhar com 84% dos votos».
Na sua declaração de candidatura, «Lu´Olo» sublinhou que «é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense».
«Vou continuar a ser presidente da Fretilin, mas não é por isso que vou ser um Presidente da Fretilin» se for eleito para a chefia do Estado, declarou «Lu´Olo» à Lusa.
Durante a campanha eleitoral, o presidente do Parlamento vai «naturalmente considerar» a suspensão do seu mandato e das funções que actualmente exerce.
Francisco Guterres nasceu em 1954 em Ossú, distrito de Viqueque (Sul). Quando a Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975, «decidiu fugir para o mato, onde viria a juntar-se ao pelotão comandado por Lino Olokassa, no Monte Perdido - Ossú», segundo a nota biográfica oficial do candidato presidencial.
Em Julho de 1976, Francisco Guterres é nomeado vice-secretário da zona costeira Leste, em Matebian. Nas duas décadas seguintes, ocupou diferentes cargos na resistência armada timorense.
Em 1997, «Lu´Olo» assumiu o cargo de secretário da Comissão Directiva da Fretilin, após a morte de Konis Santana. No mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional da Resistência Timorense, onde «Lu´Olo» ocupou vários cargos.
Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em Julho de 2001, tendo sido reeleito em Maio de 2006.
Foi presidente da Assembleia Constituinte em 2001 e 2002 e, com a restauração da independência, passou a presidir ao Parlamento Nacional.
Ao candidatar-se à chefia do Estado, «Lu´Olo» recordou os companheiros de luta.
«Como candidato da Fretilin, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos», declarou. «Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana».
«Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação», disse «Lu´Olo» na sede da Fretilin em Díli, «tive sempre o privilégio de estar ao pé do nosso povo, para sentir a sua determinação em vencer».
«Vivi e sofri com eles», acrescentou o presidente do Parlamento. «É também em nome deles que aceito ser candidato da Fretilin».
«Tenho consciência plena que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiram», explica Franciso Guterres na declaração de quatro páginas que leu em português e em tétum.
«Sou católico convicto», frisou o candidato da Fretilin, prometendo ajudar «o diálogo entre as diferentes escolhas e opções».
«Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte de criação de conflitos», disse ainda «Lu´Olo».
«Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas», comentou o presidente da Fretilin.
Até ao momento, há candidaturas presidenciais da jurista Lúcia Lobato, pelo PSD, do deputado Manuel Tilman, do partido Kota, de Francisco Xavier do Amaral, do ASDT, e Avelino Coelho, do PST.
Diário Digital / Lusa
20-02-2007 10:16:55
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=263733

Anónimo disse...

Díli, 20 Fev (Lusa) À O presidente do Parlamento timorense, Francisco Guterres "Lu'Olo", anunciou hoje a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de Abril pelo partido Fretilin.

Anónimo disse...

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURA
DE FRANCISCO GUTERRES “LU OLO”

Em Abril, têm lugar as segundas eleições presidenciais no nosso país.

Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada difícil que vai exigir de cada um de nós maior empenho para construir a Unidade Nacional e trazer a Paz e o Desenvolvimento, num Estado de Direito Democrático que estamos determinados a cimentar. Todo o povo de novo é chamado para decidir. No seu veredicto reside a chave para o futuro da República Democrática de Timor-Leste.

É no acto eleitoral onde o povo soberanamente escolherá os seus líderes.

É, assim, tempo de apresentar candidaturas à mais alta magistratura da Nação.

Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas e eu quero, desde já saudar os meus compatriotas que as apresentaram.

Ponderei a minha própria candidatura, ouvi compatriotas dos mais diversos quadrantes, tendências políticas e crenças religiosas.

Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação tive sempre o previlégio de estar ao pé do nosso Povo, para sentir a sua força e determinação em vencer. Vivi e sofri com eles. Juntos vimos tombar, um por um, os nossos heróis. Por isso, é também em nome deles que aceito ser candidato da FRETILIN. Tenho a consciência plena, que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiam. Como candidato da FRETILIN, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana.

Sou militante da FRETILIN e devo-lhe muito do que aprendi na minha vida; aprendi a valorizar a pluralidade, o diálogo e a tolerância.

Estou consciente que ao Presidente da República, como orgão unipessoal, estão acometidas competências excepcionais.

Ao Presidente da República compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social.
A Constituição confere-lhe finalmente, um conjunto de poderes de que, em circunstâncias excepcionais, fará uso para garantir a soberania e a Unidade do Estado.

