Há umas semanas atrás, por suspeitas de movimentações na prisão de Becora, por decisão do Ministério da Justiça, Reinado voltou a ser transferido para o Centro de Detenção australiano.
O comando australiano considerou posteriormente, e assumiu a responsabilidade juntamente com as forças militares neozelandesas, que a prisão de Becora tinha as condições de segurança necessárias e que não havia motivo para que Reinado não voltasse para lá.
Hoje, ou durante a noite, Reinado e 56 reclusos fugiram da prisão que estava a ser guardada pelas forças neozelandesas.
Desde 2003 que não haviam fugas da prisão de Becora, guardada pelos guardas prisionais timorenses.
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quarta-feira, agosto 30, 2006
Explicações exigem-se
Por Malai Azul 2 à(s) 17:21
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
7 comentários:
Em Entrevista ao Expresso em 24 de Junho de 2006, à pergunta: A Justiça está em condições de funcionar em Timor-leste? Respondeu assim a Ana Pessoa:
”Depois de tomar o controlo das forças de defesa e segurança, a Austrália e a Nova Zelândia vão querer controlar a Justiça. É aliás um problema antigo. Quando eu era ministra da Justiça, era a Nova Zelândia que tomava conta das cadeias. A uma dada altura, mandei fazer uma inspecção, porque me chegaram rumores de irregularidades. Brindaram-me com um motim de reclusos, que se verificou depois ter sido orquestrado para comprometer o Governo. Os neozelandeses retiraram-se e depois de muita guerra e muita intriga, Portugal ficou encarregue deste sector e da Justiça. Quando deixei a pasta, já tínhamos assinado todos os protocolos de cooperação, para a formação dos magistrados, etc. Mas há quem não veja com bons olhos esta presença portuguesa e faça tudo para obstruir a aprovação das leis, do Código Penal. Agora, os australianos desembarcaram com polícias, investigadores, magistrados. Vão querer tomar conta da Justiça e depois da Administração Pública. Se isto acontecer, será o fim da independência e da soberania de Timor. Não se enganem: há uma estratégia por detrás disso. Fizeram exactamente a mesma coisa nas ilhas Salomão. A pretexto da luta contra os bandos, jogaram a polícia contra os militares e conseguiram por no poder o Governo que queriam. O problema é o tempo, que é curto, e temos menos de um ano até as eleições.”
Depois de se saber isto, quem é que autorizou que fossem os neo-zelandeses - que até estão de partida! - a "guardar" a prisão de Bécora?
Seja la quem for que tenha autorizado, o Ministro da Justica tem que responder pelo facto. A solucao e po-lo a voar pois so presta para...nada, nada.
Adeus Domingos Sarmento, mentri kakutak dodok.
Como pode ver pela notícia da Lusa eles nem sequer fugiram, eles limitaram-se a
a sair "pela porta principal do estabelecimento cerca das 15:00 locais (07:00 em Lisboa), sem, aparentemente, qualquer oposição por parte dos membros da segurança". E como também pode verificar a "segurança nas imediações da cadeia de Becora é da responsabilidade da polícia da Nova Zelândia."
Assim no meu entender a quem se deve pedir responsabilidades foi a quem cozinhou o tal acordo bilateral com os Australianos (os tais que lideravam a coligação com os Malaios e os Neo-zelandezes) e esse sabemos nós foi o Ramos-Horta em conluio com o Xanana. Foram estes os responsáveis por terem posto a raposa a guardar o galinheiro. São os actuais PM e PR quem têm que responder por este escândalo.
30-08-2006 11:51:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-8294005
Temas: política conflitos segurança timor-leste
Timor-Leste: 57 reclusos em fuga, 16 ex-militares no grupo
Díli, 30 Ago (Lusa) - O major Alfredo Reinado fugiu hoje da cadeia de Becora, em Díli, juntamente com outro 56 reclusos, incluindo 16 ex-membros das forças armadas timorenses e cinco condenados por homicídio, disse à Agência Lusa fonte oficial.
Os 57 fugitivos, que representavam 28,5 por cento dos 200 detidos em Becora, saíram pela porta principal do estabelecimento cerca das 15:00 locais (07:00 em Lisboa), sem, aparentemente, qualquer oposição por parte dos membros da segurança, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.
O gabinete do primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, escusou-se a comentar a fuga, remetendo qualquer esclarecimento para as forças da ONU.
A segurança nas imediações da cadeia de Becora é da responsabilidade da polícia da Nova Zelândia.
A fuga de Alfredo Reinado - a figura mais mediática dos elementos das forças de defesa que contestaram o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri - ocorreu num dia feriado nacional, quando os timorenses estão a comemorar o sétimo aniversário do referendo que conduziu à independência do país.
A cadeia, localizada no bairro de Becora, tinha 200 detidos, dos quais três são antigos agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste, 18 pertenceram às forças armadas e os restantes civis.
De acordo com o advogado Paulo Remédios, que representa Alfredo Reinado - que regressou à cadeia na quinta-feira, depois de duas semanas no Centro de Detenção de Caicoli -, o major temia pela sua segurança e chegou mesmo a alertar para a possibilidade de ser perpetrado um ataque à cadeia para retirar detidos, um elemento que segundo o causídico consta do processo.
O advogado disse ter alertado, em cartas endereçadas ao tribunal, ao Procurador-Geral da República timorense, ao ministro da Justiça e ao próprio Presidente da República, Xanana Gusmão, para o receio de um ataque à cadeia.
