segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Alkatiri espera desculpas públicas de Presidente e PM

O secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse esta segunda-feira esperar que o Presidente da República e o actual chefe de Governo «saibam reconhecer publicamente o erro» que levou à sua demissão, em Junho de 2006.

«Eles sabem perfeitamente os corredores que fizeram para me forçarem a sair do Governo», acrescentou Mari Alkatiri na conferência de imprensa em que anunciou o arquivamento do processo-crime aberto em Junho de 2006.

No encontro com os jornalistas, Alkatiri sublinhou que preenche «todos os requisitos» para se candidatar à Presidência da República.

«Fui finalmente notificado pela Procuradoria-geral da República de que o processo foi arquivado por falta de provas», declarou Mari Alkatiri perante uma assistência de cerca de setenta pessoas, entre líderes da Fretilin, membros do Executivo, simpatizantes (timorenses e portugueses) e jornalistas.

«A justiça está de parabéns pela decisão que tomou», considerou Mari Alkatiri: «É uma decisão correcta com fundamentações lógicas e correctas».

Mari Alkatiri não excluiu a hipótese de ser ele próprio o candidato presidencial da Fretilin às eleições de 9 de Abril: «Cumpro todos os requisitos».

O líder da Fretilin estava ladeado pelos seus dois defensores timorenses, José Guterres e Arlindo Sanches, «advogados de uma equipa multinacional, sem ser monopolista».

«Não vim aqui para me vingar», insistiu, por mais que uma vez, o ex-primeiro-ministro, acrescentando: «Não sou pessoa de vinganças».

Mari Alkatiri repetiu estar em público «a pedir tolerância, a pedir paciência e evitar uma guerra civil em Timor-Leste», um perigo que «existiu mas já não existe».

O líder da Fretilin acentuou o que espera de Xanana Gusmão e de José Ramos Horta: «Vão ter que se retractar».

«Quando se diz que alguém não é culpado, abre-se uma nova página», explicou Mari Alkatiri perante uma plateia que acompanhou as suas declarações e respostas com aplausos.

«Aqueles que acusaram são culpados de alguma coisa», disse.

«Tenho várias canais para usar mas acho que ainda podemos acreditar na grandeza moral dos nossos líderes. Que eles saibam reconhecer o erro. Não quero usar as leis e de novo o sistema judicial para repor, na sua totalidade, o meu nome e a minha imagem», acrescentou.

Mari Alkatiri sublinhou que espera desculpas públicas não apenas dos líderes políticos «mas também de líderes religiosos que pregam a moral. Que tenham agora dignidade moral».

O líder da Fretilin deixou a chefia do Governo a 25 de Junho de 2006 na sequência da crise política e militar de Abril e Maio, em que houve quebra da cadeia de comando das forças de segurança e entrega de armas a civis.

«Não vim declarar guerra a ninguém», insistiu o líder da Fretilin: «Que de futuro não haja mais golpes, baixos ou não».

«Que fique claro: irei entregar-me totalmente ao processo eleitoral, para mostrar de que lado está o povo», concluiu.

O arquivamento do processo, por falta de provas, já tinha sido noticiado em Dezembro, mas na altura o Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro, não o tinha confirmado.

O envolvimento de Mari Alkatiri na alegada distribuição de armas a civis custou-lhe o cargo de primeiro-ministro, de que se demitiu a 26 de Junho do ano passado, tendo sido substituído por José Ramos Horta, seu ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Diário Digital / Lusa
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4 comentários:

Anónimo disse...

AVISO A NAVEGACAO!

ESPEREM PELA PANCADA DA MARGARIDA.
ELA ESTA A ESCREVER UM SONETO PARA TODOS AQUELES MALDOSOS....

DA-LHES MARGARIDA. DA-LHES

"E TUDO O VENTO LEVOU"

UM ABRACO

MAU DICK

Anónimo disse...

Criar um clima de instabilidade política para dar golpes de estado é uma mentira que tem pernas curtas. As desculpas a Alkatiri deveriam vir não só do PR e do PM, mais tbm do governo da Austrália e de empresas petrolíferas que viam com bons olhos a deposição do ex-PM.
Obs: Se há algo comum entre os golpistas é a cara-de-pau, o gosto pelo dinheiro público e a miopia política.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

"Bon Voyage" to El Presidente


MARI ALKATIRI ILIBADO
DAS MENTIRAS DO XANANA
O PRESIDENTE INFURIADO
FOSTE UM GRANDE SACANA

DESCULPAS SAO AGORA DEVIDAS
E MUITA VERGONHA DEVIAS TER
O HOMEM NUNCA TIROU VIDAS
POR ISSO NADA TINHA A TEMER

FAZ AS MALAS E EMBARCA
LA PRA TERRA AUSTRALIANA
TIMOR LESTE NAO PRECISA
DE TAO GRANDE SACANA

LEVA CONTIGO TEU AJUDANTE
CHARLATAO RAMOS HORTA
POIS SO DA PARA COMANDANTE
A FRENTE DA TUA PORTA

NAS TUAS FUTURAS ABOBREIRAS
PODES USA-LO COMO ESTRUME
TAMBEM REINADO SEM ESTRIBEIRAS
TE DARIAM GRANDE PERFUME

DESEJO-TE UMA BOA VIAGEM
PARA TI E TUA COMPANHIA
E ESPERO NAO SER SO MIRAGEM
POIS SO ASSIM TIMOR TERA ALEGRIA

Ze Cinico

Anónimo disse...

Mau Dick: eu tive sempre confiança no Mari Alkatiri, no Lu'Olo e nos dirigentes e militantes da Fretilin. Se houve alguém que não ficou surpreendida com este desfecho acredite que sou eu. É que dirigentes de um partido de libertação nacional como a Fretilin que dedicaram toda a sua vida a defender valores como a liberdade, a igualdade, a justiça social para o seu povo e a independência e a soberania nacional para a sua pátria nunca sujariam as mãos com acções violentas e nunca contribuiriam para o desassossego militar e civil.

Mari Alkatiri e os dirigentes da Fretilin são dignos dos Timorenses que sofreram a ocupação e que querem um Timor-Leste mais livre, mais justo, mais solidário, muito mais pacífico, com mais empregos, com mais saúde, com mais educação. É muito bom para Timor-Leste que a justiça tenha funcionado, teria sido bem melhor se tivesse funcionado mais cedo. Espero é que não tarde para todos.

Um abraço, Mau Dick.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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