Tendo em conta tudo isto, decidi candidatar-me ao cargo de Presidente da República, como candidato da FRETILIN.

Mas a minha candidatura é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense.

Sou católico convicto. Mas no domínio das convicções e liberdade religiosas, ajudarei, sempre que necessário, o diálogo entre as diferentes escolhas e opções. Combaterei com todas as minhas forças todo o tipo de extremismo ou fanatismo, vindo donde vier. Com convicção, promoverei o ecumenismo.

Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte da criação de conflitos.

Darei toda a atenção a todas as franjas da sociedade. Trabalharei com todas os Órgãos de Soberania, em particular com Governo, bem como com a sociedade civil organizada e a sociedade tradicional para promover a juventude e a mulher, aprofundar o trabalho em prol da igualdade do género, criar condições imediatas para a protecção dos idosos e da população vulnerável, devolver aos veteranos e antigos combatentes a dignidade que merecem, reconhecendo e satisfazendo-lhes a todos os direitos à habitação, aos cuidados de saúde, a um rendimento mensal condigno.

Reforçarei, na relação com outros Órgãos de Soberania, a solidariedade e não o conflito institucional.

No domínio das nossas relações com outros países, e tendo em consideração este mundo global, promoverei, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania, a diplomacia a favor da conquista e promoção de amizade e cooperação mutuamente vantajosas com todos os países do Mundo. Pontenciarei todas as mais valias que Timor-Leste tem para promover a Paz na região e no Mundo. Tomarei iniciativas no sentido de se estabelecerem acordos com os nossos vizinhos, em particular a Indonésia e a Austrália, em áreas de interesse comum, com destaque para a segurança e defesa regional e global.
Como Presidente da República e, exercendo estritamente as competências atribuídas pela Constituição e pelas Leis, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania e respeitando as competências exclusivas de cada um, contribuirei para o reforço das Instituições multilaterais, regionais e internacionais de que somos membros.

Dedicarei com particular atenção muito do meu tempo à CPLP e ao reforço desta nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A nossa adesão à ASEAN constituirá uma das minhas prioridades. Darei todo apoio ao Governo para o encontro de uma fórmula para o reforço das nossas relações com os países do Fôrum do Pacífico.
A nossa política de uma só China deverá ser defendida como um valor inalienável do nosso Estado Democrático e de Direito. Como Presidente pautarei a minha conduta sempre neste sentido.

Com os nossos vizinhos mais próximos, a Indonésia e a Austrália, devemos reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação e procurar resolver de uma forma amigável todas as nossas diferenças.

Timor-Leste, com a sua situação geo-política previlegiada, beneficiando da geografia que o liga à Ásia e a Oceania, e da História e Cultura que o ligam a outros Continentes como a América, a África e a Europa, deverá ser sempre um palco de entendimento entre povos, um entreposto de valores universais e de encontro de culturas.

Como Presidente da República exercerei com determinação a minha magistratura de influência no sentido de tornar esta vocação uma realidade.

Assim, e nesta hora decisiva, apelo aos meus concidadãos, a todos os camaradas de luta, especialmente aos antigos combatentes, aos membros das organizações clandestinas, aos jovens, às buiberes e mauberes, aos intelectuais, aos empresários, às organizações da sociedade civil e instituições centenárias da sociedade tradicional, à Igreja Católica e a todas as confissões religiosas no nosso país a que se empenhem e ajudem a tornar a minha candidatura, numa candidatura verdadeiramente nacional. Jamais confundirei as minhas funções de Presidente da FRETILIN com as do Presidente da República. Sou um
filho do povo humilde. Continuarei a curvar-me perante este povo humilde e serei sempre seu servidor.

Apelo a todos para valorizarmos as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa identidade. Só assim estaremos em condições de responder aos grandes desafios que se nos colocam.

Serei Presidente de todos e para todos.
Um Presidente para o reforço da Paz e da Estabilidade.
Um Presidente para a Reafirmação da Soberania do Estado e da Autoridade dos seus Órgãos e Instituições.
Um Presidente para contribuir no aumento da capacidade da Justiça e do Sistema Judiciário.
Um Presidente para trabalhar no reforço e unidade das instituições da Defesa e da Segurança.
Um Presidente defensor dos direitos e liberdades dos cidadãos e da igualdade do género.
Um Presidente para garantir a segurança a cada cidadão.
Um Presidente para defender boas relações com todos os países do Mundo.

Dili, 20 de Fevereiro de 2007

Francisco Guterres (Lu’ Olo)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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