Segundo Paulo Remédios, uma sobrinha do major Alfredo Reinado esteve com ele hoje, já que era dia de visitas.
As polícias internacionais estacionadas em Timor-Leste sob o comando da ONU estão a lançar operações no terreno com vista à captura dos fugitivos.
Entre os evadidos de hoje não se encontra nenhum dos três ex-membros da Polícia Nacional de Timor-Leste detidos no estabelecimento.
Alfredo Reinado e cerca de 20 dos seus homens estavam detidos desde 25 de Julho, por posse de material de guerra encontrado numa operação de rotina da GNR em três casas, uma delas, segundo o major, atribuída por Xanana Gusmão.
As restantes casas, situadas a cerca de 10 metros do Quartel-General das forças militares australianas em Díli, tinham sido ocupadas por Alfredo Reinado.
A detenção foi feita ao abrigo do Protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência que estavam em vigor no país desde 30 de Maio, decretadas por Xanana Gusmão.
Entre o arsenal apreendido a Reinado constavam nove pistolas, quatro de calibre '45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões.
O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.
JCS.
Lusa/Fim
Afinal, no tempo de Alkatiri, mesmo com a confusão já instalada, as coisas funcionavam e bem. Eis o que escrevia a Lusa em 10 de Junho:
"Cadeia de Becora é um dos locais mais "seguros" de Díli
António Sampaio (Texto) e Manuel Almeida (Fotos), da Agência Lusa Díli, 10 Jun (Lusa) - Localizada no coração de Becora, um dos bairros da capital de Timor-Leste onde se registaram nas últimas semanas alguns dos confrontos mais graves, a cadeia de Díli é considerada um dos locais mais seguros da cidade.
Palco de pelo menos dois motins, durante o período de transição sob administração das Nações Unidas, a cadeia tornou-se agora num quase oásis de calma, enquanto em seu redor, nas últimas semanas, se multiplicavam os confrontos entre grupos armados, que provocaram duas dezenas de mortos, e a destruição de propriedades.
Ao contrário de outros funcionários públicos, os guardas prisionais mantiveram-se sempre em funções, chegando mesmo a reforçar a segurança em dias de maior tensão ou conflito, e os reclusos "nunca causaram qualquer problema", como explicou Ermenegildo Mendonça, supervisor do centro.
"Nunca saímos daqui. Sempre aqui ficámos", realça um dos guardas prisionais, Paulo Sequeira.
Entre os 168 reclusos actualmente em Díli, todos homens, apenas quatro foram detidos no período desde finais de Abril, marcado por violentos confrontos, saques e destruição e pilhagem de propriedades públicas e privadas.
Todos eles - três timorenses acusados de incendiarem propriedades e um indonésio acusado de violação - foram detidos pelos efectivos da GNR presentes em Díli, tendo sido ouvidos por um juiz que decretou a sua prisão preventiva, enquanto aguardam julgamento.
Para o local poderão vir a ser transferidos alguns dos presos, cerca de uma dezena, actualmente no Centro de Detenção temporário, instalado no antigo comando distrital de Díli da Polícia Nacional de Timor-Leste, controlado por militares australianos.
Com a polícia timorense fragmentada e nenhuma das esquadras da cidade a funcionar, o centro de detenção é uma "esquadra" improvisada, servindo para processar, numa primeira fase, suspeitos detidos por efectivos internacionais em operações em Díli.
A necessitar urgentemente de obras, como tantas outras infra-estruturas em Timor-Leste, a cadeia só ainda não se tornou uma "dor de cabeça" porque os reclusos se têm mantido calmos, como explicou uma funcionária internacional afecta ao serviço prisional.
Os espaços exteriores, que mais se assemelham a jardins de uma qualquer escola da cidade, são marcados pela proliferação de potenciais armas, com chão de tijolos, muitos dos quais soltos, e outros montículos de potenciais "armas de arremesso".
O complexo é formado por sete blocos de celas, a que se somam vários outros pavilhões, um recentemente convertido em biblioteca, um usado como clínica, um como igreja e outro como espaço para a formação e ensino de Português, língua oficial de Timor-Leste, a par do Tétum.
Perante as carências que se sentem noutros pontos da cidade, porém, e numa altura em que dezenas de milhares de timorenses sobrevivem em campos de deslocados com condições paupérrimas, estar em Becora é quase um luxo.
O local nunca esteve sob ameaça, nem interior nem do exterior, e os reclusos têm comida e segurança, ainda que Paulo Sequeira admita que faltam legumes e carne.
Carências que ficam longe das que se sentem fora dos portões e que fazem relembrar a história de Tobias Araújo, que em Fevereiro de 2000 - muito depois da cadeia ter sido destruída e abandonada na onda de violência pré-referendo de 1999 - continuava a "viver" numa das celas da cadeia, com o argumento de que fugir era mais perigoso do que estar preso.”
PS: Ainda há por aqui quem tenha dúvidas que os Timorenses são capazes de gerir as suas instituições e que muitos funcionários públicos como estes guardas dão lições de profissionalismo e de dedicação ao serviço do seu país?
Este artigo so podia mesmo ser do Lambe Botas Antonio Sampaio> Tendencioso como sempre.
Com um Procurador-Geral "ao serviço" do Presidente da República que por sua vez está ao "serviço" do Governo Australiano Timor-Leste vai de vento em popa!
Este tipo de alegacoes como a do anonimo anterior sao tao tendenciosas que nem merecem atencao.
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