segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Investigação sobre ex-premier timorense é encerrada por falta de provas

05/02 - 08:38 - EFE

Díli, 5 fev (EFE).- A Procuradoria Geral do Estado do Timor Leste encerrou, por falta de provas, a investigação criminal sobre a suposta responsabilidade do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri na onda de violência de abril e maio do ano passado que deixou trinta mortos e provocou sua renúncia.

Alkatiri foi informado hoje que os procuradores concluíram que não havia provas de que o ex-chefe do Governo soubesse ou tivesse participado das desordens que obrigaram o Executivo a pedir ajuda internacional.

"Defendi minha inocência. Minha família e meus seguidores mantiveram com veemência minha inocência neste caso. Qualquer um que me conheça sabe que ia contra meus valores pessoais e meu caráter ter participado dessas práticas", afirmou hoje o ex-premier em entrevista coletiva em Díli.

Alkatiri disse que por toda sua vida lutou pela justiça e destacou que sempre acreditou que no final a verdade viria à tona e reivindicaria sua inocência.

"As acusações falsas feitas por interesses políticos e com as piores intenções resultaram infundadas aos olhos da Justiça", afirmou o ex-primeiro-ministro.

"Esta decisão abre o caminho para que possa buscar compensação legal pela injustiça cometida comigo e com minha família por uma campanha política instigada contra minha honra e minha reputação no Timor Leste, na Austrália e em todo o mundo", acrescentou.

O ex-premier contrastou sua confiança na Justiça com a de "alguns que tiveram um papel na crise do ano passado", embora sem dar nomes.

Alkatiri renunciou em junho de 2006 como chefe do Governo e, no início de julho, foi substituído pelo prêmio Nobel da Paz José Ramos Horta, proposto pelo presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão.

O Conselho de Segurança da ONU criou a Missão Integrada no Timor Leste (Unmit, na sigla em inglês) em agosto com o mandato de ajudar os timorenses a restabelecer a ordem e a dotou com 1.608 policiais e 34 militares.

Embora a segurança na antiga colônia portuguesa tenha melhorado desde então, algumas figuras-chave da crise ainda estão livres e armadas, como o comandante Alfredo Reinado, e a rivalidade entre gangues juvenis continua sendo um problema sem solução.

A ONU entregou ao Parlamento timorense em outubro o relatório de sua investigação sobre a onda de violência, em que absolveu o presidente Gusmão, culpou Reinado e aconselhou investigar as possíveis responsabilidades criminais de Alkatiri.

Os então ministros da Defesa e do Interior de Alkatiri eram acusados de armar grupos de civis.

O Timor Leste, que nasceu em 20 de maio de 2002 como um Estado soberano, realizará eleições presidenciais em 9 de abril e ainda falta decidir quando serão feitas as parlamentares, também este ano.

Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor Leste Independiente (Fretilin), o partido com maior representação parlamentar, disse à Efe recentemente que, se sua legenda pedir, voltará a governar.

EFE flg dgr
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2 comentários:

Anónimo disse...

Alkatiri é um homem sério e de carácter. E um patriota.
Tem defendido sempre os interesses de Timor Leste independente. É um duro, e outros (estrangeiros mas também alguns timorenses) gostariam de ter alguém na liderança de Timor Leste que fosse mais dócil e sobretudo manobrável e permeável a determinadas pressões e interesses económicos.
É discreto, e não se autopromove como fazem outros,que se servem do Estado, como se serviram da causa timorense, para conseguirem para si glória pessoal.

Anónimo disse...

Concordo e secundo o comentario anterior.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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